Estava no Blog da regininha e vejo o teu que trata sobre rugas…
Rugas parecem ser novos limites, abrem novos surcos e caminhos… Sobre limites do corpo escrevi… “Palavras são tentativas de aprisionar idéias, colocar balizas, extrema de letras e som, confinando aquilo que pensamos definir, (de) limitar conceitos. Aquelas que não conseguimos pronunciar, as não ditas, se acumulam no corpo como finos cristais quebrados, sutis armaduras de cacos que aumentam o volume. Outras, como simples vidros, são páginas transparentes que se antepõem a tudo. E ainda que pareça grande por fora, se apequena por dentro. A pele se eriça, incapaz de reconstruir-se. O limite acumula fantasmas, rastros e ilusões. O tempo passa por ele com marcas. Os objetos não, ficam estacionados, ocupando o lugar da emoção. O corpo se arrepende,
paralisa, nutre-se do nada.
As coisas se enganam, pensam que são outras, quebrando-se aos pouquinhos, mas permanecem nelas, iguais, as mesmas delas mesmas, com capacidade de ressurreição. Reordenam-se, e reaparecem quando são chamadas.
Não temos apenas limites e, sim, portas. Finas capas de incertezas.”
Gostei do Blog. Parabéns.
Lígia Fascioni: Nossa, que bacana, Daniel. É um jeito muito poético de ver as coisas. Também gostei do seu texto, parabéns!
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