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{"id":22337,"date":"2016-03-17T08:39:13","date_gmt":"2016-03-17T11:39:13","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=22337"},"modified":"2016-03-17T08:39:13","modified_gmt":"2016-03-17T11:39:13","slug":"o-homem-que-amava-as-palavras","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/o-homem-que-amava-as-palavras\/","title":{"rendered":"O homem que amava as palavras"},"content":{"rendered":"

\"dermannderdiewoerteliebte1\"<\/a><\/p>\n

Esse foi o achado mais sensacional dos \u00faltimos tempos: a hist\u00f3ria que conta\u00a0como foi escrito\u00a0o\u00a0maior\u00a0dicion\u00e1rio do mundo e um dos mais importantes de todos os tempos, o Oxford English Dictionary<\/em>. Levando-se em conta que o trabalho levou mais de meio s\u00e9culo, que o m\u00e9todo para construi-lo foi inovador e que os personagens envolvidos s\u00e3o muito originais, o relato deixa muito romance bom no chinelo.<\/p>\n

Morro de d\u00f3 porque em mudan\u00e7as a gente sempre perde coisas; perdi meu precioso volume quando vim para a Alemanha (n\u00e3o consegui descobrir o paradeiro do tijol\u00e3o).\u00a0Vou ter que compr\u00e1-lo novamente, pois \u00e9 uma refer\u00eancia insubstitu\u00edvel. Ainda mais agora, \u00a0conhecendo sua\u00a0hist\u00f3ria, tem ainda muito mais valor.<\/p>\n

O t\u00edtulo da vers\u00e3o alem\u00e3 do livro de Simon Winchester, “Der Mann, der die W\u00f6rter liebte<\/em>” (o homem que amava as palavras), \u00e9, na minha opini\u00e3o, mais atraente e elucidativa que o original em ingl\u00eas “The surgeon of Chrowthorne<\/em>” (o cirurgi\u00e3o de Chrowthorne). Procurei no Google e achei “O professor e o louco<\/em>” em portugu\u00eas (ruim demais, parece tradu\u00e7\u00e3o de nome de filme de sess\u00e3o da tarde).<\/p>\n

A\u00a0hist\u00f3ria da elabora\u00e7\u00e3o do famoso dicion\u00e1rio, apesar da imensa quantidade de colaboradores envolvidos, foca-se em dois personagens principais: o primeiro \u00e9 o organizador e editor da obra, James Murray, poliglota e\u00a0g\u00eanio reconhecido em v\u00e1rios assuntos que, devido \u00e0 pobreza da fam\u00edlia, nunca conseguiu frequentar uma universidade; mesmo assim foi aceito na esnobe e selet\u00edssima Sociedade Filol\u00f3gica Brit\u00e2nica e teve a ele confiada a herc\u00falea tarefa\u00a0de terminar\u00a0o dicion\u00e1rio (cujo trabalho, que j\u00e1 durava mais de 20 anos, ainda n\u00e3o tinha sa\u00eddo da letra “A”). Foram mais de 40 anos de dedica\u00e7\u00e3o exclusiva e esfor\u00e7o focado.<\/p>\n

O segundo \u00e9 principal colaborador do Dr. Murray: o Dr. William Chester Minor, nascido no Ceil\u00e3o (hoje Sri Lanka), filho de um pastor\u00a0protestante americano em miss\u00e3o naquele pa\u00eds. O pai vinha de uma fam\u00edlia de posses e era propriet\u00e1rio de uma editora que distribu\u00eda as palavras sagradas em miss\u00f5es pelo mundo. Na adolesc\u00eancia, William, tamb\u00e9m poliglota e cult\u00edssimo, foi enviado \u00e0 terra natal de seus pais\u00a0para estudar medicina. O per\u00edodo em que serviu o ex\u00e9rcito parece ter influenciado bastante sua estrutura psicol\u00f3gica.<\/p>\n

