Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":25742,"date":"2019-07-01T11:17:37","date_gmt":"2019-07-01T14:17:37","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=25742"},"modified":"2019-07-01T11:31:08","modified_gmt":"2019-07-01T14:31:08","slug":"o-cerebro-idiota","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/o-cerebro-idiota\/","title":{"rendered":"O c\u00e9rebro idiota"},"content":{"rendered":"\n

Vou ser sincera; j\u00e1 li muitos livros sobre neuroci\u00eancia, pois o tema me interessa bastante. Mas esse foi o mais divertido e did\u00e1tico de todos! O autor \u00e9 debochado e usa umas met\u00e1foras \u00f3timas para explicar porque a gente faz tanta bobagem na vida.<\/p>\n\n\n\n

Dean Burnett \u00e9 um neurocientista brit\u00e2nico com um senso de humor incomum (brit\u00e2nico? Rsrsrsr\u2026) que nos presenteia com o excelente \u201cThe idiot Brain: a neuroscientist explains what your head is really up to<\/em>\u201d (tradu\u00e7\u00e3o livre: \u201cO c\u00e9rebro idiota: um neurocientista explica o que sua cabe\u00e7a realmente est\u00e1 fazendo<\/em>\u201d). <\/p>\n\n\n\n

A ideia \u00e9 mostrar como o c\u00e9rebro regula o corpo e, n\u00e3o raro, provoca a maior bagun\u00e7a dando instru\u00e7\u00f5es erradas e fazendo a gente trancar o dedo na gaveta, por exemplo.<\/p>\n\n\n\n\n\n\n\n

O livro \u00e9 dividido em 8 cap\u00edtulos; ele explica como o c\u00e9rebro regula corpo, como funciona a mem\u00f3ria, o medo, a intelig\u00eancia, os sentidos, a personalidade, a influ\u00eancia dos outros e, finalmente, as doen\u00e7as mentais e neurol\u00f3gicas.<\/p>\n\n\n\n

Na verdade, cada cap\u00edtulo mereceria uma resenha completa, mas a\u00ed ficaria quase do tamanho do livro; melhor ler o original, n\u00e9? Mas vou oferecer aqui umas amostras para voc\u00ea ter uma ideia de como o neg\u00f3cio \u00e9 bacana e ficar com vontade de ler tamb\u00e9m!<\/p>\n\n\n\n

As met\u00e1foras s\u00e3o a melhor parte do livro. Dean explica que boa parte do c\u00e9rebro se dedica a controlar os processos fisiol\u00f3gicos b\u00e1sicos do corpo, monitorar as tarefas internas, coordenar as respostas aos problemas, al\u00e9m de limpar toda a confus\u00e3o. Basicamente, manuten\u00e7\u00e3o. A regi\u00e3o que controla esses aspectos fundamentais \u00e9 o cerebelo<\/em><\/strong>, que tamb\u00e9m \u00e9 conhecido por c\u00e9rebro reptiliano para enfatizar a sua natureza primitiva, pois ele faz basicamente as mesmas tarefas que um c\u00e9rebro de r\u00e9ptil faria no in\u00edcio do processo evolutivo. <\/p>\n\n\n\n

Por contraste, todas as habilidades mais avan\u00e7adas (aten\u00e7\u00e3o, percep\u00e7\u00e3o, consci\u00eancia, raz\u00e3o) s\u00e3o responsabilidade do neocortex<\/em><\/strong>. Neo<\/em> significa novo, pois ele foi desenvolvido bem mais tarde, e, para a hist\u00f3ria da evolu\u00e7\u00e3o, poder\u00edamos dizer que bem recentemente.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, fazendo uma met\u00e1fora com os sistemas de gest\u00e3o atuais, ele diz que essas duas partes deveriam trabalhar harmoniosamente ou, pelo menos, tentar ignorar-se mutuamente. Mas se voc\u00ea j\u00e1 trabahou com algu\u00e9m que adora microgerenciar, vai entender o qu\u00e3o ineficiente esse arranjo pode ser. Imagine: \u00e9 como ter algu\u00e9m inexperiente (mas tecnicamente mais estudado e preparado), dando instru\u00e7\u00f5es bizarras e fazendo perguntas idiotas o tempo todo e tornando seu trabalho um pesadelo. Pois o neocortex faz isso o tempo todo com o cerebelo, coitado. <\/p>\n\n\n\n

