Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":24494,"date":"2017-08-24T08:11:07","date_gmt":"2017-08-24T11:11:07","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=24494"},"modified":"2017-08-28T05:05:44","modified_gmt":"2017-08-28T08:05:44","slug":"as-5-obras-que-mais-gostei-na-documenta-de-kassel","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/as-5-obras-que-mais-gostei-na-documenta-de-kassel\/","title":{"rendered":"As 5 obras que mais gostei na Documenta de Kassel"},"content":{"rendered":"

Nada como ter amigos queridos, cultos e generosos para realizar sonhos em \u00f3tima companhia. H\u00e1 anos queria muito visitar a Documenta de Kassel, a maior exposi\u00e7\u00e3o de arte contempor\u00e2nea do mundo que acontece a cada cinco anos a 300 km de Berlim. Na Documenta13 eu n\u00e3o pude ir por diversos motivos, mas escrevi um texto aqui<\/a>, falando inclusive sobre as origens e objetivos do evento.<\/p>\n

Agora tive a oportunidade de passar dois dias em Kassel com o Rainer Bielfeldt<\/a> e o Tiago Zarpack<\/a>\u00a0enchendo os olhos de sons, imagens, cores, provoca\u00e7\u00f5es e muito verde (\u00e9 a cidade mais verde da Alemanha). Conseguimos visitar 8 dos principais museus e galerias\u00a0e muitas instala\u00e7\u00f5es externas, pois escolhemos passar as \u00faltimas horas conhecendo o Pal\u00e1cio de Wilhelmsh\u00f6he e o monumento de H\u00e9rcules (mas isso \u00e9 assunto para outro post).<\/p>\n

A Documenta14 teve sua abertura em Atenas, na Gr\u00e9cia, pela primeira vez na hist\u00f3ria. Os 100 dias de exposi\u00e7\u00e3o em Kassel terminam em 17 de setembro e a curadoria concentrou-se em tratar dos problemas migrat\u00f3rios, das crises econ\u00f4micas, da viol\u00eancia e da intoler\u00e2ncia; por isso a conex\u00e3o com a capital grega. O resultado ficou realmente impactante.<\/p>\n

Arte contempor\u00e2nea n\u00e3o \u00e9 uma coisa simples para pessoas leigas como eu; vi muita coisa que me encantou, mas muita coisa tamb\u00e9m que n\u00e3o entendi e n\u00e3o consegui ver valor. Observei que havia muitas instala\u00e7\u00f5es que enfatizavam sons em vez da linguagem visual; tanto em museus e galerias como entre \u00e1rvores no meio dos parques, era comum ouvir sussurros, gemidos, assobios e sons estranhos vindos de caixas de som escondidas acionadas por sensores de presen\u00e7a. Com certeza, uma experi\u00eancia muito interessante.<\/p>\n

\u00c9 um mundo de novidades e pontos de vista inusitados para compartilhar; mereceria um tratado, mas n\u00e3o tenho tempo e nem conhecimento suficientes para faz\u00ea-lo. Como leiga, vou destacar ent\u00e3o as cinco obras que mais me encantaram, seja pelo visual, seja pela ideia ou contexto. Vamos passear, ent\u00e3o!<\/p>\n

1.Partenon de livros proibidos<\/strong><\/p>\n

S\u00f3 posso dizer uma coisa sobre a obra da argentina\u00a0Marta Minuj\u00edn: g-e-n-i-a-l! Depois que o trabalho est\u00e1 feito, \u00e9 daquelas coisas que a gente se pergunta como \u00e9 que ningu\u00e9m tinha pensado nisso antes. Pois a artista, lembrando a conex\u00e3o com Atenas, e explorando o tema democracia (Atenas \u00e9 o ber\u00e7o desse tipo de organiza\u00e7\u00e3o social, representada pelo Partenon), reconstruiu o templo grego em escala real com uma estrutura de metal recoberta de pl\u00e1stico recheado com livros proibidos em algum lugar do planeta (no passado ou no presente). Para a obra monumental, foram recebidas doa\u00e7\u00f5es do mundo inteiro. Depois de terminada a mostra, os livros ser\u00e3o novamente doados.<\/p>\n

O interessante, al\u00e9m do conceito e da grandiosidade, \u00e9 verificar os t\u00edtulos: vai do Alquimista, de Paulos Coelho, a Harry Potter, de J.K. Rowling, passando pelos 50 tons de cinza, contos dos irm\u00e3os Grimm e at\u00e9 a B\u00edblia. D\u00e1 para ficar horas descobrindo curiosidades. Se a gente pensar em ditaduras como as da Cor\u00e9ia do Norte e at\u00e9 mesmo Cuba, mais perto de n\u00f3s, que controlam os livros que a popula\u00e7\u00e3o pode ou n\u00e3o ler, d\u00e1 para ver que n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil encontrar t\u00edtulos proibidos em pleno s\u00e9culo XXI. Infelizmente.<\/p>\n

