Desde a \u00faltima vez que estive no Brasil, em dezembro do ano passado, estou para compartilhar uma experi\u00eancia riqu\u00edssima que tive em Belo Horizonte; fui convidada a assistir uma palestra sobre inclus\u00e3o de pessoas com defici\u00eancia promovida pelo Programa SENAC de Acessibilidade<\/a>. As hist\u00f3rias que ouvi, na ocasi\u00e3o, fizeram-me ver as coisas de um modo totalmente novo.<\/p>\n Primeiro, aprendi que o termo “pessoas portadoras de defici\u00eancia<\/em>” n\u00e3o \u00e9 adequado, pois tudo que \u00e9 portado por algu\u00e9m, n\u00e3o faz parte da pessoa, e pode ser retirado quando n\u00e3o for mais necess\u00e1rio. Posso portar uma bolsa, um crach\u00e1, um telefone. Mas n\u00e3o uma defici\u00eancia.<\/p>\n A express\u00e3o “pessoas com necessidades especiais<\/em>” tamb\u00e9m n\u00e3o cabe, pois necessidades especiais s\u00e3o 300 toalhas brancas no camarim de um astro pop, por exemplo.\u00a0Quem apenas\u00a0quer se locomover, trabalhar, viver, n\u00e3o tem est\u00e1 pedindo nada de especial; s\u00e3o necessidades b\u00e1sicas de qualquer ser humano.<\/p>\n “Pessoa deficiente<\/em>” enfatiza uma qualidade negativa que n\u00e3o \u00e9 o principal fator identificador daquele ser humano. Ent\u00e3o, o mais adequado \u00e9 “pessoa com defici\u00eancia<\/em>“.<\/p>\n No total, foram quatro palestras muito inspiradoras e transformadoras. Primeiro, fiquei conhecendo o projeto Mano Down<\/a>, um trocadilho bem-humorado com o nome\u00a0do famoso rapper brasileiro Mano Brown. Leonardo Gontijo tem\u00a0um irm\u00e3o ca\u00e7ula, o Dudu, com s\u00edndrome de Down. Desde a inf\u00e2ncia, os dois s\u00e3o muito ligados e Leonardo resolveu se dedicar a fazer de Dudu uma pessoa aut\u00f4noma e realizada. Dudu do Cavaco<\/a>, como \u00e9 mais conhecido, \u00e9 m\u00fasico e faz shows e palestras por todo o Brasil. Uma linda hist\u00f3ria de amor entre dois irm\u00e3os.<\/p>\n