Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":13028,"date":"2011-12-19T19:40:27","date_gmt":"2011-12-19T21:40:27","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=13028"},"modified":"2011-12-19T19:40:27","modified_gmt":"2011-12-19T21:40:27","slug":"esse-alemao-nao-me-pega","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/esse-alemao-nao-me-pega\/","title":{"rendered":"\u00c0 procura de um quartinho"},"content":{"rendered":"
\"\"<\/a>
Imagem: Dominik \u015amia\u0142owski e Monika Prus<\/figcaption><\/figure>\n

O processo de aprendizado do alem\u00e3o tem me rendido ideias interessantes. \u00c9 que n\u00f3s brasileiros, quando aprendemos espanhol, italiano ou franc\u00eas (n\u00e3o sou fluente em nenhuma delas, mas tenho os conhecimentos b\u00e1sicos), temos como prioridade aumentar o vocabul\u00e1rio, j\u00e1 que os idiomas latinos s\u00e3o relativamente parecidos. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 gram\u00e1tica, \u00e9 mais uma quest\u00e3o de fazer algumas adapta\u00e7\u00f5es ao que a gente j\u00e1 conhece, mas nada assim t\u00e3o radical.<\/p>\n

O ingl\u00eas, apesar de mais diverso e sem a raiz em comum, tem uma estrutura gramatical mais simples do que a nossa, o que facilita bastante. Ent\u00e3o, o foco \u00e9, novamente, o vocabul\u00e1rio.<\/p>\n

J\u00e1 no alem\u00e3o, h\u00e1 que se lidar com os dois problemas ao mesmo tempo: aprender praticamente todas as palavras do idioma (n\u00e3o d\u00e1 para aproveitar quase nada do que se trouxe de casa) e tentar entender a gram\u00e1tica, que define a maneira como as frases s\u00e3o constru\u00eddas (claro que isso s\u00f3 se aplica a quem aprende depois de adulto e j\u00e1 est\u00e1 com as sinapses formadas; quem aprendeu em crian\u00e7a j\u00e1 cresce com o c\u00e9rebro mais turbinado).<\/p>\n

A verdade \u00e9 que os alem\u00e3es realmente pensam diferente da gente. A maneira como eles constroem as palavras (boa parte n\u00e3o tem no dicion\u00e1rio porque \u00e9 urdida na hora, conforme a necessidade) \u00e9 completamente fora de tudo o que eu j\u00e1 tinha visto e traduz bem a maneira como a cabe\u00e7a desse povo funciona (n\u00e3o \u00e9 melhor nem pior, apenas muito diferente). Eles v\u00e3o juntando peda\u00e7os de outros voc\u00e1bulos que, no contexto, mudam de significado e v\u00e3o formando novas ideias.<\/p>\n

Olha s\u00f3 um exemplo:<\/p>\n

vor<\/em> = antes de, diante<\/p>\n

h\u00e4ngen<\/em> = pendurar<\/p>\n

Schlo\u03b2<\/em> = fechadura (mas tamb\u00e9m pode ser castelo, pal\u00e1cio)<\/p>\n

vor<\/em> + h\u00e4ngen<\/em> + Schlo\u03b2<\/em> = Vorh\u00e4ngeschlo\u03b2<\/em> = cadeado<\/p>\n

Mas aten\u00e7\u00e3o: Vorhang<\/em> \u00e9 cortina e Schlo\u03b2er<\/em> \u00e9 serralheiro. \u00c9 genial, mas ao mesmo tempo, cheio de armadilhas!<\/p>\n

A gram\u00e1tica tamb\u00e9m \u00e9 um assunto \u00e0 parte; at\u00e9 porque n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 uma quest\u00e3o de declina\u00e7\u00f5es, g\u00eaneros ou tempos verbais. \u00c9 a maneira como a frase \u00e9 elaborada que faz a coisa ficar mais estranha quando se tenta comparar com o portugu\u00eas ou mesmo o ingl\u00eas.<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 raro eu conhecer o significado de todas as palavras de uma frase curta, e mesmo assim n\u00e3o ter ideia do que elas juntas querem dizer. At\u00e9 porque os alem\u00e3es t\u00eam uma predile\u00e7\u00e3o especial pela voz passiva (em vez de dizer “o gato comeu o biscoito<\/em>” eles preferem “o biscoito foi comido pelo gato<\/em>“), como se a l\u00edngua j\u00e1 n\u00e3o fosse complicada o suficiente.<\/p>\n

