Oi, Ana! Por isso é que eu fico sempre batendo na mesma tecla: se o DNA da empresa é conservador, fica muito difícil mudar. Nesse caso, melhor ela se posicionar como tradicional e realizar apenas inovações incrementais. Ir contra a natureza da organização é caro e frustrante…
Abraços e sucesso!!
Concordo também. Sou designer de produto posso inovar e dar muito retorno com um bom projeto, mas processos de inovação, como o próprio nome diz precisam obedecer a uma máxima: Nunca haverá resposta 100% precisa sobre o comportamento de uma ação inovadora, porque ela NÃO EXISTE AINDA! É simples!
E como você coloca inovar é um árduo processo. E digo mais, nem todas as empresas têm capacidade para sustentá-lo. Falo por experiência.
Na minha inocência e ignorância tentei implementar na última indústria que trabalhei o processo de design thinking no desenvolvimento de alguns projetos e quebrei a cara. Não deu certo em muitos projetos porque se eu conseguia levar bem o desenvolvimento com a minha equipe de design esbarrava nos outros departamentos que não tinham essa cultura. Após dois anos implementando essa cultura, em um dos projetos para uma das maiores empresas de cosmético do mundo vi o quanto a inovação é para a maioria assustadora. Consegui envolver designers, engenheiros, marketing para desenvolver uma embalagem revolucionária para o mercado de perfumaria. O cliente comprou a idéia, minha empresa também e parecia que realmente faríamos algo revolucionário.. .Quando cheguei na fornecedora de material, polímero mais precisamente, quebrei a cara novamente.
Para a embalagem escolhemos um polímero que a mesma empresa, uma das líderes mundiais em inovação de material nos ofertou em um seminário de INOVAÇÂO. Fizemos uma proposta para a tal empresa de que queríamos o tal polímero e que iríamos ajudá-los na sua aplicação industrial. Sabe o que eu ouvi depois de longos meses de negociação? Que na verdade o tal material, apesar de ser ofertado inúmeras vezes como já disponível em escala industrial não deveria estar no mercado nos próximos anos, porque a própria empresa achava que era muito revolucionário e não teria muitas aplicações! Um representante deles veio do Canadá só para me mostrar outros polímeros que ele achava que ficariam melhores no meu projeto, mas que não atendiam a absolutamente nenhuma característica que eles venderam no polímero anterior!. É necessário experiência para saber quando essa ferramenta pode ser aplicada. Não é por isso, porém que deixo essa ferramenta de lado, nos casos em que há aplicabilidade não indico outra coisa, porque quem tem a cultura de inovação, ou está disposto a criá-la estará sempre a frente, inquestionavelmente. 😉 abçs.
Falou e disse, Fernando!
]]>Obrigada!
Fernando, obrigada também por expressar sua opinião que agrega bastante aos nossos comentários e a reflexão!
Bjs
]]>Vivemos no Brasil uma cultura empresarial de “qualidade total” que num análise rasa parece ser perfeita, mas que mais profundamente é algo que “empata” processos inovadores, pois impede uma mentalidade nas empresas de arriscar e buscar novos paradigmas.
Parto sempre do principio que para o design thinking ser o mais certeiro possível é preciso à empresa ter uma predisposição a uma mudança sistêmica de culturas, assim as chances de uma abordagem do design thinking terá mais chances de ser proveitosa, aplicar em empresas “cartesianas” e de “pensamento linear” é, e será perda de tempo e um convite ao fracasso.
Não acho uma vantagem ou benefício para o design o Brasil estar economicamente mais estável e próspero do que as economias europeia e americana, nosso empresariado ainda possui uma mentalidade “empatadora”, precisa-se modelar novas culturas nas empresas para que modelos inovadores mudem paradigmas.
Mas eu acredito que a abordagem sistêmica e metaprojetual, a qual o design thinking se configura é na maioria das vezes elemento que vai ajudar e muito as empresas num cenário mercadológico que está passando por mudanças paradigmáticas rápidas, globais e com rapidez nunca antes vista.
Parabéns pelo texto
]]>Oi, Beatriz!
Olha, eu penso que é um pouco de cada uma das três coisas que você apontou. Em qualquer profissão a média é baixa (por isso, o profissional que se encaixa nela se chama medíocre) e apenas uma pequena parcela é formada por profissionais realmente excelentes, que colocam em prática o que aprendem, e mais, não param de aprender. Todo dia esbarro com profissionais de design que mal sabem escrever; mas acho que isso é reflexo da educação no país, cada vez mais sucateada e nivelada por baixo (em vez de melhorar o ensino básico para que todos tenham chances iguais, os caras vão lá e facilitam o acesso à universidade, que corta caminho e dá mais votos).
Como eu disse, não é privilégio do design (o festival de médicos, engenheiros, advogados e jornalistas incompetentes, só para citar profissões mais conhecidas, é assustador). Penso que enquanto a educação não for prioridade no Brasil, teremos profissionais que acham que sabem alguma coisa só porque são portadores de um diploma comprado a prestações.
Sobre o Brasil estar em situação melhor que a Europa, isso é mais sorte que juízo e não sei se vai durar muito, do jeito que estamos jogando dinheiro pela janela (ou para o bolso de políticos) e usando mal os recursos públicos – isso antes da copa.
O Brasil está muito mais para a Grécia do que para a Alemanha em termos de comportamento econômico. Para você ter uma ideia, meu marido trabalha numa empresa alemã que queria muito produzir coisas no Brasil. Mas pecinhas básicas, que nem requerem muita tecnologia, custam 70% mais barato se produzidas aqui e importadas legalmente para o Brasil, com impostos bem altos e pagando salários alemães.
Eles quiseram comprar um terreno num parque tecnológico em Florianópolis para construir uma fábrica (sem nenhum acesso logístico e dependendo da BR-101, como você bem sabe), mas o custo era 10 vezes o preço de um terreno aqui nas mesmas condições (porém, com estradas e ferrovias ótimas). Assim fica difícil justificar os investimentos, né?
Fico bem preocupada, pois parece que o pessoal está achando tudo ótimo – é só ler os jornais com cuidado para ver que não é bem assim… a sorte é que o Brasil é grande e anda mesmo com o governo torcendo contra (altos impostos e total falta de infra-estrutura; sem falar na corrupção endêmica). Tomara que isso mude logo, mas infelizmente penso que a coisa vai demorar um pouco – e sem educação, não vai rolar mesmo…
Beijocas, querida!!
]]>Então Ligia, vc tocou num ponto em que eu realmente questiono “onde estamos errando?”. Vejo muitos designers fazendo reclamações sem embasamento ou pesquisa antes de opiniar sobre determinado assunto. A minha dúvida para em 3 questões:
1- seria tamanho egocentrismo de designer achar que é auto suficiente?
2- seria a educação ensinadas pelas instituições insuficientes e que pouco estimulam seus alunos na busca além gerando limitações?
3- seria a era digital onde todo mundo sabe de tudo e quer dar sugestões ou opiniões de maneira tão rasas?
Assim como vc comentou o design thinking é um caminho, que pode dar certo ou não. O trabalho de muitos designers também é um risco, não há como prever que certas coisas produzidas irão trazer retorno para tal negócio. Claro que dá pra ter uma ideia de que um bom design traz bons retornos…
Porém, por fim, tudo é definitivamente uma incógnita, assim como hoje temos um Brasil próspero e uma Europa em crise…Alguém alguma vez cogitou isso?
Beijos e ótimo texto mais uma vez
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