<\/a>L\u00e1 fui eu devorar mais um livrinho da cole\u00e7\u00e3o mais caprichada do mundo.<\/p>\n

Gente, como n\u00e3o amar uma s\u00e9rie de livros de bolso encadernados com tecido brilhante e fitinha de seda para marcar? Como boa malandra rec\u00e9m alfabetizada, estou escolhendo os mais magrinhos, mas minha meta \u00e9 devorar todos eles, sem d\u00f3 nem piedade!<\/p>\n

A hist\u00f3ria da vez \u00e9 “Monsieur Ibrahim und die Blumen des Koran<\/em>” (algo como “Seu Ibrahim e as flores do Cor\u00e3o<\/em>“) contada por um autor franc\u00eas, Eric-Emmanuel Schmitt (estou preferindo livros traduzidos, pois os alem\u00e3es “da gema” t\u00eam um jeito muito complicado de pensar que se reflete na escrita).<\/p>\n

O romance conta a hist\u00f3ria de Moses, um menino que vive sozinho com o pai depressivo (a m\u00e3e abandonou ambos quando ele ainda era nen\u00e9m), que ignora completamente a exist\u00eancia do filho. Moses \u00e9 esperto, mas compreensivelmente carente e inseguro.<\/p>\n

Em suas andan\u00e7as, acaba ficando amigo de um \u00e1rabe mu\u00e7ulmano que tem uma quitanda no bairro. A amizade deles \u00e9 cheia de casos engra\u00e7ados, mas com sacadas bem bacanas.<\/p>\n

Seu Ibrahim ensina v\u00e1rias coisas para o menino baseado no Cor\u00e3o, que ele interpreta e adapta segundo sua conveni\u00eancia e bom senso. A primeira coisa que o menino aprendeu \u00e9 que sorrir n\u00e3o \u00e9 um luxo s\u00f3 para ricos, como pensava; \u00e9 a chave para abrir o cora\u00e7\u00e3o das pessoas. Moses vira puro charme e muda quase tudo \u00e0 sua volta s\u00f3 com esse gesto simples.<\/p>\n

Tem uma passagem bem interessante sobre o lixo (eles fazem uma longa viagem juntos). Seu Ibrahim fala que se voc\u00ea passa por um lugar e n\u00e3o h\u00e1 nem lat\u00e3o e nem lixo espalhado, \u00e9 porque as pessoas que moram l\u00e1 s\u00e3o muito ricas. Se tiver somente lat\u00f5es, mas nenhum lixo, as pessoas n\u00e3o s\u00e3o ricas nem pobres. Se tiver lixo, mas nenhum lat\u00e3o, as pessoas s\u00e3o pobres. E se as pessoas estiverem no meio do lixo, a\u00ed s\u00e3o miser\u00e1veis. Se a gente prestar aten\u00e7\u00e3o, \u00e9 bem verdade. Interessante abordagem, n\u00e9?<\/p>\n

Outra do Seu Ibrahim, disparada quando Moses, que est\u00e1 dirigindo, tenta pegar uma auto-estrada: “as auto-estradas dizem ‘v\u00e1 em frente, aqui n\u00e3o tem nada para ver’. Elas s\u00e3o para idiotas, que querem ir o mais r\u00e1pido poss\u00edvel de um ponto ao outro. N\u00f3s n\u00e3o estamos fazendo geometria, estamos viajando…<\/em>“. Essa eu ADOREI, por motivos motocicl\u00edsticos…eheheh<\/p>\n

Ele ainda fala sobre a dan\u00e7a: “Quando voc\u00ea dan\u00e7a, seu cora\u00e7\u00e3o canta como se fosse uma ave querendo se unir a Deus<\/em>“. E ensinou uma dan\u00e7a circular praticada pelos mu\u00e7ulmanos no Kette, um tipo de mosteiro. Moses se entrega ao ritual e consegue se livrar de todas as m\u00e1goas que estava guardando dentro de si. De fato, a dan\u00e7a liberta e faz a gente se sentir mais leve (pelo menos no meu caso). Se em vez xingar no Twitter as pessoas dan\u00e7assem mais…<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 lindo?<\/p>\n

E ainda descobri que tem tamb\u00e9m em portugu\u00eas, para quem tiver interesse em passear com o seu Ibrahim. Recomendo demais!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A hist\u00f3ria da vez \u00e9 “Monsieur Ibrahim und die Blumen des Koran” (algo como “Seu Ibrahim e as flores do Cor\u00e3o”) contada por um autor franc\u00eas, Eric-Emmanuel Schmitt e conta a hist\u00f3ria de Moses, um menino que vive sozinho com o pai depressivo (a m\u00e3e abandonou ambos quando ele ainda era nen\u00e9m), que ignora completamente a exist\u00eancia do filho. Moses \u00e9 esperto, mas compreensivelmente carente e inseguro. Em suas andan\u00e7as, acaba ficando amigo de um \u00e1rabe mu\u00e7ulmano que tem uma quitanda no bairro. A amizade deles \u00e9 cheia de casos engra\u00e7ados, mas com sacadas bem bacanas.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":15366,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[23,25,55,75,49],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15365"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=15365"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/15365\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=15365"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=15365"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=15365"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}