Mico na academia

Hoje fui fazer uma aula numa academia (depois dos quarenta não é mais só o perigo de embarangar não; tem que cuidar dos ossinhos) e olha só o que aconteceu.

Entrei numa aula de ginástica localizada e o esforço físico foi quase tão grande quanto o esforço mental, uma vez que a professora, aplicadíssima, explicava em detalhes cada movimento.

Como só entendo os números e mais meia dúzia de palavras, tinha que ficar “colando” os movimentos das colegas. Por causa disso, minha cabeça estava sempre posicionada do jeito errado e a professora, lá de cima do palco, chamava a minha atenção para corrigir. Só fui entender na quinta vez….ehehehe

Mas o pior é que ela falava “tabletten” o tempo todo e eu sabia que “tabletten” são pílulas. Gastei boa parte da aula tentando entender que ela estava querendo dizer que a parte do corpo que estava sendo trabalhada naquela hora tinha que estar comprimida. Comprimido = pílula. Entendeu?

Aaiaiaiai…

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PS1: O pior é que o Conrado diz que tabletten jamais caberia nesse contexto e que a associação da palavra com compressão muscular não faz sentido. Nossa, então o que será que a professora tanto falava? O mistério continua…

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PS2: No dia seguinte me dei mal na aula de ginástica. Tinha que fazer exercício de olhos fechados e eu precisava “colar” das colegas. Aí a professora me chamou atenção e disse que eu era a única de olho aberto, era para fechar (isso eu entendi…rsrsrsrs). Ainda bem que estava no final da sequência, mesmo assim tive que “roubar” um pouquinho. As coisas que a gente não faz nessa vida…

Só não digo que ainda vou rir muito disso tudo porque já estou rindo agora….

O povo aqui acha que eu sou alemã, só que um pouco retardada 🙂

Ilustração: Sonya Whitesnow e Mark Spouses

Poltrona Alitalia: bom design?

Finalmente achei o vídeo que estava procurando. Seguinte: como já expliquei aqui, vim para Berlin pela Alitalia. Pois quando entrei no avião, quase morri de felicidade quando vi que estava vazio (veja a inocência da pessoa). Viajar encapsulada por 12 horas em classe econômica não é das experiências mais agradáveis, então pegar 3 poltronas inteirinhas só para você é a sorte grande. Dá para deitar mais ou menos esticada e não chegar tão detonada.

Mas a alegria durou pouco. Não, não apareceram mais 2 alemães (ou, no caso, italianos) gigantes para sentar ao meu lado. Os bancos continuaram vazios, mas fiquei com vontade de picar o diploma do designer que fez uma coisa dessas (e fazer ele comer tudo pelas orelhas). Olha e vê se não é mesmo o caso da pessoa se descontrolar e apelar para a violência…

Pois é, até que consegui me encaixar mais ou menos, mas se pego o sujeito que fez essa barbaridade não me responsabilizo pelos meus atos. Um milhão de horas em classe econômica em voos lotados, é o que desejo para essa criatura das trevas que projetou essa poltrona!

Graça no supermercado

Uma voltinha hoje pelo supermercado rendeu algumas risadinhas. Olha se não é para se divertir…

Cruz, credo, quem é que vai comprar lixa de unha com esse nome? Eeheheh...

E que tal um creme para celulite cujo nome lembra... baleia?

Pesquisas científicas demonstram que, sim, há nomes mais adequados para produtos de limpeza do que... Calgon (será que a matriz é espanhola? Eeheheh)

Cabo, sócio e rímel

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Em não tendo dicionário de português aqui, peguei um de alemão mesmo e resolvi traduzir as 3 palavras que encontrei aleatoriamente (vejam que essa brincadeirinha está ficando internacional… esperem para ver quando eu começar a escrever nessa língua de bárbaros…rsrsrs).

O que achei foi Kab (cabo),Teilhaber (sócio) e Wimperntusche (rímel). Valha-me o Santo Antônio das Pessoas Sem Noção e vamos lá para meu, o seu, o nosso contículo da semana!
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Wimperleydson estava enlouquecido naquele dia; o Kabizinho foi escolher logo um sábado para faltar no salão? Agora ele tinha que dar conta, sozinho, de uma formanda querendo luzes californianas em pleno inverno, a noiva do dia brigando com o futuro sogro pelo twitter, uma sujeita que veio fazer uma escova inteligente (sendo que o QI da escova era mais alto que o dela), uma recém-divorciada que queria repicar todo o cabelo e duas histéricas usando de violência extrema na disputa pela Neiva, a melhor manicure do Mercosul. Isso que as senhoras que esperavam pela depiladora ainda não tinha se manifestado.

