Vida de rico

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A maioria das pessoas que conheço que vêm a Berlin pela primeira vez ficam encantadas com 3 coisas: a espantosa quantidade de área verde; o excelente transporte público; e a segurança.

E quase automaticamente, vem a pergunta: dá para ganhar bem trabalhando aqui?

Aparentemente, uma coisa não tem nada a ver com outra, mas penso que a conexão é mais profunda do que parece à primeira vista; eu explico.

Berlin não é um parâmetro muito válido porque é considerada uma cidade pobre para os padrões alemães, uma vez que aqui é a sede administrativa do país e não possui muitas indústrias. Mesmo assim, dá para dizer uma coisa que vale para o país todo e que talvez deixe muita gente aí no Brasil chocado: a diferença entre o salário de um operário (ou caixa de supermercado) e de um diretor de empresa é, no máximo, 6 vezes. Isso inclui funcionários públicos de alto escalão, professores universitários doutores, juízes e médicos. É claro que estou falando da maioria da população alemã (um diretor de uma multinacional com 30 mil funcionários espalhados pelo mundo obviamente ganha muito mais, mas não representa a média da qual estou falando, que é de empresas pequenas e médias).

Um amigo comentou que o mesmo acontece na Suécia; um professor universitário, com doutorado, ganha, no máximo 2 mil Euros líquidos. Para se ter uma idéia, um almoço no restaurante universitário lá custa 8 Euros. Não é fácil, né? No entanto, esses países são os que se considera como tendo a melhor qualidade de vida.

Então, imagine: é como se no Brasil, o rendimento máximo bruto de qualquer pessoa que vive de salário fosse R$ 5 ou 6 mil reais. Disso, quase 40% ficam retidos para os impostos, aposentadoria e plano de saúde obrigatório. Pois é, não sobra muito.

Por isso é que aqui a gente não vê um funcionário público, seja ele quem for, se achando o Sr. Rei da Cocada Preta (no Brasil, nosso apartamento ficava perto do ministério público; era de dar nojo a empáfia de algumas pessoas que trabalham lá). Os alemães não têm muita sobra no orçamento, como se pode ver; mas adoram viajar e ler. Então, lavam e passam a própria roupa, fazem a própria comida e limpam a própria casa.

Aqui não tem pet shop para dar banho em cachorros; os próprios donos se encarregam disso. A maior parte das pessoas compra seus móveis na IKEA e aluga um carro ou reboque para levar a encomenda para casa. Para montar uma cozinha inteira, por exemplo, é só ler o manual de instruções; tem que botar a mão na massa mesmo.

Os professores da minha escola são altamente qualificados (a escola é uma das que melhor paga); pois todos levam marmita e ninguém acha feio. Andam o máximo que podem de bicicleta e, no inverno, de transporte público. Os que têm carro usam modelos menores (aquelas horrosidades gigantes com vidro fumê e ar condicionado ligado no máximo quase não tem aqui, para minha felicidade). Outro efeito colateral é que o trânsito é excelente; a velocidade máxima permitida nos bairros é 30 km/h e eu nunca vi engarrafamentos na hora do rush.

Os prédios não têm porteiro e uma vez por semana vem uma empresa terceirizada varrer as escadas. Quando chega uma encomenda e não estou em casa, sempre tem um bilhetinho na caixa do correio avisando com qual vizinho está o pacote; é só ir lá pegar (e aproveitar para fazer um social). Às vezes a gente também fica com correspondência de vizinhos.

É claro que tem gente rica também (geralmente donos de grandes negócios). Mas eles jamais destratam serviçais, simplesmente porque aqui não há subcategorias menores, como no Brasil. As pessoas ricas também metem a mão na massa, por uma questão de filosofia mesmo.

No Brasil, ainda trazemos indícios da cultura escravagista; todo mundo quer ter alguém para mandar (e, de preferência, humilhar e maltratar, para mostrar quem é que manda). O que puder ser terceirizado, será. As pessoas contratam outras para fazer as coisas mais básicas, de levar cachorro para passear até levar o lixo para a rua; e isso é em todos os níveis.

Uma amiga brasileira que mora aqui me contou das chateações que uma alemã que morou no Brasil passou porque gostava de cuidar do próprio jardim (realmente, eles adoram). A questão é que a moça morava no Alphaville, condomínio de alto padrão em São Paulo; frequentemente era motivo de chacota porque uma pessoa do nível dela (adoro isso de “nível de pessoa”; só que não) podia muito bem pagar um jardineiro. É a cultura da sinhazinha moça e do senhor de engenho levada às últimas conseqüências.

Fico triste quando vejo a vida girar em torno na ostentação no nosso país; como as pessoas não têm vergonha de ganhar 30, 40, até 50 vezes mais que outras (sendo que boa parte é funcionária pública) e ainda acham isso o máximo; ficam esnobando o sucesso como se fosse mérito próprio, e não uma distorção do sistema. É um tal de quem consegue ganhar mais para comprar um carro maior, mandar o máximo que puder com uma prepotência totalmente alheia à realidade das coisas, que chega a doer. Seria apenas ridículo, se não fosse tão dramático.

A mordomia é irresistível (quem não gosta), mas qual é o preço disso tudo?

Só para terminar fazendo a conexão com o assunto lá do começo: se a diferença de salários não é grande (e olha que a Alemanha é a maior economia capitalista da Europa), não tem porque haver essa violência toda que a gente experimenta no Brasil.

Aqui tem gente pobre, mas não tem favela. O transporte público funciona bem porque ele é essencial; até os funcionários públicos mais graduados dependem dele para se locomover. As áreas verdes são muitas e bem cuidadas porque não são privilégio de bairros chiques; tem na cidade toda, para todo mundo.

Fico vendo as notícias do Brasil e fico pensando: não seria a hora das pessoas acordarem e passarem a viver como ricos de verdade?

***

TAPA NA CARA: Se você gostou desse texto (ou não), recomendo esse aqui, que é mais punk.

ATUALIZAÇÃO: Acabei fazendo uma lista de coisas nas quais o Brasil é melhor que a Alemanha (e a lista não é pequena!). Clique aqui para ler.

224 Responses

  1. 24 setembro 2012 at 5:48 pm

    Lendo o texto me lembrei de algumas coisas:
    – País desenvolvido é onde os “ricos” andam de transporte público e não onde os “pobres” têm carros.

    – Dependendo da cultura, educação e país, o TER é mais valorizado do que o SER, mas o que importa na vida é o SER pois isso ninguém consegue comprar e nem mesmo te roubar.

    – Muitas pessoas se preocupam muito em fatores externos como ganhar mais dinheiro, ter coisas melhores que as outras, se mostrar aos outros. Acredito que o mundo e a vida de muita gente seria melhor se se preocupassem primeiro em modificar fatores internos como gastar menos no lugar de ganhar mais dinheiro, pensar em adquirir cultura, educação, informação, experiências de vida, no lugar de adquirir bens materiais, descobrir o seu propósito, vocação e dom antes de querer seguir o que a massa define/pensa que é ser bem sucedido.

    – Países devem investir em educação, cultura e qualidade de vida. Veja a evolução da Coréia do Sul por exemplo.

    – É um belo papo para um cafezinho/bar. O buraco é mais embaixo. Hehehe

    Abraços

    • ligiafascioni
      Responder
      25 setembro 2012 at 11:13 am

      Exato, Michel! Você tem razão, a coisa não é tão simples – mas o texto dá para começar uma bela conversa de bar sim! Quem sabe em novembro?
      Beijocas 🙂

      • Aline
        30 julho 2015 at 6:11 pm

        Adorei! obrigada por esse texto lindo! Quem sabe nao te encontro em um cafe em Berlin? Beijos!

    • Marcio Souza
      Responder
      29 julho 2015 at 7:44 am

      Michel, aqui no Brasil não é o TER que vale mais que o SER, mas o PARECER. Abs

    • bia
      Responder
      29 julho 2015 at 11:08 pm

      Gente, é bom lembrar que boa parte da riqueza desses países europeus se deve ao período colonial, no qual eles roubaram, pilharam de países como o nosso (e agora estão fazendo com os países europeus em crise),além disso, foram responsáveis assim como seus amigos colonialistas pela morte de milhões de africanos escravizados…enfim, poderia ficar aqui a noite inteira sobre de onde vem a riqueza dos países ricos…

      • Balduino
        30 julho 2015 at 3:44 am

        Bia, a Alemanha teve sua experiência colonial na África, como outros países europeus com todas aa nuances de exploração e crueldade. Porém, bem mal-sucedida e anterior às grandes guerraa. Ou seja, a riqueza de hoje não tem conexão com o período colonial, mas sim com a capacidade de trabalho e organização do povo alemão. Isto faz parte de sua cultura. Falo isso com a propriedade de quem morou 15 anos na Alemanha e confirmo todas as informações do artigo. Estou de volta ao Brasil fazem 2 anos e não posso deixar de demonstrar minha profunda decepção com o que vejo, a inversão de valores, desrespeito ao outro e ao cidadão por parte do estado. Enfim, falta muito para que cheguemos a um estágio melhor como sociedade. Falta educação.

      • Terezinha
        30 julho 2015 at 11:09 am

        Balduino, apenas gostaria de lembrar que a Alemanha (a exemplo do Japão) foi destruída, espiritual e materialmente, na segunda guerra e se reergueu com pesados investimentos dos “vencedores”.
        Por conta da humilhação sofrida, os alemães também repensaram seus valores, alterando as posições que os levaram ao caos…
        O Brasil ainda chega lá e, creio em Deus, de forma menos drástica…

      • Oscar Santana Filho
        30 julho 2015 at 7:38 pm

        O Brasil sempre será a sétima economia mundial,sem saúde, sem esgoto, sem água, sem educação, sem justiça, e sem honestidade.

      • Michelle
        3 agosto 2015 at 6:02 pm

        Muito bem dito Balduino

      • Vanise Goulart Zimmer
        4 agosto 2015 at 3:50 pm

        Acho que a riqueza no pós guerra se deveu muito mesmo foi ao trabalho suado dos imigrantes turcos que reconstruir o país, quando boa parte da população Além havia sido a limonada com a guerra.

      • Berenice Goelzer
        14 agosto 2015 at 5:37 pm

        Excelente artigo – posso dizer o mesmo da Suíça. As pessoas aqui trabalham e não se incomodam. Fico irritada quando vejo muitos que falam tão mal da Europa, falam que os europeus estão com “vidão” porque roubaram África, etc., mas não é bem assim; quem progride por aqui é porque TRABALHA. Aqui a maioria das pessoas trabalha, não esbanja, não tem mordomias (e vivem muito felizes). A Suíça é um país com muita agricultura e pecuária – precisam ver como este pessoal trabalha, cuidam das pequenas fazendas, não tem domingo (as vacas não sabem :-)) e o que eles conseguem é fruto de seu esforço. Os políticos não ganham nenhuma fortuna como no Brasil. No entanto, para alguns, os europeus, na sua maioria gente honrada, educada, respeitosa e trabalhadora, são responsáveis pelos males do mundo. Uma injustiça ! Nota: na Suíça também as diferenças de salários não são grandes (uma faxineira aqui ganha US$ 30 por hora). A pessoa que se chama Bia faz parte destes mal informados sobre a Europa; a respota de Balduino é perfeita !

      • Daniel Pereira
        2 fevereiro 2016 at 2:17 am

        Berenice, talvez a distribuição de renda mais justa, em países ricos da Europa, não tennha uma implicação direta com as atrocidades do colonialismo, mas que este existiu e que contribuiu para a riquesa desses paízes, isso nínguém é tão mau informado para Negar. Outra coisa é fato, se países com a Alemanha, Suiça, Suécia e outros tem uma cultura manos egoísta, isso só se aplica no convívio interno entre seus co-cidadão, pois em relação a pobreza aleia [dos países pobres] eles não só tem sua responsabilidade [como os fatos histórcos como o colonialismo o mostra] como, ainda hoje, ajudam a perpetuar com sua homssão histórica. Crises econômicas e humanitárias como eles enfrentam hoje, o mostram muito bem!

      • Margarete Sobral
        17 julho 2016 at 10:18 pm

        Via, concordo plenamente com voce. Tambem morei na Alemanha por quase 14 anos e estou fora do Brasil la se vao 33 anos. Vou sempre ao Brasil de ferias e a cada ida sinto muito esta disparidade a que voce se refere. Vou me aposentar no Brasil daqui a uns dois anos e sei que a adaptacao vai custar bastante por essas mesmas razoes

      • Caio
        30 julho 2015 at 3:42 pm

        Quanta bobagem! A Alemanha foi destruída duas vezes nas duas guerras mundiais! Se você procurar ler um pouco mais vai saber também que eram os proprios negros que vendiam escravos. Você e muitos outros não largam essa mania de sempre colocar a culpa nos outros!

      • Fab.
        30 julho 2015 at 4:10 pm

        Caio, você começou errado com o horroroso e pedante “se você procurar ler um pouco mais vai saber também que…”. O autor do texto e outros comentadores já leram muitas coisas e sabem de muitos assuntos sobre os quais você não tem a mínima informação. Respeito é sempre bom pra manter o debate público.

        Abs.

      • Geovane
        31 agosto 2015 at 11:26 am

        Você manda os outros lerem, mas quem devia ler é você! Se deixasse de querer aparentar ser mais inteligente do que realmente é, veria que muito antes de ser um país unificado a Alemanha teve liberdade para desenvolver a sua industria sem boicote das potencias de época. Resumidamente: Com o fim da segunda guerra mundial o ocidente não podia perder uma grande potência industrial para a União Soviética, tratando então de investir pesado na reconstrução do país. Certamente não foram os “genes superiores” ou a sua “aptidão para o trabalho” (como se eles trabalhassem mais que os brasileiros) que reconstruíram o país.

      • anabela
        12 novembro 2015 at 12:51 pm

        arrassou

      • Daniel Bacci
        30 julho 2015 at 5:08 pm

        Em outros países da Europa podemos entrar neste assunto, mas a Alemanha se levantou depois de duas guerras mundiais que estraçalharam seu país nas duas vezes, é realmente uma questão cultural.

      • dixlukas
        3 agosto 2015 at 8:25 am

        entao …e o inicio para o levantamento do País foi feito pelas mulheres…

      • Filipe
        31 julho 2015 at 1:34 am

        Vivo me esquecendo da quantidade de colônias que a Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca tiveram pelo mundo…

      • Suzanne
        31 julho 2015 at 3:00 pm

        Filipe, bem na mosca, hein, kkk. Eu também não me lembro de quantos países africanos voltaram a se desenvolver depois que os exploradores foram expulsos, (ainda que seja às custas das quantias formidáveis de ajuda humanitária que eles recebem).

      • Eduardo Henrique
        31 julho 2015 at 6:18 pm

        A questão colonial é muito mais complexa do que o ponto a que alguns de vocês estão querendo reduzi-la. E ninguém falou de tráfico de escravos aqui. Alguns países colonizados (não todos – os EUA e Canadá são exceção) foram mantidos com monopólio de compra e venda de mercadoria para a matriz (venda por valor baixo e compras absurdas), e nunca tiveram a oportunidade de fazer uma revolução capitalista própria. A questão da colonização, sim, facilitou o desenvolvimento de muitos países europeus. Eles basicamente “importavam” PIB de graça, em forma de ouro, diamantes e outras riquezas, sem precisar produzir para isso. Os países mais ao Norte da Europa, caso dos escandinavos e, em menor parte, a Alemanha, não tiveram os mesmos ganhos que Inglaterra, Espanha, França, etc. Mas também se beneficiaram. E, em contrapartida, foram pioneiros na modernização de suas economias. É óbvio que países como o Brasil e outros tantos da América Latina e da África começaram a se modernizar muito depois. E as características do mundo já eram completamente diferentes. É injustiça esperar que fôssemos chegar no mesmo patamar da Alemanha em um século. Quando começamos, o mundo já estava completamente mudado e a competição com os países desenvolvidos estava em outro patamar. Seria como se o Brasil resolvesse criar hoje um iPhone do nada aqui e sair pra competir com a Apple pelo mercado global. Ela ia gastar bem mais, teria q desenvolver tecnologia e pessoas qualificadas para isso, só para começar o projeto. E no fim o produto seria mais caro que o americano, não teria escala, sofreria com as dificuldades de entrar num mercado já estabelecido e não ganharia participação de mercado nenhuma. Por fim, tem a questão cultural, que tem um baita peso neste papo todo. Tem gente aqui querendo dizer que a questão cultural é a explicação única para a diferença entre Berlim e o Brasil, o que é uma bobagem. Ela não é a única, mas é uma das mais fortes. Nisso eu concordo. E daí para explicar isso tem a teoria do Max Weber, da ética do capitalismo estar sempre bem ligada ao pensamento protestante nórdico. Vamos lembrar também que países latinos, por cultura e história, sempre foram mais propensos a estimular a cultura de ostentação das classes mais altas. Já no século XVIII, havia uma discrepância clara entre como os nobres de países anglo-saxões se comportavam (de forma mais austera – não me venham com a exceção do Ludwig, da Baviera) e os dos países latinos (Palácio de Versalhes, Revolução Francesa, anyone?). Esse comportamento era repassado para toda a sociedade, que sempre foi mais injusta nos países latinos do que no resto da Europa. Isso, de certa forma, ficou no nosso inconsciente latino-americano. Concluindo, acredito que tudo é uma combinação de formação histórica, do timing do início do desenvolvimento, de que lado estava no imperialismo no passado, de cultura e até de religião. Bom, é um baita papo bom de bar!

      • Cleia
        19 julho 2016 at 7:44 pm

        Excelente discussão! Eduardo Henrique nao poderia ter escrito melhor, parabéns.

      • Fabiano Ribeiro
        1 agosto 2015 at 11:23 am

        Parabens pelo comentario Eduardo Henrique (abaixo)

        na realidade, pouquissimas pessoas tem a paciencia de escrever _ quando têm essa capacidade_ e de desenvolver a argumentaçao de forma mais aprofundada como você se propos a fazer no seu post
        Weber é alguem a ser lido e levado em consideraçao, claro.. um intelectual do porte dele! mas como você sabe há muitos outros .
        o que a autora do post, Ligia, descreve e da sua maneira desenvolve, é apenas uma LINHA , uma observaçao que consta em varias obras de economia ou sociologia ou etc

        Celso Furtado resume isso em ‘ O Brasil pos-milagre” quando aponta, no caso dos paises mais desenvolvidos, essa diferença menor entre os salarios dos ‘cadres’ e os empregos mais ‘simples’ , digamos assim,,,

        particularmente gosto do pensamento de MAX HORKHEIMER , grande pensador do sec XX!
        mas claro,,, o texto da Ligia é benvindo por trazer esse tipo de discussao para a rede POREM,,,é preciso ler um pouco gente! se ficarmos chutando ideias aqui e ali..nao adianta muita coisa

      • Murilo
        1 agosto 2015 at 12:33 pm

        Eduardão, pegando carona no iPhone americano, explica então o sucesso dos EUA, colônia, país jovem, donos do mundo já faz um tempo.

      • Geovane
        31 agosto 2015 at 12:03 pm

        Murilão, Já que você tem preguiça de pesquisar sobre o assunto eu resumo pra você…
        Os EUA nunca foram um país tão farto em recursos naturais e por isso não sofreu com a colonização inglesa como a Jamaica, Guiana, Índia, etc.
        “A riqueza da terra é a pobreza do homem”, visto isso os EUA desde o início foram uma COLÔNIA DE ASSENTAMENTO e tiveram liberdade da Inglaterra para desenvolver a sua manufatura (e posteriormente sua industria) e até para vender seus produtos para outros países. Liberdade que o Brasil não teve, pois não tinha mercado consumidor relevante, e havia muito o que ser explorado nessas terras, sem contar que as mercadorias inglesas já eram produzidas em larga escala e inundavam o mercado brasileiro com tarifas mais baixas, impossibilitado de vez qualquer chance de industrialização.
        E sobre o iphone, o mesmo poderia ter sido criado no Brasil, mas nesse caso não vingaria, pois a divisão internacional do trabalho já está estabelecida (nós [na verdade os donos das terras] vendemos commodities) e é extremamente difícil para um produto tecnológico Brasileiro competir com produtos de economias desenvolvidas, que pregam o liberalismo mas protegem os seus produtos com impostos altíssimos. Isso se o iphone brasileiro conseguisse sobreviver à concorrência estrangeira dentro do próprio país.
        Espero ter explicado resumidamente o sucesso dos EUA.

      • Drasuio Luiz de Camargo
        1 agosto 2015 at 8:14 am

        riquieza destes países é produzida pelo trabaho inteligente. A Alemanha nunca explorou a escravidão, isso é coisa de país atrasado, como o nosso. A riqueza da Alemanha vem do desenvolvimento científico e social. Os países aonde as pessoas que dominam pensam como você são sempre atrasados, essa é a realidade objetiva, concreta e histórica.