Coitado nada. O cerebelo \u00e9 um teimoso e acha que sabe o melhor jeito de fazer as coisas, pois \u00e9 mais velho e j\u00e1 est\u00e1 fazendo as coisas do seu jeito h\u00e1 muito, muito tempo. E sempre funcionou muito bem sem esse millenial metido que acabaram de contratar. \u00c9 como tentar fazer uma pessoa trabalhar com um computador sendo que ela acha que o melhor mesmo seria usar uma m\u00e1quina de escrever.<\/p>\n\n\n\n

Isso explica, por exemplo, porque \u00e9 que alguns de n\u00f3s ficam enjoados quando viajamos de carro. <\/p>\n\n\n\n

Nunca na hist\u00f3ria da humanidade passamos tanto tempo sentados; mas fomos \u201cconstru\u00eddos\u201d para o movimento. Os estudiosos recomendam que a gente deveria caminhar pelo menos 2 milhas por dia (pouco mais de 3 km) para satisfazer as necessidades m\u00ednimas do nosso c\u00e9rebro (com a vantagem de tamb\u00e9m beneficiar o resto do corpo). A gente caminha sem que o c\u00e9rebro precise trabalhar para isso; \u00e9 uma esp\u00e9cie de modo autom\u00e1tico para ele. A\u00ed \u00e9 que entra o enj\u00f4o de viajar de carro (ou \u00f4nibus). Na verdade, esse efeito acontece quando a gente se move artificialmente a uma velocidade mais r\u00e1pida do que conseguir\u00edamos fazer por meios naturais.<\/p>\n\n\n\n

Um dos mecanismos que o c\u00e9rebro usa \u00e9 a propriocep\u00e7\u00e3o<\/strong><\/em>, que \u00e9 a habilidade de perceber se o corpo est\u00e1 corretamente posicionado, que partes est\u00e3o onde. Se voc\u00ea colocar a m\u00e3o atr\u00e1s da cabe\u00e7a, seu c\u00e9rebro sabe onde ela est\u00e1 mesmo sem enxerg\u00e1-la. \u00c9 a propriocep\u00e7\u00e3o em pleno funcionamento. H\u00e1 tamb\u00e9m o sistema vestibular<\/strong><\/em>, no ouvido interno, que ajuda o c\u00e9rebro a se orientar em termos espaciais, detectando balan\u00e7o e posi\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

O movimento humano de caminhar ou correr produz um conjunto espec\u00edfico de sinais, detectados pelo sistema vestibular e pela propriocep\u00e7\u00e3o. Mas quando a gente se move por meios artificiais, o que os olhos v\u00eaem n\u00e3o bate com o que os outros sistemas est\u00e3o registrando como esperado. Quando estamos sendo aritificialmente transportados, nossa propriocep\u00e7\u00e3o n\u00e3o consegue detectar e n\u00e3o envia nada para o cerebelo, que, por outro lado, recebe informa\u00e7\u00f5es dos olhos e do sistema vestibular dizendo que sim, a gente est\u00e1 se movendo. O coitado do senhorzinho cerebelo tenta dizer para os olhos que eles est\u00e3o enganados, n\u00e3o pode ser. Nosso sistema interno n\u00e3o sabe lidar com isso e faz uma interpreta\u00e7\u00e3o cautelosa; esse mal funcionamento s\u00f3 pode ser uma coisa: veneno! Por isso a gente sente \u00e2nsia de v\u00f4mito. O c\u00e9rebro acha que est\u00e1 mandando o veneno embora.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00e9rebro tamb\u00e9m faz confus\u00e3o com comida, pois habitua-se facilmente a pedir alimentos, mesmo que n\u00e3o esteja com fome, s\u00f3 porque est\u00e1 \u201cno hor\u00e1rio\u201d (a gente passa anos treinando o mo\u00e7o para repetir esse comportamento). <\/p>\n\n\n\n

