Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":25749,"date":"2019-07-12T08:47:08","date_gmt":"2019-07-12T11:47:08","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=25749"},"modified":"2019-07-14T05:46:50","modified_gmt":"2019-07-14T08:46:50","slug":"utopia-vermelha","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/utopia-vermelha\/","title":{"rendered":"Utopia vermelha"},"content":{"rendered":"\n

Fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica \u00e9 um tema que me atrai, mas o contexto em que \u201cDer Rote Planet<\/em>\u201d (Tradu\u00e7\u00e3o livre: \u201cO planeta vermelho\u201d), de A. Bogdanow, foi escrito, torna a leitura mais atrativa. O livro foi publicado pela primeira vez na R\u00fassia,  em 1908, sob pseud\u00f4nimo. O autor, Alexander Malinowski, era um m\u00e9dico, revolucion\u00e1rio e fil\u00f3sofo. Ele acreditava que se podia recuperar a juventude fazendo transfus\u00f5es de sangue (criou o primeiro instituto para essas pesquisas). Ironicamente, morreu ap\u00f3s receber sangue contaminado com mal\u00e1ria e tuberculose.<\/p>\n\n\n\n

O exemplar que encontrei num sebo foi publicado em 1986, na antiga Alemanha Oriental, como parte de uma cole\u00e7\u00e3o recomendada para jovens.<\/p>\n\n\n\n\n\n\n\n

Mas vamos \u00e0 hist\u00f3ria: Leonid \u00e9 um cientista e revolucion\u00e1rio ativista do partido socialista que foi preso por discordar de algumas posi\u00e7\u00f5es. Terminou com a namorada (por quem n\u00e3o parecia muito apaixonado), quando um camarada o convida a fazer parte de uma pesquisa. O tal camarada, ele vem a descobrir depois, \u00e9 um extraterrestre que usa uma m\u00e1scara. O ET se chama Nenni, e explica que Leonid est\u00e1 sendo observado h\u00e1 tempos. Por apresentar o perfil mais representativo do ser humano, foi selecionado cuidadosamente para visitar Marte. Ele, que n\u00e3o tem nada a perder, aceita.<\/p>\n\n\n\n

A nave, escondida na Sib\u00e9ria, \u00e9 toda transparente e usa um sistema de propuls\u00e3o nuclear que permite eles cheguem ao destino em apenas dois meses. Nesse tempo, Leonid aprende o idioma dos marcianos e conhece a tripula\u00e7\u00e3o (eles falam v\u00e1rias l\u00ednguas da Terra, inclusive russo, pois passaram tempo pesquisando in loco<\/em>). Os marcianos s\u00e3o cult\u00edssimos, simp\u00e1ticos, evolu\u00eddos e gentis, assim como o protagonista, como conv\u00e9m aos herois das utopias. <\/p>\n\n\n\n

Fisicamente, os marcianos s\u00e3o parecidos com os humanos; apenas t\u00eam cabe\u00e7as e olhos maiores (o planeta est\u00e1 mais distante do Sol, portanto recebe menos luz), n\u00e3o t\u00eam rugas de nenhum tipo e s\u00e3o mais longil\u00edneos e neutros (n\u00e3o se distinguem homens e mulheres pelas curvas).<\/p>\n\n\n\n

Aos poucos ele descobre porque foi o eleito: Marte (que tem a metade do di\u00e2metro da Terra e que aparentemente tem um pa\u00eds s\u00f3 e fala somente uma l\u00edngua) e \u00e9 socialista! Sim, h\u00e1 que se lembrar que o livro \u00e9 uma utopia, ent\u00e3o o autor passa a descrever como ele imagina seu mundo ideal.<\/p>\n\n\n\n