      • Cris
        1 agosto 2015 at 9:29 am

        Auschwitz

      • Juliana Mattsson
        1 agosto 2015 at 11:02 am

        Realmente a ligação é quase nula! Ouvia muito isso nas aulas de história e vejo como é mentira! A Suécia, país citado no texto era super pobre até o começo do século XIX. Milhares de suecos migraram pros eua em busca de uma vida melhor! A economia hoje é muito mais reflexo de como a sociedade se organizou! Um exemplo próximo a nós é Portugal e Espanha, foram grandes colonizadores na África e América Latina e hoje amargam uma economia ruim, ou seja, não adianta ter um passado explorador se a mentalidade continuar antiga!

      • 1 agosto 2015 at 11:37 am

        Africanos escravizados? Então pq o Brasil não é um país rico?

      • Gessiman Lopes
        3 agosto 2015 at 6:52 pm

        O Brasil é um país rico, só q essa riqueza está concentrada nas mãos de poucos.

      • elisabeth
        1 agosto 2015 at 12:29 pm

        Você deve estar falando dos holandeses, que colonizaram a Africa do Sul…..

      • Lisa liche
        2 agosto 2015 at 3:24 pm

        mas mesmo assim nao é por causa da colonialismo que eles hoje em dia estao ricoas ( Holanda na realidade se chama os paises baixos Como em portugues de Portugal, Holanda é um tipo de communa/ pequena estado na Holanda… mas outra historia). Ha muito que aconteceu depois do colonialismo, muito tempo passou vcs acham que alguns paises na Europa hoje em dia vivem do outro, diamante e grama que eles tiraram daquela epoca? Entao, pode ser que o Europeu sabe pouco do Brasil ou America latina, mas vcs entao nao sabem nada mais da histora Europeia. Respeita la pa.

      • Lisa liche
        2 agosto 2015 at 2:58 pm

        Epa… esta um pouco desiliusionado… ha muitos, e muuuitos paies na Europa que nao foram colonialistas, ou ha paises que ate foram mas numa escala mesmo pouca, tao pouca que hoje em dia nao tem mais nada ver. Nunca houvia da Noruega por ex onde o nivel de vida e bem melhor que o da alemanha,foram ricos de industria naval ( fora na epoca de colonialismo), e depois de setor de recursos hidricos e ao final o petrolio… depois havia mutios paises na Europa hoje em dia, que nao foram proprias durante a epoca de colonialismo mas sim foram submetido de conselho de outros paises que sim foi colonialistas. O Portugal foi o pais que mais robou assim que eles trazeram de volta para a sua patria, gastava apenas a grama e a riceza para si mesmo os donos, e depois soffreu muitissimo, o Portugal foi um das maiores colonialistas e ricas em Europa disto, e depois ficou um dos paises mais pobres. Entao vc senhor tem que ler um pouco antes de falar. xau

      • Lisa liche
        2 agosto 2015 at 3:18 pm

        E nao esquece que havia uma primeira e segunda guerra depois disto… que virou a Europa de cabexa para baixo… muito aconteceu e depois da segunda guerra a Europa era um espaco sem nada, com grande fuga etnica sim a “limpeza etnica” nao parou com o Auswich,mas continou ate que o muru caio junto com a Uniao sovietica e para uns paises ate durou esses problemas e mais economicas ates oas anos 90as e mais um pouco. E por favor gente, nao esquece que nao toda a Europa faz parte de Uniao Europeia…. eu morei no Brasil e sei Como para alguns Brasileiros sera differente pensar que ha tanta differenca entre paises , que tem o quantidade de pessoas e area Como alguns estados brasileiros, entao nao pode ver um pais, seja Alemanha, Suica, Suecia, Italia, Rumenia, Polonia, os Paises baixos ( que sim e o nome certo para o pais Holanda que nao existe so apenas Como uma parte do pais), etc… nao pode compartilhar. Ei morei em toda a escandinavia e para mim a Alemanha é um pais bem differente do que aqueles paises, de economia, sociedade e muitos mais. Nao genrelalize tudo que a Europa nao é um pais mas sim mutios paises com differentes Culturas e tudo. Respeita. Peace out.

      • Benvindo Bizzotto
        2 agosto 2015 at 7:29 pm

        Vejo todo mundo falando muito , mas não vi ninguém falndo como funciona, nesses paises, o camado poder Público, e a máfia dos Sindicatos, que aliás são vistos por mim como o câncer do século, essas duas facetas de um país que está sendo corroido , pelo ato de não trabalhar, e sim viver do suor dos que de fato trabalham, quero deixar bem claro sou patrão sou aposentado , tenho 61 anos estou na ativa trabalho diariamente das 7.30 da manhã as 20.30 , multipliquem esse horário por 30 dias vejam quantas horas resultam no final do mes e num período de um ano , o ano de meu automóvel é 2009 , o ano do automóvel de meus funcionáris é do ano de 2013, na verdade aqui no brasil se trabalha muito pouco, são muitos feriados, muita cerveja muita cachaça, muito lazer, muito funcionŕio público, sindicatos demais, e muitos doentes desacistidos, muitos pet Shop , muitos Gibis na mão do povo, e pouco trabalho sério.

      • Michelle
        3 agosto 2015 at 6:00 pm

        A Alemanha precisou trabalhar pra ter tudo que tem hoje. Não teve o mesmo privilégio da Espanha, Portugal e Inglaterra.

      • Gessiman Lopes
        3 agosto 2015 at 7:13 pm

        A Alemanha foi o cérebro da Europa, hoje é o motor. Muito conhecimentos e cérebros alemães foram adquiridos por russos e americanos q eles usaram pra criarem bombas nucleares e artefatos militares.

      • Eddie
        6 setembro 2015 at 7:04 pm

        Noruega, Bélgica, Suécia, Dinamarca, Alemanha, San Marino, Malta, Itália, Finlândia, Irlanda, Escóssia…me diga quais nações foram colonizadas por esses países.

      • Paula
        16 setembro 2015 at 3:10 pm

        Super concordo com vc! Eles foram os que mais mataram nas guerras,não venham cantar de galo!E brasileiro fora do país tem que perceber que a CULTURA/EDUCAÇão são completamente diferentes.

      • anabela
        12 novembro 2015 at 12:58 pm

        bingo falou tudo ,tem tanta gente falando de alemanha isso alemanha aquilo , esquece que alemanha matou tanta gente e criancas que nao e esse povo perfeito nem tao pouco de deus nossa o povo ignorante ganham uns euros e logo vao enterrando nos outros paises e pior detonando o seu pais so deus como dinheiro nao compra inteligencia nem carater prefiro nem comentar outras coisas mais se fosse tudo isso berlim tinha muito mais mao de obra pra tanto imigrante do que prostituicao e outas coisas mais enfim

      • Renan
        5 outubro 2015 at 1:52 pm

        A Alemanha é boa hj porque la no passado existiu sofrimento, provaram para o mundo que o sistema que hoje querem implantar em todos os países é uma merda (comunismo), nao tem nada a ver com exploração, alias o povo alemão sempre sofreu muito desde hitler ate muro de berlim, agora eles estao bem porque finalmente estao vivendo um capitalismo puro diferente de outro países.

      • leandro campos
        22 julho 2016 at 10:31 pm

        Porra, se tem q saber q esses países são milenares e o período da escravidão africana foi curto, em termos de História mundial. Os hebreus, gregos e outros povos ficaram muito mais tempo em cativeiro. Depois de ter perdido duas guerras e em menos de 50 anos ser uma potência mundial… Queria ver o Brasil fazer igual. Mas, concordo com a autora do texto, o fator cultural é mto importante para alavancar a sociedade.

    • Flávio
      Responder
      11 agosto 2015 at 8:13 pm

      O texto é sim realista mas parte de alguns preconceitos pontuais que, confesso, não tiram seu valor. Há sim uma disparidade imensa de salários num país tão desigual quanto o Brasil. Porém, o que seria um salário razoável para um padrão de vida europeu no Brasil? É verdade sim que é possível viver em alguns países europeus com uma renda mensal de mil euros, mas é uma falácia dizer que um profissional altamente gabaritado ganhe dois mil euros em média na Europa e o articulista sabe disso. Na minha profissão, por exemplo, os salários lá giram em torno de 3 mil euros no início de carreira e 8 mil no final. Em síntese, há sim uma disparidade imensa de comportamentos e salários no Brasil, mas muito mais comportamento. O europeu tem sim um comportamento de vida que eu diria frugal, bem diferente das classes abastadas do terceiro mundo. Há sim pouca disparidade de salários entre carreiras mais simples e outras complexas. Por outro lado, o estado do bem estar social entrega tanto ao administrado que o dinheiro literalmente rende, aqui não. E creia, a taxa de poupança lá é altíssima. Na Suécia, por exemplo, os juros estão abaixo de zero, porque o governo, sendo simplista, não quer ninguém guardando grana no colchão. Resumindo, a tese central do texto é excelente, mas deve ser lido com algumas reservas. Aliás, fiquei a pensar, fazendo parte do MP, como ela descobriu a empafia dos membros e servidores da instituição. O cara trabalha lá ou só não foi com a nossa cara porque, por uma convenção social pau no cu, precisamos usar ternos?

    • Cornélia Mūller
      Responder
      13 fevereiro 2016 at 9:14 pm

      Amei ler tudo isto!!! Gente culta. Quando forem se encontrar num bar ou café, não se esqueçam de me convidar. Abraço

  2. 24 setembro 2012 at 6:08 pm

    Que lindo texto, Lígia.
    Que bom saber que é assim em algum lugar no mundo.

    Como você sabe, dou cursos de “Administração de Escritórios de Arquitetura e Engenharia” e também sobre “Gestão de Carreira para Arquitetos e Engenheiros”. Algumas vezes percebo uma certa perplexidade quando estabeleço para a turma a minha definição do que seja um profissional bem sucedido, ou seja aquele que consegue, com o seu trabalho…

    a) Pagar bons salários aos seus funcionários e garantir-lhes todos os benefícios de um bom emprego;

    b) Manter seu escritório funcionando normalmente (aluguel, água, luz, telefone, internet, material de escritório, limpeza, manutenção…);

    c) Pagar seus impostos em dia;

    d) Manter atualizados seus principais equipamentos de trabalho (computadores, softwares, equipamentos de medição);

    e) Investir permanentemente em atualizações profissional (assinatura de revistas técnicas, participação em palestras, cursos e congressos, visitas às feiras e outras viagens de estudo);

    f) Ter uma renda pessoal com a qual possa ter um bom automóvel, uma casa confortável, educação de qualidade para seus filhos, assinar um bom jornal, ter TV por assinatura, viajar nos feriados e nas férias…

    Pra mim, Lígia, isto é o máximo! Considero isso aí um sucesso!

    Pois acredite. Muita gente torce o nariz para isso. Acham que eu estou pensando pequeno demais. Dizem que, não tenho a ambição necessária aos empreendedores…

    Triste, isso.

    • ligiafascioni
      Responder
      25 setembro 2012 at 11:12 am

      É que o sucesso, para algumas pessoas, é medido pela capacidade de comprar um Camaro amarelo. Depois a gente é que pensa pequeno…ehehehehe

      Beijos!

      • Marcos Leao Bernardoni
        31 julho 2015 at 8:22 am

        Bom dia !
        De fato, possuir um veículo ou mais já na me encanta os olhos. Assim que estiver residindo em um local onde o transporte público for melhor, optarei por não possuir veículo. Da muito trabalho. Prefiro preencher o tempo com outras coisas.

    • Marli Jung
      Responder
      29 julho 2015 at 8:19 pm

      Realmente, a nossa realidade é bem outra, não temos nem como comparar as situações: andar de “bonde” na Suiça, na Alemanha etc.,é uma questão indiscutível: começando pela qualidade desse veículo de transporte. É muito limpo e pontual. ´Não vamos esquecer a “distância” entre a cultura nossa e a de lá.

    • Eden Albuquerque
      Responder
      30 julho 2015 at 3:04 pm

      Lígia estou c VC e não abro. Concordo plenamente.

  3. Daniela
    Responder
    24 setembro 2012 at 10:26 pm

    Oi Ligia! Amei o texto!

    Eu tb fiquei um tempo na Alemanha e tive a mesma impressão. Confesso que fiquei meio revoltada qdo voltei ao Brasil e vi essa realidade de pessoas cheias de manias de status e pedantismos em não fazer isso ou aquilo por achar que seria pobreza. Sempre penso que temos muito de aprender com os alemães nesse sentido.

  4. Gustavo
    Responder
    25 setembro 2012 at 4:03 am

    pois é, diferença cultural e de educação mesmo.

    Mas Lígia, vc acha que nos EUA por exemplo, onde se pagam pessoas p/ passear com cachorros (e lá é um país de 1º mundo) tem a ver com o fato de no passado também ter existido regime escravocrata? (aliás, qual palavra soa melhor aos seus ouvidos: escravocrata ou escravagista? hehehe)

    Concluindo, queria saber a média de preço para um almoço (sem luxos, para o dia-a-dia mesmo) em Berlin…mas tem uma coisa: nada de comida alemã, sem batatas ou würst! Comida italiana é fácil de achar?

    • ligiafascioni
      Responder
      25 setembro 2012 at 11:11 am

      Oi, Gustavo!

      Os Estados Unidos são a praga do mundo em termos de consumo; não é à toa que estão afundados em dívidas – compram mais do que podem, gastam e desperdiçam demais. São como crianças ricas mimadas: não conseguem controlar o que comem nem o que compram. Um problema para o mundo (que o Brasil imita com gosto). Sim, talvez tenha algo a ver com o passado escravocrata ou escravagista (talvez essas palavras tenham significados diferentes, mas agora não dá tempo de pesquisar…ehehe).

      Sobre o almoço, se você sentar num restaurante simples e pedir o prato do dia por menos de 8 Euros. Mas pode comer um pedaço de pizza ou uma massa por 3–5 Euros (sem bebida). Como referência: um menu no McDonalds com McChicken sai por 6 Euros (há promoções, mas esse é o preço normal).

      • Carlos
        1 agosto 2015 at 9:43 pm

        Quando comecei a ler esta bela composição, achei primeiramente que se tratasse destas divagações de pensamentos rico/pobre, espirito/material etc… e aos poucos voce entrou no assunto cerne que era como se vivia na Alemanha. Conforme avançava a leitura do texto, fui notando particularidades que me eram muito familiares isso pra não dizer que retratava com exatidão o que vivencio. Tenho vizinhos, tanto médicos, como trabalhadores braçais, gente com alto nível de estudos como aquele apenas com o ginásio e, gente rica e gente pobre no meu bairro.

        Aqui vai algumas das “coincidências” que encontrei:

        1 -Temos carros compactos que correm a baixa velocidades dentro da cidade principalmente dentro de bairros, não há a cultura de “ultrapassar”.

        2 -As pessoas levam marmitas para escola trabalho e até pra seminários, todos lavam a própria roupa, arrumam a sua própria casa e, frequentemente limpam o seu lugar de trabalho, e estudos.

        3 – A maioria das pessoas vão a casas especializadas pra comprar móveis que eles mesmo vão montar e eles mesmo transportam.

        4 – Ninguém liga se o vizinho tem uma Ferrari ou um Lexus. Se voce pensa que ter um carrão vai impressionar alguém está enganado!

        5 – A diferença salarial entre um “peão” terceirizado e o seu chefe n-graus acima não é mais do que o dobro quando não houver inversão de salário já que o “chefe” tem em geral uma estabilidade que o terceirizado não tem mas em “descompensação” tem um salário que dependendo do tempo de casa pode ser inferior ao do subordinado.

        6 – Segurança: uma moça, uma criança pode voltar da escola tarde , já escuro sem problemas de serem sequestradas ou assaltadas. Quando o entregador de encomendas não encontra o destinatário na casa, eles deixam um bilhetinho perguntando quando podem voltar. Só não deixam com os vizinhos como na Alemanha.

        Este país foi devastado e, começou do nada. Apenas uma obstinação cultural para “fabricar” coisas os levou a esta posição de terceira economia do mundo. Aliás a Alemanha é a maior referencia para este povo. Eles acham que o povo que mais se identifica com eles é a Alemanha não só como cultura com ética com a coisa pública. Tanto que vêem a Grécia, Espanha, Portugal com um certo puxador de tapete da Europa.

        Eu moro no Japão.

      • LB
        3 agosto 2015 at 8:27 pm

        Comentário feio este, Lívia. Os americanos usam serviços como dog walker e comem comidas prontas e rápidas devido à falta de tempo com cargas horárias cada vez mais pesadas no emprego. São ricos porque são trabalhadores e inovadores, e esta riqueza teve um papel principal em reerguer a Alemanha e a Europa após a Segunda Guerra — não somente a capacidade dos alemães se organizer. Foi o Plano Marshall. E até hoje, é o poder bélica dos EUA que permite que a Europa pode tomar atitudes anti-guerra e investir em programas sociais ao invés de armamento, pois a Europe vive debaixo da guarda-chuva de proteção da OTAN. Dizer que os “mimados”, que também limpam as próprias privadas e reformam as próprias casas, não sabem se controlar é tão preconceituoso e injusto com a maioria dos americanos que dizer que todo brasileiro é um vagabundo corrupto. Quanto à praga de consumismo que você fala, sem esta “praga”, a economia mundial entra em colapso. Dúvida? Vide a crise de 2008. E isso foi somente quando o mercado imobiliário americano foi mal. Eu até gostei do seu texto, mas me nego a compartilhar tamanho preconceito.

  5. Luciana Bergamo Lima
    Responder
    25 setembro 2012 at 4:29 pm

    Oi Lígia, tudo bem??

    Acompanho seu blog há algum tempo. Acho muito interessante e respeito muito seu trabalho. Porém neste post acho que vc cometeu um erro comum de quem está no exterior. O Brasil passa a ser a referência do negativo. Tudo no outro lugar é melhor.
    Desculpe-me, mas esse sonho de importar para o Brasil esse modelo europeu de civilização é, para mim, como adotar a mesma atitude que seu vizinho funcionário público tem: empáfia.
    Acredite, não precisamos nos transformar nesses alemães de olhar desconfiado que encontro todo dia no metrô de Berlin. Podemos, sim, recusar o “jeitinho” brasileiro que significa corrupção e desrespeito e para mim isso já está acontecendo lá no nosso Brasil.
    E um detalhe: hoje estava um trânsito horrível na região da Postdamer Platz. Por alguns segundos pensei que estivesse em São Paulo… até uma alemã me olhar com cara feia!!!

    Parabéns pelo blog!!

    • ligiafascioni
      Responder
      25 setembro 2012 at 4:57 pm

      Oi, Luciana!

      Obrigada pelo alerta! Sim, concordo com você; é muito perigoso fazer comparações rasteiras como essas, mas é que algumas coisas são muito gritantes. Talvez eu tenha sido afetada porque soube de vários amigos assaltados na semana passada e estou acompanhando a confusão das eleições. De longe, talvez pareça pior do que é, sei lá. Realmente os alemães têm muitos problemas e a história deles é muito diferente da nossa. Boa ideia: vou fazer uma lista de coisas em que somos melhores do que eles, para contrabalançar.
      Obrigada pelo feedback!!!

      • 1 outubro 2012 at 4:40 pm

        Concordo totalmente! Já escrevi algumas vezes sobre esse tema, e seu texto retratou direitinho o que penso!

      • Marianne Ayres Denk
        30 julho 2015 at 3:15 pm

        Parabéns Ligia pelo post! Ainda não conhecia seu blog… vou ler mais! Alguém publicou no Face a acabei caindo aqui! Adorei seu post e concordo em numero gênero e grau em relação esse assunto. Nasci na Austria e morei até aos 18 anos em Munique, hoje moro em Vitória-ES e sempre me deparo com essas enormes diferenças.
        Mas adorei o comentário da Luciana aqui em cima pois muitas vezes começamos a ver só o lado negativo e esquecer do positivo. Adorei a ideia de escrever um post sobre o que temos de bom no Brasil!
        Apesar de todos os problemas que temos aqui (diferenças, de pobre e ricos, corrupção, assaltos, falta de transporte publico digno, saúde e educação para todos… e etc) ainda é um pais de pessoas alegres, que se viram, com calor humano e etc. Da ultima vez que estive na Alemanha estava muito ansiosa pois tinha um tempo que não ia e estava alegre de rever meus amigos de infância… por isso assim que desembarquei (enquanto esperava a minha mala chegar) fui correndo para a porta ver se via minhas amigas que ficaram de me buscar. Como não via ng, eu ia e voltava da esteira para ver se tinham chegado. na terceira vez que cheguei perto da porta (daquelas que abrem ao chegar perto) o segurança gritou em bom tom comigo: decide se quer entrar ou sair mas não atrapalhe o fluxo (sendo q não tinha ng saindo)… ai eu pensei assim: Bem vindo a Alemanha… afff

      • Dulce Moreira
        30 julho 2015 at 6:09 pm

        Adorei o seu comentário.Exatamente o que sinto qdo vou visitar a minha filha.Alegria, calor humano, o sol brilhando… e no nosso Brasil, que com todos os problemas , é o meu país e me orgulho de ser brasileira!

