Estação tipográfica

Continuando a série sobre estações de metrô, olha só que bacana essa aqui: na Westhafen (U9), as artistas Françoise Schein e Barbara Reiter imprimiram letras e sinais tipográficos por toda a estação, fazendo experimentos variados com forma, agrupamento e alinhamento na composição. O texto usado é a Declaração Universal dos Direitos do Homem (traduzida para o alemão, claro).

Westhafen significa Porto do Oeste e realmente tem um porto lá (o maior de Berlin). Qualquer dia vou dar uma conferida ao vivo e depois mostro aqui.

No mais, eu gostei bastante; e você?

Aqui as artistas dizem que acreditam que todos as pessoas devem ser ajudadas e que a obra foi realizada em 2000. Também contam que Westhafen é o sexto ponto em uma rede de artistas de cidades do mundo que acreditam e apoiam os direitos humanos. As outras estações de metrô com trabalhos semelhantes ficam em Paris, Bruxelas, Haifa, Lisboa e Estocolmo.

"d" minúsculo com muito orgulho (e coerência)…

Sábado, dia 6 de junho, vai ser aberta a 13a edição da dOCUMENTA, talvez a mais importante exposição de arte contemporânea do mundo. O evento acontece a cada 5 anos na cidade alemã de Kassel, a mais ou menos 400 km de Berlin.

A exposição dura exatos 100 dias e movimenta artistas, colecionadores, curadores, críticos e todo o povo que faz e acontece na cena das artes ao redor do globo.

Sopinha de letras para amantes da tipografia

Hoje fiz uma coisa que estava na minha lista (que só faz crescer) há tempos: fui visitar o Buchstabenmuseum, ou, em bom português, o Museu das Letras. A ideia surgiu em 2005, quando duas apaixonadas por tipografia, Barbara Dechant e Anja Schulze, resolveram montar uma organização sem fins lucrativos para expor a incipiente coleção de letreiros e pesquisar mais sobre essa fascinante arte de escrever e sinalizar em letras grandes e tridimensionais. Em 2008 elas inauguraram o espaço, que já trocou de endereço duas vezes. As moças estão se organizando para conseguir um lugar maior e mostrar o acervo cada vez mais rico e variado.

Cristal tipográfico

“A melhor fonte tipográfica existe meramente para comunicar uma ideia. Ela não está lá para ser notada, muito menos admirada. Quanto mais os leitores se dão conta do tipo ou do layout de uma página, pior é a fonte tipográfica. É como o vinho; quanto mais transparente é a taça, melhor seu conteúdo pode ser apreciado”.

Sábias palavras de Beatrice Warde na década de 1930. Fonte: Just my type, de Simon Garfield, 2010.

Qual é o seu tipo?

Todo mundo que escreve deveria ler o extraordinário “Just my type”, de Simon Garfield. Diferente dos outros livros de tipografia que já li, esse não gasta as páginas dissecando as características de cada família tipográfica. Ele fala das fontes sim, mas principalmente das pessoas que as criaram e suas histórias. Imperdível, sob todos os pontos de vista. Bem o meu tipo.

Detalhes tão pequenos…

É impressionante como é normal pegar um cartão de visitas de designers, publicitários e diretores de arte e ver aquele festival de hifens mal colocados. A desculpa mais comum é que isso não tem nada a ver com design gráfico. Ora, design gráfico é essencialmente uma ferramenta de comunicação, e para fazer isso direito, há que se respeitar as regras e convenções da língua. Além disso, todo sinal tipográfico tem seu uso adequado a cada situação; é justamente para comunicar melhor que eles foram inventados. Para mim, um bom profissional deve buscar todas as informações necessárias para exercer bem o seu ofício, incluindo aí as coisas que ele não aprendeu na escola mas que deveria ter aprendido. Isso é cultura, é o que faz a diferença.