Aqui algumas imagens desse cen\u00e1rio inesquec\u00edvel.<\/p>\n

\"Um
Com um milh\u00e3o de visitantes, a Documenta muda o cen\u00e1rio da pacata Kassel (de 200 mil habitantes). H\u00e1 cinegrafistas e fot\u00f3grafos profissionais e amadores por todos os cantos.<\/figcaption><\/figure>\n
\"Partenon
As dimens\u00f5es s\u00e3o impressionantes.<\/figcaption><\/figure>\n

<\/p>\n

\"\"
Vista de baixo para cima das monumentais colunas.<\/figcaption><\/figure>\n
\"Partenon
\u00c0 noite a paisagem tamb\u00e9m \u00e9 linda!<\/figcaption><\/figure>\n

2. Hotel de tubos<\/strong><\/p>\n

Essa obra, do artista curdo Hiwa K., \u00e9 mesmo impressionante. Nos anos 80 do s\u00e9culo passado ele saiu do Iraque como refugiado e fez uma longa e arriscada viagem at\u00e9 a Alemanha, onde conseguiu asilo (hoje mora em Berlim). Ele usou tubos de instala\u00e7\u00f5es subterr\u00e2neas na sua trajet\u00f3ria. Isso o inspirou a criar o Hotel de Tubos, onde os canos servem como pe\u00e7as de uma casa. Tem sala, quarto, banheiro e at\u00e9 biblioteca. Ele fala sobre a obsess\u00e3o dos ocidentais com as constru\u00e7\u00f5es verticais e do choque cultural em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s moradias individuais (na cultura dele, \u00e9 quase inimagin\u00e1vel algu\u00e9m morar sozinho numa casa ou apartamento). A obra re\u00fane trag\u00e9dia e humor sem descuidar das quest\u00f5es sociais e est\u00e9ticas. N\u00e3o \u00e9 a toa que ele foi o artista homenageado esse ano.<\/p>\n

\"A
Obra vista da lateral. Tiago fazendo participa\u00e7\u00e3o especial (d\u00e1 para ver pela c\u00e2mera que as fotos dele devem ter ficado bem melhores que as minhas…rs).<\/figcaption><\/figure>\n
\"Canos
Sucesso absoluto, todo mundo queria ver de perto os ambientes por ambos os lados.<\/figcaption><\/figure>\n
\"Dentro
Os ambientes s\u00e3o caprichados e surpreendentes.<\/figcaption><\/figure>\n
\"Pilha
\u00c0 noite tamb\u00e9m fica muito interessante.<\/figcaption><\/figure>\n

 <\/p>\n

3. Hist\u00f3ria bordada<\/strong><\/p>\n

Essa obra foi uma das mais lindas, delicadas e sens\u00edveis que j\u00e1 vi. “Historja” \u00e9 um bordado de \u00a0pouco menos de 40 cm de altura por \u00a023,5 metros de comprimento caprichosamente constru\u00eddo pela artista sueca Britta Marakatt-Labbas. Por meio de desenhos detalhados e bel\u00edssimos, ela mostra a hist\u00f3ria dos habitantes da Lap\u00f4nia. Tem sangue, bichos fofos, guerras, cenas cotidianas e cen\u00e1rios t\u00edpicos, tudo mostrado com uma delicadeza \u00edmpar. D\u00e1 para ficar horas olhando. Pena que as fotos n\u00e3o conseguem reproduzir tanta beleza, mas d\u00e1 para se ter uma ideia.<\/p>\n

\"A
As pessoas ficam fascinadas e n\u00e3o \u00e9 \u00e0 toa…<\/figcaption><\/figure>\n
\"\"
Sangue, caveiras e mortes sim, mas com muita delicadeza e poesia…<\/figcaption><\/figure>\n
\"\"
\u00c9 muita fofura numa obra s\u00f3.<\/figcaption><\/figure>\n
\"\"
Cada cena \u00e9 t\u00e3o caprichosamente bordada que a gente s\u00f3 imagina quanto tempo a artista levou para produzir tudo isso…<\/figcaption><\/figure>\n
\"\"
Cada detalhe \u00e9 um encanto.<\/figcaption><\/figure>\n