      • 1 agosto 2015 at 3:52 pm

        A impaciência do segurança é porque lá todos têm que fazer sua parte e se fiscalizam para que tudo funcione. Essa fiscalização é chamada lá de cidadania. Aqui chamam de deduragem, inclusive eu. Quanto a preferir um lugar ou outro, depende do que for importante pra você. Se for respeito, igualdade social, etc, é lá (vi uma senhora dizer no Fantástico que mora nas geleiras do Canadá, porque lá ela é respeitada). Se for calor humano, descontração, leveza, sol, etc, é aqui (vi no Jornal Nacional um inglês dizer que mora aqui porque na Inglaterra ninguém chama para tomar um cafezinho em casa). Problema grave mesmo aqui é a violência, a que todos estamos sujeitos, exceto os ricos enclausurados em condomínios. A empáfia dos funcionários públicos que se acham deuses em vez de “servidores” da população e ganham 20 a 30 vezes o que a gente ganha, pagos com dinheiro público (com as devidas exceções), dá para engolir para ter a leveza e calor humano. Quanto ao motivo da igualdade e sucesso lá, concordo que EUA e Austrália foram colônias e se desenvolveram (para a Austrália a Inglaterra mandava só presidiários), e Portugal nos colonizou e se não fosse a União Europeia nada seria. E concordo que não foram investimentos o fator determinante para reerguer a Alemanha após duas destruições. Foi o trabalho

      • vilma kelmer
        30 julho 2015 at 8:28 pm

        Entendo essa pensamento de termos pessoas fazendo trabalhos para o outro, como lavar seu carro, limpar sua casa, etc., o que vejo e a necessidade, eu limpo minha casa, lavo meu carro, cuido dos meus animais, curto isso, mas as vezes pago para fazerem para mim por saber que essas pessoas nao tem empregos e nao tem como tirar seu sustento, pago por isso com o major respeito. Talvez deja minha descendencia alema. A fragmentar as tarefas e a forma que uma sociedade desigual a sobrevivencia. Paises ricos sugam os paises ignorantes nao pobres, como o Brasil e outro.

    • Rafnav
      Responder
      29 julho 2015 at 6:56 pm

      Fazia tempo que não lia algo com tanto sentido como o seu comentário, Luciana. Eu também vivo na Alemanha e já estou de super saco cheio desses mil posts que andam aparecendo das pessoas sempre bipolarizando tudo e dizendo que tudo pelo Brasil é ruim e o correto é fazer como aqui (ou outro país desenvolvido). Viemos sim de uma sociedade escravocrata, faz parte de nosso passado (e vale lembrar que não tão longínquo).. e temos sim resquícios. Não só exclusivos do Brasil, mas muitos dos problemas são comuns em sociedades com grande gap social.
      Eu curto mais comentários construtivos que só essas comparações branco e preto, que muitas vezes se nota bastante enviesado. Primeiro que não dá para pintar o mundo de rosa pela Alemanha também. Isso de um diretor de empresa não ganhar muito mais… não é bem verdade. Conheço gerente de departamentos ganhando mais de 12 mil euros ao mes… Imagine o diretor da empresa! E medicos também podem ganhar muuito bem! Claro, proporcionalmente é fato que as diferenças são menores que no Brasil, mas que fatos sejam ditos e não suposições.
      Aqui em Munique o transporte público é ótimo, sem dúvidas. Mesmo assim na hora do Rush há bastante trânsito! As vezes levo 50 min pro trabalho, quando sem trânsito seriam uns 15 min (no meu caso o ônibus é melhor que o metrô por eu não ter que fazer trocas.. e também às vezes vou de carro). Encontrar vaga para estacionar na rua pode ser um drama à noite, porque as ruas já estão cheias de carros estacionados. E existe sim certa ostentação material aqui.. não noto muito nas classes mais simples e até média (coisa que no braisl você realmente vê muito a classe média tentando ostentar mais do que pode, na minha opiniao..). Mas quando você começa a ter contato com os de classe mais alta… ah… é muita coisa de marca, muitos carrões e restaurantes caros. Existem mil bazares de roupas e bolsas de marca pros que não podem comprar novas saírem desfilando com suas Louis Viutton por aí…
      O que acho que no Brasil falta muito é a classe média desenvolver um estilo de vida mais saudável para seu próprio padrão financeiro… fazer mais sim suas próprias coisas, criar menos dívidas e etc.. e também falta mais oferta para a classe média. Se você quer comprar roupas, se vai ao centro da cidade.. às vezes a qualidade não é tão bacana embora se encontra melhor preço.. se vai ao shopping pode ter muita boa qualidade mas a um preço muito elevado. Acho que nosso país não está baseado na classe média e ela ainda precisa se fortalecer e encontrar mais seu espaço.

      • Mariana
        1 agosto 2015 at 10:26 am

        Rafnav, estou contigo. Finalmente um comentário contestando essa história. Também acho que a exploração do homem pelo homem deve ser criticada e combatida, mas por que esse “vicio” de apresentar o problema como se ele só existisse no Brasil? E por que esse hábito de comparar nosso país a outros, sempre colocando uma lente de aumento nos problemas daqui e apresentando os demais países como se lá tudo fosse superior? Ao meu ver, esse texto é bem depreciativo. Veja esse trecho, por exemplo: “No Brasil (…), todo mundo quer ter alguém para mandar (e, de preferência, humilhar e maltratar, para mostrar quem é que manda.”. É assim que ela enxerga o próprio povo? E será que isso realmente é exclusividade do brasileiro? Na Alemanha, que ela tanto coloca como exemplo, vi pessoas se submetendo a empregos de 2 euros a hora. Uma faxineira não costuma ganhar mais do que 7,50 euros por hora – quando ganha 10 euros, considera-se sortuda. Nos Imbisses (barraquinhas de lanche nas estações de metrô, nas ruas, etc), os funcionários ganham mais ou menos isso, muitas vezes trabalhando em turnos de madrugada (inclusive nos meses de inverno), sem nenhum benefício. Professores particulares qualificados ganham em torno de 12 a 15 euros por hora. Cheguei a trabalhar em um evento servindo mesas e ajudando na cozinha, como um “bico”. A dona da festa, que era minha amiga, ofereceu 20 euros por hora (realmente, valor de amizade; costuma-se pagar bem menos). O valor foi contestado pela chef e pelo próprio marido dela, que achavam um pagamento “alto demais” para quem passaria a noite fazendo todo o trabalho de percorrer inúmeras mesas carregando bandejas, colocando alimentos nos pratos e levando enormes sacos de lixo escada abaixo. E quem trabalha em banheiros de locais públicos? Nem pergunto o salário… Isso é sociedade igualitária? Então, só os brasileiros se dão ao luxo de depreciar o trabalho alheio e explorar as pessoas? Foi isso que me incomodou no texto. Aliás, é isso que me incomoda quando começam a falar mal do Brasil e idealizar o exterior.

  6. 25 setembro 2012 at 7:21 pm

    Lígia, concordo totalmente com você. Até que os EUA são um péssimo exemplo – apesar de morar aqui. Esse consumismo desenfreado é um horror, de qualquer forma que se encare. Todo mundo deve tudo, não é dono da casa nem do carro! O banco é que é dono, mas eles enchem a boca prá falar quanto valem. O problema não é tanto comprar quanto comprar em excesso coisas descartáveis. Em vez de uma bolsa de qualidade que dure anos várias mais baratas que preenchem algum vazio existencial que as pessoas tem. Pois aqui não tem esse imenso problema dos “hoarders”, pessoas que vivem afundadas em um mar de coisas? É uma loucura. Também concordo com nossa herança escravagista no Brasil. Depois de morar fora não consigo mais olhar empregada com o mesmo olhar. Não gosto do ranço escravocrata, da idéia delas dormirem naqueles quartinhos, usarem elevador diferente (!!!).
    Prá mim empregada doméstica é a luta de classes dentro de casa, e não de uma maneira progressista…mas sim ditatorial. Bom post, parabéns.

    • ligiafascioni
      Responder
      26 setembro 2012 at 12:03 pm

      Pois é, no Brasil tenho a Vâni, uma amiga querida que cuida da minha casa. Mas ela conta umas histórias de alguns clientes que só falta o tronco mesmo…
      Beijocas 🙂

      • Rosemeire
        30 julho 2015 at 9:40 am

        Ligia, se vc mora na Alemanha pq mantém uma amiga querida para limpar sua casa aqui no Brasil? Eu morei por 5 anos na Alemanha e cuidava da minha casa lá, assim como cuidava e cuido aqui, e quando voltei, fui eu mesma que cuidei da mudança ai e aqui . Como sempre falo, o Brasil somos nós e adoramos criticar a postura dos brasileiros sem achar que fazemos parte deles.

      • ligiafascioni
        30 julho 2015 at 4:49 pm

        Oi, Rosemeire!
        Justamente porque é uma amiga querida que hoje ajuda a minha mãe indo uma vez por semana na casa dela (não tenho mais casa no Brasil). A moça está há 15 anos se tratando de um câncer no cérebro e eu não podia simplesmente abandoná-la. Obviamente aqui em Berlim, eu mesma lavo meu banheiro, faço faxina, supermercado e tudo mais. Sou especialista em pintar paredes e montar armários, gavetas e portas de móveis da IKEA também, caso precise…rsrs

  7. 3 outubro 2012 at 4:51 pm

    Concordo com o texto, mas não com a forma de se retratar o servidor público aqui.
    Infelizmente há servidores que atendem a esse estereótipo, mas provavelmente estão em cargos específicos, como o que você citou.
    O Brasil tem quase 10 milhões de servidores, não é justo termos essa visão negativa por causa de alguns poucos.
    Um exemplo é o tribunal onde trabalho. Somos 8 mil pessoas, ninguém é rico. Agora, se levar em consideração os juizes e alguns beneficiados por supersalários, aí sim muda de figura.
    Vamos ser mais realistas e menos preconceituosos. Se quiser ser rico, vai fazer qualquer coisa menos serviço público.

    • ligiafascioni
      Responder
      3 outubro 2012 at 5:13 pm

      Oi, Marco!
      Você tem toda razão; é claro que a maioria dos servidores públicos não é rico, senão o país estaria numa situação insustentável. Lamento mesmo, pois achei que tivesse deixado claro que estou falando apenas desses marajás que aparecem todo dia na mídia com contracheques indecentes (inclusive dei exemplos específicos, para ninguém ficar na dúvida).

      Quando falo dos servidores públicos que usei como exemplo no texto, estou falando do motorista do senado que ganha R$ 18 mil, do vereador que ganha R$ 25 mil, dos senadores aposentados, dos desembargadores, juízes, enfim, desse povo que você já conhece melhor do que eu. Óbvio que não estou falando da grande maioria que tem que fazer a máquina rodar; não faria nenhum sentido atacar todos os servidores como se todos ganhassem fortunas; seria subestimar a inteligência do leitor.

      Estou contando que quem me lê aqui é esclarecido como você e sabe discernir uma coisa da outra, por isso não me preocupei muito.
      Mas me perdoe se não ficou suficientemente claro…

      Abraços e sucesso!

      • 12 outubro 2012 at 10:36 am

        Suspeito que os alemães são o povo mais interessante do mundo. Isso de que Brasil é um país lindo é coisa obviamente de brasileiro que não tem uma visão global. Os franceses também têm uma sociedade muito bacana, justa (dentro do possível). Estávamos engatinhando, agora o Brasil já conseguiu dar um passinho.

        Minha única preocupação é que foi criado um estereótipo sobre algumas classes que é perigoso. E isso independe do público. Digo isso porque todos que me conhecem, ao saber que moro em Brasília e sou servidor público, automaticamente me consideram rico. Já me sugeriram até para andar sem o crachá na rua. Estou falando da classe média-alta, teoricamente esclarecidos.

        O caso do juiz é emblemático. Principalmente um juiz criminal, não pode se misturar com a população. Talvez pareça arrogância, mas é pura proteção. Os números de agressão a eles não são divulgados.

        A nova geração está muito mais próxima da realidade. Essa casta superiora do serviço público está se aposentando (com salários altíssimos), mas está acabando. Eles criaram essa aura de riqueza, não nós, os novatos.

      • ligiafascioni
        13 outubro 2012 at 7:07 am

        Oi, Marco!
        Entendo o que você diz e que a classe toda sofre por causa de uma minoria. Mas olha, todo dia vejo concursos públicos oferecendo mais de R$ 15 mil de salário e uma procissão de jovens correndo atrás deles (se fosse tão ruim, os concursos não seriam tão disputados, né?).

        Olha, posso estar desatualizada, mas acho que você precisa ser um diretor ou alguém com muita responsabilidade numa empresa privada para conseguir ganhar perto disso. E, mesmo assim, não com carteira assinada (a pessoa geralmente trabalha como pessoa jurídica e não tem nenhum benefício trabalhista, como férias, por exemplo).

        Penso que há uma distorção bem grande aí que precisa ser estudada; mas não se preocupe, entendo o que você falou. Isso não representa a maioria…

        Abraços e sucesso!!

    • 1 agosto 2015 at 4:04 pm

      Conheço muitos servidores públicos do TRT e sou amigo de muitos. Todos “servem” de fato a população e trabalham muiiiiito. Mas tirando o TRT, de longe o que melhor “serve”, e a Justiça Federal, temos que admitir que no meio público restante os que trabalham muito não são maioria. Mas tem gente boa também. Quanto a ficar rico, seria obsceno enriquecer-se com salário público, se bem que dependendo do conceito de “rico”, muitos enriquecem. Acho que o que a comentarista quis dizer é a “desproporção” entre as rendas. Voltando a falar de “rico”, já tanta sentença de juiz que ganha R$ 30 mil por mês ou mais, baixando uma condenação de dano moral de R$ 10 mil para R$ 5 mil, por considerar enriquecimento imotivado. Quer dizer, a função pública justifica qualquer salário “mensal”, e o recebimento uma única vez de R$ 10 mil reais com base no dano sofrido, mas sem trabalho, é injustificável.

  8. vanessa
    Responder
    8 outubro 2012 at 3:43 pm

    Adorei o texto Lígia, faço do seu blog como uma vivência cultural, parabéns!!!

    Estou com uma curiosidade sobre o assunto: como estamos falando de trabalho, comportamento e distribuição de renda, gostaria de saber qual é a carga horária de trabalho padrão na Alemanha?

    Se puder me responder ficarei muito feliz, pois estou conhecendo a Alemanha através de você.
    bjs.

    • ligiafascioni
      Responder
      8 outubro 2012 at 4:13 pm

      Oi, Vanessa!
      Que bom que você também está gostando (eu estou adorando!).
      A carga horária aqui é de 40 horas semanais e tem muitas empresas que fazem apenas 1 hora de almoço para enforcar a tarde de sexta (eles não almoçam mesmo, só comem um lanche que trazem de casa).
      Acho que vale 🙂

      • vanessa
        10 outubro 2012 at 7:58 pm

        Obrigada Lígia, tenho muitas curiosidades sobre o país, como trabalhei algum tempo com gestão organizacional queria saber como era aí valei a obs da sexta.
        bjs

  9. 22 outubro 2012 at 10:19 pm

    Oi Lígia,

    Eu sou o sociólogo que escreveu sobre a desigualdade em Curitiba, acerca do que você disse “concordar plenamente” em meu blog. Obrigado pelos comentários e pelo incentivo. Quanto ao seu artigo “Vida de rico”, o mesmo transpira um ar sociológico embora tenha se desculpado, em seus comentários anteriores, por não ser socióloga.

    Mas, eu entendo o que quer dizer. Não é preciso ser rico para viver vida de rico. Os aristocratas chamam a isso ‘Nobreza”, mas não são compreendidos porque, além de economicamente ricos, são poderosos. Pode-se viver uma vida de rico quando a sociedade em que se está é ela mesma rica, ainda que cada um dentro dela não o seja tanto. Uma sociedade rica em que os ricos não são muito mais ricos do que os demais é uma sociedade isonômica, para não dizer igualitária. A igualdade é um princípio de vida difícil de conquistar porque a liberdade, em um absurdo sentido, a exclui.

    Lendo o seu texto entendi porque você gostou do meu. Sinta-se elogiada.

    Muito obrigado!

    • ligiafascioni
      Responder
      23 outubro 2012 at 11:44 am

      Oi, José Renato!
      Puxa, sinto-me realmente elogiada (e honradíssima). Vindo de um sociólogo, o feedback vale muito mais!
      Abraços e obrigada 🙂

  10. Leonardo
    Responder
    27 julho 2015 at 7:01 pm

    Uma das coisas que me chocou em Berlim foi a qualidade do transporte público e o ponto mais curioso foi como eles recolhem o ticket. Tem um totem e quem for usar o transporte vai lá, valida e entra no metro. Sem catracas, sem filas.

    Quando estava por ai num hostel parei para conversar com um casal de brasileiros, claramente com algum dinheiro, que em certo ponto da conversa comentaram orgulhosos por terem passado os dois juntos nas catracas do metro de Paris e andado sem pagar nenhum dia em Berlim. É triste, mas a mentalidade de tirar vantagem encima de tudo está muito impregnada no povo do nosso país e isso é um obstáculo e tanto para uma nação que pretende se tornar mais humana.

    • Risa
      Responder
      31 julho 2015 at 7:16 am

      Oi Leonardo, gostei do seu comentário, por nao dirigir eu utilizo bastante o transporte publico alemao, e 99% das vezes nao sou controlada(caso haja controle e vc nao tenha o ticket válido e se recuse a pagar a multa é de 40 euros acompanhado de um boletim policial, é bastante vergonhoso , já vi algumas reportagens aqui), mas andar sem pagar nunca passou pela minha cabeca, sabemos que há custos de tudo, funcionarios, energia, combustível, andar nestes transportes Sem pagar mesmo que o risco de ser abordado seja minimo é ser desonesto, eu sinto muito quando vejo um brasileiro querendo ter vantagem em tudo é extremamente desonesto, eu acho que isso tem muito a ver com caráter e criacao familiar, felizmente nem todos brasileiros sao iguais, espero que um dia a parte desonesta caia na real que isso é feio, pois quem nao é fiel no pouco nao pode ser fiel no muito e sao essas pessoas que mais julgam ladroes etc…se sentindo superiores, que merda!
      Sobre o texto em questao que nos atrairam aqui no blog, gostei bastante mesmo, e desde que chegue à Alemanha fiquei sim impressionada com tudo isso, existem questoes que nao me Sinto apta e bastante informada pra me expor, mas depois de 13 anos vivendo na Aleamnha, acho que existem sim pontos bastante negativos por aqui, e o povo tem sim o nariz em pé, e existe sim uma certa diferenca de classes sociais, ninguém enxerga aqui que uma diarista seja tao importante como bancário por exemplo, meu marido tem um tio juiz e suas duas filhas estao indo no mesmo caminho e se exaltam sim perante os outros que nao fizeram uma escola tao superior como elas, falam o tempo inteiro sobre suas facetas se sentindo superiores ao resto da familia, se pudessem ganhar tanto como os brasileiros ganham, imagine como nao tratariam uma diarista?
      Meu marido tbm sempre reclama de chefes arrogantes e exploradores…acho que os alemaes necessitam sim terem um estilo de vida mais simples, senao pisariam sim no resto do mundo, pode nao ser uma regra mas depois de treze anos percebi que eles nao sao tao simples assim, além de serem mal humorados mesmo, as vezes nem a chegada do sol lhes tiram um sorriso, essa coisa de regras 24 Horas enlouquece qualquer um, eles nao sao nem um pouco espontâneos, e seus planos precisam ocorrer perfeitamente pra que eles sintam que está tudo bem, sao extremamentes rigidos consigo mesmos.
      Quanto ao ponto de que o sistema escravagista no Brasil existir concordo 100% ,chorei de alegria ao saber que agora é exigido por lei o registro e direitos de empregados domésticos, eu acho que aos poucos talvez ainda 500 anos quem sabe cheguemos lá, nao esquecendo que o Brasil é um bebê engatinhando em comparacao aos idosos países europeus…e nao passamos por toda essa luta e experiência que eles passaram pra atingir o teor de sabedoria que possuem hoje pra dirigir seus países, mas ao mesmo tempo eu continuo na tecla de que os governantes sozinhos nao sao ninguém, o povo precisa lutar e ser exemplo também em especial na questao honestidade em seus minimos detalhes, eu nao creio que é necessário ter dinheiro pra se educar o saber é pessoal, temos exemplos de gênios que adquiriram conhecimentos por terem sedes deles e irem à luta sozinhos, óbvio que pra mudar o governo é necessário educar o povo, mas nao se pode obrigagar ninguém a ser educado, à prova disso é que vivendo aqui conheco alemaes com mentalidades tao pequenas e retrogadas que me assustam mesmo tendo as fontes educacionais aos seus pés!
      Eu tenho esperanca de um Brasil melhor, e eu creio nisso, mas que nosso povo se eduque de maneira sábia e que ainda possamos quem saber virar exemplo para o mundo, pois temos um povo com qualidades especiais, um povo que sorrir apesar das dificuldades, que nao perdem a esperanca mesmo passando fome, que oferece o pao a quem precisa, que abraca transmitindo toda a energia do mundo e calor humano, nao esses europeus que teem tudo materialmente e estao sempre fechados e emburrados, além do egoísmo ser seu ponto focal.
      Me perdoe se fugir um pouco do contexto, mas enfim queria expor de alguma maneira algo positivo sobre nós!

