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{"id":25897,"date":"2020-01-09T12:38:30","date_gmt":"2020-01-09T14:38:30","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=25897"},"modified":"2020-01-09T12:38:35","modified_gmt":"2020-01-09T14:38:35","slug":"a-questao-dos-lados-do-cerebro","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/a-questao-dos-lados-do-cerebro\/","title":{"rendered":"A quest\u00e3o dos lados do c\u00e9rebro"},"content":{"rendered":"\n

Desde que li \u201cA revolu\u00e7\u00e3o do lado direito do c\u00e9rebro<\/a>\u201d, de Daniel Pink, h\u00e1 quase uma d\u00e9cada, fiquei encantada com a met\u00e1fora dos lados do c\u00e9rebro que ele usa.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Com certeza voc\u00ea j\u00e1 ouviu falar: o lado esquerdo \u00e9 anal\u00edtico e ocupa-se com a raz\u00e3o, com a estrutura, com a modulariza\u00e7\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es. \u00c9 com esse lado que a gente aprende a ler e escrever, a formar palavras, a atribuir significados aos n\u00fameros, a encadear seq\u00fc\u00eancias l\u00f3gicas, a analisar criticamente um problema.<\/p>\n\n\n\n

O lado direito ocupa-se da s\u00edntese e trata da emo\u00e7\u00e3o, do subjetivo, do contextual. Esse \u00e9 o lado que reconhece um rosto (sem se preocupar com as partes), que interpreta e entende piadas e frases de duplo sentido, que sintetiza informa\u00e7\u00f5es, que conecta, que cria e inova.<\/p>\n\n\n\n

O lado esquerdo \u00e9 seq\u00fcencial. O direito, simult\u00e2neo.<\/p>\n\n\n\n

Bonito, n\u00e9? Mas estudando um pouco mais, a gente aprende que essa met\u00e1fora, \u00e9 s\u00f3 bonita mesmo, pois n\u00e3o corresponde \u00e0 realidade. <\/p>\n\n\n\n\n\n\n\n

A neurocientista brasileira (ah, como essas nossas cientistas brasileiras s\u00e3o maravilhosas e s\u00f3 nos enchem de orgulho!) Suzana Herculano-Houzel j\u00e1 tinha cantado a bola. <\/p>\n\n\n\n

Em 2012, ela foi convidada para falar sobre as diferen\u00e7as que existem entre o c\u00e9rebro do homem de da mulher num evento promovido pela Casa TPM (aqui o v\u00eddeo<\/a>). Num lugar onde estava todo mundo louvando as caracter\u00edsticas femininas, veio a intr\u00e9pida Suzana e disse o que ningu\u00e9m esperava ouvir: as diferen\u00e7as anat\u00f4micas s\u00e3o praticamente m\u00ednimas, quase inexistentes, assim como o funcionamento; n\u00e3o tem essa de c\u00e9rebro pink, de lado direito e de caracter\u00edsticas essencialmente femininas.<\/p>\n\n\n\n

Basicamente, o c\u00e9rebro do homem \u00e9 maior do que o da mulher porque, na m\u00e9dia, os homens s\u00e3o fisicamente maiores mesmo. O peso do \u00f3rg\u00e3o varia de 1,2 a 1,4 kg, dependendo do tamanho da pessoa (quem \u00e9 maior, tem m\u00e3os, p\u00e9s e orelhas maiores; por que o c\u00e9rebro tamb\u00e9m n\u00e3o seria proporcional?). Mas aqui pode-se afirmar com certeza: tamanho n\u00e3o \u00e9 documento. S\u00f3 a t\u00edtulo de informa\u00e7\u00e3o, o do Einstein tinha apenas 1,2 kg; e imagine quanto deve pesar o c\u00e9rebro de um b\u00fafalo ou o de um elefante marinho.<\/p>\n\n\n\n

Mas de onde tiraram a ideia de que homens s\u00e3o mais racionais e usam mais o lado esquerdo; ao contr\u00e1rio das mulheres, mais emocionais, que usam mais o lado direito?<\/p>\n\n\n\n

Suzana explica como \u00e9 que come\u00e7ou essa hist\u00f3ria da carochinha que repetimos at\u00e9 hoje como papagaios. \u00c9 que em 1863, conseguiram, pela primeira vez, documentar bem direitinho uma les\u00e3o no c\u00e9rebro, com imagem e tudo. O paciente era um homem e tinha perdido a fala. A imagem mostrava um buraco no lado esquerdo; da\u00ed que se deduziu que essa parte era respons\u00e1vel pela fala. At\u00e9 a\u00ed, perfeito, fazia todo o sentido.<\/p>\n\n\n\n

