Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":12355,"date":"2011-09-19T17:26:03","date_gmt":"2011-09-19T20:26:03","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=12355"},"modified":"2021-12-22T06:21:11","modified_gmt":"2021-12-22T09:21:11","slug":"nao-fui-eu-quem-falou","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/nao-fui-eu-quem-falou\/","title":{"rendered":"N\u00e3o fui eu quem falou"},"content":{"rendered":"

\"\"<\/a><\/p>\n

Vivo reclamando do alem\u00e3o, essa l\u00edngua de b\u00e1rbaros, mas estou em companhia ilustr\u00edssima: ningu\u00e9m menos do que o c\u00e9lebre Mark Twain. No final do s\u00e9culo XIX, quando o famoso escritor e humorista americano andava pela Europa, resolveu morar um tempo na cidade de Heildelberg para aprender alem\u00e3o. Da experi\u00eancia nasceu um texto hil\u00e1rio, imperd\u00edvel para quem quer aprender a l\u00edngua ou gosta de curiosidades.<\/p>\n

Mark Twain \u00e9 famoso pelos cl\u00e1ssicos “As aventuras de Tom Sawyer<\/em>” e “As aventuras de Huckleberry Finn<\/em>“, mas tenho tamb\u00e9m o “Dicas \u00fateis para uma vida f\u00fatil<\/em>” e adoro.<\/p>\n

Na vers\u00e3o bil\u00edngue alem\u00e3o-ingl\u00eas “Die schreckliche deutsche Sprache —\u00a0<\/em>The awful german language<\/em>” (algo como “A horrorosa l\u00edngua alem\u00e3<\/em>“) ele descasca o idioma de Goethe.<\/p>\n

Come\u00e7a pelo b\u00e1sico, o absurdo dos g\u00eaneros dos substantivos, totalmente arbitr\u00e1rios mas imprescind\u00edveis para qualquer frase simples que se queria construir (mo\u00e7a \u00e9 neutro, parede \u00e9 feminino e ab\u00f3bora \u00e9 masculino, vai entender por que, ainda mais para algu\u00e9m que tem a l\u00edngua inglesa como m\u00e3e). Esses dias conversei com uma amiga e ela me contou do drama que foi excluir a express\u00e3o Fraulein<\/em> do uso cotidiano (h\u00e1 menos de 50 anos); seria o equivalente a senhorita, mas em alem\u00e3o, as mulheres n\u00e3o casadas ficavam eternamente condenadas ao g\u00eanero neutro. Nem mulheres eram consideradas, pode?<\/p>\n

Depois ele senta a lenha nas declina\u00e7\u00f5es, que parecem ter sido inventadas por puro sadismo, sem nenhuma utilidade pr\u00e1tica a n\u00e3o ser causar pesadelos indescrit\u00edveis nos estrangeiros que sonham com nominativos, acusativos, dativos e genitivos querendo atac\u00e1-lo na calada da noite.<\/p>\n

Sobre os verbos, o neg\u00f3cio fica muito engra\u00e7ado porque existe um fen\u00f4meno no alem\u00e3o que faz com que alguns deles sejam despeda\u00e7ados em duas partes, sendo que uma fica no come\u00e7o e outra no final da frase (no meio segue a hist\u00f3ria inteira, cheia de adjetivos e situa\u00e7\u00f5es diversas). Como cada peda\u00e7o separado significa uma coisa diferente, voc\u00ea s\u00f3 entende o que a pessoa quer dizer depois que ela pronuncia a \u00faltima s\u00edlaba. Twain escreve um texto em ingl\u00eas usando essa regra que ficaria mais ou menos assim em portugu\u00eas:<\/p>\n

As malas estavam prontas e ele PAR<\/strong> depois de beijar sua m\u00e3e e suas irm\u00e3s, e uma vez mais pressionar seu peito contra o de sua adorada Gretchen, que, vestida com uma simples musseline branca, com uma \u00fanica rosa nas ondas exuberantes do seu lindo cabelo castanho, cambaleou pelas escadas, ainda p\u00e1lida de medo e excita\u00e7\u00e3o da noite passada, mas cheia de saudade, descansando sua pobre cabe\u00e7a dolorida ainda mais uma vez <\/em>sobre o peito de quem amava mais que a pr\u00f3pria vida, TIU<\/strong>.<\/em>”<\/p>\n

Voc\u00eas podem n\u00e3o acreditar, mas o pior \u00e9 que \u00e9 assim mesmo. Mark ainda reclama, entre outras coisas, sobre o comprimento das palavras. \u00c9 que em alem\u00e3o, a pessoa pode criar seus pr\u00f3prios voc\u00e1bulos como se fosse receita culin\u00e1ria; cada um junta os ingredientes que achar mais adequados e voc\u00ea, pobre mortal, jamais vai conseguir encontrar o bolo no dicion\u00e1rio.<\/p>\n

Al\u00e9m do mais, fica uma coisa t\u00e3o gigantesca que Twain diz que aquilo n\u00e3o s\u00e3o palavras, mas prociss\u00f5es alfab\u00e9ticas. Ali\u00e1s, o sujeito define muito bem: em alem\u00e3o as palavras s\u00e3o t\u00e3o grandes que t\u00eam at\u00e9 perspectiva. Veja o caso, por exemplo, do nome que eles colocam na porta da c\u00e2mara de vereadores: stadtverordnetenversammlungen.<\/em><\/p>\n

Mark ainda reclama (com raz\u00e3o) do fato de alguns voc\u00e1bulos terem dezenas de significados e fun\u00e7\u00f5es diferentes. Custava criar outras espec\u00edficas? Zug<\/em>, por exemplo, pode significar tantas coisas com seus prefixos e sufixos que d\u00e1 para escrever uma hist\u00f3ria inteira s\u00f3 com ela. Com Schlag<\/em> \u00e9 a mesma coisa.<\/p>\n

Enfim, Mark Twain termina o livro com sugest\u00f5es bem-humoradas para reformar a l\u00edngua alem\u00e3. Come\u00e7a eliminando os dativos, depois sugere colocar o verbo sempre no come\u00e7o (e numa palavra s\u00f3) e vai desfiando ideias, de reorganizar a defini\u00e7\u00e3o dos g\u00eaneros respeitando a vontade do Criador at\u00e9 eliminar todo vocabul\u00e1rio, deixando apenas as palavras zug<\/em> e schlag<\/em>, com seus devidos prefixos e sufixos, que j\u00e1 d\u00e3o conta de quase tudo.<\/p>\n

Resumindo, Twain conclui, a partir de seus “exaustivos estudos filol\u00f3gicos<\/em>“, que um estudante aplicado leva 30 horas para aprender ingl\u00eas, 30 dias para aprender franc\u00eas e 30 anos para aprender alem\u00e3o.<\/p>\n

Pode ser que seja o momento, mas gargalhei muito enquanto lia o livro. \u00a0Ri de desespero, mas ri! Hahahahahaha….<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Resenha do livro “The awful German language”de mark Twain.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":12356,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,50,24,25,32,75,49,110],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12355"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=12355"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12355\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":26893,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/12355\/revisions\/26893"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=12355"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=12355"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=12355"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}