Quer ver? Olha s\u00f3: “Um acht Uhr zieht Fritz an<\/em>“.<\/p>\n

Um<\/em> = por volta de<\/p>\n

acht<\/em> = 8<\/p>\n

Uhr<\/em> = hora<\/p>\n

zieht<\/em> = verbo ziehen<\/em> flexionado = puxar<\/p>\n

Voc\u00ea pensaria: bom, \u00e0s 8 horas o Fritz puxa alguma coisa. Mas n\u00e3o; \u00e9 que na verdade, o verbo que est\u00e1 sendo usado \u00e9 \u00a0anziehen<\/em>, que significa vestir-se. \u00c9 que em algumas situa\u00e7\u00f5es, o verbo se despeda\u00e7a e o “an<\/em>” vai l\u00e1 para o final da frase e muda tudo. Se a frase for bem comprida, imagina s\u00f3 o drama. Bolas, como lidar?<\/p>\n

A quest\u00e3o \u00e9 que aprender alem\u00e3o \u00e9 basicamente sair da zona de conforto onde a gente compara a novidade com o que j\u00e1 sabe e faz alguns ajustes. Aqui tem que come\u00e7ar do zero mesmo.<\/p>\n

\u00c9 preciso encontrar um lugar na cabe\u00e7a que seja completamente livre de preconceitos, de ideias de como as coisas devem ser, e sem nenhum tra\u00e7o da nossa pr\u00f3pria l\u00edngua.<\/p>\n

Tem que parar de fazer compara\u00e7\u00f5es e se entregar mesmo, de mente e cora\u00e7\u00e3o abertos. H\u00e1 que se achar um quartinho limpo dentro do c\u00e9rebro, sem m\u00f3vel nenhum, nem mesmo tapete. E come\u00e7ar a construir um jeito novo de dividir e usar os espa\u00e7os, de se movimentar l\u00e1 dentro, de fazer caber tudo sem atulhar demais.<\/p>\n

Olha, confesso que depois de 3 meses de aulas di\u00e1rias, estou com uma mochila cheia \u00e0 procura do tal quartinho. Mas tenho certeza de que vai ser uma alegria essa “casa nova<\/em>” para ajudar a ter ideias. \u00c9 mais um ateli\u00ea morando em mim, s\u00e3o mais ferramentas para pensar, \u00e9 mais uma cole\u00e7\u00e3o de lentes para ver o mundo.<\/p>\n

Acho que o efeito \u00e9 o mesmo se a pessoa tentar aprender russo, chin\u00eas ou \u00e1rabe. Tem que virar tudo do avesso e abrir mais um espa\u00e7o na cabe\u00e7a para pensar de outro jeito. Que bom se todo mundo pudesse ter essa oportunidade, n\u00e9?<\/p>\n

Bom, n\u00e3o sei se vou ficar fluente no idioma de Goethe, mas pelo menos meu c\u00e9rebro est\u00e1 fazendo bastante exerc\u00edcio. Do “alem\u00e3o” \u00e9 eu n\u00e3o preciso ter medo….eheheheh<\/p>\n

***<\/p>\n

PS: <\/strong>O “alem\u00e3o” \u00e9 como \u00e9 conhecida popularmente a doen\u00e7a de Alzheimer<\/em>, cujo nome \u00e9 uma homenagem ao m\u00e9dico alem\u00e3o que a diagnosticou pela primeira vez. Uma das maneiras mais eficientes de evit\u00e1-la, veja s\u00f3, \u00e9 exercitando o c\u00e9rebro…<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O processo de aprendizado do alem\u00e3o tem me rendido ideias interessantes. \u00c9 que n\u00f3s brasileiros, quando aprendemos espanhol, italiano ou franc\u00eas (n\u00e3o sou fluente em nenhuma delas, mas tenho os conhecimentos b\u00e1sicos), temos como prioridade aumentar o vocabul\u00e1rio, j\u00e1 que os idiomas latinos s\u00e3o relativamente parecidos. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 gram\u00e1tica, \u00e9 mais uma quest\u00e3o de […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":13060,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,50,24,25],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13028"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13028"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13028\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13028"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13028"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13028"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}