E o cen\u00e1rio \u00e9, de fato, bem interessante: ele descreve como \u00e9 a organiza\u00e7\u00e3o pol\u00edtica, que os marcianos antes haviam passado pelo capitalismo e chegaram a esse modelo por amadurecimento. H\u00e1 descri\u00e7\u00f5es bem curiosas, se a gente pensar que o livro foi escrito no in\u00edcio do s\u00e9culo XX: os trabalhadores das f\u00e1bricas marcianas (bastante automatizadas), t\u00eam uma esp\u00e9cie de aplicativo onde escolhem onde e quando v\u00e3o trabalhar. A carga hor\u00e1ria \u00e9 livre e eles podem escolher, por exemplo, trabalhar 5 horas durante uma semana numa f\u00e1brica e 2 horas por dia na outra semana em outra f\u00e1brica. Existem distritos onde s\u00f3 moram crian\u00e7as cuidadas por tutores. Os pais (e as crian\u00e7as) podem escolher quando, por quanto tempo e se querem ficar l\u00e1, o que d\u00e1 liberdade e igualdade de oportunidade para as mulheres. As crian\u00e7as tamb\u00e9m podem escolher ficar em quartos separados ou coletivos, de acordo com sua personalidade e humor. Escolhem tamb\u00e9m o que e quando estudar. As pessoas t\u00eam liberdade at\u00e9 para morrer; a morte assistida \u00e9 uma realidade e feita com o maior conforto poss\u00edvel para quem faz essa escolha seja l\u00e1 por que motivo for.<\/p>\n\n\n\n

: os trabalhadores das f\u00e1bricas marcianas (bastante automatizadas), t\u00eam uma esp\u00e9cie de aplicativo onde escolhem onde e quando v\u00e3o trabalhar. A carga hor\u00e1ria \u00e9 livre e eles podem escolher, por exemplo, trabalhar 5 horas durante uma semana numa f\u00e1brica e 2 horas por dia na outra semana em outra f\u00e1brica. Existem distritos onde s\u00f3 moram crian\u00e7as cuidadas por tutores. Os pais (e as crian\u00e7as) podem escolher quando, por quanto tempo e se querem ficar l\u00e1, o que d\u00e1 liberdade e igualdade de oportunidade para as mulheres. As crian\u00e7as tamb\u00e9m podem escolher ficar em quartos separados ou coletivos, de acordo com sua personalidade e humor. Escolhem tamb\u00e9m o que e quando estudar. As pessoas t\u00eam liberdade at\u00e9 para morrer; a morte assistida \u00e9 uma realidade e feita com o maior conforto poss\u00edvel para quem faz essa escolha seja l\u00e1 por que motivo for.<\/p>\n\n\n\n

Mesmo com tanta liberdade, achei engra\u00e7ado como Leonid fica aliviado quando, ao se apaixonar por Letti, descobre que a m\u00e9dica \u00e9 uma marciana f\u00eamea (por algum motivo obscuro, ela n\u00e3o havia revelado antes seu g\u00eanero). Aparentemente seria um problema gigante para as duas partes se n\u00e3o fosse assim. Tudo bem casamentos interplanet\u00e1rios, desde de sejam heterossexuais..rsrs<\/p>\n\n\n\n

O amor dos dois \u00e9 bastante rom\u00e2ntico, mas Letti, que \u00e9 uma das maiores autoridades m\u00e9dicas do planeta, precisa ir a uma miss\u00e3o a V\u00eanus. Leonid passa um tempo doente; enquanto se restabelece, descobre que o porqu\u00ea da miss\u00e3o. Ele recupera grava\u00e7\u00f5es das reuni\u00f5es em que o ex-marido de Letti, um astr\u00f4nomo, sugere, como solu\u00e7\u00e3o para a busca de recursos adicionais (os de Marte est\u00e3o pr\u00f3ximos ao esgotamento), que se extermine os seres humanos da Terra, j\u00e1 que, apesar de uma parte ser socialista, ainda se utiliza a viol\u00eancia e se abusa do poder de maneira muito atrasada (fiquei bem surpresa com as cr\u00edticas, na minha opini\u00e3o, bem l\u00facidas com rela\u00e7\u00e3o aos regimes socialistas existentes na \u00e9poca; a\u00ed d\u00e1 para entender porque o autor era um idealista e foi preso algumas vezes). O astr\u00f4nomo acha que os terr\u00e1queos nunca conseguir\u00e3o atingir o socialismo pleno porque ainda s\u00e3o muito ego\u00edstas e apegados ao poder.  O comandante da miss\u00e3o e a m\u00e9dica Letti defendem que isso n\u00e3o trar\u00e1 a paz interplanet\u00e1ria e que n\u00e3o faz sentido exterminar uma civiliza\u00e7\u00e3o em detrimento de outra. A miss\u00e3o \u00e0 Venus vence (\u00e9 o outro planeta mais pr\u00f3ximo), mas nosso protagonista fica muito abalado em saber que a hip\u00f3tese de destrui\u00e7\u00e3o da humanidade foi aventada.<\/p>\n\n\n\n

