Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":22856,"date":"2016-10-13T13:48:42","date_gmt":"2016-10-13T16:48:42","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=22856"},"modified":"2016-10-16T14:51:35","modified_gmt":"2016-10-16T16:51:35","slug":"isso-ai-ate-eu-faco","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/isso-ai-ate-eu-faco\/","title":{"rendered":"Isso a\u00ed at\u00e9 eu fa\u00e7o!"},"content":{"rendered":"

Desde que me conhe\u00e7o por gente me interesso por arte, mas por diversos motivos, continuo bastante ignorante no assunto. Leio o que encontro, frequento\u00a0museus e galerias, consigo reconhecer as obras mais famosas e tenho alguma no\u00e7\u00e3o de hist\u00f3ria da arte, mas n\u00e3o vou muito al\u00e9m disso. Como diria minha m\u00e3e, \u00e9 cultura de almanaque de farm\u00e1cia (para quem n\u00e3o sabe, beeem antigamente, as farm\u00e1cias produziam revistinhas de conhecimentos gerais com curiosidades diversas). Tenho plena consci\u00eancia de que a coisa \u00e9 muito mais complexa.<\/p>\n

No \u00faltimo m\u00eas at\u00e9 fiz algumas aulas sobre artistas alem\u00e3es com o Jo\u00e3o Rizek<\/a>, que est\u00e1 fazendo mestrado aqui em Berlim, e\u00a0que edita, com a Laura Ammann, o\u00a0\u00f3timo\u00a0arteconceituando.com.<\/a>\u00a0Adorei cada minuto, mas quanto mais se aprende, mais se tem no\u00e7\u00e3o do tanto que falta aprender.<\/p>\n

<\/p>\n

Para mim, o mais dif\u00edcil \u00e9 compreender a proposta da arte contempor\u00e2nea. Gosto muito de algumas obras (com predile\u00e7\u00e3o pelo hiper realismo), outras me incomodam, mas boa parte n\u00e3o consegue produzir nenhum efeito particular sobre\u00a0minhas emo\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Por isso, fiquei t\u00e3o curiosa quando vi “Das kann ich auch! Gebrauchsanweisung f\u00fcr moderne Kunst<\/em>” (tradu\u00e7\u00e3o livre: “Isso eu tamb\u00e9m posso! Instru\u00e7\u00f5es de uso para a arte moderna<\/em>“), de Christian Saehrendt e Steen Kittl.<\/p>\n

Os autores explicam, de um jeito muito bem humorado, os principais conceitos relacionados ao tema e como funciona o mercado.<\/p>\n

Na primeira parte, falam da mudan\u00e7a radical que a arte moderna\u00a0provocou na maneira como se produzia e se\u00a0consumia\u00a0arte at\u00e9 ent\u00e3o. O advento da fotografia tirou o valor da reprodu\u00e7\u00e3o perfeita e desafiou os artistas a\u00a0mostrarem seu talento\u00a0usando outros recursos. A pintura fez\u00a0acrobacias incr\u00edveis, at\u00e9 quase o esgotamento das t\u00e9cnicas, e novos meios n\u00e3o pararam de aparecer (v\u00eddeo, proje\u00e7\u00f5es, internet, a pr\u00f3pria fotografia, etc).<\/p>\n

A\u00ed que alguns artistas passaram a usar o pr\u00f3prio corpo como objeto de arte (as performances mais bizarras s\u00e3o descritas no livro; algumas famosas, outras nunca tinha ouvido falar, mas realmente ousadas). As experimenta\u00e7\u00f5es est\u00e9ticas chegaram a ponto de, nos anos 60, a famosa performance de Marina Abramovic (em que ela se colocava nua, \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do p\u00fablico, ao lado de objetos diversos como uma faca e um rev\u00f3lver) estabelecer a m\u00e1xima de que “a boa arte precisa\u00a0doer”.<\/p>\n

At\u00e9 uma exposi\u00e7\u00e3o que n\u00e3o apresentava nada al\u00e9m de paredes vazias aconteceu em 1958, por Yves Klein, em Paris, sendo repetida onze anos depois em Amsterdam, por Robert Barry (com uma radicaliza\u00e7\u00e3o a mais: a galeria estava fechada durante a vernissage). O livro fala tamb\u00e9m do trabalho do artista alem\u00e3o\u00a0Joseph Beuys e suas pol\u00eamicas obras. Enfim, um cap\u00edtulo inteiro dedicado a descrever casos e curiosidades de exposi\u00e7\u00f5es de arte moderna e contempor\u00e2nea e seus respectivos bastidores.<\/p>\n

