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{"id":25194,"date":"2018-07-02T07:33:57","date_gmt":"2018-07-02T10:33:57","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=25194"},"modified":"2019-04-04T11:54:37","modified_gmt":"2019-04-04T14:54:37","slug":"os-originais","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/os-originais\/","title":{"rendered":"Os originais"},"content":{"rendered":"

Ando lendo muitos livros bons e esse aqui n\u00e3o \u00e9 exce\u00e7\u00e3o. \u201cOriginals: how non-conformists move the world<\/i>\u201d (tradu\u00e7\u00e3o livre: \u201cOriginais: como os n\u00e3o conformistas mudam o mundo\u201d), do Adam Grant, \u00e9 excelente (recomendo tamb\u00e9m o outro livro dele, \u201cGive and Take<\/i><\/a>\u201d).<\/p>\n

O volume tem oito partes e fala principalmente sobre o perfil e as pr\u00e1ticas das pessoas inovadoras, mas vou destacar as que, para mim, mais surpreenderam por derrubar mitos que pareciam \u00f3bvios.<\/p>\n

Sobre riscos<\/h4>\n

Por exemplo; no cap\u00edtulo 1, onde ele fala da destrui\u00e7\u00e3o criativa, achei que ia ler o de sempre: que empreendedores s\u00e3o pessoas com um n\u00edvel de ousadia acima da m\u00e9dia, que nascem com uma esp\u00e9cie de imunidade biol\u00f3gica ao risco, que s\u00e3o radicais e n\u00e3o t\u00eam medo de nada. Inclusive a palavra entrepeneur<\/i> (empreendedor, em ingl\u00eas), cunhada pelo economista Richard Cantillon, significa \u201caquele que carrega o risco, o portador do risco<\/i>\u201d.<\/p>\n

Pois ele conta que um estudo conduzido por dois pesquisadores por mais de 12 anos com cerca de 5 mil empreendedores de todas as faixas et\u00e1rias mostram justamente o contr\u00e1rio. Os mais bem sucedidos s\u00e3o bem avessos a riscos, acredita?<\/p>\n

A primeira descoberta surpreendente \u00e9 que a maioria esmagadora dos inovadores manteve por anos um emprego em tempo integral e empreendia nas horas vagas (noites e finais de semana). A explica\u00e7\u00e3o faz sentido. Sem a press\u00e3o de ter que pagar as contas mais urgentes de subsist\u00eancia, \u00e9 poss\u00edvel se concentrar em desenvolver um produto bem acabado. Se a pessoa est\u00e1 endividada, quase falindo e precisa urgentemente vender, d\u00e1 o produto como terminado antes dele realmente estar pronto. Eu n\u00e3o sabia, mas o s\u00f3cio do Steve Jobs na Apple, Steve Wozniak, continuou trabalhando como engenheiro em tempo integral na Hewlett-Packard mesmo ap\u00f3s ter terminado o desenvolvimento do Apple I. S\u00f3 depois que a empresa come\u00e7ou a dar realmente lucro \u00e9 que ele se sentiu seguro para pedir demiss\u00e3o.<\/p>\n

Larry Page e Sergey Brin consideraram vender o Google porque o projeto estava atrapalhando o doutorado de ambos (e eles podiam perder a bolsa). Por sorte ningu\u00e9m comprou, a dupla defendeu suas teses e p\u00f4de trabalhar full time no buscador.<\/p>\n

Bryan May estava no meio do doutorado em astrof\u00edsica quando come\u00e7ou a tocar guitarra no Queen. S\u00f3 depois da defesa \u00e9 que pode se dedicar inclusive a compor \u201cWe will rock you<\/i>\u201d. O cartunista Scott Adams, criador do Dilbert, continou trabalhando em tempo integral na Pacific Bell por sete anos depois da primeira tirinha ser publicada nos maiores jornais dos Estados Unidos. Stephen King trabalhou como professor, zelador e atendente de posto de gasolina at\u00e9 sete anos depois de escrever sua primeira hist\u00f3ria.<\/p>\n

Os exemplos n\u00e3o param; a pesquisa mostrou que os empreendedores que mant\u00eam seus empregos t\u00eam 33% menos chances de falir do que os que chutam o balde logo no come\u00e7o.\u00a0<\/span><\/p>\n

