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O Antonio Rossa, do \u00f3timo transitoriamente<\/a> (tudo sobre cultura: m\u00fasica, cinema, literatura, etc), est\u00e1 fazendo uma s\u00e9rie de posts sobre o livro que marcou alguns blogueiros e me convidou para participar. Adiantei que era dif\u00edcil escolher um s\u00f3 e ele liberou geral. Ent\u00e3o t\u00e1. Olha s\u00f3.<\/p>\n

Foram muitos os livros que marcaram a minha vida; ali\u00e1s, o que marcou mesmo a minha vida foi ter a sorte de ter aprendido a ler!<\/p>\n

Logo nos primeiros anos de escola ganhei uma cole\u00e7\u00e3o de livros dos Irm\u00e3os Grimm<\/em>, al\u00e9m dos Contos de Andersen<\/em> e as F\u00e1bulas de Esopo<\/em>. Era apaixonada por aqueles volumes coloridos e queridos, chegava a ler escondida, com a lanterna embaixo do cobertor, pois meus pais n\u00e3o queriam que eu ficasse at\u00e9 tarde da noite acordada.<\/p>\n

A biblioteca onde fiz o primeiro grau, no SESI, em Campinas, S\u00e3o Paulo, era bonita, mas modesta. Devorei todos os livros infantis e depois todos os infanto-juvenis (lembro de “Uma rua como aquela<\/em><\/strong>“, de Luc\u00edlia Junqueira de Almeida Prado e “A vaca voadora<\/em><\/strong>“, de Edy Lima, al\u00e9m, \u00e9 claro, do cl\u00e1ssico e inesquec\u00edvel “O menino do dedo verde<\/em><\/strong>“, de Maurice Druon). Quando n\u00e3o tinha mais nada para a minha faixa et\u00e1ria, lembro bem do meu primeiro livro “adulto”. Foi “O assassinato de Roger Akcroyd<\/strong><\/em>“, da Agatha Christie, aos 12 anos. Eu fiquei simplesmente hipnotizada e agarrei tudo o que encontrei dela. Para mim, os melhores s\u00e3o “Cai o pano<\/em><\/strong>” e “Os cinco porquinhos<\/em><\/strong>“. Parti depois para best sellers<\/em> bem simplinhos, todos do Sidney Sheldon, Irving Wallace, Irving Shaw, Arthur Hailey e Morris West. Veio ent\u00e3o a fase do Lobsang Rampa e do Hermann Hesse (desse, lembro-me que fiquei especialmente impressionada com “Demian<\/em><\/strong>“; tudo o que um adolescente pensa est\u00e1 l\u00e1).<\/p>\n

Depois vieram os cl\u00e1ssicos “O vermelho e o Negro<\/em><\/strong>” de Stendhal; os v\u00e1rios geniais de Balzac; “Mulheres apaixonadas<\/em><\/strong>“, de D. H. Lawrence; “O muro<\/em><\/strong>“, de Sartre, “A convidada<\/em><\/strong>“, de Simone de Beauvoir, “Os irm\u00e3os Karamaz\u00f3v<\/em><\/strong>“, de Dostoi\u00e9vski e a colet\u00e2nea “Em busca do tempo perdido<\/em><\/strong>“, de Proust. \u00c9 claro que, como eu era adolescente, n\u00e3o entendia muito bem esses \u00faltimos, ia apenas devorando tudo com pressa e muito apetite, por isso tenho que reler a maioria.<\/p>\n

Houve tamb\u00e9m a \u00e9poca que consumi tudo que achei sobre arqueologia; encantei-me com o discurso idealista de Eduardo Galeano nas “Veias abertas da Am\u00e9rica Latina<\/em><\/strong>” (hoje acho-o panflet\u00e1rio demais); fiquei fascinada com as especula\u00e7\u00f5es de “Eram os deuses astronautas?<\/em><\/strong>” de Erich von D\u00e4niken; apaixonei-me pela s\u00e9rie “O tempo e o vento<\/em><\/strong>” de \u00c9rico Ver\u00edssimo; virei f\u00e3 do filho dele, o Lu\u00eds Fernando; senti-me parte da hist\u00f3ria complicada de “Cem anos de solid\u00e3o<\/strong><\/em>” de Gabriel Garcia M\u00e1rquez; viajei com a fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica de Isaac Asimov e as utopias de Aldoux Huxley (Admir\u00e1vel mundo novo<\/strong><\/em>) e George Orwell (1984<\/em><\/strong>) e tanto mais que seria imposs\u00edvel citar todos. Lembro de ter ficado especialmente encantada com o g\u00eanio de Oscar Wilde em “O retrato de Dorian Gray<\/em><\/strong>” e com o charme de Milan Kundera em todos os livros dele.<\/p>\n

Isso tudo intercalado com hist\u00f3rias em quadrinhos, livros t\u00e9cnicos, manuais, bulas, r\u00f3tulos de produtos diversos, jornais e revistas e tudo o mais que me ca\u00eda nas m\u00e3os (devo ser a \u00fanica pessoa que consegue ler at\u00e9 a revista “Caras”…heheheh). At\u00e9 o Harry Potter foi saboreado com gosto (todos os livros da s\u00e9rie). Confesso que, em se tratando de palavra impressa, n\u00e3o tenho preconceito. Minto, tenho sim. Um mega preconceito contra livros de auto-ajuda e esot\u00e9ricos de maneira geral. Confesso que li “O alquimista<\/em><\/strong>” do Paulo Coelho, mas o portugu\u00eas ruim me incomodou demais. S\u00e3o as \u00fanicas coisas que realmente n\u00e3o me chamam aten\u00e7\u00e3o numa livraria (quando morrer, quero ir assombrar os estoques da Amazon).<\/p>\n

Hoje leio bastante sobre arte, design e filosofia. Na literatura, gosto bastante do Mar\u00e7al Aquino, da Fernanda Young, do Am\u00f3s Oz, do Tony Belotto, da Patr\u00edcia Melo, do V. S. Naipul, Jos\u00e9 Saramago, do Umberto Eco e de alguns outros autores de best sellers<\/em> que n\u00e3o cito porque li um livro s\u00f3, ent\u00e3o n\u00e3o d\u00e1 para formar opini\u00e3o.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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