<\/a><\/p>\n

J\u00e1 falei v\u00e1rias vezes que o transporte p\u00fablico em Berlin \u00e9 excelente. De fato, \u00e9 mesmo. Mas h\u00e1 situa\u00e7\u00f5es, por exemplo, como quando a gente vai levar a Charlotte na veterin\u00e1ria, que seria bom ter um carro, pois a mo\u00e7a est\u00e1 cada vez mais pesada para carregar na caixinha. Sim, daria para pegar um t\u00e1xi, mas h\u00e1 outra solu\u00e7\u00e3o muito mais bacana: o car sharing<\/a><\/em>.<\/p>\n

J\u00e1 tinha ouvido falar bastante sobre o compartilhamento de carros, mas tudo sempre s\u00f3 na teoria, a t\u00edtulo de curiosidade. Aqui em Berlin s\u00e3o v\u00e1rias empresas que operam com esse sistema: a Cambio<\/a> (Citroen C1 e outros carros da Ford), a Car2go<\/a> (Smart), a DriveNow<\/a> (BMW e MINI-Cooper), CiteeCar<\/a> (Kia) e a Flinkster<\/a> (somente carros el\u00e9tricos, como Smart ed, Peugot iOn, Citroen C-Zero, Fiat 500 E e Mini E), entre outras (parece ser a tend\u00eancia, pois a cada dia abrem novas concorrentes).<\/p>\n

A ideia \u00e9 a seguinte: ter um carro \u00e9 uma incomoda\u00e7\u00e3o em qualquer lugar do mundo. N\u00e3o tem onde estacionar e aqui ainda tem o agravante de que voc\u00ea precisa ter dois jogos de pneus, um normal e outro para a neve (obrigat\u00f3rio no inverno). Mas todo mundo concorda que esse \u00e9 um conforto que, \u00e0s vezes, vale muito.<\/p>\n

O car sharing<\/em> \u00e9 muito mais econ\u00f4mico e principalmente ecol\u00f3gico, pois a pessoa precisa realmente ter um motivo muito forte para ter um autom\u00f3vel particular sustentando-o em tempo integral (como trabalhar com ele, por exemplo). O resto do povo precisa apenas poder us\u00e1-lo, mas n\u00e3o necessariamente ter um motor para chamar de seu.<\/p>\n

As tarifas, modelos e funcionamento variam de uma empresa para outra. Ent\u00e3o vou compartilhar apenas a experi\u00eancia com o DriveNow<\/strong>, que \u00e9 o que a gente est\u00e1 usando e adorando.<\/p>\n

Funciona assim: primeiro voc\u00ea vai numa revenda BMW e paga \u20ac 30 para se inscrever no programa. Eles colam um chip na sua carteira de motorista e ele serve para abrir qualquer carro da rede (s\u00e3o mais de 500 em Berlin).<\/p>\n

A\u00ed, um belo dia voc\u00ea precisa do carro. Carrega um aplicativo no seu celular que mostra, em volta de onde voc\u00ea est\u00e1, onde tem carros livres. L\u00e1 aparece tamb\u00e9m quanto combust\u00edvel cada um tem no momento. Voc\u00ea escolhe um e reserva por 15 minutos (o tempo estimado para caminhar at\u00e9 ele, se for o caso, mas sempre tem um quase na porta de casa).<\/p>\n

Chegando no carro, voc\u00ea passa sua carteira de motorista ao lado do vidro frontal (tem um dispositivo com LED vermelho, amarelo e verde que diz se ele est\u00e1 sendo usado, se foi reservado ou se est\u00e1 livre), que destrava automaticamente a porta. Voc\u00ea entra e tem alguns minutos para digitar sua senha no painel. Nessa hora, voc\u00ea tamb\u00e9m responde a algumas perguntas simples: d\u00e1 uma nota para a limpeza e diz se existe algum problema al\u00e9m dos que j\u00e1 est\u00e3o anotados (tipo um arranh\u00e3o, ou algo assim). Feito isso, pode dar partida e ir onde quiser.<\/p>\n

