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{"id":12281,"date":"2011-09-05T17:13:50","date_gmt":"2011-09-05T20:13:50","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=12281"},"modified":"2011-09-05T17:13:50","modified_gmt":"2011-09-05T20:13:50","slug":"qual-e-o-seu-tipo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/qual-e-o-seu-tipo\/","title":{"rendered":"Qual \u00e9 o seu tipo?"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a><\/p>\n

Muita gente n\u00e3o sabe ou n\u00e3o se deu conta, mas o mundo da tipografia mudou completamente depois que um estudante universit\u00e1rio abandonou seu curso nos idos dos anos 1970 e resolveu assistir aulas de caligrafia para passar o tempo. Ele achava que isso n\u00e3o acrescentaria muito ao seu curr\u00edculo, mas n\u00e3o podia evitar o fasc\u00ednio que sentia pelas letras caprichosamente desenhadas. Dez anos depois, o sujeito projetou o primeiro computador onde quem escrevia podia escolher o tipo de letra que queria usar no texto; sim, estamos falando de Steve Jobs e seu revolucion\u00e1rio Macintosh.<\/p>\n

Antes de Jobs, apenas profissionais especializados sabiam a diferen\u00e7a entre Bodoni, Times New Roman e Gill Sans. No mundo D.J., tipografia \u00e9 mais popular que novela, e um pr\u00e9-adolescente pode discutir violentamente com sua tia porque ela usou Comic Sans (tias adoram) em vez de Verdana no e-mail.<\/p>\n

A partir do reconhecimento desse fen\u00f4meno \u00e9 que o extraordin\u00e1rio \u201cJust my type<\/em><\/strong>\u201d, de Simon Garfield come\u00e7a a ser narrado. Diferente dos outros livros de tipografia que j\u00e1 li, esse n\u00e3o gasta as p\u00e1ginas dissecando as caracter\u00edsticas de cada fam\u00edlia tipogr\u00e1fica. Ele fala das fontes sim, mas principalmente das pessoas que as criaram e suas hist\u00f3rias.<\/p>\n

Fala do capricho de Jobs, que encomendou para sua equipe uma cole\u00e7\u00e3o de fontes com o nome das cidades que ele adora (Chicago, fonte do primeiro iPod; San Francisco, London, Geneva e New York, para citar algumas). Depois veio a Microsoft e nos deu mais um mont\u00e3o de op\u00e7\u00f5es. Ali\u00e1s, voc\u00ea sabia que o \u201cpai\u201d da pol\u00eamica Comic Sans tamb\u00e9m criou sua irm\u00e3 mais chique, a Trebuchet? E que essas duas s\u00e3o as melhores fontes para trabalhar com crian\u00e7as disl\u00e9xicas, sendo que a Trebuchet \u00e9 uma das mais adequadas para o web design?<\/p>\n

A hist\u00f3ria da Comic Sans \u00e9 curiosa; Vincent Connare (que tamb\u00e9m era fot\u00f3grafo e pintor) foi contratado pela Microsoft em 1994 e um dos seus primeiros trabalhos foi analisar a tipografia de um pacote chamado Microsoft Bob, o av\u00f4 do Office. Ele tinha planilhas, editores de texto e tudo mais, e a ideia era faz\u00ea-lo parecer bem amig\u00e1vel para os novatos. Mas Connare reparou que essa era uma tarefa imposs\u00edvel, pois as instru\u00e7\u00f5es e comandos eram todos escritos em Times New Roman. Ent\u00e3o ele estudou algumas refer\u00eancias e, baseado em sua cole\u00e7\u00e3o de hist\u00f3rias em quadrinhos, criou a Comic Sans, cujo objetivo \u00e9 transmitir divers\u00e3o, descontra\u00e7\u00e3o e humor. E, ningu\u00e9m pode negar, a fonte \u00e9 muito competente nesses contextos.<\/p>\n

O problema \u00e9 que o Comic Sans come\u00e7ou a aparecer cartas comerciais e institucionais (eu j\u00e1 recebi uma da Finep, juro!), ambul\u00e2ncias, sites porn\u00f4, uniformes de futebol, cart\u00f5es de visita de bancos e seguradoras, an\u00fancios de produtos m\u00e9dicos, placas de advert\u00eancia supostamente s\u00e9rias e por a\u00ed vai. Claro que quem tem um m\u00ednimo de bom senso e olho ficou perturbado com o fen\u00f4meno (vale ressaltar que nem todo mundo com essas caracter\u00edsticas \u00e9 designer). Surgiram campanhas ir\u00f4nicas do tipo \u201ccada vez que voc\u00ea manda um e-mail em Comic Sans um lindo coelhinho morre perfurado<\/em>\u201d, \u201cFora Comic Sans<\/em>\u201d e iniciativas c\u00f4micas do mesmo naipe.<\/p>\n

