<\/a><\/p>\n

Muita gente n\u00e3o se d\u00e1 conta, mas todos n\u00f3s, como profissionais, tamb\u00e9m somos marcas. Independente da \u00e1rea, oferecemos servi\u00e7os ao mercado de acordo com a nossa expertise<\/em>. E como qualquer marca, precisamos nos diferenciar das outras pelo nome.<\/p>\n

No caso de profissionais, n\u00e3o \u00e9 necess\u00e1ria uma representa\u00e7\u00e3o gr\u00e1fica, at\u00e9 porque as oportunidades de us\u00e1-la em entrevistas e trabalhos para empresas s\u00e3o muito raras. Ent\u00e3o, mesmo que exista, esse recurso acaba sendo sub-utilizado; a for\u00e7a da identifica\u00e7\u00e3o, o que vai ser considerado, acaba sendo mesmo o nome do sujeito que deixou lembran\u00e7as (boas ou m\u00e1s).<\/p>\n

E quanto mais sofisticado e raro \u00e9 o profissional, mais ele acaba se destacando e mais seu nome acaba sendo lembrado. Leva tempo para algu\u00e9m competente se consolidar como refer\u00eancia no mercado, mas tenham certeza de que fica muito mais complicado quando a pessoa se apresenta como Jos\u00e9 Alberto Marques Mendon\u00e7a Paes de Souza Rodrigues. Como qualquer marca, o nome profissional precisa ser curto e de f\u00e1cil memoriza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Um exerc\u00edcio bom \u00e9 tentar se lembrar dos profissionais que voc\u00ea mais respeita em qualquer \u00e1rea. Fa\u00e7a uma lista: vai ver que, salvo exce\u00e7\u00f5es, a maioria esmagadora usa apenas dois nomes (nome + sobrenome); no m\u00e1ximo tr\u00eas, quando o prenome \u00e9 composto. Ex: Eike Batista, Steve Jobs, Bill Gates, Lu\u00eds Fernando Ver\u00edssimo, etc<\/p>\n

No caso de pessoas, a coisa fica confusa porque n\u00e3o \u00e9 a gente que escolhe nossos nomes; s\u00e3o nossos pais. E eles nem sempre t\u00eam muita no\u00e7\u00e3o de marketing quando olham para o beb\u00ea bochechudo. Dependendo da criatividade dos progenitores, o sujeito fica em situa\u00e7\u00e3o bem delicada.<\/p>\n

Se a pessoa com nome dif\u00edcil (ou constrangedor) \u00e9 artista ou pol\u00edtico, a solu\u00e7\u00e3o \u00e9 simples. \u00c9 s\u00f3 escolher um nome art\u00edstico sem necessariamente ter rela\u00e7\u00e3o com o nome verdadeiro. Nesse caso, o compromisso \u00e9 com o estilo, com a identidade do profissional em quest\u00e3o.<\/p>\n

Vejamos dois \u00f3timos exemplos de pol\u00edticos.<\/p>\n

Lu\u00eds In\u00e1cio da Silva n\u00e3o \u00e9 um nome de destaque. Al\u00e9m disso, o pol\u00edtico sempre foi conhecido pelo seu apelido Lula. Apelidos devem ser adotados com bastante comedimento, pois geralmente s\u00e3o utilizados em c\u00edrculos mais \u00edntimos, mas como o objetivo era o de se aproximar das pessoas de maneira totalmente informal e popular, o apelido aqui se encaixa bem. Deu t\u00e3o certo que acabou se incorporando depois ao nome, como no caso do Pel\u00e9.<\/p>\n

J\u00e1 Fernando Henrique Cardoso \u00e9 um daqueles casos dif\u00edceis de nomes compridos. Mas o perfil do profissional sempre foi acad\u00eamico (\u00e1rea onde n\u00e3o se utiliza nomes art\u00edsticos) e solene. O nome completo acaba representando um uso mais formal e menos popular, bem de acordo com o perfil do profissional em quest\u00e3o.<\/p>\n

Nos dois casos, a escolha foi muito coerente e apropriada.<\/p>\n

Outros pol\u00edticos, que ficaram famosos em atividades art\u00edsticas com forte apelo popular, levam o o nome profissional de uma \u00e1rea para outra: Ratinho, M\u00e3o Santa, Agnaldo Tim\u00f3teo, Tiririca, etc.<\/p>\n