Foi quando o Cabo Josinélson adentrou o recinto. Ele, seus braços másculos e fortes e seu sorriso matador, tudo de uma vez só.

– Cadê teu sócio, rapaz?

O cérebro de Wimper congelou para melhor curtir a cena e ainda não tinha se recuperado da forte emoção, quando ouviu a voz que servia de trilha sonora para todos os seus sonhos ultimamente. Por isso demorou um pouco para recobrar o domínio de suas faculdades mentais e responder, meio hesitante:

– Ele teve que faltar hoje. O Kab ligou dizendo que estava com dor de barriga, comeu alguma coisa que fez mal.

– Então faz favor de devolver esse casaco amanhã, sem falta. Ficou no meu carro desde ontem à noite, na volta da festa da Solange. Tem um bilhete no bolso para ele, tá?

– Tá…

Foi aí que o pobre Wimper tomou uma grande decisão: não piscar mais pelo resto do dia. O rímel iria borrar.

Fotografia: Thomas Hawk

E por falar em kitsch…

Está chegando o natal e, mais uma vez, o que se vê por todo o lado é uma overdose de kitsch.

Beleza, mas o que vem a ser esse tal de kitsch mesmo?

Vamos lá: alguns livros sugerem que a palavra kitsch nasceu, vejam só, em Munique, Alemanha, para designar trabalhos artísticos apressados e mal feitos, próprios da cultura de massa. Outras fontes, porém, defendem que o termo veio da Áustria, onde as pessoas (as chiques, é claro) usavam-no como uma gíria para designar objetos de mau gosto. O fato é que a expressão data da revolução industrial, entre os séculos XIX e XX, onde os bens de consumo começaram a ser fabricados em escala industrial (e, obviamente, mal feitos, a julgar pela tecnologia disponível naquele tempo).

É que foi somente nessa época que plebeus puderam ter acesso a coisinhas que antes só os nobres e burgueses ricos podiam colecionar. É claro que a qualidade e o acabamento dos mimos eram discutíveis, mas, para quem antes não tinha nada, foi uma festa. Data daí o início do consumismo desenfreado, um furor que culminou no que hoje se observa em lojinhas de R$ 1,99 (não, por acaso, verdadeiros templos do kitsch).

O fenômeno ocupou pensadores por anos, desde o famoso Abraham Moles, que chegou a escrever um ensaio a respeito, até o respeitadíssimo Umberto Eco. Fato é que o mundo anda cada vez mais descontroladamente kitsch e não sei onde isso vai acabar; acompanhem só o raciocínio.

Basicamente, o kitsch é a materialização da falta de estilo, normalmente associada ao brega e ao mau gosto. Ele está em todas as áreas do mundo civilizado, das artes aos meios de comunicação. E está longe de se restringir a objetos baratos e populares. O kitsch tem alguns princípios que o tornam facilmente identificável. Preste atenção:

1. Princípio da inadequação: é quando se observa no objeto um desvio da sua forma em relação à sua função básica. Um apontador em forma de torre Eiffel é um bom exemplo. A forma da torre em nada contribui para que o apontador funcione melhor, mesmo porque quase ninguém usa esse objeto para apontar lápis (normalmente é comprado em uma loja de quinquilharias chamadas poeticamente de souvenirs e vai repousar sobre alguma estante, mostrando que o dono é um sujeito viajado ou tem alguém na família que é).

2. Princípio da acumulação:  é a compulsão pelo preenchimento do vazio com texturas e adornos. É o exagero em seu elemento, o horror à limpeza visual. Ex: a típica “perua” coberta de jóias e roupas de etiqueta com estampas chamativas; folhetos cheios de fotos e informações que não interessam, estão lá apenas para aproveitar o espaço. Em tempos internéticos, dá para ver muito site por aí que não tem nenhum vazio para nossos olhos darem uma aliviada, é tudo coberto. Se a gente amplificar mais o conceito, vai ver que também se aplica a quem fala sem ter o que dizer, só para evitar o silêncio, que é o espaço em branco do som. Isso acontece em vários níveis, inclusive em redes sociais (procure que você vai achar um monte disso no Twitter e no Facebook).

