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<\/a><\/p>\n

<\/a>N\u00e3o raro tenho o prazer de conhecer designers promissores e, como talento \u00e9 coisa que me toca e emociona, vou logo oferecendo a minha p\u00e1gina na Internet para divulg\u00e1-los. S\u00e3o estudantes, ilustradores, designers rec\u00e9m-formados ou profissionais experientes que eu recomendo na se\u00e7\u00e3o \u201cgente de talento<\/em>\u201d.<\/p>\n

Essa se\u00e7\u00e3o nasceu porque viviam me perguntando se conhe\u00e7o algu\u00e9m competente para recomendar, j\u00e1 que fa\u00e7o tanta apologia do design. Confesso que dou prefer\u00eancia a gente que est\u00e1 come\u00e7ando ou empresas locais. As ag\u00eancias poderosas e reconhecidamente excelentes s\u00e3o citadas l\u00e1 na se\u00e7\u00e3o de links como refer\u00eancias.<\/p>\n

A lista ainda tem poucos nomes por tr\u00eas motivos principais: eu n\u00e3o conhe\u00e7o tanta gente assim; sou muito seletiva; e muita gente boa n\u00e3o tem site (nem ao menos um blog).<\/p>\n

Este \u00e9 um ponto que eu n\u00e3o consigo compreender: como \u00e9 que um profissional de design n\u00e3o tem nenhum cantinho na Internet? Designers gr\u00e1ficos e de produto sabem quanto custa produzir um portf\u00f3lio impression\u00e1vel em papel \u2013 \u00e9 bem salgado. Por que ent\u00e3o dispensar essa alternativa poderos\u00edssima e barata?<\/p>\n

Vira e mexe converso com algu\u00e9m que parece ter um potencial muito bom e, quando pe\u00e7o para ver o seu portf\u00f3lio, ou mesmo que me d\u00ea um cart\u00e3o de visitas, saio de m\u00e3os abanando, os an\u00e9is todos caindo. Como eu disse antes, papel custa caro (se bem que cart\u00f5es de visitas caprichados s\u00e3o, literalmente, o \u201ccart\u00e3o de visitas\u201d de um designer gr\u00e1fico). Mas e o site? Hospedar uma p\u00e1gina em um servidor custa uns R$ 20,00\/m\u00eas e mais R$ 30,00\/ano pelo registro do endere\u00e7o. Um investimento mais do que justificado!<\/p>\n

As desculpas s\u00e3o das mais diversas variedades de tecido roto e maltrapilho: o talentoso ou talentosa ainda est\u00e1 preparando a p\u00e1gina na web (que nunca fica pronta); n\u00e3o sabe programar websites; falta tempo; ou ainda \u00e9 estudante, n\u00e3o tem mesmo muita coisa para mostrar.<\/p>\n

Ok. Como \u201cJack, o estripador<\/em>\u201d, vamos por partes (nossa, essa \u00e9 muito velha!):<\/p>\n

Coisas que nunca ficam prontas.<\/strong> Isso me lembra aquelas pessoas que t\u00eam o projeto todo \u201cna cabe\u00e7a\u201d, s\u00f3 falta escrever. Ora, ent\u00e3o a pessoa n\u00e3o tem nada. Enquanto n\u00e3o tiver alguma coisa escrita, um trabalho come\u00e7ado, n\u00e3o se tem nada. \u00c9 preciso que o promissor ou promissora estipulem metas e prazos que eles mesmos possam cumprir. \u00c9 uma quest\u00e3o de estabelecer prioridades. A id\u00e9ia \u00e9 considerar-se a si mesmo como um cliente tamb\u00e9m. Sinceramente, aquela hist\u00f3ria de \u201ccasa de ferreiro, espeto de pau\u201d n\u00e3o me convence. Ou ent\u00e3o, o ferreiro n\u00e3o \u00e9 t\u00e3o bom.<\/p>\n

N\u00e3o sabe construir um website<\/strong>. N\u00e3o sabe, ent\u00e3o aprenda! E r\u00e1pido, que o mundo continua girando enquanto voc\u00ea pensa. N\u00e3o precisa ser nada sofisticado. Todo bom designer sabe que mais importante que recursos tecnol\u00f3gicos pirot\u00e9cnicos, o que faz diferen\u00e7a \u00e9 o conceito. A preocupa\u00e7\u00e3o com a usabilidade deve ser constante, mas nada que um HTML chinfrim n\u00e3o resolva, principalmente quando se \u00e9 beato da religi\u00e3o \u201cmenos \u00e9 mais\u201d. Enquanto faz isso, trate de providenciar pelo menos um blog bem legal. Outra id\u00e9ia \u00e9 fazer uma parceria com algu\u00e9m que entenda do ramo. Use a cabe\u00e7a como quiser, mas garanta o seu lote no ciberespa\u00e7o.<\/p>\n

N\u00e3o tem tempo.<\/strong> Olha, confesso que tenho um pouco de preconceito (est\u00e1 bem, \u00e9 muito preconceito, bastante mesmo) contra livros de auto-ajuda, mas esses dias recebi uma mensagem pela Internet atribu\u00edda ao Roberto Shinyashik que cabe muito bem aqui. Ele diz que \u201co sucesso n\u00e3o \u00e9 feito durante o expediente\u201d. Tamb\u00e9m acho. Ou o sujeito investe suas horas vagas em alguma coisa, ou vai ser mais um a reclamar da vida em geral e do governo em particular. Calcule o tempo que voc\u00ea perde assistindo Big Brother, teclando no MSN, jogando MahJong, freq\u00fcentando comunidades sinistras no Orkut, e veja quanta coisa d\u00e1 para inventar nessas horas. Ou voc\u00ea acha que as pessoas realmente inovadoras passam o domingo vendo o Faust\u00e3o?<\/p>\n

\nSou estudante, n\u00e3o tenho muitos trabalhos feitos.<\/strong> Sinceramente, para mim, essa \u00e9 a pior desculpa de todas. Uma verdadeira declara\u00e7\u00e3o de pregui\u00e7a, descaso e desinteresse. Gente, a cidade, o bairro, a rua, o seu pr\u00e9dio, est\u00e3o cheios de organiza\u00e7\u00f5es sem fins lucrativos precisando desesperadamente de um designer, mas n\u00e3o t\u00eam como pagar. Escolas p\u00fablicas, creches, associa\u00e7\u00f5es comunit\u00e1rias, asilos, centros acad\u00eamicos, seu primo que tem uma oficina, sua tia que costura para fora! O que n\u00e3o falta \u00e9 material para praticar. Por que voc\u00ea n\u00e3o aproveita para mostrar como o design pode colaborar para mudar o mundo? \u00c9 s\u00f3 identificar o problema e propor uma solu\u00e7\u00e3o original e criativa para resolv\u00ea-lo. Depois v\u00e1 atr\u00e1s de quem pode ajudar a coloc\u00e1-la em pr\u00e1tica. Isso sem falar nas centenas de concursos que podem muito bem vitaminar um curr\u00edculo magrinho. \u00c9 s\u00f3 querer e deixar de vadiagem.<\/p>\n

Sai da\u00ed e vai se mexer, cara! Depois, se quiser, vem falar comigo.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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