  11. mônica
    Responder
    27 julho 2015 at 8:53 pm

    Linda , seu texto honesto e claro é um presente nessa segunda-feira, amei- obrigada

  12. Nathália
    Responder
    28 julho 2015 at 4:25 pm

    Concordo que o Brasil abarca uma classe média que a Europa não tem e, junto com ela, uma futilidade imensa. Os Europeus são mais práticos. Contudo, vale lembrar que a diferença gritante entre a Alemanha (e o restante da Europa) não está somente no modo de vida, mas principalmente nas circunstâncias e fatos de que resultaram as sociedades distintas que vemos hoje. O Brasil foi colônia enquanto a Europa colonizadora. A base da Europa foi construída através da exploração. Enquanto se inaugurava o sistema metroviário de Londres, o Brasil havia acabava de conquistar sua independência. Fora o abismo temporal e geográfico- porque o Brasil é muito maior do que qualquer país europeu, o que dificulta as coisas -, vale ressaltar a influência (péssima) dos EUA sobre nós, como você mesmo comentou acima. Assim, a sociedade brasileira precisa evoluir sim, mas é complexo criticar como se o Brasil em que vivemos hoje fosse um resultado da “classe média ostentadora”. A Europa no Brasil só vai acontecer com reforma política e, após isso, uma natural reforma cultural.

  13. Flavia
    Responder
    28 julho 2015 at 10:21 pm

    Oi Lígia, adorei o seu texto e as suas colocações!!
    Fiquei curiosa – você sabe me dizer ou dar uma ideia de quanto ganha uma pessoa mais humilde na Alemanha, por exemplo um caixa de supermercado? E uma pessoa considerada rica? E o trabalhador médio? Beijos e parabéns pelo blog!

    • ligiafascioni
      Responder
      29 julho 2015 at 4:43 am

      Oi, Flavia! Não sei exatamente, mas um caixa de supermercado deve ganhar por volta de € 1 mil. Um trabalhador médio, uns € 2 mil; um engenheiro bem qualificado, de € 3 mil até uns € 5 a 6 mil (cargo de direção). Uma pessoa rica não ganha salário, provavelmente tem seu próprio negócio; mas os impostos sobre o lucro são altíssimos (ideia é incentivar a pessoa a reinvestir na empresa em vez de gastar o dinheiro). São apenas estimativas aproximadas, ok?

  14. 28 julho 2015 at 10:25 pm

    eu concordo em gênero, número e grau, mas por ter uma mãe funcionária pública e honesta, que trabalha horrores e não rouba e esnoba ninguém, acho pesado generalizar.

    Beijo

    • ligiafascioni
      Responder
      29 julho 2015 at 4:28 pm

      Clarah, se você ler com mais atenção, verá que não generalizei. Falei de funcionários públicos que ganham mais de 30 vezes o que um trabalhador comum ganha, tipo um motorista da Câmara dos Deputados, que ganha R$ 25 mil, ou fiscais da recita que ganham R$ 30 mil. Penso que não deve ser o caso da sua mãe, mas se for, vamos combinar que há uma distorção no sistema, por mais honesto que o trabalho seja.

  15. Clarice
    Responder
    28 julho 2015 at 10:31 pm

    Pois bem, no Brasil o povo enche a boca para falar da Europa “porque na Europa isso”, “na Suécia aquilo”, “na Europa é assim”, “porque lá é assado”. Queria ver essa gente que enche a boca para falar na Europa vivendo aí e tendo que varrer a própria casa, lavar a própria roupa ou cortar a própria grama. Pensam que vão viver na Europa e que serão riquíssimos (afinal vão ganhar em Euro, que vale muito mais do que o R$), terão todas as mordomias possíveis e imagináveis sem os problemas do Brasil como a violência e os impostos altíssimos. Ahhh…coitados! Acho que eu seria mais feliz vivendo na Europa, tendo pós-graduação e podendo limpar minha própria casa, limpar as caixas de areia dos meus gatos e passar a roupa da minha família sem ninguém me julgar!!!

  16. Caio Zoboli Trindade
    Responder
    28 julho 2015 at 10:38 pm

    Eu concordo em tudo com o seu texto e nao eh de hoje. O problema pra mim eh que o Brasileiro nao se espelha nos paises europeus e sim no estados unidos. Pais esse que tambem nao se espelha em nada nos paises europeus. Pelo menos por enquanto nao.

  17. Ubiratan
    Responder
    28 julho 2015 at 11:38 pm

    A descrição é verdadeira ,mas os fatores que forjaram este e outros povos semelhantes não são tão singelos como boa formação disponível etc .Este povo traz uma herança cultural baseada em valores forjados a fogo ,este País por exemplo se reconstrói há 50 Anos aprox, lá as pessoas entram no metrô portando suas bikes em pleno Horário de pico vc acerta o relógio pela chegada do ônibus Hora dirão porque esta conversa ? Isto significa uma densidade populacional adequada e por ai vai…Ebotimo viver enumera lugar assim mas para chegar lá precisamos de gerações

  18. Marcio Souza
    Responder
    29 julho 2015 at 7:50 am

    Oi Ligia, bom dia.

    Muito legal seu texto, mas tenho um amigo que morou e trabalhou um tempo na Alemanha, e pelo que ele me disse, ele sofreu bastante com preconceito com latinos. Me pareceu que os Alemães são humanistas, mas para com seus conterraneos. O que voce percebeu sobre isso?

    • ligiafascioni
      Responder
      29 julho 2015 at 4:25 pm

      Oi, Marcio!

      Puxa, essa eu vou ficar devendo. É que eu não correspondo ao estereótipo da brasileira (linda, cruvilínea, morena, sorrisão e cabelão maravilhoso). Sou branquela e magrela, então, se eu pedir para alguém chutar minha nacionalidade, o Brasil vai aparecer no 100. lugar. A maioria acha que sou italiana, russa, ucraniana ou francesa. Meu marido é descendente de alemães, então ninguém imagina que somos latinos, nossa verdadeira identidade…rsrsr

      A gente adora falar e ver a cara de surpresa das pessoas.

      Mas deve rolar preconceito sim, com certeza. Se no Brasil já rola. Mas eu, pessoalmente, nunca senti.

  19. Carlos
    Responder
    29 julho 2015 at 9:05 am

    Queria perguntar sobre a condição do Brasil ter sido colônia e a Alemanha não. Será que o que a gente vive hoje não tem a causa morando lá no nosso passado não?
    Achei as críticas construtivas, mesmo assim.

    • ligiafascioni
      Responder
      29 julho 2015 at 2:14 pm

      Com certeza isso tem a ver, Carlos. Inclusive o modo como o Brasil foi colonizado (o objetivo era explorar o Brasil, não construir um país). A Austrália e a Nova Zelândia também o foram, têm quase a mesma idade que o Brasil e uma cultura completamente diferente da nossa (eles não tiveram escravos, até onde sei).

      • 1 agosto 2015 at 12:06 pm

        Nos EUA tb. a colonização não foi como a nossa…as famílias europeias chegaram para trabalhar, se radicarem na nova terra, diferente dos portugueses, que mandaram degredados e exploradores, levando tudo que podiam!

  20. Miguel F Gouveia
    Responder
    29 julho 2015 at 10:06 am

    a diferença salarial entre CEOs e trabalhadores é bem maior doque 5 vezes na Alemanha http://www.washingtonpost.com/blogs/wonkblog/wp/2014/09/25/the-pay-gap-between-ceos-and-workers-is-much-worse-than-you-realize/

    • Frederico Reichel
      Responder
      29 julho 2015 at 11:56 am

      Isso. O dado está errado.

    • ligiafascioni
      Responder
      29 julho 2015 at 2:12 pm

      Olá, Miguel!

      Obrigada pela informação atualizada, a que eu compartilhei veio de um diretor de uma empresa alemã com 60 funcionários.

      Mas observe que eu falei entre a diferença entre um diretor e um trabalhador comum, não um CEO (que, geralmente é um só dentro da empresa). E essa diferença que você citou deve aparecer numa multinacional gigante. Estou falando de empresas médias e pequenas (mais comuns na Alemanha, assim como no Brasil).

      É claro que o CEO da BMW ou da Mercedes devem ganhar uma fortuna, mas em empresas menores, penso que não deve passar, sei lá, de 10 vezes (e olhe lá) de jeito nenhum…

      Mas muito obrigada pela referência, é bom que as informações estejam corretas (só precisam ser contextualizadas).

  21. Georgia
    Responder
    29 julho 2015 at 10:10 am

    Bonitinho mas ordinário esse texto. Tantas comparações absurdas vindas de lugares antagônicos e culturas infinitamente distantes… Antes de condenar quem ter poder aquisitivo, pense neles como sobreviventes de um pais que te rouba 5 salarios por ano e nwo devolve nada. E você, faz o necessatio para dobreviver e dar alguma condiceo pata os seus. Valeu a intenção Poliana, precisa estudar mais!

    • ligiafascioni
      Responder
      29 julho 2015 at 2:06 pm

      Georgia, se você interpretou que eu condeno quem tem poder aquisitivo, só lamento. Mas vou estudar mais sim, nunca paro, é sempre bom. Obrigada!

  22. Wilma
    Responder
    29 julho 2015 at 11:43 am

    pois e Ligia entendo bem o que vc disse, moro na Australia a 23 anos, sempre sonhando em voltar a morar no Brasil(voltar para casa) mas todas a vezes que fui de ferias, voltei aparavorada com tudo e principalmente a falta de contato com a realidade de todos. Como vc disse, tem que MOSTRAR o carro, a casa(apartamento), as roupas, onde vai, quem conhece, e entao ficamos pensando que diacho de mundo e este? Que sentido tem a vida aqui? Tenho alguns poucos amigos conscientes mas o grande numero e de gente que so reclama de tudo mas nao toma nenhuma decisao para mudar. Vou ficando aqui, virando canguru e sendo feliz na simplicidade e na realidade. Triste amar onde vc nao pode viver…

    • Mariana
      Responder
      1 agosto 2015 at 10:33 am

      Não pode viver por que? Volte! Eu voltei e não me arrependi. E garanto que o brasileiro não se resume a um povo fútil que só vive para mostrar carrão e casa cara. Tenho muitos amigos que são pessoas maravilhosas, trabalhadoras, que gostam de reunir pessoas para um churrasco no fim de semana ou um programa cultural na cidade. Tenho amigos de condição mais humilde que lutam para melhorar de vida e querem que os filhos se empenhem nos estudos. Tenho amigos com muita grana que oferecem o sítio ou a casa na praia para passarmos férias, sem nenhuma intenção de “provar” nada. É possível viver feliz e com simplicidade no Brasil. Se você está a fim de voltar, volte!

  23. Cassia
    Responder
    29 julho 2015 at 11:44 am

    Nossa Ligia, muitas pessoas deveriam ler o seu texto…A cada dia que passa a cultura da sinhazinha e senhorzinho a que vc se refere estão mais presentes. Ouvi há um tempo atrás que eu como gerente de vendas não poderia almoçar (marmita) com meus corretores. (Eu trabalho na área imobiliária). E como foi falado em um dos comentários, no Brasil APARECER é o negócio (Carrão, com um carne de 80 mil parcelas, mas nego se acha “A última coca gelada do nordeste”. Parabéns pelo textoo. Abraço

  24. Marcelo Dias
    Responder
    29 julho 2015 at 12:36 pm

    Muito bom o texto! Fui algumas vezes para a Europa e percebi várias diferenças!
    Mas posso fazer uns adendos importantes? É preciso tomar cuidado para não dar a impressão de que toda a classe média é acomodada e q

  25. Marcelo Dias
    Responder
    29 julho 2015 at 12:57 pm

    Muito bom o texto! Fui algumas vezes para a Europa e percebi várias diferenças!
    Mas posso fazer uns adendos importantes? É preciso tomar cuidado para não dar a impressão de que toda a classe média é acomodada e que deseja escravos fazendo os serviços braçais. Muitas vezes, o sujeito da classe média tem que contratar faxineira pq simplesmente não tem tempo para cuidar de sua casa, já que está se matando de trabalhar ou perdendo 3 horas no trânsito de uma cidade que não tem transporte público decente.

    No Brasil, boa parte da classe média é “remediada” ou luta para manter seus ganhos. Ou seja: muita gente tem 2 empregos ou trabalha 12 h/dia. Na Europa, vc tem segurança, saúde e serviços públicos de qualidade. Aqui vc tem que trabalhar mais para pagar uma assistência médica extorsiva de mil reais, um condomínio extorsivo para ter um porteiro na porta (não por comodismo, mas por uma simples necessidade de proteção- que ás vezes é ilusória), ou mensalidades milionárias para ter seu filho matriculado em uma escola onde vc acredita que o seu filho vá ter uma educação melhor que o abandonado sistema público de educação..E paga mais para ter qualquer coisa: qualquer produto ou serviço tem um imposto embutido de 30, 40, ás vezes 60%! E vc não tem o retorno desse imposto.

    O micro empresário ou ou profissional liberal é tratado como um burguês explorador, mas em muitos casos é um sujeito que luta para manter o emprego dos seus funcionários e fornecedores, mesmo diante de sucessivos achaques de uma estrutura estatal que trabalha contra o empreendedor. Exemplo: Um pequeno hotel familiar que quiser ter uma piscina pode ser cobrado em R$1.300,00 /mês , caso queira oferecer uma piscina aos seus clientes – essa taxa é cobrada por associações de químicos que fazem essa exigência para garantir a “qualidade da água” (mesmo que vc mesmo pague pela manutenção da piscina, etc.).

    Existe, sim, pessoas que querem se distanciar do “resto do povo”, ostentando e consumindo. E esse tipo de brasileiro está presente em TODAS as classes, basta ver que sobram casos de pessoas de classe baixa que estão endividadas pq preferem gastar em atualização de itens de consumo (celular novo, moto nova) em vez de garantir qualidade de vida a seus familiares.

    Ou seja: vivemos em um país injusto, desigual, mas que tem uma cultura de “exploração” em diversos níveis, afetando diversas classes. Eu por exemplo, adoro cuidar da minha casa. Mas sou obrigado a chamar uma faxineira de 15 em 15 dias, pq limpar minha casa é um luxo que meus dois empregos não me permitem.

    É só para lembrar: o país é desigual, mas essa desigualdade não é “curtida” por todos.

    Um abraço e parabéns pelo texto, que toca em uma ferida que poucos gostam de perceber!

    • ligiafascioni
      Responder
      29 julho 2015 at 2:03 pm

      Você tem razão, Marcelo. No Brasil eu também tinha carro, faxineira, pagava tudo em dobro, gastava horas no trânsito. Não discordo de você, por isso vim embora.

      • Marcelo Dias
        2 agosto 2015 at 11:08 am

        Eu mesmo já pensei várias vezes em ir embora, sabe? Gosto muito do Brasil, mas algumas cosias são impressionantes de tão injustas.
        Mais uma vez, parabéns pelo texto que tocou em uma grande ferida. abs

      • Fabiano
        12 novembro 2015 at 8:35 am

        Ligia, vc tocou num ponto interessante. Carros. Fico pensando como, no Brasil, resolveremos os problemas do trânsito se um dos principais fatores ligados ao crescimento econômico é o mercado de carros de passeio. É frustrante.

        Estive na Alemanha por poucos dias, em Hannover. Fiquei impressionado como a vida é “barata” se comparada aos padrões carioca e paulistano. Uma vida mais pacata.

        Lembro de ir a um bar agitado lá e me preparar mentalmente para o prejuízo. Calculei que gastaria uns 80 euros, julgando visualmente o local e comparando com locais parecidos aqui no Rio. Para minha surpresa, uma noite regada a cerveja, vinho, shots e comida saiu 34 euros por pessoa. Num bar famoso por essas bandas uma vez tomei 6 chopps e comi duas empadas, em pé, na rua e paguei 100 reais ! surreal !

        Obviamente é um exemplo extremo e vc pode perceber isso tbm nos preços nos supermercados, no preço dos aluguéis e dos imóveis.

        Comida, moradia, transporte tem que ser baratos para que um país promova bem estar para seus habitantes. Tem que ser acessível.

      • ligiafascioni
        12 novembro 2015 at 8:39 am

        Fabiano, penso que boa parte das resposta está em se aplicar bem o dinheiro dos impostos que são bem altos, tanto no Brasil como na Alemanha. E reduzir a corrupção. Não sou ingênua a ponto de acreditar que na Alemanha isso não existe (o caso da Volkswagen está aí para provar), mas o nível de descaramento que o Brasil chegou é inacreditável. As pessoas roubam e nem disfarçam mais, virou fato banal. E os impostos sempre aumentando… Assim não tem como dar certo. Infelizmente.

    • Lali
      Responder
      2 agosto 2015 at 11:19 pm

      Exatamente! Fiz considerações parecidas quando vi este texto no Facebook. Também morei fora por um ano e concordo com boa parte do texto, que traduz o que também vi na Inglaterra. Mas dizer que as pessoas querem alguém para mandar e humilhar é simplório demais. Faltou dizer que na Suécia a licença maternidade é de 18 meses, que há uma divisão justa de trabalho entre homem e mulher e que há grande suporte estatal para que as famílias consigam criar seus filhos sem precisar de babás e empregadas. Na Inglaterra, é muito comum os pais trabalharem meio turno, as escolas serem em período integral e as pessoas trabalharem das 9h às 17h, e não das 8h às 18h, como no Brasil, sem somar as horas gastas em deslocamento em cidades com transporte público precário. Se as pessoas contratam outras para limpar a casa ou cuidar dos filhos não necessariamente é porque querem mandar em alguém; o brasileiro não é pior ou melhor do que o inglês ou alemão, só tem condições de vida piores. Gostaria de ouvir as sugestões para que todos os brasileiros possam cuidar da casa e dos filhos tendo que pagar plano de saúde, escola particular, gasolina e trabalhando em turno integral, sem toda o sistema de assistência à família dos países desenvolvidos. Na Inglaterra, o governo te paga para ser cuidador de alguém da sua família, como um idoso ou pessoa doente; garante casa a quem não tem como pagar aluguel; concede bolsa creche e têm leis trabalhistas mais flexíveis, que permitem que duas mães se revezem no lugar de uma no trabalho, cada uma recebendo por meio turno. Esse tipo de texto que rebaixa os brasileiro sem levar em conta todo o contexto não ajuda em nada a melhorar o país. Vamos pegar os bons exemplos e aprender com eles, cobrar do governo, ao invés de usar esse discurso gasto de que o brasileiro é isso ou aquilo, que as elites blá-blá-blá…

  26. Alessandra
    Responder
    29 julho 2015 at 2:22 pm

    Fantástico o seu texto, quem já viveu fora sabe que é verdade, quase fui as lágrimas com várias descrições do tipo … “Então, lavam e passam a própria roupa, fazem a própria comida e limpam a própria casa”, ou, “Aqui não tem pet shop para dar banho em cachorros; os próprios donos se encarregam disso”, ou ainda, “pessoas compra seus móveis na IKEA e aluga um carro ou reboque para levar a encomenda para casa. Para montar uma cozinha inteira, por exemplo, é só ler o manual de instruções”, porém em minha página no facebook tento não postar mais opiniões como estas pois quando o faço existe um rol de opiniões contrárias, para além de ter sempre quem diga “és brasileira, tens que te acostumar como as coisas são aqui”, “isso é frescura tua”, “não é só aqui que existe insegurança/diferenças social em todo lado é assim” … enfim, cheguei a um ponto em que já tento não postar mais nada :/

    • Edgar
      Responder
      29 julho 2015 at 6:01 pm

      E dizem que temos ‘complexo de vira-lata’, como se isso fosse um ‘castigo’ por termos gostado de viver/passear/estar em países civilizados…
      Concordo contigo, Alessandra!