Mas eis que um grupo de bi\u00f3logos resolveu aproveitar a deixa e desdobrar a ideia: se a fala est\u00e1 no lado esquerdo, ent\u00e3o todas as coisas \u201c\u00fateis\u201d tamb\u00e9m devem estar no mesmo lado: o pensamento l\u00f3gico, as atividades motoras, a raz\u00e3o. Como o grupo era todo formado por homens, numa \u00e9poca em que eles dominavam tudo ainda mais que hoje, rapidamente associaram essas atividades como masculinas. Mas ent\u00e3o, o lado direito, para manter a simetria, teria que compensar: a irracionalidade, a emo\u00e7\u00e3o, a subjetividade, ficaram representando o feminino.  S\u00f3 que o neg\u00f3cio nunca teve nenhum fundamento cient\u00edfico; era pura viagem desse bando de rapazes criativos; a coisa pegou de tal jeito que at\u00e9 hoje todo mundo repete, como se fosse uma grande verdade.<\/p>\n\n\n\n

A Dra. Carla Tieppo, no seu maravilhoso “Uma viagem pelo c\u00e9rebro<\/a>” esclarece ainda mais a coisa, para n\u00e3o deixar nenhuma d\u00favida.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Ela desmonta o mito do hemisf\u00e9rio cerebral esquerdo ser mais racional, l\u00f3gico, que gosta de seguir regras, e o hemisf\u00e9rio cerebral direito ser mais emocional, livre e criativo, de um jeito muito simples e elegante: usando a anatomia.<\/p>\n\n\n\n

Primeira constata\u00e7\u00e3o: os dois hemisf\u00e9rios s\u00e3o anatomicamente iguais, ou seja, apresentam os mesmos sulcos, os mesmos lobos frontais, parietais, temporais e occipitais. Inclusive, eles fazem quase o mesmo processamento nas \u00e1reas prim\u00e1rias, aquelas que recebem os est\u00edmulos sensoriais e d\u00e3o origem aos est\u00edmulos motores. O que acontece \u00e9 que, nas \u00e1reas sensoriais, as informa\u00e7\u00f5es s\u00e3o tratadas pelo lado contr\u00e1rio. Exemplo: o hemisf\u00e9rio direito ir\u00e1 receber e tratar as informa\u00e7\u00f5es do campo visual e de sensibilidade corporal do lado esquerdo e vice-versa.<\/p>\n\n\n\n

Nas \u00e1reas dependentes de informa\u00e7\u00f5es auditivas \u00e9 que as coisas come\u00e7am a mudar. O c\u00f3rtex auditivo secund\u00e1rio esquerdo \u00e9 especializado em reconhecer padr\u00f5es de voz humanas e construir circuitos para reconhecer palavras em 90% das pessoas. Isso corrobora a descoberta de 1863, citada pela Suzana, que o hemisf\u00e9rio esquerdo \u00e9 de fato especializado na linguagem. Mas olha s\u00f3 que interessante: o hemisf\u00e9rio direito \u00e9 o que se torna mais ativo para padr\u00f5es de musicalidade, inclusive na fala. Ent\u00e3o, o lado esquerdo reconhece as palavras, mas o direito reconhece a entona\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m da musicalidade, o hemisf\u00e9rio direito tamb\u00e9m \u00e9 especialista nas rela\u00e7\u00f5es espaciais, muito importantes para a engenharia, arquitetura, design e pintura, por exemplo. O pensamento matem\u00e1tico propriamente dito depende muito da capacidade de abstrair rela\u00e7\u00f5es espaciais, que est\u00e3o do lado direito. <\/p>\n\n\n\n

Assim, n\u00e3o d\u00e1 para dizer que um lado \u00e9 criativo, emocional, intuitivo e o outro \u00e9 anal\u00edtico, racional, sequencial, inclusive porque nenhuma cria\u00e7\u00e3o est\u00e1 isolada em apenas uma dessas capacidades.<\/p>\n\n\n\n

Justamente o que d\u00e1 poder ao c\u00e9rebro \u00e9 a sua capacidade de integrar, associar, comparar e criar. Sem a integra\u00e7\u00e3o dos dois hemisf\u00e9rios, essas tarefas s\u00e3o fisicamente imposs\u00edveis.<\/p>\n\n\n\n

E para acabar de vez coma conversinha: todos os seres humanos t\u00eam como lado dominante o hemisf\u00e9rio da linguagem, que em 90% das pessoas, \u00e9 o lado esquerdo.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, a criatividade n\u00e3o tem a ver com o dom\u00ednio de um dos lados do c\u00e9rebro, combinado?<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Ser\u00e1 que essa hist\u00f3ria dos dois lados do c\u00e9rebro t\u00eam fun\u00e7\u00f5es diferentes e complementares \u00e9 verdade mesmo?<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":25898,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,25,57,79,108,99],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/01\/IMG_7771.jpeg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25897"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=25897"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25897\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":25899,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/25897\/revisions\/25899"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/25898"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=25897"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=25897"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=25897"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}