O livro come\u00e7a com o Dr. Murray indo visitar\u00a0o Dr. Minor, pois, apesar de residirem a apenas algumas centenas de quil\u00f4metros um do outro, trabalharam de maneira colaborativa por mais de 20 anos\u00a0sem nunca terem se encontrado pessoalmente. Dr. Murray estranhou que o Dr. Minor nunca tivesse tido a curiosidade de ir at\u00e9 a Universidade de Oxford, mas sabia que n\u00e3o raro s\u00e1bios e eruditos eram\u00a0tamb\u00e9m pessoas t\u00edmidas e introspectivas. Chegando \u00e0 imponente\u00a0constru\u00e7\u00e3o em estilo vitoriano, anunciou seu nome e foi recebido por\u00a0um senhor muito distinto e educad\u00edssimo. Devidamente instalado na cadeira de visitantes na sala finamente decorada, come\u00e7ou o discurso de agradecimentos e elogios, ressaltando o quanto o trabalho volunt\u00e1rio e a dedica\u00e7\u00e3o\u00a0sem limites tinham sido\u00a0essenciais para que o projeto fosse bem sucedido. Eis que Dr. Murray \u00e9 interrompido por seu anfitri\u00e3o:<\/p>\n

\u2013 Desculpe, deve estar havendo um engano; n\u00e3o sou quem o senhor est\u00e1 pensando. Esse \u00e9 um hosp\u00edcio e sou o diretor. O\u00a0Dr. Minor \u00e9 um dos nossos pacientes; ele est\u00e1 conosco h\u00e1 mais de 30 anos.<\/p>\n

A\u00a0hist\u00f3ria propriamente dita come\u00e7a ent\u00e3o a ser narrada com o evento que ocasionou a pris\u00e3o, um assassinato a sangue frio de um oper\u00e1rio que voltava do trabalho de madrugada. Dr. Minor, que tinha alucina\u00e7\u00f5es e achava que estava sendo perseguido, simplesmente abateu o inimigo imagin\u00e1rio (que, por sinal, acompanhou-o ainda por um bom tempo, apesar de se sentir um pouco mais protegido dentro do hospital).<\/p>\n

Dr. Minor era de fam\u00edlia rica e p\u00f4de se instalar com conforto em\u00a0sua cela (na verdade, duas, pois uma ele usava como biblioteca pessoal e escrit\u00f3rio). Com todo o tempo do mundo dispon\u00edvel e uma intelig\u00eancia muit\u00edssimo acima da m\u00e9dia, al\u00e9m de recursos para comprar o material que refer\u00eancia que fosse preciso, n\u00e3o admira que sua colabora\u00e7\u00e3o para o projeto tenha sido t\u00e3o valorosa.<\/p>\n

O Oxford English Dictionary<\/em> foi um marco na hist\u00f3ria da l\u00edngua inglesa porque pela primeira vez foram catalogadas todas as palavras poss\u00edveis e usadas cita\u00e7\u00f5es bibliogr\u00e1ficas diversas da literatura para fundamentar as defini\u00e7\u00f5es e exemplificar sentidos. Esse trabalho monumental s\u00f3 foi poss\u00edvel porque o Dr. Murray convocou um ex\u00e9rcito de volunt\u00e1rios cuja tarefa era\u00a0encontrar cita\u00e7\u00f5es e envi\u00e1-las pelo correio na forma de pequenos bilhetes, com as palavras e os trechos dos textos onde elas haviam sido encontradas. Dr. Minor ajudou a selecionar, organizar e editar as mais de\u00a0duas toneladas de papeizinhos de volunt\u00e1rios. Pensa.<\/p>\n

E a gente\u00a0aqui achando que o trabalho colaborativo, a wikipedia, o home office eram coisas muito revolucion\u00e1rias…<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A fascinante e surpreendente hist\u00f3ria de dois dos principais personagens do \u00e9pico trabalho que foi escrever o maior dicion\u00e1rio do mundo: o Oxford English Dictionary.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":22339,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[25,82,57,75,49],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22337"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=22337"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22337\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=22337"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=22337"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=22337"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}