    • 1 agosto 2015 at 12:12 pm

      Tb.

  27. Solange Ayres
    Responder
    29 julho 2015 at 3:24 pm

    E voce nao tivesse escrito este texto, eu o teria feito. Assino embaixo de tudo. Aqui em Colonia, o chefe do Departamento Pessoal de uma grande empresa o Doutor, “doutor” mesmo, um jurista, no natal desceu do escritório para nos ajudar (trabalho no departamento de vinhos) e me perguntou: “Frau Hecker, onde eu posso começar (a ajudar)? Depois que passou as compras e o stress de Natal, cheguei a ele e disse: ” Sr. M (não não dar o nome todo) tenho muito orgulho e respeito por trabalhar nesta firma. E ele retrucou: “Frau H temos muita gratidão de a senhora trabalhar aqui”. Asso, foi e assim é na Alemanha. Voltando ao Brasil eu acrescento no seu texto, o problema do Brasil é a herança cultural.

  28. 29 julho 2015 at 4:44 pm

    Moro a 24 anos na Suiça e toda vez que queria retornar ao Brasil definitivamente nāo conseguia. Aí está a resposta!

  29. Edgar
    Responder
    29 julho 2015 at 6:00 pm

    Lígia, só agora li o teu texto, graças a um amigo que compartilhou no Facebook. Mas gostaria de fazer algumas anotações. Sou filho de um berlinense expatriado. Meu pai veio para o Brasil na metade da década de 30. E nos encantou com o que contava da “sua cidade”. Em 2012 consegui ser o primeiro da família a voltar à ‘terra natal’. Fiquei apaixonado por Berlim. Me hospedei num hotel divertido no Mitte, e fiquei encantado:
    a) pela quantidade de áreas verdes, pela sua conservação e pela variedade:
    b) pela manutenção do antiquíssimo estilo das ‘casas de campo’, pequeníssimas, como era – a família de meu pai tinha uma – no começo do século passado.
    c) pela sensação deliciosa de ser tratado com respeito por todo mundo, inclusive pelo “sistema”: a idéia de não colocar catracas no metrô me pareceu o ápice da civilização. Você chega, compra seu bilhete, valida e viaja. Simplesmente genial. Sim, havia gente burlando – e correndo o risco de ser pego pelos fiscais – e o mesmo acontece em qualquer país.
    d) A cidade é um encanto.
    e) as coisas não eram como meu pai havia contado, claro. Eram muuuuuuuuuito melhores.
    f) É bacana o convívio ‘democrático’ de todo mundo igual. Mas foi divertidíssimo ir à Ópera acompanhar a entrada de gente rica-rica, com imensos Mercedes (sem motorista), jóias e roupas de gala.
    g) Há restaurantes para todos os paladares. E bolsos. E todos acabam sendo divertidos.
    h) deve ser o lugar do planeta com eletrônicos mais baratos (era, em 2012).
    i) A terra ancestral é sempre encantadora
    j) não há mau-humor alemão que resista a um quase-alemão bem humorado. Consegui até fazer me prepararem café do ‘meu’ jeito numa confeitaria/padaria perto do hotel.
    k) teus textos são deliciosos!

  30. Douglas Araújo
    Responder
    29 julho 2015 at 6:15 pm

    Boa ideia essa Ligia de relatar a experiência fora do Brasil. É muito positivo, espécie de intercâmbio cultural através da experiência do outro. Por isso muitos estão se pronunciando numa boa troca com a sua experiência relatada e do seu julgamento. Eu destacaria apenas aspectos que todos deveriam observar para ampliar a boa conversa aqui. Primeiro, quando comparamos os países devemos ter o cuidado de destacar as diferenças culturais. Os alemães são germânicos, os americanos anglo-saxônicos, os franceses latinos. Os sistemas culturais, a exemplo dos paradigmas científicos, são incomensuráveis. Por essa razão a historia desses países é diferente, também porque suas
    culturas são diferentes. Alguém pode dizer, mas o Brasil é um país de cultura latina. Verdade, porém bricolada com as culturas ameríndia e afrodescendente. Somos uma latinidade peculiar. Segundo, os americanos e os alemães não tiveram tradição colonialista de monta. Terceiro, a Alemanha, no século XX foi duas vezes derrotada e destruída. Na primeira humilhada pelo tratado de Versalhes, na segunda dividida pelo muro de Berlim. Com a queda do muro reconstruiu toda a Alemanha oriental em menos de trinta anos. Quarto, o Brasil de meados do século XIX até a primeira metade do XX, suas elites viveram sob a influência da cultura francesa, e nem por isso o Brasil era mais moderno e melhor do que agora sobre a influência americana. Aliás o mundo contemporâneo sofre a influência americana, mas não só, as influências culturais são globais e em todas as direções. Quinto, o presente de um país não pode ser explicado apenas pelo passado, um e outro são moldados pela cultura do seu povo. Sexto, no início do século XX a Argentina era o país mais rico da América latina. Atualmente está atolada numa crise e com 30% da população na pobreza absoluta. Nos anos cinquenta do século passado o Brasil era mais rico do que o Japão. A África do Sul mais rica do que a korea do Sul. Aliás, era uma marca sem expressão no mapa mundi. Sétimo, os problemas do Brasil é de todo o povo Brasileiro e não dessa ou daquela classe social, porque é cultural. As classes sociais podem ter participação culpatoria diferentes, mas a cara do Brasil é a nossa cara. Precisamos de uma revolução cultural, ou seja, dos valores. Os valores de um povo molda o seu destino.

  31. Kire
    Responder
    29 julho 2015 at 8:29 pm

    No número 1 do artigo com a lista de coisas boas do Brasil. você está sendo incoerente com este artigo!!! No Brasil um supermercado pode ter 40 caixas, todas mal pagas e sem treinamento. E como são baratas podem também ter um ajudante para empacotar as tuas coisas. Aqui você mesmo está com mentalidade escravagista!! A Alemanha as caixas são super produtivas. Só tem 3 para o supermercado inteiro. Por isto fazem tudo em 18 segundos e não te ajudam a empacotar. Queres serviçais? Vem morar no Brasil !!

  32. Jorge
    Responder
    29 julho 2015 at 8:32 pm

    Eu sou espanhol morando no Brasil. Sempre falo que na Europa todos somos “pobres”, mas moramos em países ricos. No Brasil, você tem que ser rico para poder morar num pais pobre, com a mesma qualidade de vida. Também na Europa as coisas são baratas, e as pessoas caras, ao revés do que acontece no Brasil. Mas antiguamente na Europa também era assim. Acho que é questão de tempo ir evoluindo o pais, se reduzindo as desigualdades sociais, melhorando os serviços públicos… O mais importante para isso é a educação das novas gerações.

  33. Giovanni Gouveia
    Responder
    29 julho 2015 at 8:56 pm

    Tive um professor alemão, na universidade, que disse que no tribunal que a mãe dele atuava como juíza, todos iam de bicicleta ou de transporte público, menos o zelador, imigrante, que ia de ferrari…

  34. 29 julho 2015 at 9:16 pm

    Gostei muito do seu artigo, tanto que vou até imprimir e mostrar aos meus alunos, pois fico sempre tentando mostrar para eles como é o mundo lá fora, eu já morei na Inglaterra mas foi há muito tempo, eu lido todos os dias com adolescentes de 10 a 18 anos e adultos e fico muito triste em ver como eles estão manipulados pela mídia golpista que temos aqui no Brasil. Não valorizam o nosso país e nem a limpeza que a Presidenta Dilma está tentando fazer ao colocar tantos ricos na cadeia.

  35. Lourdes prate
    Responder
    30 julho 2015 at 2:36 am

    Excelente texto. O que estraga o brasil , e com certeza nossa herança cultural .

  36. Caio
    Responder
    30 julho 2015 at 5:06 am

    Eu li TODOS os comentários. Um dos equívocos da humanidade é a interpretação e o sentenciamento sem um bom reconhecimento do que, de fato, o outro procurou dizer. Então aparecem um monte de manifestações mal-humoradas ou deslocadas dos melhores ângulos de observação que poderiam ter adotado para se fazerem tecer. Uma coisa muito feliz da autora é que ela me parece estar sempre buscando construir,

  37. Flavio Almeida
    Responder
    30 julho 2015 at 6:37 am

    Adorei seu artigo, não fui egosista e compartilhei. Tenho ido com frequencia à Munique aonde sou socio de uma empresa e sua analise é muito objetiva e logica. Parabens, a gente consegue até sair da “favela” o dificil é retirar a “favela” de dentro de você….

  38. monica conte
    Responder
    30 julho 2015 at 9:24 am

    Olá! Eu morei um tempo na França, numa cidadezinha chamada Toulouse, e achei bem cara, a kitnete q aluguei custava quase 300 euros, o transporte publico era bom, mas caro tbm, gastava mais de 3 euros por dia. E o supermercado era caríssimo! Gastava uns 80 euros por semana! Carne nem pensar! Qdo tinha vontade de carne vermelha, comprava caixa de hambúrgueres q era mais barato.. Fui passear em Paris, e não vi nada diferente de SP, cidade grande, bagunçada, povo estressado e mal educado, o taxista me enrolou e agiu de muita má fé.. E outras cidades grandes como Roma, Milão, só via igualdades com Brasil.. Madames ostentando bolsas, sapatos.. Pensei em comer em restaurante mais chiquezinho e não pude, era muito caro! Eletrônicos são caros, e roupas nos centros são mais batatinhas mas não duram muito.. Se quiser melhor, tipo H&M, que é ainda popular é caro como no Brasil.. Só tirando a segurança, o retante é bem igual.. mas tbm não era aconselhável ficar dando mole com celulares e câmeras nos grandes centros.. Há tive amigos assaltados em Berlim, Roma, etc..

  39. Antonio Gonçalves
    Responder
    30 julho 2015 at 10:46 am

    E o mundo continua a girar, e as críticas pululam novamente. Como diz a Biblia, nada de novo debaixo do sol…

  40. Julio Pieczarka
    Responder
    30 julho 2015 at 11:14 am

    Morei pouco mais de um ano na Inglaterra. Nos primeiros dias em que ficava na universidade eu comprava o almoço em uma maquina automática (coisa de 1,5 libras, 7 reais na época). Uma funcionaria comentou que eu era muito rico. Disse que não. Então, ela perguntou, por que você não faz como todo mundo, compra comida no super e trás teu sanduíche em casa? Com o preço que você paga na maquina dá pra comer bem melhor e mais barato! Ela tinha razão. Desde que voltei ao Brasil não tenho mais empregada, me viro em casa com o que tem que ser feito e só chamo alguém se for algo que eu seja mesmo incompetente pra resolver, não por comodismo.

  41. Leandro
    Responder
    30 julho 2015 at 12:20 pm

    Um botão para imprimir o artigo além das 500 redes sociais para compartilhar tb ia bem em…. bom artigo. Parabéns !!

  42. Ana
    Responder
    30 julho 2015 at 12:41 pm

    Excelente post sobre Berlim e esta peculiaridade da cidade (que eu realmente adoro), do país e de coisas de 1º mundo em geral. É o que tento viver aqui, na medida do possível.

    Apenas gostaria, humildemente, de pedir mais cuidado nas generalizações, no caso sobre funcionários públicos.
    Meu marido é engenheiro e funcionário público há quase 25 anos. Ele ganha um salário “bruto” de 4.300 reais (menos da metade do que eu ganho como jornalista/designer), com descontos recebe um pouco mais que 2.500 reais por mês.
    Surpresa? Parece uma novidade mas, nem todos os funcionários públicos ganham salários exorbitantes. Na área do meu marido (subprefeitura municípial) este é o maior salário, tem pessoas com curso superior com salários de 1600 reais, bruto.

    Talvez a tua visão seja por ter morado perto de funcionários do alto escalão, que são a minoria. E, sim estes ganham muito dinheiro.
    E, mais uma vez, sim, tem muita gente preguiçosa neste mail, ou acomodada.
    E, sim, nos altos escalões muitos ganham bastante por isso, alguns se aproveitam de regalias que nem deveriam existir mas, relembro, eles podem significar muito em dinheiro mas são a minoria dos servidores.

    Como você, de fato, parece uma pessoa bem legal, gasto meu tempo aqui, escrevendo mais.
    O que mata o serviço público é a CORRUPÇÃO, que está em todos os escalões do serviço público e privado. É muito dinheiro envolvido mas não é a maioria das pessoas que participa disso.
    A maioria dos funcionários públicos ganha pouco, tem pouca estrutura e nos servem de serviços essenciais, que poderiam ser feitos por empresas privadas, lógico, só que ainda não é a realidade, talvez em breve.
    Pq em breve? Explico: muitos tem se esforçado para entrar nas boas vagas públicas, que são a minoria das vagas. As vagas que pagam menos tem menor procura e nem tem havido concurso pra muitas área. Elas em breve terminarão, e talvez virem privadas, o que é ótimo também. São empregos.
    Mas sempre haverão caras como meu marido: que ganham pouco, as vezes gastam sua própria gasolina pra vistoriar lugares para que estes não sofram com incêndios horrendos, recebem propostas para fazer vista grossa, fingem que não entenderam fazendo seu trabalho corretamente, tomam café com velhinhas solitárias pra esclarecer que cheiro de pixe aparentemente não é cancerígeno, ignoram moçoilas que os vem atender só de calcinha, aguentam gente que chama o serviço público por achar que a goteira da sua casa é um problema do município e quando informadas que não os chamam de vagabundos e aproveitadores e lembram, impiedosamente, que elas pagam seu gordo salário. E, não, estes não são minoria. Estes são caras que trabalham pq tem contas pra pagar, como todo mundo.
    Gastei estes minutos aqui por acreditar que informação nos ajuda, nos informa e nos ajuda a errar menos na hora de julgamentos. E, sim, adoro Berlim, a vida mais simples, o “menos é mais”. É assim que eu e meu rico marido procuramos viver pra poder ter mais acesso às viagens, livros, lazer e experiências: consumindo pouco, economizando muito e vivendo uma vida mais simples e honesta.

    • ligiafascioni
      Responder
      30 julho 2015 at 4:44 pm

      Ana, se seu marido é funcionário público e não ganha 30 a 40 vezes mais que um trabalhador normal, então, como você pode ver pelo texto, não é dele que estou falando…

    • Ariane
      Responder
      30 julho 2015 at 8:12 pm

      É Ana, aos que não querem compreender, não há explicação que baste.
      Também achei de péssimo tom as duas referências feitas aos funcionários públicos, dando sim a entender que essa classe, já tão difamada, é basicamente composta de pessoas soberbas e podres de ricas. Faltou, além do bom senso, tomar conhecimento de que existe um teto para os vencimentos dos funcionários públicos (30, 40 até 50 vezes mais que um trabalhador?!). Aliás, todo aquele que busca vencimentos exorbitantes sabe que não é no funcionalismo público que os terá, indo portanto buscar na iniciativa privada capitalista selvagem o seu status/poder/dinheiro sem fim. Estes sim são os verdadeiros escravagistas, engrenagens cegas neste sistema predatório. Me parece mais que, ou essa análise foi bem amadora, precipitada e infeliz, ou trata-se de puro ressentimento, profundíssimo, por sinal.

  43. Carlos Roberto de Oliveira
    Responder
    30 julho 2015 at 1:08 pm

    Olá, gostei muito do seu texto. Com relação à herança escravocrata, devo dizer que concordo com você. Geralmente, nossos livros de História referem-se à escravidão como uma instituição que só atingia os mais ricos. Ledo engano: até a Lei Áurea, ter escravos era muito comum no Brasil. Até as famílias de menor renda geralmente possuíam uma escrava “de cozinha”. Só quem era muito pobre mesmo não possuía escravos. E isso era motivo de vergonha social. Uma vez, ao ler a biografia do aventureiro inglês Richard Burton, encontrei uma passagem, ao mesmo tempo, hilária e vergonhosa. Richard Burton e sua esposa, lá no início do século XIX, vieram ao Brasil como embaixadores da Inglaterra. Foram a um jantar lá pelos lados de Ouro Preto. Após o jantar e as muitas sobremesas, a esposa do Richard Burton quis elogiar a anfitriã: “que jantar! E que doces maravilhosos, foi a senhora que os fez?” Bem, foi um constrangimento geral. A anfitriã ficou indignada, pois a visitante havia insinuado que ela realizava trabalhos braçais! Justo ela, uma senhora da sociedade!! Só por isso podemos ter uma ideia de como o escravismo ainda está profundamente enraizado em nossa sociedade.

  44. Lucas
    Responder
    30 julho 2015 at 2:01 pm

    Tem um texto do Gregorio Duvivier sobre o mesmo tema (http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/gregorio-duvivier-nos-paises-em-que-voce-lava-a-propria-privada-ninguem-mata-por-uma-bicicleta/ )

    É evidante que um dos grandes problemas no Brasil é a desigualdade social. Mas acho que existam mais coisas por trás.

    No Brasil o importante é estar empregado, e não, ter trabalho para fazer, isso significa que: Se tem explorador é porque tem gente que se deixa ser explorado.
    É claro que não é fácil quando se tem uma família pra se sustentar, não fazer o que for preciso para levar sustento, mas independente das dificuldades sempre é possível se auto-aprimorar, melhorar.
    A cultura escravagista também influencia, claro, mas na Europa também tinham escravos, e pior, eles era colonizadores, este sentimento deveria ser bem mais forte lá do que aqui.
    Pessoalmente acho que é um problema de duas vias, um, o social, onde temos pessoas que possuem muito e não se solidarizam. E outro, acomodação.
    A pergunta que faço, será que se todos ganhassem o mesmo salário hoje no Brasil, a desigualdade não voltaria a existir em uns 10 anos?

  45. Adrian
    Responder
    30 julho 2015 at 2:25 pm

    Ótimo texto e bem interessante a comparação com o Brasil.
    Sendo alemão concordo com a idéia geral, porém tem que tomar em conta que Berlin é uma caso particular. Como você disse, é uma cidade relativamente pobre, por não ter muita atividades de negócio além do setor público, e como é a capital do país recebe grandes quantidades de subsídios do resto do país que lhe permitem se manter essa infra-estrutura maravilhoso.
    Já em outras cidades alemãs mais ricas você verá muito mais os lados negativos dessa riqueza que você lamenta no Brasil, ex. Trânsito, ostentação, maior diferença nos salários etc. e Berlin profita disso sem ter que tolerar as desvantagens.

  46. sonia b
    Responder
    30 julho 2015 at 2:27 pm

    legal a reportagem pela quantidade de informaçoes vividas “en loco” por quem escreveu. porem a minha pregunta é? por que será que todas as reportagens que leio escritas por brasileiros que ai vivem, e que sao muitissimas, (percebo que os brasileiros que moram na alemanha, adoram contar suas experiencias e DESABAFAR), sao sempre em tom de critica em relaçao ao que acontece no Brasil? por que nao contam somente suas experiencias, sem fazer comparaçoes e criticas destrutivas? realmente nao entendo!! o que posso concluir é que apesar de tudo parecer tao perfeito nestes países, algo ai os está incomodando, deixando-os infelizes, algo falta apesar de tudo parecer tao perfeito. senao nao estariam criticando, etc… o que vejo tambem, é que estas pessoas, mo seu mais fundinho, estao com muitas saudades dos seus países de origem, e usam este argumentos como uma desculpa para nao assumirem isto. vivi na Inglaterra muitos anos, e os imigrantes brasileiros morriam de saudades e vontade de voltar apesar de tanta perfeiçao. e de fato, muitissimos deles anos depois voltavam com o rabinho bem entre as perninhas, se adaptavam perfeitamente a vida no Brasil e valorizavam mais ainda o que tinham deixado para tras. igualmente obrigada pela reportagem e te desejo tudo de bom.

    • Ivane
      Responder
      31 julho 2015 at 8:56 pm

      Obrigada Sonia b pelo seu comentário! Fico mto triste ao ver brasileiros que moram em outros países (principalmente europeus) criticando e comparando nosso país com outros, como se nada de bom houvesse aqui e como se lá fora fosse o “paraíso perdido”. Gente acho que falta um pouquinho mais de amor a pátria, um pouquinho mais de nacionalismo, de “vestir a camisa” da nossa terra. Ao invés de ficar só criticando , fazer uma análise : “o que eu posso fazer para melhorar o país onde eu nasci?”. Abçs.

