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{"id":25455,"date":"2018-11-28T10:35:30","date_gmt":"2018-11-28T12:35:30","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=25455"},"modified":"2019-01-26T11:30:29","modified_gmt":"2019-01-26T13:30:29","slug":"como-criar-uma-mente","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/como-criar-uma-mente\/","title":{"rendered":"Como criar uma mente"},"content":{"rendered":"

Como \u00e9 que eu nunca tinha ouvido falar em Ray Kurzweil? O sujeito \u00e9 um dos c\u00e9rebros vivos mais extraordin\u00e1rios que se tem not\u00edcia. Essa mente brilhante teve a sorte de nascer em New York, numa fam\u00edlia que incentivou muito seu desenvolvimento. Seu pai, um respeitado m\u00fasico e maestro, e sua m\u00e3e, uma artista visual, eram judeus austr\u00edacos que foram para os EUA fugindo da guerra. Ray decidiu que queria ser inventor aos 5 anos; aos 14, ele escreveu um artigo explicando detalhadamente sua teoria sobre o funcionamento do neocortex. Seu tio, um engenheiro da Bell Labs, ensinou-lhe os princ\u00edpios da computa\u00e7\u00e3o, l\u00e1 pelos idos de 1963, quando ele escreveu seu primeiro programa, aos 15 anos. Graduado em computa\u00e7\u00e3o e literatura, o mo\u00e7o tamb\u00e9m \u00e9 profundo conhecedor de m\u00fasica.<\/p>\n

O sujeito produz tanto e em tantas \u00e1reas diferentes que nem consigo acompanhar: ele tem trabalhos em reconhecimento \u00f3tico de caracteres, nanotecnologia, rob\u00f3tica, reconhecimento de fala, intelig\u00eancia artificial, neuroci\u00eancia, futurismo, transhumanismo, sintetizadores de instrumentos musicais, softwares para investimentos; ganhou pr\u00eamios diversos, escreveu v\u00e1rios livros, foi co-produtor de um document\u00e1rio, e hoje trabalha em tempo integral para a Google.<\/p>\n

Acabei conhecendo o trabalho dele por sugest\u00e3o da Amazon, que, durante minhas pesquisas, indicou \u201cHow to Create a Mind: The Secret of Human Thought Revealed<\/i>\u201d. O algoritmo at\u00e9 que funciona bem direitinho; adorei o livro. Na verdade, \u00e9 bem mais t\u00e9cnico do que eu esperava, mas ainda assim vale muito.<\/p>\n

Ray cita, na parte inicial, o neurocientista Sebastian Seung, do MIT: \u201cA identidade n\u00e3o est\u00e1 em nossos genes, mas nas conex\u00f5es entre as c\u00e9lulas do nosso c\u00e9rebro<\/em>\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

A partir da\u00ed, Kurzweil desenvolve e apresenta sua teoria sobre o funcionamento do c\u00e9rebro chamada Teoria de Reconhecimento de Padr\u00f5es da Mente (PRTM: Pattern Recognition Theory of Mind<\/i>) e explica, de uma maneira bem did\u00e1tica, as principais partes do c\u00e9rebro e como ele funciona, com \u00eanfase especial para o neocortex, onde a m\u00e1gica acontece.\u00a0<\/span><\/p>\n

O neocortex ou \u201cc\u00e9rebro novo\u201d \u00e9 o que nos faz diferentes de todos os outros animais. Alguns mam\u00edferos tamb\u00e9m t\u00eam essa estrutura, mas no ser humano \u00e9 onde ela ocupa a maior parte do c\u00e9rebro (cerca de 80% do peso). Enquanto o cerebelo (ou \u201cc\u00e9rebro velho\u201d) cuida das quest\u00f5es de sobreviv\u00eancia e dos instintos, o neocortex \u00e9 a parte que aprende, que muda, que sente, que interpreta os sentidos, que se lembra e que toma decis\u00f5es. Nos seres humanos, ao contr\u00e1rio dos outros animais, o neocortex foi se desenvolvendo continuamente at\u00e9 tomar quase todo o espa\u00e7o (at\u00e9 por uma quest\u00e3o de necessidade; o aprendizado e a criatividade eram essenciais \u00e0 nossa sobreviv\u00eancia, como j\u00e1 explicou Harari em Homo Sapiens<\/a>).<\/p>\n

Mas como \u00e9 que a gente interpreta as informa\u00e7\u00f5es dos sentidos e toma decis\u00f5es? Sabemos que n\u00e3o h\u00e1 imagens, v\u00eddeos ou sons armazenados no nosso c\u00e9rebro, apenas sinais el\u00e9tricos organizados em uma sequ\u00eancia de padr\u00f5es. E a gente acessa, constr\u00f3i e atualiza esse banco de padr\u00f5es de maneira cont\u00ednua. Os padr\u00f5es que n\u00e3o s\u00e3o usados, v\u00e3o sendo substitu\u00eddos por outros mais recentes.\u00a0<\/span><\/p>\n

Mas o reconhecimento desses padr\u00f5es e a nossa mem\u00f3ria n\u00e3o faz a compara\u00e7\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es recebidas no momento com as que est\u00e3o arquivadas de maneira sequencial e ordenada; o c\u00e9rebro todo trabalha de uma vez s\u00f3 na identifica\u00e7\u00e3o de forma simult\u00e2nea. Por isso, temos tanta dificuldade, por exemplo, de dizer qual foi a quinta pessoa que encontramos hoje na rua ou de falar uma frase inteira com a sequ\u00eancia de letras invertida.<\/p>\n

