Gente feia

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Como tinha gostado muito de Coolhunter, do Scott Westerfeld, resolvi conhecer outros livros dele. O autor é especializado em literatura para jovens, mas estou preferindo leitura mais fácil agora porque alemão já é complicado que chega (um dia lerei Thomas Mann no original, mas ainda vai demorar um pouco..rsrs).

Ugly: verlier nicht dein Gesicht* é uma obra de ficção científica onde, num futuro indefinido, a terra foi destruída pelos chamados “brutos” (nós) e alguns sobreviventes reconstruíram a civilização usando a tecnologia para usar menos recursos naturais e não poluir. A questão é que o conceito de limpeza foi extrapolado também na questão estética.

Nesse futuro, todas as pessoas crescem e estudam normalmente (a maioria em internato, pelo menos até a adolescência). Aos 16 anos, quando considera-se que o corpo já está formado, são todos submetidos a uma cirurgia plástica radical para aperfeiçoar não apenas a aparência, mas também o funcionamento do corpo (ossos são alongados com ligas sintéticas ultra resistentes, a pele toda é substituída, entre outras coisas). Os cientistas definem o que é considerado tecnicamente belo em termos de simetria e proporções e vai todo mundo para a forma.

A maioria esmagadora dos adolescentes adora, inclusive porque são condicionados a acreditar que são todos feios (uglies), a ponto de morarem numa parte separada da cidade. Eles têm softwares que simulam sua nova aparência (apesar das variações, são obviamente, todos muito parecidos). A protagonista sonha com esse dia, já que os “recém-bonitos” têm todos 16 anos e vivem em festas e reuniões sociais aparentemente pagos pelo governo (a população parece realmente ter diminuído muito). Além do que, seu namoradinho, algumas semanas mais velho, já sofreu a cirurgia e mora do outro lado da cidade.

A aventura acontece quando a mocinha conhece uma amiga que se acha bonita mesmo quando todos insistem que ela é feia. Ela gosta de ser como é e descobre um grupo de rebeldes que fugiu para viver em um lugar secreto sem ter que submeter à tal cirurgia transformadora.

Uma parte interessante é quando a moça encontra uma revista antiga (sobrevivente dos destroços do fim do mundo) e descobre que aquelas mulheres bizarramente magras e estranhas que estampam as páginas eram o padrão de beleza dos “rudes”. Ela se surpreende com a variedade de formas que o rosto e o corpo humano podem ter, vejam só.

Ler ficção científica em outra língua é meio complicado porque são descritas coisas que ainda não existem, mas pelo que pude deduzir, o povo todo se locomove por meio de skates voadores eletromagnéticos (amei essa parte).

Bem, a heroína passa por toda uma situação complicadíssima e arriscada, inclusive com teorias conspiratórias que não vou contar para não estragar. Ainda mais porque pensava que era uma trilogia e agora, pesquisando na Amazon, descobri que na verdade é uma quadrilogia. Só li o primeiro, então aguardem os desdobramentos.

Dei uma pesquisada e vi que a coleção foi lançada em português. Para saber mais, é só clicar aqui.

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*tradução livre: “Feio: não perca seu rosto”

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