  47. 30 julho 2015 at 4:59 pm

    Gente sinto informar, com certa vergonha alheia, que aqui no Brasil tenho muitos conhecidos que competem em quem paga menos pela melhor empregada doméstica. Conversam sobre isso e se vangloriam disso. Fico sem palavras em como rebater isso, e este texto explica muito bem isso, como o único jeito de acabarmos com nossas favelas é nós mesmos arrumando a vida dessa gente, pagando melhor e cobrando do governo melhor educação. No caso da poluição tbem tem a ver com tudo isso, a gente – sim eu me incluo nisso tbem – leva tudo que importa de qualquer jeito e acha normal gastar com supérfluos, que desaparecem no segundo seguinte. Me sinto mal por isso tudo, quero fazer as pessoas verem isso, sei que é um exemplo de uma outra realidade, mas pode ser usado sim para entendermos um pouco dos nossos erros.

  48. Alexandre
    Responder
    30 julho 2015 at 6:38 pm

    É realmente muito interessante, acontece que enquanto os brasileiros não agirem como pessoas de primeiro mundo, não teremos um país de primeiro mundo.
    Só uma coisa, aqui no Brasil não é privilégio de rico ter alguém que monte uma cozinha, tem empresas em que você compra algum móvel e eles mandam alguém para montar.

  49. Miriam
    Responder
    30 julho 2015 at 6:40 pm

    Olá Ligia
    Parabéns pelo texto você disse muitos coisas importantes como elas realmente são aqui na Alemanha
    Em Berlin talvez não tenha mais aqui em Essen onde moro tem Pet shops sim, e muitos alemães levam seus cachorros para tomar banho e tosar. Eu levo meus gatos persianos quando é verão para tosar pois eles sofrem muito com o calor muitas vezes extremo que faz aqui, e isso não é ser rico e sim uma necessidade.
    Quanto a engarrafamento saindo de Essen sentido Colônia muitas vezes tive que esperar mais de 40 minutos.
    Te desejo tudo de bom !!!!

  50. 30 julho 2015 at 9:14 pm

    Puxa , será que aquilo q eu vi no filme Edukators foi ficção científica ? rsrsrs sei q rolam algumas opressões de patrão com empregado na europa e tem algo curioso q me deixou impressionada … nunca tive uma empregada q pudesse pagar empregada …. as minhas moravam em favela mas não tinham dinheiro pra pagar empregada , elas arrumavam a casa com a ajuda dos filhos . O texto tá excelente , mas pintar Berlin como sendo cem por cento certa e dizer que toda empregada na favela paga outra empregada já é viagem da sua cabeça .

    • Aline
      Responder
      30 julho 2015 at 10:12 pm

      Também achei um cero exagero: tanto sobre Berlim quanto sobre Brasil.

    • Mariana
      Responder
      1 agosto 2015 at 10:39 am

      Olha, vou ser sincera: morei 3 anos na Alemanha e também estrenhei vários argumentos desse texto. Um dos poucos pontos de concordância é que a desigualdade social é mais evidente no Brasil. Mas acreditar que todos “são iguais” na Alemanha parece-me uma grande ilusão. Os salários não são tão diferentes quanto no Brasil, de fato, mas o “status social” por ter “essa ou aquela ocupação” são até mais evidentes na Alemanha, ao meu ver. No Brasil, apesar dos resquícios de uma mentalidade escravagista (um dos tópicos abordados) e da opressão patrão-empregado, também se vê por vezes uma relação de “camaradagem”, ou mesmo de afeto, entre patrão e empregado (o porteiro que te conhece desde criança, a empregada doméstica que está há anos com a família, etc). Na Alemanha, as pessoas são bem mais indiferentes. Quem presta um serviço, vale pelo serviço prestado; ponto. Pragmáticos. Sem contar que ser estrangeiro na Alemanha – e em outros países da Europa -, apesar dos esforços por parte de alguns e de algumas políticas de integração, não é esse paraíso todo. Concordo que o Brasil precisa melhorar muito, mas acredito que o primeiro passo para isso seja o brasileiro parar de depreciar a própria terra e vender a ideia errônea de que outros países são anos-luz melhores que o nosso. Minha opinião!

  51. 30 julho 2015 at 9:52 pm

    Eu sempre falo ACORDA BRASIL sou filha de alemão e sei que não tem barriga ne dói tudo é feito em casa.

  52. Aline
    Responder
    30 julho 2015 at 10:11 pm

    Gostei do texto. Achei informativo para quem nunca morou fora.
    Mas descordo da parte que brasileiro rico “não pode” exercer serviços braçais, que é julgado quando o faz pois não é do “nível” dele. Claro que há pessoas que criticam este tipo de atitudes, mas é minoria. A maioria fica admirada quando um rico faz um “serviço de pobre”.
    E acho que a maioria que tem empregados domésticos, tratam-os muito bem.
    O problema de desigualdade social no Brasil é incontestável, mas o tratamento entre as pessoas não costuma ser ruim.

  53. Rosana
    Responder
    30 julho 2015 at 10:52 pm

    Olá Lígia.Adorei o texto. Não conheço a Alemanha, mas conheço bem o Brasil. E não vi nada além da nossa realidade. Está mudando, muito lentamente, mas está mudando.

  54. 31 julho 2015 at 5:35 am

    Fantastico. Moramos na NZ e as similaridades sao grandes. A cultura do Brasil e antiga, sadly. Um dia talvez escreva sobre algo similar sobre Nova Zelandia e Brasil.

  55. juliana
    Responder
    31 julho 2015 at 6:47 am

    Amei o texto e concordo muito com o que vc escreveu.
    Tenho um exemplo prático, qdo cheguei nao falava nada de alemao e precisava trabalhar entao uma senhora muito simpatica me pagou para ajudar em casa uma vez por semana, ela só se apoia em uma perna e por isso nao pode fazer servicos pesados. Eu ia e ajudava na cozinha e a limpar a casa. Ela sempre me tratou com muito respeito, sempre comentava que eu era amiga e nunca me fez sentir mal por ter que fazer isso. Apesar de sua deficiencia ela cozinhava pro marido TODO dia, ele almoca em casa. Fui descobrir no final que ele trabalhava na prefeitura da cidade. Ainda assim nao se achava, nao ostentava. Alias ela sempre falava do filho da amiga dela que casou com uma Brasileira e que a familia inteira adora a menina e nós brasileiros somos legais e atenciosos <3

  56. Marciel
    Responder
    31 julho 2015 at 7:25 am

    A Alemanha, Japão, Suécia são sociedades quase milenares, vamos lembrar dos bárbaros germânicos, os vikings suecos e os samurais japoneses… Digo isso porque uma sociedade não se muda em algumas décadas, mas precisa de algumas centenas de anos, e nos tornamos um país recentemente (quando D. João veio para o Brasil) e não em 1.500. Temos muitas influências boas de imigrantes, mas que vieram para fazer as suas vidas e não construir um país para eles. Agora penso que como netos e bisnetos, o sentimento está mudando e nós, os descendentes, vemos o país como o nosso lar e não mais uma passagem. Bom saber que existem lugares como Berlin, dá um sopro do que pode ser o nosso futuro. Importante os filhos desta jovem nação tragam essas experiências para que contribuam para podermos evoluir culturalmente, e principalmente respeitando e amando o próximo! Mas leva tempo, e não é do dia para o outro, como alguns gostariam que fosse.

    • Risa
      Responder
      31 julho 2015 at 7:39 am

      Isso mesmo Maciel eu compartilho sim exatamente dos mesmos pensamentos que voce, e vivvendo na Alemanha há treze anos posso dizer passando na pele, que temos capacidade de sermos ainda melhores no futuro, o povo quer tudo pra ontem e nao é bem assim, isso tbm tá Longe de ser o paraíso em questoes humanitárias, há muito preconceito sim, e narizes em pé por aqui.

      • Marciel
        31 julho 2015 at 8:09 am

        Risa, ótimo que brasileiros que moram na Alemanha tragam seus depoimentos aqui e palavras de incentivo! Não vamos mudar o país com tanta gente na miséria e que ainda precisam ser educadas, e por isso fórmulas prontas de outros países, aqui não funcionam. Somos um país continental como os Estados Unidos, mas com cultura de país colonizado. Não lembro de algum exemplo parecido com o nosso no mundo, e temos que encontrar as nossas próprias soluções, e esse é o desafio da nossa e das próximas gerações.

    • ligiafascioni
      Responder
      31 julho 2015 at 2:31 pm

      E a Nova Zelândia, Canadá e a Austrália que têm praticamente a mesma idade do Brasil? Penso que não é apenas uma questão de tempo, mas de mudança de cultura…

      • Marciel
        31 julho 2015 at 9:38 pm

        Não gostaria de entrar numa discussão histórica aqui, até porque não sou especialista na área, mas entendo que os 3 países citados sofreram uma colonização parecida com a dos Estados Unido, onde grupos de dissidentes da coroa britânica queriam montar um novo país para si. Enquanto o Brasil era o quintal de Portugal. Como o restante dos países latino-americanos (já que é para comparar). Mudanças culturais ou são feitas através de grandes traumas (guerras) ou por uma mudança gradual, já que isso é parte do fato de sermos seres humanos e isso leva tempo. Veja como é difícil mudar a mentalidade das pessoas, e algumas só conseguem mudar, quando estão a beira de uma crise. Imagina mudar uma sociedade. Mas mesmo assim, sou otimista e vejo mudanças ocorrendo aqui, mas na velocidade do possível.

      • Marciel
        31 julho 2015 at 10:08 pm

        Os 3 países citados foram colonizados nos moldes da colonização americana, por grupos iluminados de dissidentes quer queriam sair do julgo britânico, por isso disse que não temos um exemplo parecido com o Brasil no mundo. Sim o problema é cultural, e somente cometendo erros, mas dentro de uma sociedade democrática e que vamos evoluir, mas leva tempo, quem não tem paciência, existem diversas opções fora do Brasil. Não sou ufanista, mas acho que os problemas de um país não são resolvidos num virar de uma chave. A cultura que algumas pessoas dizem não gostar, vai ficar aí enquanto as pessoas que foram criadas nessa cultura continuarem por aí, em cargos e posições da sociedade importantes. Mas as novas gerações estão mudando, mas repito, existem milhões em que essa mudança não chega nem perto, por isso, as novas gerações além de terem de renovar o modelo de sociedade (na qual foram moldadas, o que torna o processo mais complicado para elas) tem que lidar com o fato de que precisam encontrar uma maneira de construir uma sociedade justa. Este desafio é o que as elites ditas intelectuais deveriam estar trabalhando, e não simplesmente jogando a culpa no nosso país porque 200 milhões de pessoas tem o pensamento do século passado. Como fazer essa mudança, com a cultura que atualmente temos, a sociedade em que vivemos e modelo político atual? Sei que parece difícil, mas acho que se pararmos de olhar para fora e começar a olhar e entender como o Brasil é de fato, iremos encontrar as nossas próprias respostas. Desculpas pelo texto longo.

  57. Leonardo Rizzi
    Responder
    31 julho 2015 at 9:05 am

    Muito bom o texto. Contudo, no que toca ao servidor público, não ė justo igualar os magistrados, deputados, promotores e outros sanguessugas a maioria dos trabalhadores e colaboradores do estado. Esses trabalham duro e, na maioria dos casos com poucos recursos, para melhorar a qualidade de vida da população. Salvo exceções. 🙂

  58. Lucielen
    Responder
    31 julho 2015 at 9:15 am

    Eu sou funcionária pública e meu salário bruto não chega a R$1200,00 é muita injustiça dizer que os funcionários públicos estão nadando em dinheiro pq até no supermercado eu tenho que economizar, nem comer o que eu quero eu posso…
    No meu cargo não existe dissidio, o governador é quem decide dar “aumento” que assim ele chama, mas não serve nem pra cobrir a inflação. Sou almoxarife e trabalho em uma escola, ano passado, depois de muitas greves, o governo decidiu parar com aqueles 5% e ia dar 25% de aumento, mas quem ganhou isso foram os professores, nós, os funcionários ganhamos 12% de aumento (pois é, nem assim meu salário conseguiu chegar a 2 salários mínimos).
    Eu nunca tive vontade de mandar nem de humilhar ninguém, mas é uma &%#$¨* ter que chegar em casa depois de um dia de trabalho e ônibus chacoalhando, subir 3 andares de escadas (moro em um prédio sem elevador) e ter que limpar a casa, fazer janta.
    Meu sonho é ter uma faxineira que faça isso pra mim uma vez por semana e me deixe ao menos descansar um pouco, poder ir a um salão de beleza e fazer as unhas toda semana, ter um carro de R$20.000,00 e uma casa com um lindo quintal e um cachorro e poder assinar o Telecine.
    Mas não posso pagar por nada disso, pq sou funcionária pública…

    • ligiafascioni
      Responder
      31 julho 2015 at 2:29 pm

      Repetindo os comentários anteriores: o texto diz claramente que eu falo de pessoas que ganham 40 salários. Se não é o seu caso, obviamente eu não estava me referindo a você e nem aos seus colegas de faixa salarial. É simples.

      • Lucielen
        4 agosto 2015 at 9:56 am

        Quem ganha esse salário são cargos de confiança e não funcionários públicos. Hoje a maior parte dos concursos são para nível médio, os de nível superior, com exceção de algumas espacialidades como médicos, nutricionistas, engenheiros, são cargos de confiança escolhidos sem nenhum critério.

  59. Rodrigo
    Responder
    31 julho 2015 at 9:24 am

    Tenho um casal de amigos que está morando em Bielefeld e fomos visitá-los no ano passado. Tudo que li nesse texto confere com o que eles nos contaram sobre o modo de vida adotado por eles.
    Mas infelizmente a maioria dos brasileiros que conheço vão pro exterior, acham o máximo tudo isso e na volta não querem sequer que mude o sentido da rua que trafegam com seu carro pra ir ao trabalho.
    Acho que além das heranças da escravatura ainda temos muito complexo de vira-latas. E muitas das coisas que esses países fazem são perfeitamente possíveis de se aplicar em nosso cotidiano. São tarefas que não dependem de boa vontade política, etc.
    Mas entre querer e fazer existe um abismo. Aliás muito desse modo de vida é taxado como socialista/comunista por aqui nos dias de hoje, onde siglas valem mais que idéias.
    Triste pois eu honestamente não acho que viverei pra ver uma mudança dessas acontecer por aqui. Talvez meus tataranetos. E olhe lá.

  60. Servidor Público
    Responder
    31 julho 2015 at 10:26 am

    O texto é muito interessante até falar de funcionários públicos. A grande maioria dos funcionários públicos não ganha 40, 50, 60 vezes o que a população ganha. São poucas as categorias que ganham acima de R$ 10.000,00/mês, por exemplo. Eu sou servidor público federal há 3 anos, ganho R$ 2.200,00 (bruto), tive um reajuste de 5% ao ano desde 2013, 2014 e 2015, enquanto que a inflação ultrapassou em muito esse percentual.

    E, pasme, toda vez que o salário tem esse poderoso reajuste, fico desesperado pq o valor do auxílio transporte diminui!! É a mesma coisa para o auxílio saúde! Meu auxílio saúde era de R$ 122,00 e caiu para R$ R$ 115,00 após estes reajustes desde 2013.

    No entanto, no mesmo período, meu plano de saúde custava R$ 250,00 e hj chegou a R$ 450,00!! Estou à procura de outro imediatamente para diminuir esse valor. Então, vc precisa rever seus conceitos sobre os servidores públicos pq eles não se coadunam com a realidade.

    • ligiafascioni
      Responder
      31 julho 2015 at 2:28 pm

      Bom, vou repetir os comentários anteriores: se você não ganha 40 salários mínimos, obviamente o texto não se refere a você. É bem simples.

  61. luiza
    Responder
    31 julho 2015 at 12:50 pm

    Que texto ridículo!!! Tem que morar fora mesmo. E nunca mais volte pro Brasil. Estudar a historia do proprio pais pra que? Economia? Não! Muita bobagem em um texto só

  62. CALIE
    Responder
    31 julho 2015 at 1:33 pm

    Parabéns! Estive na Alemanha por 20 dias e foi exatamente isso o que aprendi dos alemães!
    Trabalho duro e prazer em fazer atividades para a própria sobrevivência!
    Sensacional!
    Moraria fácil!

  63. Dedé
    Responder
    31 julho 2015 at 2:11 pm

    A Alemanha é o país mais rico da Europa, é um país conservador, capitalista e com uma história de defesa da economia de mercado.
    Mas por que que na Alemanha a diferença de rendimento entre trabalhadores “executivos” e “chão de fábrica” não é tão alto?
    O que causa distorções absurdas na renda e divisão dos rendimentos na sociedade é a inflação. Quanto mais alta e longa for a inflação maiores serão as distorções na renda.
    E quando em inflação não estou me referindo somente à subida dos preços, mas à política monetária expansionista. Por isso que os EUA, mesmo com baixos índices de inflação possuem uma desigualdade social tão grande. Já países como a Suíça, que controlam sua base monetária, possui menor desigualdade entre as classes.
    Da forma como está estruturado nosso sistema financeiro, nosso altamente concentrado sistema bancário e um banco central submisso às vontades políticas, não há a menor possibilidade de a desigualdade de renda vir a cair no Brasil. Na verdade, a recente desvalorização do real tende a tornar a renda ainda mais concentrada no Brasil nos próximos anos. E com certeza funcionários públicos de carreiras fortes e organizadas conseguirão manter suas benesses e seus salários nababescos.

    • Paula
      Responder
      1 agosto 2015 at 10:14 am

      A pouca diferença entre os salários (na parte de cima da “curva”), se dá pela maior escolaridade da população. É uma questão de livre mercado, oferta e demanda.
      Muita gente educada significa menos pessoas dispostas a fazer serviços desqualificados e mais querendo e aptas a cargos especializados.
      Assim tem que se pagar mais pelo caixa do supermercado e pode-se pagar menos para o diretor.
      É uma questão de educação e competição.

  64. Eduardo Henrique
    Responder
    31 julho 2015 at 6:26 pm

    Outra coisa: é mais fácil ser civilizado na vida urbana e nos transportes num país que já tem toda a sua infraestrutura pronta há séculos. Por mil questões históricas e centenas de motivos, Brasil, Índia, China e certas partes da África começaram a construir as suas infraestruturas urbanas modernas e de transportes quando os europeus já tinham tudo pronto. Outros países nem começaram (não tem PIB para isso). Por exemplo, a gente está começando a pensar em malha ferroviária de transportes de passageiros agora, nesses países, enquanto na Europa, eles fizeram isso no século XIX, quando ainda colonizavam boa parte do mundo.

    • Marciel
      Responder
      31 julho 2015 at 9:43 pm

      Sobre isso tenho até uma outra teoria: essa infraestrutura ferroviária começou a ser construída nestes países antes da popularização dos automóveis, o que de certa forma fez com que esses países investissem neste tipo de tecnologia porque não havia opções mais baratas. Quando chegou a nossa vez, os carros já eram uma realidade, aí, é muito mais fácil (e barata) e abrir estradas do que trilhos…

  65. pedro ishirugi
    Responder
    31 julho 2015 at 8:40 pm

    Que página legal e envolvente! Eu como estudante, com certeza penso na Alemanha para mestrados e outras especializacoes! Parabéns!

  66. Angelica
    Responder
    31 julho 2015 at 9:04 pm

    Exatamente como na Suíça. Meu marido, que é suíço, há anos faz exatamente essa análise feita no texto. Pra compartilhar.

  67. Fernando Naumann
    Responder
    1 agosto 2015 at 7:50 am

    Eu já morei em Berlim por 4 anos e, sinceramente, sua visão é para lá de romântica. Eu já vi muitos donos de empresas destratando funcionários, sim. Há, sim, grandes executivos que rodam com carrões e ar condicionado e não estão nem aí para o resto.

  68. Paula
    Responder
    1 agosto 2015 at 10:13 am

    A pouca diferença entre os salários (na parte de cima da “curva”), se dá pela maior escolaridade da população. É uma questão de livre mercado, oferta e demanda.
    Muita gente educada significa menos pessoas dispostas a fazer serviços desqualificados e mais querendo e aptas a cargos especializados.
    Assim tem que se pagar mais pelo caixa do supermercado e pode-se pagar menos para o diretor.
    É uma questão de educação e competição.

  69. Mary
    Responder
    1 agosto 2015 at 2:58 pm

    Moro na Alemanha e não me identifico com esse texto. Não são um povo snob, é verdade. Mas há muita gente a ganhar mais 5x o que ganha um caixa de supermecado. Há ostentação, há imensos carros de luxo, não são assim tantos os alemães que limpam a casa. A minha realidade é diferente de Berlim, moro em Frankfurt. E aqui é gritante como esta gente ganha muito dinheiro! €2000 líquidos aqui não é nada.. Apesar de concordar em alguns pontos, acho perigoso generalizar e falar da Alemanha toda tendo apenas Berlim como exemplo.