O pre\u00e7o \u00e9 de \u20ac 0,29 por minuto (geralmente as voltas s\u00e3o de mais ou menos 10 minutos, um pouco mais do que o ticket do metr\u00f4) e inclui seguro, combust\u00edvel e estacionamento na rua.<\/p>\n

Se o carro estiver com pouca gasolina, h\u00e1 v\u00e1rios cart\u00f5es dentro dele com os quais voc\u00ea pode abastec\u00ea-lo em qualquer posto. Os minutos ser\u00e3o descontados e voc\u00ea ainda ganha b\u00f4nus por ter feito o servi\u00e7o.<\/p>\n

Os carros que pegamos at\u00e9 agora, al\u00e9m de lindos, t\u00eam banco aquecido (valios\u00edssimos no inverno) e alguns s\u00e3o at\u00e9 convers\u00edveis (ainda n\u00e3o deu para testar nenhum, pois ainda est\u00e1 muito frio).<\/p>\n

M\u00eas passado a gente foi uma vez a um concerto (est\u00e1vamos atrasados e era mais r\u00e1pido pegar um carro), levar e buscar a Charlotte no veterin\u00e1rio e ir at\u00e9 a esta\u00e7\u00e3o de trem com malas. Conta do m\u00eas, debitada diretamente no cart\u00e3o de cr\u00e9dito: \u20ac 6,95.<\/p>\n

O bom \u00e9 que voc\u00ea n\u00e3o precisa se preocupar com o estacionamento; tamb\u00e9m pode usar um carro para ir e outro para voltar de um compromisso, se for o caso (n\u00e3o vale a pena pagar para o carro ficar parado; a ideia \u00e9 justamente que eles estejam sendo compartilhados o m\u00e1ximo do tempo).<\/p>\n

Est\u00e1 certo que \u00e9 um neg\u00f3cio que n\u00e3o d\u00e1 para come\u00e7ar pequeno. O sucesso do empreendimento depende da quantidade de carros dispon\u00edveis (se quando voc\u00ea precisa o pr\u00f3ximo est\u00e1 a dois quil\u00f4metros da sua casa, a\u00ed n\u00e3o adianta), mas se a DriveNow tem 500 carros e a gente considerar que cada uma das empresas citadas tem mais ou menos o mesmo, j\u00e1 s\u00e3o 2500 carros para uma cidade de 3,6 milh\u00f5es de habitantes com excelente transporte p\u00fablico. Com certeza o governo deve dar algum tipo de incentivo a esse tipo de empresa, pois reduz os investimentos em amplia\u00e7\u00e3o de ruas e praticamente resolve o problema de estacionamentos e engarrafamentos (\u00e9 menos gente com carro parado nas ruas; s\u00e3o menos carros na cidade).<\/p>\n

Se voc\u00ea tem um MINI-Cooper na sua porta \u00e0 hora que quiser e por um pre\u00e7o t\u00e3o camarada, lubrificado, ajustado, calibrado e com seguro, para que comprar um, n\u00e3o \u00e9 mesmo?<\/p>\n

Coisa boa se isso tamb\u00e9m funcionasse no Brasil, n\u00e9?<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

J\u00e1 falei v\u00e1rias vezes que o transporte p\u00fablico em Berlin \u00e9 excelente. De fato, \u00e9 mesmo. Mas h\u00e1 situa\u00e7\u00f5es, por exemplo, como quando a gente vai levar a Charlotte na veterin\u00e1ria, que seria bom ter um carro, pois a mo\u00e7a est\u00e1 cada vez mais pesada para carregar na caixinha. Sim, daria para pegar um t\u00e1xi, mas h\u00e1 outra solu\u00e7\u00e3o muito mais bacana: o car sharing.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":16503,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[85,47,23,27,24,25,52],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/16501"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=16501"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/16501\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=16501"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=16501"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=16501"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}