As 7 diferenças

Ilustração: Marion Bolognesi

Acabei de chegar em casa e, cada vez mais, percebo as diferenças entre as culturas brasileira e alemã. A ideia não é fazer concurso para ver quem é melhor ou pior, apenas observar e refletir.

Dessa vez, depois de passar um mês inteiro em terra brasilis, chamaram-me atenção algumas coisas:

1. Nossa comida é muito mais rica, fresca, variada e colorida. E deliciosa…

2. O brasileiro deve ser um dos povos mais erotizados do mundo. O alemão é o contrário; sinceramente, não sei como eles se reproduzem; pode entrar uma verdadeira deusa no metrô que os rapazes simplesmente não olham. Já no Brasil, acho que 90% das letras das músicas lembram ou falam de sexo; a coisa está no ar o tempo inteiro, até as crianças aprendem a seduzir desde pequenas. Talvez o bom seria o meio termo entre uma coisa e outra, né?

3. Mesmo com os Schwarzkopf da vida, as lojas brasileiras têm muito mais opções de produtos para cabelo, talvez porque há mais tipos diferentes no Brasil. Sério, é de enlouquecer a cidadã que tinha se desacostumado com tanta variedade. Tenho impressão também que no Brasil temos mais opções de tudo o que se relaciona à beleza e vaidade (teria a ver com o item anterior?).

4. Nosso transporte público é muito ruim e não dá pistas de que vai melhorar. Sucesso, nas terras tupiniquins, é ter carro. Aí fica difícil…

5. O Brasil é muito barulhento (para o bem e para o mal).

6. Nossos grafiteiros não ficam devendo nada para os berlinenses. E olha que só fui a Florianópolis e Belo Horizonte. Se fosse falar de São Paulo, então…

7. Muito bom ver que no Brasil não se fuma mais em quase lugar nenhum.

Fiquei devendo muitas visitas, mas em março vou de novo comer pão de queijo e coxinha de galinha e ver se percebo mais alguma diferença 🙂

8 Responses

  1. Daniela
    Responder
    28 novembro 2012 at 4:04 pm

    Ótimo texto Lígia. Aqui no Brasil, temos muito o hábito de sempre nos nivelarmos por baixo e achar que tudo que vem de fora é melhor. Tive essa mesma impressão quando fui pra Alemanha.

    Quando voltei, passei a gostar mais de algumas coisas daqui do Brasil, como nossa comida. Mas tb abominar outras como a questão do barulho e o culto absurdo ao carro.

    Uma coisa q na minha opinião achei que temos muito tb é opção de belos sapatos aqui…e a preocupação em estar bem vestido, principalmente as mulheres..

    • ligiafascioni
      Responder
      28 novembro 2012 at 4:10 pm

      É mesmo, me esqueci dos sapatos!!! Sim, temos muuuito mais modelos de sapatos (principalmente sandálias!). Muitos meses por ano de inverno e neve com certeza limitam muito as opções da pessoa 🙂
      Beijocas!

  2. Tereza Jardim
    Responder
    28 novembro 2012 at 4:19 pm

    Incrível como sempre vi o inverno como a possibilidade de variar mais, com os belíssimos modelos de botas de cano curto, longo, com salto, sem salto, de zíper, de fivela… Mas enfim, ainda não fui à Alemanha, não sei como é.

    Talvez fosse adorar o silêncio, e também as opções de transporte público para deixar o carro em casa. Sonho em poder me deslocar de bicicleta, mas na minha cidade é inviável.

    Vamos aguardar agora mais comparações!

    • ligiafascioni
      Responder
      28 novembro 2012 at 4:39 pm

      Oi, Tereza!
      Sim, tem muitos modelos de botas, mas com neve acabam ficando de fora as mais finas e delicadas, por várias semanas a pessoa tem que se contentar em usar sola de pneu de caminhão mesmo. Além disso, pelo menos no sul do Brasil também temos todas essas opções de botas (e mais as sandálias de verão)! Estamos em vantagem nisso, com certeza!
      Sem contar que as brasileiras são muuuuito mais vaidosas….rsrsrsrs
      Beijos 🙂

  3. Guto Jandote
    Responder
    28 novembro 2012 at 4:38 pm

    Fui no Jô ontem, e uma das entrevista foi uma moça de Porta Alegre, trabalha como dominadora sexual, é incrível a quantidade de brasileiros que buscam este tipo de prazer.

    • ligiafascioni
      Responder
      28 novembro 2012 at 8:30 pm

      Oi, Guto!
      Aqui também tem vários cinemas e verdadeiros shoppings especializados em sexo. A diferença é no dia-a-dia, que não há erotismo nenhum. Ninguém paquera, ninguém flerta; eles chegam a tomar banho de sol completamente nus nos parques e frequentar saunas mistas com a maior naturalidade. Aparentemente, eles vão direto ao assunto quando é o caso. No Brasil é capaz de pessoas “namorarem” por anos só lançando olhares cada vez que se encontram, sem que seja preciso o sexo propriamente dito acontecer; tudo é muito mais na intenção, no falar e no provocar. Então, a questão não é o sexo, é o erotismo mesmo.
      Abraços,

  4. Claudia
    Responder
    5 dezembro 2012 at 7:00 pm

    Lígia:

    Como os alemães são muiiiito objetivos, penso que fica tudo na base do “pá-pum-pá”. Será que é assim?
    Claudia

    • ligiafascioni
      Responder
      6 dezembro 2012 at 12:59 pm

      Olha, parece que sim, mas ainda não interagi com os nativos o suficiente para formar uma opinião abalizada. E, pelo que pude ver, vários mitos que eu tinha como certos ja caíram (tipo: alemão é uma língua exata e lógica; eles são muito pontuais, etc).
      Beijos 🙂

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