3. Princípio da percepção sinestésica: são as múltiplas relações sensorais provocadas por um único objeto (ex: carta perfumada, caixinha de música com bailarina, websites com música de fundo, cartões de natal com cheiro e som, enfim, todas essas coisas que depois você não sabe como se livrar depois de experimentar uma vez…).

4. Princípio da mediocridade: é o que trata de modismos e o uso abusivo de clichês de grande aceitação pela massa, como o baixo nível cultural da comunicação e uso do grotesco (ex: como a gente estava justamente falando, é o caso da decoração de natal com neve em um país tropical; propagandas com termos em inglês num país onde essa não é a língua oficial — vide lojas que vivem promovendo “sales” e “% off” no Brasil; bundas e peitos avantajados evidenciados em campanhas de cerveja).

Mas também pode-se reconhecer traços do kitsch por outras características marcantes:

* Linhas: são sempre curvas e complexas; as superficies são exaustivamente adornadas (atulhamento total, não há espaços vazios).

* Cores:  são vivas e contrastantes, normalmente em tons degradês e com efeitos especiais, sombras, texturas e relevos (o pôr-do-sol em ilustrações é um ícone kitsch).

* Materiais: imitam outros materiais (fórmicas que imitam madeira, plásticos que imitam metal, pedras que imitam diamantes, pinturas que imitam material envelhecido, acrílico que imita vidro).

* Dimensões: as dimensões são sempre exageradas para mais ou para menos (miniaturas de monumentos, insetos gigantes, maquetes usadas como enfeite, objetos de Itu, etc).

O fato é que chegamos a tal ponto que o mundo inteiro virou uma colossal exposição kitsch. Quer ver o princípio da acumulação em sua melhor forma? É só tentar comprar um telefone celular que só funcione como telefone. Ele necessariamente tem que ter outras 453 funções que você não precisa ou não quer. E isso vale para todas as maravilhas tecnológicas disponíveis no mercado, de relógios a carros; de liqüidificadores a aparelhos de DVD.  Quer comer? Vá em qualquer restaurante: são 32 tipos de saladas e 47 pratos quentes no bufê, sem contar as sobremesas.  Quer comprar um biscoito? É só escolher entre os que têm 7 vitaminas (8 sabores) e os que são duplamente recheados (12 personagens de desenhos e 15 embalagens diferentes). Nem uma simples manteiga dá para comprar mais com tranqüilidade: são tantos elementos, versões, componentes (funcionais ou não), que você precisa de um curso de nutrição para conseguir ter um mínimo de base para avaliação. Socooorrrro!!!!!

A tecnologia também deu asas ao princípio da sinestesia, onde qualquer coisinha que funcione a baterias toca música, joga em rede, acessa e-mails, mostra fotos, passa filmes e pisca, tudo ao mesmo tempo agora. É de dar dor de cabeça e não é de hoje (escrevi um artigo sobre o kitsch e as empresas de tecnologia em 2001 e tudo continua valendo; olha aqui).

As dimensões raramente levam a ergonomia em consideração: ou o seu dedo é muito grande para o teclado do telefone ou a televisão é gigantesca para o tamanho da sua sala. As geladeiras podem até substituir os guarda-roupas no armazenamento de amantes, de tão grandes que são. E, claro, para cozinhas cada vez mais minúsculas e famílias idem.

Tem também a desmedida imitação de materiais (aparelhos de som de puro plástico, todos com cara de aço escovado; ops, minto, os mais modernos agoram também simulam madeiras nobres).

Beleza; então eu, que não tenho nenhum souvenir, não monto decoração de natal em casa, detesto lembracinhas de qualquer tipo, evito comprar enfeites de R$ 1,99 e tenho alergia a efeitos gráficos especiais estou livre desse negócio de kitsch, confere? Pelo visto, sou uma das poucas pessoas finas, elegantes e sinceras que sobraram. É isso?