    • Alana
      Responder
      4 agosto 2015 at 8:51 am

      Mary concordo com você e ainda acrescento mais, aqui na Alemanha o trabalho é terceirizado sim, quantas anúncios em jornais já vi de famílias alemãs buscando pessoas, na maioria estudantes e estrangeiros, para fazer faxina, cuidar de crianças ou idosos, passear com os seus animais de estimação, e até cuidar do jardim… Portanto essa realidade em Berlim está completamente diferente das outras regiões da Alemanha. Quanto ao pet shops sim eles existem, pelo menos aonde moro Aachen, já vi uns 3, e os que possuem melhor poder econômico utilizam sim desses serviços, pois se assim não fosse garanto que não estariam de portas abertas. Concordo com alguns pontos do texto, mas como você mesmo falou, acho perigoso generalizar a Alemanha como um todo.

  70. Wladmir Paulino
    Responder
    1 agosto 2015 at 3:27 pm

    Sábias palavras. Mas vejo o brasileiro de outra forma. Aqui não importa ser rico e sim ostentar. Explico melhor: a quantidade de zeros à direita na conta bancária não importa. O que vale é o que você tem a mostrar nem que para isso seu orçamento tenha que ser cortado em coisas mais essenciais. O que é mais triste ainda.

  71. Denise
    Responder
    1 agosto 2015 at 4:34 pm

    Achei exagerado o seu bombardeio contra servidores públicos! Se é isso que o Brasil tem a oferecer de melhor no que se refere a empregabilidade e estabilidade, saiba que estudei por vários anos para conseguir isso pra mim. Merecemos respeito! Não pretendo sair do Brasil. E busco honestamente ajudar no sustento da família. Quanto à greve veja direitinho, se informe!

  72. Billy v K
    Responder
    1 agosto 2015 at 5:11 pm

    Riqueza são os valores éticos e a isenção de julgamentos.

  73. Renata
    Responder
    2 agosto 2015 at 6:28 am

    Texto perfeito… O que me deixa triste sao os Brasileiros e nao o Brasil…

  74. Patricia Azevedo
    Responder
    2 agosto 2015 at 1:08 pm

    Parabéns, ótimo texto. O Brasil está desesperador, a cada dia mais cafona e escravocrata, para sobreviver aqui é uma luta cotidiana, a ostentação, o desperdício, violência, carteis, desrespeitos , enfim a lista é ainda mais longa, tornaram-se o cotidiano de vida nas cidades. Temos que ser sábios, seguindo atentos e fazendo o diferente.

  75. Daniel Longo
    Responder
    2 agosto 2015 at 6:29 pm

    Oi Ligia,
    Muito bom o texto! Moro há dois anos na Alemanha e concordo com praticamente tudo o que você coloca ali. Peço-lhe apenas pra tomar algum cuidado com possíveis excessos. O excerto a seguir, por exemplo, me parece um pouco exagerado: “(no Brasil) todo mundo quer ter alguém para mandar (e, de preferência, humilhar e maltratar, para mostrar quem é que manda)”.
    No mais, parabéns pelo blog. Esse texto já tem três anos, mas só fui conhecê-lo agora.
    Abraço,
    Daniel.

  76. Nícia Queiroz
    Responder
    2 agosto 2015 at 7:01 pm

    Meu pai precisou se internar quando estávamos em Berlim para se tratar de um problema de saúde. Ficamos impressionados com a diferença no hospital daí e os do Brasil. Não tinha segurança, recepcionista, manobrista e todo ôba-oba que os nossos tem. Até chegar ao quarto do meu pai, às vezes eu fazia todo percurso sem cruzar com ninguém e na maioria das vezes nem acompanhantes os pacientes tinham. Hospital aí é para tratar doença e pronto, não é para fazer visita, festa quando a criança nasce, etc (como na maioria dos nossos).

  77. 3 agosto 2015 at 8:37 am

    Ontem enquanto limpava minha casa estava pensando exatamente em várias questões deste texto (que encontro hj na tl de uma amiga querida):

    1) acho que qualquer pessoa com capacidade (física, cognitiva, etc) para tal deveria limpar sua própria privada (no sentido literal ou não, ou ambos!)
    2) acho que enquanto o brasileiro puder pagar um empregado para limpar a sua própria privada (ou qualquer outra terceirização), boa coisa não vai sair… é porque haverá gente miserável… e isso não é bom para ninguém.
    3) não há um ser humano sequer que trabalhe de bom grado por um salário de fome. Não, nem aquela tiazinha que trabalha na sua casa sorrindo na sua frente… espera só para pegar o busão com ela no final da tarde para saber a verdade… 🙂

    ps: eu adoro limpar a minha casa, acho que ninguém no mundo é capaz de limpar, arrumar e organizar melhor nossas coisas do que nós mesmos. Limpar minha privada, assim como lavar louça, ou fazer a comida diariamente é um “luxo” meditativo que me concedo. Recomendo a todos que acham que tem problemas, limpar semanalmente (ou com a frequência que preferir) a sua privada.

    ps2: uma limpada básica na casa pode me tomar 3 horas corridas ou meia hora distribuída ao longo da semana… não mata ninguém…

  78. Anne Büscher
    Responder
    3 agosto 2015 at 10:15 am

    Eu acho bacana esse paralelo entre a nossa sociedade e a Alemã, é sempre bom aprender com as diferenças, porém, não podemos deixar de relembrar que a nossa classe média “pedante”, é descendente direta de italianos, alemães, poloneses e portugueses. São brancos, que vieram com um certo privilégio ao Brasil, ganhavam salários, ganharam terras e tiveram todas as condições favoráveis para desenvolver-se em nosso país. Sou do sul, sou descendente direta desses italianos e alemães, o povo alemão nosso é de fato muito trabalhador, minha avó protestante foi um grande exemplo disso, porém, sempre foi extremamente racista e mesmo pobre, pisava nos mais pobres e vulneráveis. Aqui no Oeste Catarinense, negros não são bem-vindos, são hostilizados, já presenciei em casa minha prima ser difamada na família porque estava de namoro com um rapaz negro. Meu avô se negava a vender suas terras para negros e mestiços, somente para brancos. Só somos o que somos graças a influência dos Europeus em nossa sociedade, o desenvolvimento econômico e social não desenvolveu nestes descendentes diretos o desenvolvimento humano. Eu trabalho na área social há anos, com jovens em vulnerabilidade, participei de inúmeras campanhas contra o turismo sexual de nossas jovens negras e pobres, sabe quem mais fomenta esse “comércio”? Bingo!!! Os perfeitos alemães… olha só, vem ao nosso país para sair com prostitutas de 14, 15 anos e fomentar nosso turismo sexual…. que povo mais evoluído não? Meu esposo é ativista ambiental é engenheiro ambiental, a indústria farmacêutica alemã vem em peso para a Amazônia sabia? Explorar nossos recursos naturais e levar suas descobertas para o seu país. Bacana né? O fato de limpar sua própria privada e instalar seus próprios moveis não faz nenhum povo ser melhor e mais digno. Olha aqui o lixo eletrônico deles indo ilegalmente para a África, conforme denuncias da ONU. A Alemanha é um dos maiores produtores de sucata eletrônica. Cada alemão produz uma média de 21,6 quilos de dejetos eletrônicos por ano – em Gana, essa quantidade é de apenas 1,4 quilo. Embora a exportação de dispositivos eletrônicos defeituosos seja proibida, cada vez mais navios carregados com lixo eletrônico deixam os portos alemães. O Pnuma calcula que “até 90% do lixo eletrônico global seja eliminado e negociado ilegalmente”.A Alemanha é um dos maiores produtores de sucata eletrônica. Cada alemão produz uma média de 21,6 quilos de dejetos eletrônicos por ano – em Gana, essa quantidade é de apenas 1,4 quilo. Embora a exportação de dispositivos eletrônicos defeituosos seja proibida, cada vez mais navios carregados com lixo eletrônico deixam os portos alemães. O Pnuma calcula que “até 90% do lixo eletrônico global seja eliminado e negociado ilegalmente”.

  79. 3 agosto 2015 at 10:50 am

    Nossa, que coisa mais horrível, Anne. O pior é que é fácil de acreditar. Sei que não existe paraíso na Terra e todos os povos têm seus problemas (os alemães, mais ainda, devido ao seu histórico tenebroso). A ideia não foi pintá-los de santos, superiores e humildes como talvez tenha parecido; apenas aprender com algumas práticas que penso ser muito salutares para o desenvolvimento da sociedade. Esse texto foi escrito em 2012, pouco menos de um ano após minha chegada. Eu estava simplesmente em choque e, sim, devo ter exagerado algumas coisas (sou descendente de italianos…rsrsrsr). Mas foi bom para cutucar a cabeça das pessoas e tenho aprendido muito lendo os comentários. Obrigada por contribuir com a discussão.

  80. Isabel Fogaça
    Responder
    3 agosto 2015 at 4:57 pm

    Eu estava me preparando para escrever um post no meu blog e essa sua postagem me incentivou mais ainda.
    Estamos em crise no Brasil, mas fico pensando se não é hora das pessoas se darem conta que imitamos a cultura consumista dos EUA a qual não podemos sustentar.
    O Governo incentivou na compra de eletrodomésticos, eletrônicos, carros e outros bens de consumo e agora as pessoas não têm como mantê-los.
    Sem contar que o boom nisso tudo fez com que a conta de luz aumentasse, as ruas ficam congestionadas de carros, as pessoas endividadas…
    E com coisas que nem existiam há alguns anos e hoje acham que não viveriam sem elas.
    Comparo esse momento ao nosso corpo, quando não estamos bem, quando chegamos ao extremo e adoecemos.
    Daí temos que diminuir o ritmo, fazer novas escolhas, mudar hábitos, para conseguir sobreviver.
    Eu espero que esse momento faça as pessoas acordarem para um mundo que existe fora do carro com ar condicionado, da TV de Led, do Iphone e do resto de ilusão que nos cercam.
    Como vc disse, conforto é bom e todo mundo quer.
    Mas deitar numa almofada no chão em um ambiente agradável pode ser mais confortável do que uma cama com lençol egípcio ao lado de uma companha rasa.
    Parabéns pelo texto!

  81. Cláudio Rocha
    Responder
    4 agosto 2015 at 9:46 am

    Achei o texto totalmente tendencioso e não concordo com grande parte deles. Respondi por tópicos, porque o texto dela é muito extenso também. Aí vai: Funcionário Público se achar o “rei cocada branca ou preta” é questão cultural. Nada a ver com os salários. Um frentista de posto de gasolina, pode ser tão babaca quanto um doutor honoris causa. Ser um cara do bem, educado e gente boa vai muito da índole e da educação. E, sinceramente, o que eu mais vejo é justamente isso, atendentes de lojas, farmácias, posto de gasolina, dando toco em todo mundo. Então o hábito não faz o monge. Depende muito da pessoa. E um almoço no bandejão da UFMG custa R$4,15, para funcionários e estudantes não cadastrados. Chega a ser R$1,00 para estudantes cadastrados em programas assistenciais. Para visitantes e não estudantes custa R$8,50, ou cerca de dois euros! Dar banho em cachorro em apartamento, desculpem-me, mas é F! Já tive um cachorro e tentei por duas vezes dar banho nele em casa. Eu morava num apartamento antigo que tinha banheira e botei o “anjo” lá dentro. Não é que no mínimo descuido ele pulou para fora e saiu sacolejando água pela casa inteira? Subiu no sofá, depois correu pro quarto e pulou na minha cama. De boa, levar o cachorrinho uma vez por semana para tomar seu banho sossegado num pet shop não me faz rico nem pobre. É um dinheiro muito bem empregado. Quanto a montagem dos móveis, temos no Brasil arraigado que quando compramos móveis, bem menos chics que no Ikea, mas nas Casas Bahia ou Ricardo Eletro, que a montagem dos moveis vêm junto. Se é embutido no preço do produto, já é outra história. Já andei muito pela Europa. Deve mesmo existir pessoas que prefiram a Bicicleta, mas quem já perambulou pela Europa sabe que quem prefere esse meio de transporte mora perto de onde trabalha. As cidades brasilrias, em sua maioria, foram se desenvolvendo e criando periferias onde a maioria da Classe Média trabalha. Eu sou um felizardo, pois moro a três quarteirões do meu trabalho e, portanto, vou e volto a pé. Se eu morasse, por exemplo na Pampulha, jamais viria trabalhar no Centro ou no Santo Agostinho de bicicleta. Impensável! E usar transporte público para isso então, jamais! Ônibus lotados, preço alto das passagens, um calor insuportável no verão e frio no inverno, o nosso transporte não têm serviço de climatização, ao contrário da Europa. Quanto ao “vidro fumê”, na verdade chama-se insulfim, que serve para nos proteger de sequestros relâmpados. Você sabe o que é isso? Os prédios terem porteiros, no Brasil, não é questão de luxo e sim de segurança. Aqui existe um modalidade de assalto que não tive conhecimento de haver em outra parte do mundo: arrastão! Sim, um ladrão entra e sai limpando os apartamentos. Quanto as encomendas, eu já morei em prédio pequeno com sete apartamentos, sem porteiro, e sempre que chegavam encomendas um vizinho as recebia para mim. Aqui é igual! Essa visão de que os ricos da Europa são bonzinhos é totalmente falsa e utópica. Ricos lá e ricos aqui sempre dão um jeito de tirar casquinha e mostrar que são melhores que as classes inferiores. Que mundo você tem andado? Na Europa existe o “tratador de cães”, pessoas que recebem certa quantia para passear com os cães. Vemos em Paris e nos Estados Unidos, geralmente, um jovem puxando vários cães e os levando para passear. Quanto a faxina, e uma comodidade que gera emprego. Tenho uma diarista e sei que ela até já comprou o apartamento dela trabalhando em várias casas durante a semana. E ela não trabalha no sábado ou domingo. Para mim isso é uma forma de trabalho como outra qualquer e depende da oferta e demanda. Pessoas que trabalham o dia todo e estudam à noite, por exemplo, preferem pagar uma diarista para fazer a tarefa pesada da casa em dia da semana. Não vejo como isso pode nos fazer inferiores aos Europeus. Muitas famílias aqui, têm empregadas domésticas. E pagam todos os direitos trabalhistas destas, agora até mesmo Fundo de Garantia. Mais uma vez, é uma questão social e uma maneira democrática de divisão de renda. E só paga quem pode ou realmente precisa. Quanto aos maus tratos, ainda penso que é questão de caráter e educação. Não é só o rico que maltrata, como já disse, existem balconistas que brigaram com a vida. Essa afirmação de que a amiga alemão cuidava do jardim e era motivo de chacota é totalmente inverossímil e soa mais como lenda urbana. Desculpe-me. Ninguém em sã consciência passaria perto de uma pessoa que estivesse cuidando de um jardim e começaria a fazer gozações. Nem se fosse retardado (não querendo ser politicamente incorreto ao utilizar esse termo). A questão de ganhar 30, 40 ou até 50 vezes mais que outra (subtraindo os exageros) é questão de vivermos em um país capitalista. Sempre haverão os ricos, pobres, milionários e trilhiardários. Normal. Quanto aos servidores públicos ganharem o que se imagina que ganham, é balela. Existe o teto salarial que foi instituído tem muitos anos. Claro que existem as distorções em alguns órgãos que dão um jeito de burlar a lei e aumentar os salários com penduricalhos e gratificações fora do teto. Eu mesmo trabalho em uma instituição que pratica isso. Mas a população tem grande parte de culpa pois são pessoas que foram eleitas para as representarem e que ao chegar ao poder, praticam toda sorte de abusos. Em empresas privadas é difícil se encontrar tais privilégios. No Brasil, infelizmente, o dinheiro público é alvo fácil dos espertalhões. Cabe ao povo botar a boca no trombone e exigir que se criem mecanismos para que isso mude. Mas o povão mesmo está mais preocupação com samba, suor, cerveja, futebol, carnaval e mulher pelada. Exemplo: se parlamentares criam auxílio moradia mesmo para os que moram na cidade sede do poder, ninguém faz nada. Mas se disser que o campeonato brasileiro de futebol vai ser proibido, todos vão para as ruas fazer um quebra-quebra. Questão, mais uma vez, cultural. A Alemanha não é o paraíso que ela pinta. Nem o Brasil o inferno. Aqui temos problemas sérios raciais. Pretos morando em favela, ricos em Zonas Sul. Historicamente o que move o país é a diferença abismal entre as pessoas. Os “zona sul” não possuem noção de cidadania e se eles estão vivendo com conforto e têm um carro e podem botar seus filhos em bons colégios então tá tudo bem que exista uma massa miserável morando em favelas, pegando ônibus lotados caindo aos pedaços e os filhos estudando em escolas públicas. As crianças dos guetos e favelas crescem vendo pela janela uma vitrine colorida no horizonte. Chegar até o paraíso, para eles, é impossível e só pode ser conseguido de duas maneiras: tráfico de drogas (aliás, quem alimenta são justamente os “zona sul”) ou carreira no futebol ou samba. Fora isso, estudam em escolas de quinta, vivem em barracos amontoados sem saneamento e outras necessidades básicas. A questão, portanto, é muito mais complexa que só dizer que brasileiros é folgado, ostentador, sem educação e por aí vai. Lembro, ainda, que muitas das pessoas que criticam esse sistema, quando conseguem uma melhoria de vida, passam a usufruir dele caladinhos e achando tudo muito lindo e maravilhoso. Afinal quem, no Brasil, que mora em bairro de classe média, que tem um bom trabalho, quer botar seu filho em escola pública ou ir morar no morro por ser bucólico e romântico, ou enfrentar um transporte público de terceira?

  82. Marcos
    Responder
    4 agosto 2015 at 10:51 am

    Que lindo! Claro que essa educação fantástica veio depois de matar milhares tentando dominar e se impor como única raça pura, depois de explorar África, depois de queimar todo o possível de florestas e enriquecer a qualquer preço e de um considerável perdão financeiro no pós guerra. Não tem como ter orgulho desse lixo de gente , prefiro a “ostentação” brasileira do que o “Politicamente correto” alemão assassino….

  83. 4 agosto 2015 at 12:15 pm

    Muito interessante o seu ponto de vista e como faz as comparações!

    Há alguns meses, escrevi algo parecido, mas sob outro viés:

    https://adrianoduarte.wordpress.com/2015/03/29/o-porque-de-pagarmos-tao-caro/

  84. Susan Furlanes
    Responder
    9 agosto 2015 at 11:53 pm

    Boa noite! O texto é excelente, mas gostaria de saber porquê os funcionários públicos incomodam tanto as pessoas (como o autor do texto cita duas, três vezes, de forma pejorativa).
    Eu sou funcionária da Caixa Econômica Federal, instituição em que meu pai e duas tias trabalharam, e não consegui essa “façanha” por nepotismo, mas sim porque um dia me inscrevi em um CONCURSO PÚBLICO (leia-se: QUALQUER PESSOA PODE TENTAR) e ao realizar uma prova, consegue atingir uma nota suficiente para ser chamada.
    Acredito ter meus méritos para estar em tal situação, sim, e nem por isso fico humilhando quem trabalha como faxineira, lixeiro, cuidador de animais, vendedores de porta em porta ou donas de casa, porque todo mundo tem seu lugar ao seu e pode (DEVE) fazer o que sabe/pode/gosta/precisa.
    Cada um sabe onde aperta o calo.

    Obrigada pela atenção!

  85. Susan Furlanes
    Responder
    9 agosto 2015 at 11:55 pm

    Corrigindo:

    “lugar ao sol”

  86. cintia vizzoto
    Responder
    18 agosto 2015 at 7:30 pm

    Gostei bastante do texto,bem escrito e melhor ainda, escrito por alguém que vive as duas experiências. Acho mesmo que as diferenças existem não por um único fator, mas pelo conjunto de fatores históricos, econômicos e culturais, incluindo aí a religião. O que acontece é que a distribuição da riqueza é mais próxima da igualdade e o preconceito, até pela história alemã, é mais combatido. Não concordo quando dizem que na Alemanha se trabalha mais que no Brasil, aqui se trabalha muito mais, o problema é que há uma grande parte da população que recebe muito pouco. Não podemos achar que na Europa, não existe desigualdade, existe sim, ocorre que poucos ganham muito, muito mesmo,e são esses que são consumidores do mercado de luxo mundial, e a grande maioria da população ganha para ter uma vida com qualidade. Abraços.