Burnett tamb\u00e9m explica sobre o sono, o sonambulismo, porque a gente reage exageradamente em algumas situa\u00e7\u00f5es (o c\u00e9rebro tem que escolher rapidamente entre lutar e fugir), porque sentimos medo.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 tamb\u00e9m um cap\u00edtulo interessant\u00edssimo falando sobre a mem\u00f3ria de longo e curto prazo. A de curto prazo \u00e9 uma esp\u00e9cie de RAM (mem\u00f3ria din\u00e2mica) e seu espa\u00e7o sua capacidade r\u00e1pida de processamento \u00e9 que definem como aprendemos as coisas para guardar na mem\u00f3ria de longo prazo. A mem\u00f3ria curta est\u00e1 sempre sobrescrevendo informa\u00e7\u00f5es para otimizar espa\u00e7o e dar conta do que est\u00e1 acontecendo no presente. Se n\u00e3o h\u00e1 espa\u00e7o suficiente na mem\u00f3ria curta, a gente n\u00e3o tem como aprender. Por isso \u00e9 t\u00e3o importante ensaiar e repetir muitas vezes o que precisamos lembrar; \u00e9 que assim a gente repete os registros com redund\u00e2ncia e garante que nada se perca.<\/p>\n\n\n\n

J\u00e1 na mem\u00f3ria de longo prazo, bem maior, mas tamb\u00e9m mais lenta, a chave para se recuperar informa\u00e7\u00f5es guardadas l\u00e1 \u00e9 a emo\u00e7\u00e3o. Quanto maior o significado emocional, mais f\u00e1cil e r\u00e1pido \u00e9 resgatar o tema. O contexto do aprendizado tamb\u00e9m \u00e9 muito importante (tentar reproduzir o cen\u00e1rio em que a gente aprendeu, ajuda a lembrar com mais facilidade). Tem tamb\u00e9m a quest\u00e3o de ego, que faz a gente distorcer as lembran\u00e7as para favorecer nossas narrativas internas.<\/p>\n\n\n\n

Ele fala sobre o \u00e1lcool e outras drogas, que meio que neutralizam o neocortex e d\u00e3o mais poder ao cerebelo (digamos que a gente fica mais instintivo e menos racional).<\/p>\n\n\n\n

O cap\u00edtulo sobre a depress\u00e3o e a s\u00edndrome do p\u00e2nico \u00e9 particularmente esclarecedor, assim como que explica porque o nosso c\u00e9rebro precisa de outros seres humanos para se desenvolver.<\/p>\n\n\n\n

Enfim, como eu disse, \u00e9 tanta coisa bacana que n\u00e3o cabe aqui. Recomendo muit\u00edssimo que voc\u00ea v\u00e1 correndo comprar esse livro. Certeza que o mecanismo de recompensas do seu c\u00e9rebro vai ser sensibilizado!<\/p>\n\n\n\n

NOTA: Fui pesquisar e achei a vers\u00e3o em portugu\u00eas com o rid\u00edculo t\u00edtulo \u201cO c\u00e9rebro que n\u00e3o sabia de nada<\/strong>\u201d. Para que isso, gente? Por isso que sempre prefiro ler o original. Dificilmente compraria um livro com um t\u00edtulo desses…<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Um dos livros mais interessantes e divertidos sobre neuroci\u00eancia que eu j\u00e1 li. Recomendo demais!<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":25743,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,25,49,99],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2019\/07\/Screenshot-2019-07-01-at-16.02.06.png","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25742"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=25742"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25742\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":25747,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25742\/revisions\/25747"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/25743"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=25742"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=25742"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=25742"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}