Ainda tem muita gente que sonha banir o Comic Sans das op\u00e7\u00f5es de fonte do Word, mas n\u00e3o se pode negar que ela \u00e9 uma \u00f3tima op\u00e7\u00e3o nas aplica\u00e7\u00f5es para as quais foi projetada. Como diz o pr\u00f3prio Connare \u201cSe voc\u00ea ama a Comic Sans, provavelmente voc\u00ea n\u00e3o sabe muito sobre tipografia. Mas se voc\u00ea odeia a Comic Sans, voc\u00ea realmente n\u00e3o sabe nada sobre tipografia; melhor procurar outro trabalho.\u201d<\/em><\/p>\n

Tem outros causos interessant\u00edssimos, como a hist\u00f3ria de Eric Gill, o criador da elegante e inimit\u00e1vel Gill Sans, um artista que criou a fonte sob encomenda para uma livraria em Bristol, Inglaterra. O sucesso foi t\u00e3o grande que a fonte foi adotada pela Igreja da Inglaterra, BBC, British Railways<\/em> e usada nas capas dos livros da Penguin Books; at\u00e9 o Minist\u00e9rio da Informa\u00e7\u00e3o brit\u00e2nico foi cliente durante a guerra. Mas quando a biografia do Eric foi publicada em 1989, estourou o esc\u00e2ndalo; o sujeito era um louco de pedra que adorava fazer experimenta\u00e7\u00f5es sexuais com sua irm\u00e3, filhas e at\u00e9 seu cachorro. E ainda anotava no di\u00e1rio relat\u00f3rios sobre os resultados. Claro que n\u00e3o faltaram movimentos para banir a fonte, mas a coitada n\u00e3o tem culpa do pai que tem, n\u00e9?<\/p>\n

Outra hist\u00f3ria bacana foi o relato sobre a mundan\u00e7a do logotipo da IKEA. A rede sueca de m\u00f3veis e objetos bem projetados e baratos (n\u00e3o tem no Brasil, mas a Tok Stok e a Etna s\u00e3o tentativas de c\u00f3pia relativamente bem-sucedidas, exceto pelo pre\u00e7o) arrumou a maior confus\u00e3o quando tentou mudar a fonte tipogr\u00e1fica de sua marca, grafada em Futura, para o Verdana. A Futura, criada em 1920, \u00e9 elegante e traduz muito bem o conceito de honestidade, praticidade e design ao alcance de todos. O argumento usado era que a Futura n\u00e3o estava presente na maioria dos computadores e a Verdana tinha sido projetada para esse fim, al\u00e9m de estar se tornando muito popular, o que faria a marca ser reproduzida em todos os meios com mais fidelidade. Bom, a Verdana \u00e9 \u00f3tima para computadores, mas o \u00edcone da IKEA s\u00e3o as letras garrafais pintadas em amarelo nas paredes azuis das lojas monumentais da rede. E nessa dimens\u00e3o, n\u00e3o tem pra ningu\u00e9m; a Futura impera sem concorrentes. Os clientes se revoltaram de tal maneira que a empresa teve que voltar atr\u00e1s. Os executivos sempre pensaram que ningu\u00e9m reparava nisso; at\u00e9 mesmo os clientes s\u00f3 ent\u00e3o se deram conta do v\u00ednculo emocional que tinham com a marca.<\/p>\n

Ainda tem mais um mont\u00e3o de coisas interessant\u00edssimas: discuss\u00f5es frut\u00edferas sobre visibilidade e legibilidade; a hist\u00f3ria dos s\u00edmbolos & e $; a onipresen\u00e7a da Helvetica em metr\u00f4s, marcas e aeroportos do mundo todo; o sonho de Frutiger para a Univers; a dram\u00e1tica hist\u00f3ria da Baskerville; o fato de Veneza, em 1470 j\u00e1 ter 150 gr\u00e1ficas; o nascimento do it\u00e1lico; as consequ\u00eancias de um e-mail todo escrito em caixa-alta (para quem n\u00e3o sabe, escrever um texto todo em mai\u00fasculas \u00e9 a maior ofensa que se pode fazer escrevendo \u2013 \u00e9 o equivalente a berrar); o caso de amor entre Barak Obama e a fonte Gothan; a Transport, desenvolvida especialmente para sinaliza\u00e7\u00e3o rodovi\u00e1ria;\u00a0 a hist\u00f3ria dos primeiros tip\u00f3grafos; a era Letraset (usei muito) e rotuladores Dymo; enfim, o livro \u00e9 divertimento garantido e cultura tipogr\u00e1fica de primeir\u00edssima.<\/p>\n

Exatamente o meu tipo…<\/p>\n

L\u00edgia Fascioni | www.ligiafascioni.com.br<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Todo mundo que escreve deveria ler o extraordin\u00e1rio \u201cJust my type\u201d, de Simon Garfield. Diferente dos outros livros de tipografia que j\u00e1 li, esse n\u00e3o gasta as p\u00e1ginas dissecando as caracter\u00edsticas de cada fam\u00edlia tipogr\u00e1fica. Ele fala das fontes sim, mas principalmente das pessoas que as criaram e suas hist\u00f3rias. Imperd\u00edvel, sob todos os pontos de vista. Bem o meu tipo.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":12282,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[29,50,25,26,35,49,28,65,58,73,52],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12281"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=12281"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12281\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=12281"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=12281"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=12281"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}