Aahaha… aí é que está! Do kitsch ninguém escapa, amiguinhos. Já dizia o ótimo Milan Kundera, em seu inspirador livro A insustentável leveza do ser: “Nenhum de nós é sobre-humano a ponto de poder escapar completamente ao kitsch. Por maior que seja o nosso desprezo por ele, o kitsch faz parte da condição humana”.

Aí só me resta confessar que sim, tenho vários casacos com golas de pele falsa (jamais usaria pele verdadeira mesmo que tivesse dinheiro); também não tenho uma única jóia em casa, o que significa dizer que tudo que brilha nos meus brincos e anéis é fake. Isso sem falar das estantes atulhadas de livros, onde não tem mais um lugarzinho nem para um folheto mínimo. É ou não é kitsch “no úrtimo“?

Então, já que ninguém pode escapar, só nos resta relaxar, aproveitar bem o natal e se esbaldar sem medo de ser feliz, seja com neve de algodão ou de verdade. Cada um escolhe o tamanho e o peso do seu kitsch de estimação que quer levar para a vida, mas convém não abusar. Que tal começar o ano avaliando quanto lixo a gente está produzindo com essa mania, especialmente com o princípio da acumulação?

Nosso planetinha, esse sim, chique no último, agradece…

Natal com keks e bolas de verdade

Nossa, a cidade está completamente coalhada de mercadinhos de natal. São feiras bem organizadas e cheias de coisas bonitas e gostosas. O visual é bem kitsch, mas combina perfeitamente com natal (natal é uma coisa kitsch por definição, né?).

O que eu mais gostei foi de descobrir que eles têm mais de 10 tipos de quentão (que aqui se chama Glühwein, que, não por acaso, quer dizer vinho incandescente). É sempre um vinho, claro (tem branco também) com mais alguma coisa, que pode ser uma fruta, rum ou licor. O clássico é como o nosso, com gengibre e cravo, bem parecido mesmo (delícia!), mas ontem experimentei um com vinho branco e licor de ovos que estava divino. Já andei olhando um com amaretto que também parece tentador; minha meta é experimentar todos antes do natal sem cair na rua e nem virar alcoólatra…eheheh… sério, o negócio esquenta que é uma beleza para esses dias mais geladinhos. De resto, muita salsicha (wurst) e comidinhas com cogumelos e batatas (adoro).

O bom é que, apesar de ter muitos acessórios de frio (luvas, bonés, echarpes, etc), o negócio não é um camelô gigante. A maior parte é artesanato mesmo e as estrelas da festa são as bolachas e os chocolates decorados; o capricho é tamanho que chega a ser uma forma de arte.

Mas de tudo, o que mais me surpreendeu é que hoje constatei que as árvores de natal são decoradas com bolas de verdade, daquelas de vidro espelhado bem fininho que minha mãe usava na decoração quando eu era criança. No Brasil, nunca vi árvore com bola de verdade assim na rua. Dá uns efeitos bem bacanas, vejam só.

A iluminação deixa tudo bem quentinho

Biscoito, em alemão, é keks (deve ser por causa do barulho que faz quando a gente morde um). Não é bem apropriado?

Repare na variedade e nos detalhes

Esse cenário fantástico parece até filme...

Tem até barraquinha com um lounge atrás; não é o máximo do luxo e do glamour?

Bolas e pinheiros de verdade

Fala sério, não é lindo?

Se quiser ver todas as fotos, clique aqui para ir ao Flickr.

Natal cor de abóbora

Cheguei em Berlin dia 25, às 4 e meia da tarde, e já era noite. Fiquei encantada com o clima e as luzes (que foram acesas bem no dia em que cheguei, exatamente um mês antes do natal). Nossa, como é que pode uma cidade mudar tanto de uma estação do ano para outra?

No verão a cidade é toda verdinha e o dia vai até às 10 da noite. Agora, estamos no outono e as folhas estão caindo o tempo todo; ficam lindas antes da queda, completamente alaranjadas (algumas são de um vermelho bem vivo) e às 3 e meia já começa a escurecer. Com bosques inteiros de folhas caindo na rua, o serviço de limpeza quase não dá conta de recolhê-las todas; dá gosto de ver o tapete.