Nos esportes, acontece fen\u00f4meno semelhante com rela\u00e7\u00e3o ao estilo: para se aproximar dos torcedores, os jogadores acabam simplificando ao m\u00e1ximo e usando um nome s\u00f3 (at\u00e9 porque sen\u00e3o n\u00e3o cabe na camiseta): Neymar, Rom\u00e1rio, Pel\u00e9, Oscar, Bernardinho, Ronaldo, Robinho, etc.<\/p>\n

Se o esporte \u00e9 menos popular, como t\u00eanis, nata\u00e7\u00e3o, gin\u00e1stica art\u00edstica ou automobilismo, eles ganham sobrenomes, veja: Gustavo K\u00fcerten, C\u00e9sar Cielo, Diego Hip\u00f3lito, Daiane dos Santos, Airton Senna. No caso de Gustavo, ele \u00e9 um sujeito t\u00e3o acess\u00edvel que ganhou at\u00e9 o apelido carinhoso de Guga, coisa incomum de acontecer em um esporte como o t\u00eanis.<\/p>\n

Ok, mas voc\u00ea n\u00e3o \u00e9 cantor, ator, apresentador, pol\u00edtico ou atleta. Voc\u00ea \u00e9 publicit\u00e1rio, contador, administrador, designer, engenheiro, dentista, psic\u00f3logo ou qualquer outra profiss\u00e3o menos, digamos, glamourosa do ponto de vista midi\u00e1tico. Mesmo assim voc\u00ea precisa de uma marca. As pessoas precisam se lembrar de voc\u00ea. Vamos ent\u00e3o a algumas dicas:<\/p>\n

1.<\/strong> Na medida do poss\u00edvel, tente sempre usar a f\u00f3rmula simples (nome + sobrenome).<\/p>\n

2. <\/strong>Evite apelidos; eles foram criados para ser usados na intimidade, pelos amigos ou fam\u00edlia. Artistas e pol\u00edticos, na maioria das vezes, n\u00e3o se importam tanto em expor a privacidade, faz parte. Mas nas profiss\u00f5es mais convencionais, conv\u00e9m manter uma certa formalidade no contato (confesso que teria dificuldades em contratar um contador que coloca Tot\u00f3 em seu cart\u00e3o de visitas; ou um advogado conhecido por Z\u00e9).<\/p>\n

3. <\/strong>Dispense abreviaturas. Para que colocar Jos\u00e9 T. S. F. de Souza? Use Jos\u00e9 de Souza, que \u00e9 s\u00f3 o que as pessoas v\u00e3o se lembrar mesmo; as abreviaturas acabam funcionado como ru\u00eddo e dificultando a memoriza\u00e7\u00e3o. A n\u00e3o ser que seu primeiro nome seja muito constrangedor, como um professor meu chamado Corn\u00e9lio. Ele sempre assinava C. de Almeida, por motivos mais que justificados, e a marca ficou; poucos sabiam o que significava o C.<\/p>\n

4. <\/strong>Seja coerente em todos os meios de comunica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o adianta ter um cart\u00e3o de visitas com Fab\u00edola Almeida se o endere\u00e7o de e-mail \u00e9 [email protected]<\/em>. J\u00e1 tive um conhecido cuja p\u00e1gina no LinkedIn era vivalavida<\/em>; complicado de conseguir um emprego assim. Para fins profissionais, seja o mais formal poss\u00edvel e use sempre o mesmo nome.<\/p>\n

5. <\/strong>Se voc\u00ea tem um sobrenome estrangeiro, de dif\u00edcil pron\u00fancia, certamente o risco das pessoas escreverem seu nome errado \u00e9 maior; por outro lado, haver\u00e1 menor probabilidade de ser confundido com outros. Certamente nenhum consultor aconselharia a algu\u00e9m ter o nome art\u00edstico de Arnold Schwarzenegger, mas ele teimou e deu certo. H\u00e1 que se analisar cada caso pesando os pr\u00f3s e os contras.<\/p>\n

