Alhambra

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Já tinha lido a respeito de Alhambra, o fascinante palácio nascido como fortaleza, em 889, que serviu por séculos como sede do Emirado de Granada, com direito a Sultão e tudo. Os reis católicos Isabel de Castela e Fernando de Aragão tomaram posse do lugar no século XV, expulsando os judeus e muçulmanos que moravam na cidade fortificada durante a Santa Inquisição.

Pois estava na entrada do mercado público do bairro de Moabit (com predominância de muçulmanos da Turquia) quando vi o livro “Alhambra” para doação. Aliás, esse é um hábito adorável aqui em Berlim: seja no hall de edifícios públicos ou comerciais, não é raro a gente encontrar caixas com livros e objetos diversos para doação. Qualquer um pode deixar e qualquer um pode pegar. Peguei o lindão de 400 e tantas páginas, capa dura, e levei-o para casa.

O livro, escrito pela professora de história Kirsten Boie, moradora de Hamburgo, conta a história de um grupo de adolescentes alemães  estudantes de espanhol (certamente a língua mais admirada aqui na Alemanha; depois do inglês, obrigatório, todo mundo sonha em aprender espanhol) que vai visitar Granada numa viagem de estudos.

Eis que, procurando no mercado um presente para a mãe, o protagonista toca sem querer num tapete mágico e é transportado ao ano de 1492. Aí a confusão começa, pois além de loiro (tipo físico exótico) e com objetos estranhos (imagine um telefone celular em 1492), o rapaz não conhece bem os costumes. Faz amigos e inimigos, é confundido com o esperado noivo alemão da princesa Joana (filha do casal real), é declarado como tendo parte com o diabo pelo doentio inquisidor Torquemada e até condenado à fogueira o menino é.

No meio do caminho conhece todos os personagens históricos principais, incluindo Cristóvão Colombo, que buscava financiamento para sua viagem, e o Emir expulso do palácio, Abu abd’Allah. Enquanto isso, no presente, os amigos, professores e o dono da lojinha se desesperam com o seu inexplicável sumiço. E o menino tem o desafio de encontrar um jeito de voltar ao tempo atual.

Achei a história um pouco comprida demais, com algumas passagens desnecessárias, mas muito interessante de qualquer maneira. Com certeza, o dia em que for a Granada, verei o castelo com outros olhos. Tomara que seja logo!

Recomendo a leitura para quem gosta de história.

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PS: Não achei nenhuma versão em português, mas certamente existe em inglês na Amazon e achei a versão digital na Livraria Cultura em espanhol. Eu li o original em alemão.

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