  87. Geovane
    Responder
    31 agosto 2015 at 12:08 pm

    Sobre EUA e demais países desenvolvidos, salvo raras exceções
    Os EUA nunca foram um país tão farto em recursos naturais e por isso não sofreu com a colonização inglesa como a Jamaica, Guiana, Índia, etc.
    “A riqueza da terra é a pobreza do homem”, visto isso os EUA desde o início foram uma COLÔNIA DE ASSENTAMENTO e tiveram liberdade da Inglaterra para desenvolver a sua manufatura (e posteriormente sua industria) e até para vender seus produtos para outros países. Liberdade que o Brasil não teve, pois não tinha mercado consumidor relevante, e havia muito o que ser explorado nessas terras, sem contar que as mercadorias inglesas já eram produzidas em larga escala e inundavam o mercado brasileiro com tarifas mais baixas, impossibilitado de vez qualquer chance de industrialização.
    E sobre a industria, a mesma poderia ter sido criada no Brasil, mas nesse caso não vingaria, pois a divisão internacional do trabalho já está estabelecida (nós [na verdade os donos das terras] vendemos commodities) e é extremamente difícil para um produto industrializado Brasileiro competir com produtos de economias desenvolvidas, que pregam o liberalismo mas protegem os seus produtos com impostos altíssimos. Isso se o iphone brasileiro conseguisse sobreviver à concorrência estrangeira dentro do próprio país.

    • Eddie
      Responder
      6 setembro 2015 at 7:16 pm

      Os EUA nunca foram tão fartos em recursos naturais? Qual foi o livro de história pelo qual vc estudou? Até hj os EUA é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e foi uma das razões pela qual conseguiu sair de colônia a metrópole. Alasca tem uma montanha de riquezas minerais lá, fora a grande fonte de água potável para as próximas gerações. Pelo amor de Deus, nesses posts, inúmeras pessoas falando de coisas de que sequer leram na escola uma única linha!

  88. 31 agosto 2015 at 10:24 pm

    Melhor texto que já li na vida! Parece que tu entrou na minha cabeça, leu o que tava lá dentro e escreveu aqui!
    Morei na Alemanha e posso garantir que 100% disso é verdade, felizmente pros alemães e infelizmente pros brasileiros!

  89. 5 setembro 2015 at 8:04 am

    Pois é! Amo Berlin!
    Tem restaurante baratinho, nunca precisei dirigir, amanhan um euro ainda é um euro, não se é assaltado, vc paga preço especial pra viagens curtas de táxi, atravessa a cidade inteira de bicicleta, se tiver disposição, inclusive no inverno. Tanta coisa! A pergunta é: Onde estará o gato? Porque sempre tem um gato.
    Mais recente que no Brasil, a Alemanha tambem escravizou, judeus e inimigos políticos trabalharam sem remuneração e sofreram torturas para que o país se tornasse rico, e funcionou, de forma que a Alemanha durante alguns anos ficasse sendo a maior potência do mundo, sendo exemplo inclusive para nós brasileiros, que éramos no início fans do famoso Adolf, assim como o mundo todo. Esse orgulho criado por esse pseudo progresso, transformou em muito pouco tempo esse grande país numa grande lata de lixo de escombros, fome e degradação. Esse mesmo povo, humilhado e arrependido, reiniciou com muita disposição e habilidade na velocidade cinco um créu de reconstrução do país e do pensamento filosófico baseado na própria vergonha, com ajuda, como teria que ser dos países vencedores, que dividiram o país em dois. Essa vergonha não saiu mais da pele do povo. Um povo que perdeu um pouco de sua auto estima, e que ao mesmo tempo manten-se orgulhoso e muitas vezes angeber. Os judeus foram embora, fizeram outro país e brigam até hoje com os palestinos essa guerra de milênios. Eu adoro Israel, o mundo dos judeus é bonito, organizado e equilibrado financeiramente, tambem com a ajuda das grandes potências mundiais, muitas armas e uma violência constante.
    O Ser Humano é malaco, ladino e imprevisível quando tem medo ou fome. Assim a gente nunca quer passar por isso, matando e roubando para se prevenir, para simplificar, somos carnívoros predadores no topo da Cadeia Alimentar Animal.
    O Brasil, é desorganizado, gigantemente desorganizado, por seus sei lá quantos quilômetros de extensão, por seus sei lá quantos milhões de habitantes, os políticos devem estar em primeiro lugar entre os maiores corruptos do mundo, e aqueles que não são corruptos ainda, ficarão assim que chegarem ao Poder, associando-se aos corruptos estabelecidos; nosso transporte público não existe, nem em cidades pequenas nem em cidades grandes, nossa educação pública se destina a preparar o jovem para ser empregado subalterno baixo estimado das instituições educacionais particulares, nossa política de segurança, protege uma pequena camada da população agredindo e limitando o espaço físico e cultural da maioria e a gente vê as pessoas empregadas até um certo nível tratadas como e sendo chamadas de vagabundos, apesar de uma das maiores cargas horárias de trabalho acredito, do mundo, não posso confirmar porque não pesquisei, mas acredito. Essa carga horária, acredito tambem, deve ser a mais mal paga de todo o mundo. Para construir uma casa, construir seu armário, construir sua cozinha, duas opções, 1 morar na favela e fazer de taipa, 2 pedir licença a prefeitura e pagar, obter um projeto do creci e pagar, comprar material de construção por um preço absurdo e pagar, e ainda estará faltando muito para pagar com menos de 1000 reais por mes para quem faz hora extra, se é que me entendem.
    Ainda assim as roupas são coloridas, os sorrisos são verdadeiros, o vizinho sabe como se chama o vizinho, a conversa no transporte fala mal e bem da Dilma, ajuda a velhinha a subir no ônibus, carrega a bolsa de quem etá em pé e sai na porrad do maluco que tá encoxando a gostosa. Tem trinta e dois rádios diferentes tocando trinta e duas músicas diferentes, quase que cem por cento horrorosas. E tem empréstimo de açucar e café, e tem cervejinha na sexta, e tem macumbeiro, crente e católico, as vezes brigando por religião e as vezes discutindo futebol, dependendo de quantas já tomaram.
    As pessoas estão mudando aqui no Brasil, sendo menos racistas, menos homofóbicas, menos classistas, pegando um pouco de carona na civilidade. Talvez a gente nunca seja uma Berlin neste ponto, com o camarada no trem distribuindo um voucher de 10 euros como compensação do atraso devido a problemas no ICE. Mas Berlin nunca será uma Sampa com seus humores e risadas,
    menos um Rio de Janeiro com seu calor feiquiado e ainda menos uma Recife cheia de cuzcuz, tapioca e frevo. A Europa alcançou a civilização plena e como pagamento deixou um pouco de sua alma, vivendo uma depressão coletiva, que piora muito no Inverno.
    Cada um na sua história, cada um com suas heranças boas e ruins, são dois grandes países, um adulto e envelhecendo, e outro adolescente, rebelde, criativo e em constante mudança.
    Ich bin brasileiro assim com me sinto deutsch!!!! Viva noixxxxx!!!!!!

  90. Etienne
    Responder
    5 setembro 2015 at 6:31 pm

    Professor com doutorado na Suécia ganha no máximo 2 mil euros líquidos? Por favor corrija essa informação pois está bem fora da realidade. 3 mil euros (after taxes) seria mais adequado. Obs: Moro na Suécia.

    • ligiafascioni
      Responder
      6 setembro 2015 at 7:09 am

      Olá, Etienne!
      Obrigada pela informação. Conforme coloquei no texto, esses dados me foram dadas por amigos (se fossem dados oficiais, citaria as fontes) e a ideia foi mostrar que a diferença não é gritante como no Brasil. É claro que alguns devem ganhar € 3 mil ou até mais (claro, o salário não deve ser tabelado, é natural de haja variações). O ponto de de discussão não é o número absoluto, mas o relativo em relação aos demais salários. Pode ser € 2 mil, € 3 mil ou até € 5 mil, mas nunca será comum que duas pessoas na mesma cidade, ambas sendo funcionárias, tenham uma diferença absurda de salário como 30 ou 40 vezes (até mais), entende? Por mais que as funções sejam diferentes. É isso que quero ressaltar.

  91. Eddie
    Responder
    6 setembro 2015 at 7:07 pm

    Análise rasa: comprar a riqueza que abunda em toda a Alemanha e Escandinávia com a que existe aqui no Brasil é, no mínimo, falta de conhecimento intelectual. Se a senhora entendesse mais de mundo e pesquisasse como foi a história econômica pós-guerra desses países, vendo como conseguiram sair de países pobres a super-ricos, entenderia a razão por que não se consegue implantar uma social democracia em país nenhum emergente. As diferenças de PIB per capita são enormes. Para o país ter uma renda per capita do tamanho da Itália, que não é grande ator mundial na economia, seriam necessários uns setenta anos a 2-3%, desconsiderando que o crescimento da economia acarretaria aumento de custo de vida. Acho que a senhora não tem base intelectual suficiente para colocar algumas coisas no texto.

  92. Elem Malheiros Toniolo
    Responder
    19 setembro 2015 at 3:42 pm

    Talvez eu não tenha tanta leitura como muitos aqui dizem. Mas alguns pontos de vista, procurei ler todos, têm que ser considerados. O que levou a Alemanha (ou outros países europeus) a atual conjuntura até nem vem mais ao caso. O fato é que realmente o nosso país vive uma discrepância muito grande. Mas é um país rico e se tivesse uma mentalidade mais fraterna e justa poderíamos estar vivendo melhor, com outra cultura que não seja deste consumismo do ter. Se procurássemos SER mais felizes vivendo igual, sem ter medo da empregada nos roubar porque ela não precisaria. Não entendo esse negócio de ganhar tanto se nem vai gastar nesta vida tudo o que “ganhou” (alguns). Há juízes que desistiram de se aposentar para não perder o auxílio moradia de 4 mil (muito mais do que ganha um professor). o que precisamos mesmo é refletir o que podemos mudar em nossa sociedade vendo os exemplos positivos que temos, sem ter que achar justificativas ou apontar o dedo para o passado procurando um culpado, isso pode nos ensinar mas já passou. Temos que olhar pra frente e bater panela pelo que achamos justo e o que queremos que mude em nós (nossa cultura do jeitinho) e em toda a sociedade da qual fazemos parte. Sabemos que muitos enriqueceram em detrimento de outros, mas não precisamos fazer o mesmo, precisamos fazer um “mea culpa” , onde estamos repetido a “cultura tupiniquim” e nos transformarmos. Disseminar uma mudança de comportamento, nos educar com exemplos positivos, mesmo que tome um tempo,o Brasil é um país jovem e rico, mas muiiiito “imaturo” então sejamos coerentes com o que desejamos para o Brasil e o que fazemos pra que ele melhore.

  93. jacqueline
    Responder
    24 setembro 2015 at 4:49 pm

    Texto extremamente tendencioso e mentiroso.
    O Diretor da Mercedes Bens, só para citar um exemplo ridiculo, ai na Alemanha, ganha 166.000 EUROS POR MÊS.
    E no seu textinho, mentiroso, você afirma que a diferença de salario entre um operário e um direto é de no máximo 5 x, bem ou o tal caixa de supermercado ganha 33.000 euros por mes, ou vc não foi a nenhuma aula de matematica na escola, ou está mentindo descaradamente.
    Lógico que existem empresas ( a floricultura da esquina ) e empresas ( Mercedes Bens ), mas no seu texto vc afirmou que a diferença de salario de um diretor e um operário de QUALQUER empresa era de “no máximo” 5 x………

    • 25 janeiro 2016 at 12:53 pm

      “O diretor da Mercedes Benz”. Você está se referindo a um funcionário em uma empresa multinacional com responsabilidade sobre milhares de colaboradores espalhados pelo mundo. Esse caso que você citou, deve tratar do diretor-presidente (se é que é de fato um salário, e não a soma de bônus, resultados, etc). Eu estava me referindo à média, à maioria da população, não a 0,000001% dos habitantes. Espero que tenha ficado mais claro agora.

  94. Martha Julia
    Responder
    3 outubro 2015 at 10:40 pm

    Uma curiosidade…já que vc mencionou que não tem petshop…quando as pessoas querem viajar o que elas fazem com seus bichinhos de estimação? existe algum serviço de pet-sitter?

    • 4 outubro 2015 at 4:32 am

      Oi, Martha! Não é que não exista pet shop; eu, por exemplo, já vi dois em Berlin (mas conheço praticamente a cidade toda e ela tem quase 4 milhões de habitantes), então penso que é muito pouco se comparado com o Brasil. O normal é as pessoas pedirem para os vizinhos cuidarem dos gatos quando viajam. Mas em último caso, há hoteis para gatos e cachorros sim (também conheço dois). O que existe é bastante oferta na internet de estudantes e aposentados que gostam de animais oferecendo-se para ir na casa das pessoas quando elas viajam como uma forma de ter uma renda extra. A gente já usou esse serviço uma vez (era uma estudante de psicologia e ela tinha vários cursos de cuidados de pequenos animais); achamos na internet e foi ótimo.

  95. Alexandre
    Responder
    5 outubro 2015 at 8:31 am

    Nossa… tudo exatamente igual aqui na Irlanda

  96. Gustavo Estevão
    Responder
    5 outubro 2015 at 9:30 am

    -Olá felicidade e sucessos !! primeiramente parabéns pelo texto, tenho uma amiga italiana que vive na Alemanha , de fato não são pessoas que trabalham , e tem uma estabilidade,pois o país proporciona isso , nunca sai do país talvez não tenha tanta credibilidade para comentar sobre o assunto, mas por relatos de amigos , e parentes pode se concluir que o dinheiros nesse país ” É USADO PARA UM OBJETIVO , MAS NÃO É O OBJETIVO EM SI ” o que também contribui para uma qualidade de vida melhor sem aquele stress de querer “ostentar” ou mostrar “poder” pelos bens possui . No mais sucessos e Felicidades a você e sua família.

  97. Gustavo Estevão
    Responder
    5 outubro 2015 at 9:34 am

    CORREÇÃO ! SÃO PESSOAS QUE TRABALHAM, E SABEM ADMINISTRAR O DINHEIRO , E TAMBÉM SENTEM PRAZER E EXERCE FUNÇÕES SECULARES, O QUE ACABA SENDO UMA TERAPIA. PEÇO DESCULPAS PELO ERRO “de fato não são pessoas que trabalham”. NÃO FOI INTENCIONAL.

  98. Juliana Silva
    Responder
    13 novembro 2015 at 8:10 am

    Adorei o texto e a reflexão 🙂
    Também sou brasileira e vivo em Portugal. Aqui também as coisas funcionam como vc explica no seu texto, mas com uma diferença (que também sirva para explicar talvez explique a cultura de ostentação no Brasil): em Portugal ainda subsiste uma “classe” de meia duzia de pessoas ricas que adoram se portar como os senhores da época colinial, e isso é de alguma forma absorvido pelo resto da sociedade. Aqui a maior parte das pessoas não tem dinheiro para e acha até meio ridiculo ter empregada, jardineiro, pet shop, celular caro e etc, mas acaba tentando pagar de ryca e fyna de outras formas, analisando o sobrenome e a “linhagem” dos outros, ou a formação profissional, ou onde passa férias….essas porcarias.

  99. Bruno Freitas
    Responder
    26 dezembro 2015 at 5:03 pm

    Oi Ligia, tudo bem? Eu tenho uma certa resistência à blogueiras, geralmente as acho fúteis e bobinhas. Vejo que muitos blogs querem mostrar coisas (objetos, roupas, bolsas, perfumes, restaurantes super caros e afins) e mascaram isso com uma cara de blog informativo. Fiquei surpreendido com o seu. Com a clareza e a forma com que você escreve. Encontrei o seu por acaso e tive a sorte de ler esse texto muito bonito que você fez. Bonito mesmo, pois achei simples e deu pra ver que você pôs seu ponto de vista de uma forma tão carinhosa que faz a gente refletir muito sobre tudo isso. Parabéns pelo blog e pelo texto. Por mais que alguns pontos não sejam o que as pessoas consideram como “verdades universais” valeu muito a pena refletir sobre… =D

  100. maria a. carvalho
    Responder
    25 janeiro 2016 at 7:12 am

    Porque não quer publicar o comentário que afirma que somos considerados sem “pedigree”,pelos cidadãos de países ricos? E que em nosso país temos nome e sobrenome?

  101. 25 janeiro 2016 at 12:44 pm

    Maria, todos os comentários são liberados automaticamente e eu não apago nenhum, desde que não contenha ofensas pessoais ou palavras de baixo calão. Verifique se realmente o comentário foi publicado quando você postou. Pode ter havido um erro no processo. E lamento por você, mas tanto eu como meu marido, que também é brasileiro, sempre fomos muito bem tratados em todos os lugares em que estivemos. Jamais me senti uma cidadã de segunda categoria.

  102. 7 fevereiro 2016 at 7:09 pm

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  103. Sady
    Responder
    4 julho 2016 at 10:53 am

    Precisamos reconhecer que este pessoal faz por merecer ter uma vida melhor. Estão no ápice com todo direito. Acresço, porém, que nós somos também muito ricos, embora toscos. Só quem nunca andou o nosso país é que pensa que aqui não é potência. Aqui temos sobrando, e até se perdendo, o que é escasso na maioria das terras. Talvez por isso nosso povo não é muito tenso quanto a vida em sociedade. A coisa sempre foi destabelada e a festa nunca precisou de muito motivo para começar. É uma questão de valores e das circunstâncias que os moldaram. Um gringo não viveria bem aqui, mas um brasileiro vive bem aqui e aí do mesmo jeito. Temos pouca bagagem e “quanto menos bagagem mais fácil é a viagem”!

  104. patricia arantes
    Responder
    16 julho 2016 at 11:50 am

    Ok, concordo com a maioria das colocações aqui. Realmente muitos países da Europa se reergueram devido ao trabalho duro de seu povo e de organização. Mas no caso especifico da Alemanha, não podemos nos esquecer da quantia absurda de dinheiro e também da quantidade descomunal de propriedades e bens materiais roubados pelos nazistas dos judeus durante as guerras, em especial , a Segunda Guerra Mundial. Quando a guerra acabou, muitos saíram da Alemanha e foram para outros países, como o Brasil por exemplo, e exploraram estes países, no Brasil por exemplo, cuidaram das cidades no RS, tornando-as pequenas Alemanhas, mas exploraram o restante do Brasil, destruindo o que tivesse que ser destruído para alcançar seus objetivos. ( Globo Repórter – 2016). Outro fator muito importante é o tamanho destes países, alguns não são do tamanho de estados brasileiros, o que facilita seu controle e governo. Não acho que a Alemanha seja um bom exemplo devido a seu passado de massacres e porque não dizer de extermínio de povos se apossando de seus pertencer e de uma certa forma, aumentando suas riquezas. Países como Suíça por exemplo, cobra multa de quem joga papel no chão, e aceita dinheiro do mudo todo, não importa se de sequestro, assalto ou corrupção. São grandes culturas, sim, países lindos, sim, embora não seja uma grande fã da Alemanha nem de alemães, mas eles tem seus méritos, mas acho que nós Brasileiros, deveríamos parar de só ver o lado positivo dos outros e os negativos nossos e lutar por um país mais justo e dignos para todos. EM todos esses países, quem fez a mudança foi o povo, com trabalho, respeito e luta. ( não no sentido de guerra).

  105. Ana Carolina
    Responder
    18 julho 2016 at 11:05 am

    O texto é ótimo! Só cabe uma correção: parece que todo funcionário público no Brasil ganha milhões e é arrogante. Sou arquiteta concursada e ganho metade do salário mínimo profissional estipulado pelo Cau. E não, não é ilegal porque é regime estatutário e não CLT. Pra complementar a renda sou professora universitária. E ainda é melhor assim do que ser autônomo no Brasil onde não se valoriza o estudo e o trabalho intelectual de ninguém, quer se exigir ao máximo e pagar o mínimo. Muitos concursados estão no serviço público justamente porque em suas profissões não existem empregos formais que paguem um salário todo fim de mês. E como vc bem coloca ainda pagamos escola e saúde particulares mesmo com imposto descontado em folha.
    Não seria ótimo se no Brasil fosse assim tbm?! As pessoas valorizassem o estudo do outro e os salários não tivessem disparidade? Se com um salário só se vivesse confortavelmente, sem luxos, e sem se matar trabalhando 12 horas por dia…sim pq na opinião de muitos funcionário público é vagabundo pq só trabalha 6 horas…esquecem que tem mais 6 depois.
    Não seria ótimo se o estudo tão exigido pelo mercado de trabalho fosse realmente valorizado?
    Os grandes milionários do Brasil são aqueles que largaram os estudos pra jogar futebol, rebolar no palco cantando música ruim ou fazer sindicalismo até chegar na presidência da república…uma lástima!

  106. Janine Diniz Fortuna
    Responder
    19 outubro 2016 at 10:47 am

    Gente me vi no mesmo discurso neste texto ! Perfeito e é bem assim mesmo 🙂
    Adorei

    Janine Fortuna
    Strasbourg France

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