<\/a>Finalmente acabei de ler “Extremely loud & incredibly close<\/em>“, do Jonathan Safran Foer. Que o autor \u00e9 um sujeito extremamente inspirado e sens\u00edvel, eu j\u00e1 tinha adiantado aqui<\/a>, com uma amostra de frases brilhantes.<\/p>\n

Mas agora, al\u00e9m disso tudo, tamb\u00e9m reparei outra coisa que pode ser muito \u00faltil aos designers. Foer usa a tipografia como parte integrante da narrativa; n\u00e3o d\u00e1 para n\u00e3o reparar.<\/p>\n

No outro livro que eu tinha lido, “Everything ist illuminated<\/a><\/em>“, ele mudava a fonte tipogr\u00e1fica para cada um dos narradores (que escreviam em \u00e9pocas diferentes). Como a hist\u00f3ria era um pouco confusa, ajudava muito na compreens\u00e3o.<\/p>\n

Neste, h\u00e1 tr\u00eas narradores e a escrita n\u00e3o \u00e9 l\u00e1 muito linear (bem t\u00edpico do autor). Ele n\u00e3o muda a fonte tipogr\u00e1fica dependendo de quem conta a sua parte da hist\u00f3ria, mas trabalha com o kerning<\/em> (espa\u00e7o entre as letras) de uma maneira muito original. Como a hist\u00f3ria \u00e9 sobre um drama (um homem que perdeu seu grande amor no bombardeio que destruiu a cidade alem\u00e3 de\u00a0Dresden<\/a> e um menino que perdeu o pai no atentado de 11 de setembro), a tipografia consegue fazer um papel bem relevante. \u00c9 prosa, mas \u00e0s vezes parece poesia, das mais delicadas. A ponto de fazer os olhos se encherem de l\u00e1grimas.<\/p>\n

Lindo, comovente, doloroso, doce, e, ainda por cima, uma li\u00e7\u00e3o de tipografia.<\/p>\n

N\u00e3o sei se na vers\u00e3o em portugu\u00eas os editores mantiveram essa sutileza t\u00e3o sofisticada e importante para a hist\u00f3ria, mas, se eu fosse voc\u00ea e ainda n\u00e3o tivesse lido o livro, iria correndo dar uma volta na livraria mais pr\u00f3xima e dar uma folheada. Em poucos casos vi a tipografia fazendo figura\u00e7\u00e3o de maneira t\u00e3o competente numa obra. Vai l\u00e1…<\/p>\n

*** na vers\u00e3o em ingl\u00eas, achei genial a pg. 280 e as subsequentes…<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Finalmente acabei de ler “Extremely loud & incredibly close”, do Jonathan Safran Foer. Que o autor \u00e9 um sujeito extremamente inspirado e sens\u00edvel, eu j\u00e1 tinha adiantado aqui, com uma amostra de frases brilhantes.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":14422,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[23,50,26,75,49,73],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14421"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=14421"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14421\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":26550,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14421\/revisions\/26550"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=14421"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=14421"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=14421"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}