O autor explica que \u00e9 preciso haver equil\u00edbrio em tudo; se a pessoa \u00e9 original num aspecto da vida, precisa ser est\u00e1vel em outros para manter o balan\u00e7o. N\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel inovar sem estabilidade social e emocional. Ter a sensa\u00e7\u00e3o de segura\u00e7a \u00e9 fundamental para a liberdade de ousar. Os melhores empreendedores n\u00e3o maximizam os riscos; ao contr\u00e1rio; sempre tentam minimiz\u00e1-los e mitig\u00e1-los. O pr\u00f3prio Henry Ford continuou no seu emprego como engenheiro chefe da Thomas Edison mesmo depois de desenvolver e patentear o carburador, que revolucionou a ind\u00fastria automotiva e deu origem ao seu imp\u00e9rio. Mesmo o Bill Gates, que abandonou a faculdade, administrou as faltas durante um ano inteiro para n\u00e3o perder a vaga at\u00e9 ter certeza de que seu neg\u00f3cio iria dar certo. Esse tipo de comportamento de alto risco por um lado e convencional no outro \u00e9 normal no mercado de a\u00e7\u00f5es; os portfolios sempre t\u00eam um mix de a\u00e7\u00f5es de risco e outras mais est\u00e1veis.\u00a0<\/span><\/p>\n

Isso acontece porque os inovadores, mesmo os brilhantes, s\u00e3o pessoas mais comuns do que se imagina; morrem de medo, s\u00e3o inseguros e, em muitos casos, precisam de um grande empurr\u00e3o da fam\u00edlia e dos amigos para continuar. N\u00e3o acredite nos discursos bonitos de empreendedorismo de palco; aquela seguran\u00e7a toda, na maioria das vezes, \u00e9 s\u00f3 fachada.<\/p>\n

O deja vu e o vuja de<\/h4>\n

Grant tamb\u00e9m cria um termo novo; em vez do deja vu<\/i> (aquela sensa\u00e7\u00e3o de que a gente j\u00e1 viveu uma situa\u00e7\u00e3o antes), ele inventa o vuja de<\/i> (que \u00e9 olhar para uma coisa familiar como se fosse a primeira vez, de um jeito totalmente novo). O vuja de <\/i>permite que a pessoa seja inovadora mesmo dentro de uma empresa ou fazendo o mesmo trabalho.<\/p>\n

Quantidade \u00e9 importante para a qualidade<\/h4>\n

O livro tamb\u00e9m mostra estudos que confirmam o que j\u00e1 se sabia: quantidade \u00e9 muito importante. N\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel ser excelente sem produzir bastante. Para gerar algumas dezenas de obras-primas, Mozart comp\u00f4s mais de 600 pe\u00e7as antes de morrer aos 35 anos; Beethoven produziu 650 pe\u00e7as e Bach, mais de mil. O acervo de Picasso inclui 1800 pinturas, 1200 esculturas, 2800 cer\u00e2micas e 12 mil desenhos, sem mencionar tape\u00e7arias e outros experimentos. Einstein publicou 248 papers, mas pouqu\u00edssimos tiveram realmente impacto. O psic\u00f3logo Dean Simonton descobriu que as obras primas surgem nos per\u00edodos de mais produtividade. Thomas Edison, por exemplo, tem 1093 patentes registradas, mas menos de uma dezena foi realmente revolucion\u00e1ria. Ele diz que muitas pessoas n\u00e3o s\u00e3o originais porque geram poucas ideias e se contentam em refinar obsessivamente as primeiras. Estudos do psic\u00f3logo conclu\u00edram que s\u00e3o necess\u00e1rias no m\u00ednimo 25 ideias para chegar a uma original.<\/p>\n

Outras \u00e1reas de conhecimento<\/h4>\n

Outra constata\u00e7\u00e3o importante: para se ter ideias originais \u00e9 necess\u00e1rio ampliar as \u00e1reas de conhecimento. Grant apresenta uma tabela que mostra, por exemplo, que ganhadores de pr\u00eamios Nobel costumam ter hobbies relacionados a desenho, pintura e escultura com uma frequ\u00eancia sete vezes maior que a m\u00e9dia dos cientistas. Escrever poesia, ensaios e hist\u00f3rias curtas s\u00e3o 12 vezes mais frequentes e trabahos manuais relacionados a mec\u00e2nica, eletr\u00f4nica e marcenaria, 7,5 vezes. Agora o mais incr\u00edvel: os ganhadores de pr\u00eamios Nobel que dan\u00e7am, gostam de m\u00e1gica ou fazem teatro amador chegam a ser 22 vezes mais que seus colegas n\u00e3o ganhadores. O estudo descobriu que entre empreendedores e inventores, o fen\u00f4meno se repete.<\/p>\n