6. <\/strong>Se voc\u00ea tem um nome comum, como Jos\u00e9 da Silva, fica bem dif\u00edcil conseguir um endere\u00e7o de e-mail exclusivo, assim como outros identificadores em redes sociais. A\u00ed, h\u00e1 que se usar a criatividade: pode-se duplicar um dos nomes, usar n\u00fameros (que fa\u00e7am algum sentido) ou acrescentar o t\u00edtulo profissional. Mas aten\u00e7\u00e3o: inserir Y, TH, W, duplicar consoantes ou inserir apelidos n\u00e3o configura solu\u00e7\u00e3o para esse caso, ok?<\/p>\n

7. <\/strong>Alguns profissionais liberais teimam em ter um nome comercial que nada tem a ver com o seu. Por exemplo: o designer M\u00e1rcio Alves trabalha sozinho em seu escrit\u00f3rio e n\u00e3o pretende se transformar numa corpora\u00e7\u00e3o.\u00a0 Por que ele precisa de uma placa como o nome Ideia Nova na porta? Assim ele acaba concorrendo consigo mesmo na cabe\u00e7a das pessoas. Elas devem se lembrar da Ideia Nova ou do M\u00e1rcio Alves?<\/p>\n

8. <\/strong>Se voc\u00ea \u00e9 funcion\u00e1rio de uma empresa de grife, fuja da tenta\u00e7\u00e3o de usar a marca do lugar onde trabalha como “sobrenome”. Se o sujeito fica conhecido como o Roberto da IBM, o que acontecer\u00e1 quando ele sair da empresa e for trabalhar em outra? Por isso, conv\u00e9m ter sempre um endere\u00e7o de e-mail para uso pr\u00f3prio, independente de sua situa\u00e7\u00e3o profissional. Perdi contato com v\u00e1rios conhecidos porque eles mudaram de emprego e, por conseguinte, perderam seus endere\u00e7os de e-mail.<\/p>\n

9. <\/strong>Nomes engra\u00e7ados, como Pinto Souto ou Pinto Brochado\u00a0 (sim, existem) justificam omiss\u00f5es ou adapta\u00e7\u00f5es. Ningu\u00e9m quer ser associado com piadas, n\u00e3o \u00e9 mesmo? Escolha um e use apenas ele.<\/p>\n

10. <\/strong>Mulheres que mudam de nome quando se casam, cuidado. Ao usar o nome novo, voc\u00eas acabam “apagando” o hist\u00f3rico profissional com o nome antigo e causando certa confus\u00e3o. A dificuldade \u00e9 tamanha que h\u00e1 muitos casos em que as pessoas se separam e acabam continuando o uso do sobrenome do ex, para n\u00e3o ter que recome\u00e7ar (ex: Luiza Brunet, Angela Merkel). A decis\u00e3o de mudan\u00e7a de nome tem que ser bem pensada.<\/p>\n

S\u00f3 uma curiosidade: meu nome completo \u00e9 Ligia Cristina Fascioni (por 8 anos j\u00e1 fui tamb\u00e9m Corr\u00eaa, do primeiro casamento). No meu primeiro livro, assinei como Ligia Cristina Fascioni Corr\u00eaa (falta de no\u00e7\u00e3o grau 10; acontece).<\/p>\n

\u00c9 claro que o nome \u00e9 seu e voc\u00ea usa como quiser, mas conv\u00e9m pensar antes nas implica\u00e7\u00f5es de cada decis\u00e3o. E a\u00ed, pensou bem? Qual \u00e9 seu nome mesmo?<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Muita gente n\u00e3o se d\u00e1 conta, mas todos n\u00f3s, como profissionais, tamb\u00e9m somos marcas. Independente da \u00e1rea, oferecemos servi\u00e7os ao mercado de acordo com a nossa expertise. E como qualquer marca, precisamos nos diferenciar das outras pelo nome.<\/p>\n

No caso de profissionais, n\u00e3o \u00e9 necess\u00e1ria uma representa\u00e7\u00e3o gr\u00e1fica, at\u00e9 porque as oportunidades de us\u00e1-la em entrevistas e trabalhos para empresas s\u00e3o muito raras. Ent\u00e3o, mesmo que exista, esse recurso acaba sendo sub-utilizado; a for\u00e7a da identifica\u00e7\u00e3o, o que vai ser considerado, acaba sendo mesmo o nome do sujeito que deixou lembran\u00e7as (boas ou m\u00e1s).<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":22699,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,50,35,53],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13763"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13763"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13763\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":27893,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13763\/revisions\/27893"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13763"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13763"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13763"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}