Confesso que sempre achei meio brega a decoração de natal, árvores, luzes e outros quetais. Mas aqui parece que tudo faz sentido; todas as árvores ganham lampadinhas minúsculas; nessa época também acontecem as feirinhas de natal, cheias de produtos típicos, bolachas decoradas e comidinhas diversas. Ainda vou mostrar mais detalhes dessas feiras, pois são bem interessantes.

Pensei que quando chegasse ia querer andar menos na rua por causa do friozinho (ainda está bem suportável, na faixa dos 6 graus — amanhã a temperatura já cai a zero segundo a previsão do tempo), mas meu deslumbramento por Berlin só faz crescer…

Bom, mas vou estudar que amanhã tem prova (preciso saber em qual nível vou entrar agora, uma vez que perdi quase 40 dias de aula).

A gente ainda precisa comprar cortinas, mas não sei não. Perder uma paisagem dessas?

É tanta folha que precisa até de máquina para recolhê-las

Tapete mais lindo

As árvores estão cheias de luzinhas, pena que não dá para ver direito

Aqui dá para ver um pouco melhor

São apenas 5 da tarde...

Benchmarking de aeroporto

Pois é, preciso confessar que sou uma mulher que viaja às custas das milhas do marido (claro que tinha que ter um truque né? Ou vocês achavam que eu era rica para poder ficar indo e voltando de Berlin na maior moleza? Eeheheh..).

Dessa vez as milhas disponíveis eram da Air France e a passagem que consegui era uma operação conjunta com a Alitalia. Então entrei na Europa por Roma, depois fui a Amsterdam e só depois para Berlin. Graças às minhas fervorosas preces à Nossa Senhora das Bagagens Extraviadas, minha mala chegou junto comigo, contra todas as expectativas.

Em Roma foi uma delícia chegar ouvindo todo mundo parlando alto; me senti em casa (ainda não visitei a Itália; estou sonhando com isso). Rolou um certo stress (minha bolsa sumiu na fila de inspeção do Raio-X, mas depois dessa mulher fina que vocês conhecem ter armado um barraco — acho que na Itália tá valendo — e gritado exigindo a presença da polícia, a bolsa apareceu milagrosamente, vejam que coincidência), mas no final, fiquei com pena de não podido visitar a cidade, que parece deslumbrante vista de cima.

Mas a maior surpresa mesmo foi o aeroporto de Amsterdam. Não sei vocês, mas para mim aeroporto é que nem shopping; uns maiores, outros menores, mas a maior parte é mais do mesmo. Não conheço tantos aeroportos assim, mas o troféu Top One ficou, sem sombra de dúvida, para Schiphol, em Amsterdam.

Gente, aquilo é que é aeroporto, o resto é rodoviária melhorada (em alguns casos, piorada). Já cheguei estranhando o silêncio que impera no lugar, apesar do número de pessoas e da enormidade do local (desembarquei no portão H43 e minha conexão era no D82; calculem). O tratamento acústico é perfeito e cada vez que um vôo é chamado, a voz da moça parece música; dá para ouvi-la respirar, de tão limpo é o som.

Havia duas lojas de flores, sementes e bulbos dentro do aeroporto (não é à toa que a Holanda é famosa por suas flores maravilhosas). Mas o que mais me chocou foi a sala de espera. Gente, tinha árvore de verdade plantada; um verdadeiro projeto de paisagismo e integração de mobiliário. Deu vontade de morar lá, juro.

Vou deixar vocês com uma amostra das imagens; só posso dizer que se o aeroporto é assim, imagina só a cidade. Amsterdam já estava na lista de desejos, mas agora foi para a categoria “urgente: não posso mais viver sem“.

Floricultura dentro do aeroporto

Praça central cheia de árvores, pro povo relaxar nos pufes enquanto espera o vôo

É uma verdadeira floresta dentro do aeroporto

Nada daquelas cadeirinhas de tortura medieval...

Como na maioria dos aeroportos grandes, aqui também tem esteira rolante nos corredores. Mas nunca tinha visto com projeto de paisagismo incluso...

Os aeroportos deviam usar esse aí como benchmark

Até na sala de embarque tem plantinhas

A propósito, sei que estou com 653 e-mails para serem lidos e tem gente esperando. Mas ainda não conseguir dar conta; bitte, um pouco mais de paciência…