Sobre comunicar ideias<\/h4>\n

Uma coisa muito interessante \u00e9 sobre comunicar as ideias originais para as outras pessoas. Existem dois requisitos para que as pessoas realmente ou\u00e7am: poder e status. O poder envolve a autoridade sobre os outros; o status tem a ver com ser respeitado e admirado.<\/p>\n

Se a pessoa tem uma ideia original, n\u00e3o basta ter poder de mandar nas outras pessoas, seja por meio de um cargo ou dinheiro. Se ela n\u00e3o tiver status, n\u00e3o ser\u00e1 respeitada entre os pares. Status n\u00e3o d\u00e1 para comprar; tem que ser conquistado e est\u00e1 baseado nas contribui\u00e7\u00f5es que a pessoa faz ao grupo. S\u00f3 assim \u00e9 poss\u00edvel ganhar credibilidade para apresentar e ter as ideias aceitas.<\/p>\n

Depois que a pessoa tem autoridade (poder e status) ela tamb\u00e9m conquista credibilidade para propor o que quiser. Mas sem isso, as ideias, sejam quais forem, encontram muita resist\u00eancia. Por isso, a melhor estrat\u00e9gia \u00e9 dar um jeito de pelo menos conquistar o status antes de apresentar qualquer proposta original.<\/p>\n

Deixar para depois<\/h4>\n

Mais uma destrui\u00e7\u00e3o de mitos: a procrastina\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 t\u00e3o ruim como parece (confesso que essa me deixou chocada!). \u00c9 claro que ela n\u00e3o \u00e9 a causa da criatividade, mas possibilita que as ideias ganhem tempo para amadurecer. A pessoa tem que entregar um trabalho e fica jogando videogame, na verdade est\u00e1 incubando as ideias e pensando no projeto em background.<\/p>\n

Cada idade com seu estilo<\/h4>\n

A \u00faltima, para fechar: em caixas de sugest\u00f5es de grandes empresas, as melhores ideias costumam vir de pessoas com mais de 55 anos! Isso porque elas tamb\u00e9m costumam gerar mais ideias do que a m\u00e9dia. Em tecnologia, a m\u00e9dia de idade dos fundadores de startups que conseguem investidores de risco \u00e9 de 38 anos. Por outro lado, h\u00e1 g\u00eanios que desabrocham cedo, por volta dos 20 anos, e depois quase n\u00e3o conseguem produzir mais muita coisa de \u00fatil.\u00a0<\/span><\/p>\n

O estudioso David Galenson mostra que o motivo \u00e9 que h\u00e1 dois estilos diferentes de inovadores: os conceituais e os experimentais. Os conceituais formulam uma grande ideia e a executam rapidamente, pois ela geralmente n\u00e3o requer anos de pesquisa e m\u00e9todo.\u00a0 <\/span>Os experimentais resolvem problemas atrav\u00e9s da tentativa e erro, aprendendo e desenvolvendo mais ideias durante o processo. Galenson diz que os inovadores conceituais s\u00e3o sprinters, e os experimentais s\u00e3o maratonistas. Entre os ganhadores de pr\u00eamios Nobel, a m\u00e9dia de idade dos conceituais \u00e9 43 anos; a m\u00e9dia dos experimentais \u00e9 de 61 anos.<\/p>\n

Se um inovador \u00e9 conceitual, ele quer resolver logo o problema, mas n\u00e3o se dedica a amadurecer a solu\u00e7\u00e3o, pois quer logo mudar de assunto. J\u00e1 os experimentais ficam anos burilando a solu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Tem ainda um mundo de coisas interessantes nesse livro, por isso recomendo demais a leitura.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Um livro que destr\u00f3i mitos sobre a originalidade. Sim, d\u00e1 para dizer que \u00e9 um livro original.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":25195,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,50,25,35,60,57,49,99],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/07\/IMG_9912.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25194"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=25194"}],"version-history":[{"count":11,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25194\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":25604,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25194\/revisions\/25604"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/25195"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=25194"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=25194"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=25194"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}