Ele fica t\u00e3o perturbado que, num momento de torpor e descontrole, acaba matando o tal astr\u00f4nomo, autor da ideia, que tinha permanecido em Marte. Os marcianos, calm\u00edssimos, colocam-no numa nave e o devolvem para a Terra (hahahaha\u2026 eles t\u00eam que ser muito evolu\u00eddos mesmo!), onde o deixam em um sanat\u00f3rio, aos cuidados de um m\u00e9dico. Leonid, que passou um ano fora, acaba se envolvendo na revolu\u00e7\u00e3o russa e \u00e9 ferido por uma granada.<\/p>\n\n\n\n

Eis que, no final, Letti aparece para resgat\u00e1-lo, levando-o de volta \u00e0 Marte, perdoando-o pelo assassinato de seu ex (acho que o assassinato foi inserido s\u00f3 para dar um ar de suspense, pois totalmente desnecess\u00e1rio). Final feliz, afinal.<\/p>\n\n\n\n

Apesar das bizarrices, gostei muito de ler e descobrir o que seria o mundo ideal para o autor. L\u00e1 em Marte, \u00e9 tudo muito parecido com a Terra, s\u00f3 que e vez de verde, toda a vegeta\u00e7\u00e3o \u00e9 vermelha. Como tamb\u00e9m \u00e9 a cor do socialismo, penso que o paralelo faz todo o sentido com o Planeta Vermelho. <\/p>\n\n\n\n

Um contraponto perfeito para esse livro \u00e9 \u201cA revolta de Atlas<\/a>\u201d, em que os mocinhos s\u00e3o igualmente nobres e o sistema liberal funciona perfeitamente e sem falhas entre os protagonistas.<\/p>\n\n\n\n

A ideia do socialismo \u00e9 maravilhosa, assim como a do liberalismo. Mas ambas s\u00e3o impratic\u00e1veis, na minha opini\u00e3o, por um motivo muito simples: o ser humano estraga tudo. <\/p>\n\n\n\n

Sinceramente, penso que nenhuma teoria bonita pode dar certo com esse atraso de vida que n\u00f3s somos. O jeito \u00e9 ir adaptando e tentando o equil\u00edbrio entre esses extremos. Acredito que os pa\u00edses escadinavos e alguns na Europa est\u00e3o mais bem encaminhados, mas ainda longe de uma solu\u00e7\u00e3o ideal que possa ser aplicada em escala.<\/p>\n\n\n\n

Para mim, ler utopias \u00e9 como ler um romance; tudo t\u00e3o lindo e perfeitinho. Eu at\u00e9 estava curtindo essa temporada em Marte\u2026<\/p>\n\n\n\n

NOTA: Recomendo muito a leitura, mas n\u00e3o encontrei nem em ingl\u00eas. Ent\u00e3o, quem quiser ler, vai ter que ser em alem\u00e3o mesmo…<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Uma utopia da qual eu nunca tinha ouvido falar, mas muito interessante conhecer.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":25751,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[25,75,49,99],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2019\/07\/LigiaFascioni-outono.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25749"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=25749"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25749\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":25758,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25749\/revisions\/25758"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/25751"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=25749"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=25749"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=25749"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}