4. A padaria do Nassib<\/strong><\/p>\n

Essa obra em si nem \u00e9 t\u00e3o impressionante, pois trata-se da reconstru\u00e7\u00e3o de uma padaria libanesa num lugar da cidade onde, de fato, funcionava uma padaria (o legal em Kassel \u00e9 que eles pegam espa\u00e7os vazios que n\u00e3o s\u00e3o usados normalmente como galerias e museus para fazer as instala\u00e7\u00f5es, como nesse caso).<\/p>\n

O encantador \u00e9 a maneira como a artista\u00a0Mounira al Sohl conta a hist\u00f3ria. A padaria reconstru\u00edda pertencia ao sr. Nassib, um liban\u00eas que resolveu dar uma chance \u00e0s pessoas rejeitadas pela sociedade (deficientes f\u00edsicos e mentais, ex-presidi\u00e1rios, etc). Por isso, o nome da padaria em \u00e1rabe era algo como “o outro lado”. O neg\u00f3cio foi um completo fracasso por causa do preconceito da popula\u00e7\u00e3o, que considerava o local impuro cheio de funcion\u00e1rios sujos e incapazes. O boicote foi geral, mas o sr. Nassib conseguiu fazer seu neg\u00f3cio sobreviver por mais ou menos cinco anos, at\u00e9 que come\u00e7ou a guerra civil no pa\u00eds. Eis que faltou luz e \u00e1gua em toda a cidade, mas os grupos humanit\u00e1rios ajudaram a padaria, at\u00e9 por causa do seu hist\u00f3rico. O resultado \u00e9 que aquele ficou sendo o \u00fanico lugar da cidade onde tinha comida. Era entrar na longu\u00edssima fila para ser atendido pelos “impuros” ou morrer de fome. O “sucesso” durou seis meses, at\u00e9 que a padaria foi bombardeada e completamente destru\u00edda. O final \u00e9 triste, mas a hist\u00f3ria \u00e9 linda. E, a julgar pela reconstru\u00e7\u00e3o, a padaria tamb\u00e9m era.<\/p>\n

\"\"
Se a pintura original \u00e9 bonita assim, n\u00e3o sei. Mas como \u00e9 que a pessoa n\u00e3o vai numa padaria dessas?<\/figcaption><\/figure>\n

5. A usina de dinheiro<\/strong><\/p>\n

Esteticamente falando, essa instala\u00e7\u00e3o nos jardins do Pal\u00e1cio Orangerie \u00e9 at\u00e9 feia; n\u00e3o tem nada a ver com o local. Ela parece um moinho de farinha, desses que funcionam com bois amarrados em cangalhas que v\u00e3o caminhando em c\u00edrculo para girar as engrenagens. Mas, nesse caso, a for\u00e7a motriz \u00e9 humana mesmo. E, em vez de farinha, a produ\u00e7\u00e3o \u00e9 de moedas (fict\u00edcias, claro). A grande sacada \u00e9 que os volunt\u00e1rios dispostos a ajudar a produzir “dinheiro” com sua for\u00e7a f\u00edsica e disposi\u00e7\u00e3o ganham um bitcoin pelo trabalho (bitcoin \u00e9 uma moeda virtual que tem valor tamb\u00e9m no mundo f\u00edsico, pois pode ser convertida). A ideia do artista \u00e9 reunir todos os bitcoins em uma conta corrente onde todos os participantes v\u00e3o depois debater o que ser\u00e1 feito com o dinheiro. Uma discuss\u00e3o criativa, instigante e cheia de significados. Pena que o artista n\u00e3o estava l\u00e1 durante nossa visita e pudemos apenas contemplar a obra est\u00e1tica; n\u00e3o pude ganhar meu bitcoin…<\/p>\n

\"\"
N\u00e3o \u00e9 belo, mas \u00e9 interessante.<\/figcaption><\/figure>\n

Bom, \u00e9 claro que tem muito mais coisas, mas o tempo e o conhecimento s\u00e3o limitados. Ent\u00e3o deixo mesmo s\u00f3 essa amostra e a recomenda\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o percam a oportunidade de visitar a Documenta15, daqui a cinco anos, se puderem. Vale cada minuto.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Tive a sorte de poder visitar a Documenta 14, em Kassel. Um festival de ideias bacanas para oxigenar o c\u00e9rebro; veja aqui as cinco obras que mais me impressionaram.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":24500,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,36,29,46,25,31,82,57,99,37],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2017\/08\/FullSizeRender-75.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/24494"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=24494"}],"version-history":[{"count":25,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/24494\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":24535,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/24494\/revisions\/24535"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/24500"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=24494"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=24494"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=24494"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}