No livro, Ray explica com gr\u00e1ficos, desenhos, tabelas, fotos e esquemas a estrutura hier\u00e1rquica que ele entende como sendo a que nosso c\u00e9rebro usa para classificar e armazenar os padr\u00f5es de informa\u00e7\u00f5es, que s\u00e3o uma esp\u00e9cie de feixes de conex\u00f5es neuronais que se re\u00fanem em blocos como se fossem pe\u00e7as de Lego. A estrutura \u00e9 relativamente complexa, dividida em seis camadas muito finas (as camadas mais externas interfaceiam com os nosso sentidos, como sensores externos).\u00a0<\/span><\/p>\n

Assim, n\u00f3s conseguimos reconhecer padr\u00f5es de uma imagem, por exemplo, mesmo quando somente uma das partes \u00e9 percebida. Se essa por\u00e7\u00e3o est\u00e1 presente nos “m\u00f3dulos Lego” v\u00e1rias vezes e em muitos contextos diferentes, o c\u00e9rebro preenche facilmente as partes que faltam. Outra observa\u00e7\u00e3o interessante \u00e9 que nossa percep\u00e7\u00e3o muda efetivamente de acordo com a nossa interpreta\u00e7\u00e3o; isso quer dizer que estamos constantemente predizendo o futuro e adivinhando o que ainda vamos experimentar, baseados nos nossos padr\u00f5es armazenados. Essa expectativa influencia de maneira muito forte o que estamos vivendo de fato. Isso faz com que a gente seja preconceituoso (esteja sempre em busca de padr\u00f5es que confirmem nossos pontos de vista e nossas previs\u00f5es para reduzir o esfor\u00e7o de processamento); se n\u00e3o se est\u00e1 consciente desses limites e tend\u00eancias, o aprendizado n\u00e3o acontece e a gente acaba reproduzindo sempre mais o que j\u00e1 sabe.<\/p>\n

O objetivo do trabalho incans\u00e1vel de Ray \u00e9 ajudar a criar neocortex artificiais que possam n\u00e3o somente simular a mente humana, mas tamb\u00e9m super\u00e1-la em algumas habilidades. Ele explica em detalhes alguns experimentos com o Watson, a m\u00e1quina inteligente da IBM, capaz de interpretar a linguagem natural em v\u00e1rios n\u00edveis de complexidade e realizar tarefas at\u00e9 h\u00e1 pouco tempo impens\u00e1veis para m\u00e1quinas. Ele tamb\u00e9m fala de outros sistemas que j\u00e1 existem e funcionam bem como a Siri, assistente pessoal dos iPhones. \u00a0<\/span><\/p>\n

Ent\u00e3o vem a discuss\u00e3o sobre o que \u00e9 consci\u00eancia, onde ela est\u00e1 (no c\u00e9rebro?) e se os computadores podem adquiri-la. E toda a quest\u00e3o filos\u00f3fica a partir da\u00ed. Outra preocupa\u00e7\u00e3o para Ray \u00e9 que tudo o que aprendemos durante toda a nossa vida est\u00e1 armazenado em um \u00f3rg\u00e3o fr\u00e1gil e perec\u00edvel como o c\u00e9rebro; n\u00e3o tem backup. A ideia dele \u00e9 que se a gente conseguisse sintetizar o neocortex virtualmente, poderia ter nossos backups mentais na nuvem (um parte privada e outra que pudesse ser compartilhada, claro). J\u00e1 pensou ter acesso ao c\u00e9rebro do Einstein? Ou mesmo de Ray Kurzweil?<\/p>\n

\u00c9 claro que tem toda a complexidade, risco, as quest\u00f5es de privacidade, seguran\u00e7a e poder impl\u00edcitos no conceito. Sem dizer que poder\u00edamos trocar de corpo sem dificuldade, fazendo o upload do c\u00e9rebro para a nuvem e depois fazendo download para outro (ou outros) corpo(s)?\u00a0<\/span><\/p>\n

Ray acredita que alcan\u00e7aremos a singularidade, que \u00e9 o n\u00edvel de intelig\u00eancia em que a m\u00e1quina supera o ser humano, antes da metade desse s\u00e9culo (2045).<\/p>\n

Temos muitos problemas t\u00e9cnicos ainda para resolver at\u00e9 l\u00e1. Mas tamb\u00e9m \u00e9 bom a gente j\u00e1 ir se ocupando com as quest\u00f5es sociais, filos\u00f3ficas e \u00e9ticas. Melhor n\u00e3o esperar as m\u00e1quinas ficarem inteligentes o suficiente para resolv\u00ea-las por n\u00f3s, n\u00e3o \u00e9?<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Sim, \u00e9 poss\u00edvel criar virtualmente um c\u00e9rebro humano \u00e0 sua imagem e semelhan\u00e7a. E Ray Kurzweil nos conta como.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":25456,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,25,57,49],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/11\/LigiaFascioniOlhoRosa1.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25455"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=25455"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25455\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":25508,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25455\/revisions\/25508"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/25456"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=25455"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=25455"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=25455"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}