Na segunda parte, aparecem os\u00a0atores do mercado: artistas, colecionadores, marchands, galeristas e curadores de museus, bem como o papel e a influ\u00eancia de cada um. Como em qualquer mercado, \u00e9 preciso ter os contatos certos e cair nas gra\u00e7as de algu\u00e9m influente para ter seu trabalho reconhecido. Considerando que no mundo h\u00e1 cerca de 20 mil galerias, 22 mil museus de arte, 1500 casas de leil\u00e3o e d\u00fazias de feiras especializadas, sem contar os pr\u00f3prios artistas, d\u00e1 para se ter ideia de que n\u00e3o \u00e9 coisa para amadores. Somente na Alemanha, s\u00e3o 360 mil pessoas trabalhando no setor, sendo 55 mil artistas formados nas escolas de arte. \u00c9 claro que n\u00e3o tem espa\u00e7o para todo mundo, de maneira que os autores, ambos formados em hist\u00f3ria da arte,\u00a0\u00a0descrevem a rotina de um artista m\u00e9dio, desde o sonho de viver de seu talento, at\u00e9 a necessidade de trabalhar em outras \u00e1reas para se sustentar e da suprema felicidade em\u00a0conseguir uma vaga de professor. Dif\u00edcil mesmo.<\/p>\n

No cap\u00edtulo tr\u00eas, s\u00e3o apresentadas as din\u00e2micas das vernissages e performances, o p\u00fablico\u00a0que costuma\u00a0frequentar\u00a0esses eventos, o papel dos museus e dos colecionadores, enfim, muita informa\u00e7\u00e3o interessante.<\/p>\n

Nos dois cap\u00edtulos finais, eles falam sobre como ler os textos herm\u00e9ticos\u00a0que discorrem sobre arte (quase imposs\u00edvel para um leigo entend\u00ea-los), como conversar com um artista (cheio de ironias), as utilidades da arte como terapia, sempre armados um\u00a0escrachado deboche.<\/p>\n

Os autores tamb\u00e9m lembram que n\u00e3o faz muito sentido perguntar se algo \u00e9 arte ou n\u00e3o. Os crit\u00e9rios, par\u00e2metros, refer\u00eancias, tudo foi mexido, transformado, resignificado. Nossos gostos pessoais dependem de uma infinidade de vari\u00e1veis e dificilmente podemos consider\u00e1-los com objetividade. Se uma obra \u00e9 ou n\u00e3o arte, hoje em dia depende mais do artista declarar que ela o \u00e9 do que de qualquer outra coisa. Ou do observador consider\u00e1-la arte, como queria Marcel Duchamp.<\/p>\n

Para terminar, uma provoca\u00e7\u00e3o: o que acontece ent\u00e3o, se tudo \u00e9 arte? O mundo da arte roubou o mundo das coisas. N\u00e3o demora, o mundo das coisas vai se vingar. J\u00e1 est\u00e1 acontecendo: algumas fotografias e\u00a0experimentos cient\u00edficos, por exemplo, equiparam-se \u00e0 frui\u00e7\u00e3o est\u00e9tica de maneira muito pr\u00f3xima ao que experimentamos ao contemplar obras de arte.<\/p>\n

E mais. Se tudo for arte, ent\u00e3o n\u00e3o precisamos mais de artistas! Temos um mundo cheio de est\u00edmulos est\u00e9ticos para contemplar e sentir. Mas, isso, de certa forma, seria matar a arte, uma ideia muito dif\u00edcil de absorver. A pergunta que se faz ent\u00e3o \u00e9: quantos e quais artistas contempor\u00e2neos ser\u00e3o lembrados daqui a 20 ou 50 anos? Que qualidade seus trabalhos dever\u00e3o ter para n\u00e3o ser esquecidos?<\/p>\n

A arte est\u00e1 sempre se reinventando e ainda n\u00e3o h\u00e1 respostas.<\/p>\n

De minha parte, continuo cada vez mais fascinada.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Arte contempor\u00e2nea, para mim, \u00e9 um mist\u00e9rio. E para voc\u00ea? Foi para pessoas que n\u00e3o conseguem entender muito bem o que est\u00e3o vendo \u00e9 que esse livro foi escrito. <\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":22875,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[29,23,50,25,49],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2016\/10\/FullSizeRender-1.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22856"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=22856"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22856\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":22876,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/22856\/revisions\/22876"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/22875"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=22856"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=22856"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=22856"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}