Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":26035,"date":"2020-05-01T15:47:18","date_gmt":"2020-05-01T18:47:18","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=26035"},"modified":"2020-11-16T10:07:58","modified_gmt":"2020-11-16T13:07:58","slug":"a-linguagem-das-coisas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/a-linguagem-das-coisas\/","title":{"rendered":"A linguagem das coisas"},"content":{"rendered":"\n

Li esse livro faz mais de uma d\u00e9cada e ontem, quando a Fah Maioli<\/a> mencionou o volume como prepara\u00e7\u00e3o para o curso de Coolhunting<\/em> que irei fazer com ela, fiquei surpresa em n\u00e3o encontrar uma resenha dele aqui.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, antes tarde do que nunca. E esse \u00e9 o momento prop\u00edcio, pois o Coronav\u00edrus veio tamb\u00e9m para mudar nossos h\u00e1bitos de consumo.<\/p>\n\n\n\n\n\n\n\n

\u201cA linguagem das coisas<\/strong><\/em>\u201d \u00e9 do escritor Deyan Sudjic, um brit\u00e2nico descendente de ioguslavos que \u00e9 refer\u00eancia em design e arquitetura. Entre outros feitos, o homem foi diretor do London Design Museum<\/em> at\u00e9 o ano passado, cargo que exerceu por sete anos.<\/p>\n\n\n\n

Sudjic come\u00e7a observando que “nunca possu\u00edmos tantas coisas como hoje, mesmo que as utilizemos cada vez menos<\/em>\u201d. Ele nota que esses brinquedos, para adultos infantilizados, est\u00e3o cada vez maiores (televis\u00f5es gigantes e geladeiras que parecem guarda-roupas), abarrotando espa\u00e7os cada vez menores. Ele lamenta: \u201ccomo gansos alimentados \u00e0 for\u00e7a com gr\u00e3os at\u00e9 seus f\u00edgados explodirem para virar foie gras, somos uma gera\u00e7\u00e3o nascida para consumir<\/em>\u201d. <\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 um par\u00e1grafo especialmente premonit\u00f3rio: <\/p>\n\n\n\n

\u201c\u00e9 bem poss\u00edvel que estejamos \u00e0 beira de uma onda de repulsa ao fen\u00f4meno do desejo por tudo o que \u00e9 fabricado, a toda a avalanche de produto que amea\u00e7a nos soterrar. No entanto, ainda n\u00e3o h\u00e1 sinal disso, apesar do surgimento da ansiedade apocal\u00edptica pelo terr\u00edvel destino que nos espera se continuarmos nessa farra sem limites<\/em>\u201d. <\/p>\n\n\n\n

Ser\u00e1 que o Coronav\u00edrus vai conseguir mudar isso?<\/p>\n\n\n\n

E mais: \u201cos objetos est\u00e3o longe de serem t\u00e3o inocentes (\u2026) e \u00e9 isso que os torna interessantes demais para ser ignorados<\/em>\u201d. <\/p>\n\n\n\n

O livro est\u00e1 dividido em cinco cap\u00edtulos: 1. Linguagem<\/strong>; 2. O design e seus arqu\u00e9tipos<\/strong>; 3. Luxo<\/strong>; 4. Moda<\/strong>; e 5. Arte<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n

No cap\u00edtulo Linguagem<\/strong>, Sudjic analisa as armas de sedu\u00e7\u00e3o das empresas para nos fazer consumir. E cita o pioneiro da publicidade, Earnest Calkins, que explica que os bens s\u00e3o de duas classes: as que utilizamos<\/em>, como carros e aparelhos de barbear; e os que consumimos<\/em>, como pasta de dente e biscoitos. A engenharia de consumo trata de fazer com que a gente consuma os produtos que antes apenas utiliz\u00e1vamos. Os objetos industriais que antes tinham um ciclo de vida medido em anos, agora \u00e9 em meses.<\/p>\n\n\n\n

Sudjic conta que no in\u00edcio da atividade do design industrial, seus idealizadores, como William Morris, eram considerados reformadores sociais desafinados com a \u00e9poca. Mas logo se transformaram em vendedores de panaceias, como Raymond Lowey.<\/p>\n\n\n\n

O autor trata os designers de hoje como contadores de hist\u00f3rias, que precisam incluir mensagens claras nos objetos que criam. Mas ele alerta: <\/p>\n\n\n\n

Embora, sem d\u00favida seja verdade que o design \u00e9 uma linguagem, s\u00f3 quem tem uma hist\u00f3ria convincente para contar sabe como usar essa linguagem de maneira fluente e eficaz<\/em>\u201d. <\/p>\n\n\n\n

E nem a tipografia escapa, pois, como lembra Deyan, o fato da letra ser chamada \u201ccaractere”certamente n\u00e3o \u00e9 coincid\u00eancia. A letra \u00e9 perfeitamente capaz de representar personalidade e car\u00e1ter humanos.<\/p>\n\n\n\n

Ele resume que o design, em todas as suas manifesta\u00e7\u00f5es, \u00e9 o DNA de uma sociedade industrial e o que torna o design atraente \u00e9 justamente a ideia de que \u00e9 preciso entender mais sobre os objetos do que apenas as quest\u00f5es \u00f3bvias de fun\u00e7\u00e3o e finalidade.<\/p>\n\n\n\n

No cap\u00edtulo O design e seus arqu\u00e9tipos<\/strong>, Deyan explica que os objetos n\u00e3o existem no v\u00e1cuo; eles fazem parte de uma complexa coreografia de intera\u00e7\u00f5es e t\u00eam impacto sobre como as pessoas vivem. Como exemplo, ele cita a televis\u00e3o; quando ocupou o principal lugar da sala, as rela\u00e7\u00f5es humanas e os h\u00e1bitos se modificaram em torno dela. O controle remoto mudou novamente as intera\u00e7\u00f5es. Ele n\u00e3o diz, mas o advento dos smartphones<\/em> e tablets<\/em> alterou novamente essa din\u00e2mica.<\/p>\n\n\n\n

Por outro lado, Sudjic conta que alguns arqu\u00e9tipos carregam hist\u00f3rias antiqu\u00edssimas, com as gera\u00e7\u00f5es produzindo interpreta\u00e7\u00f5es particulares de seus formatos, como um mostrador de rel\u00f3gio, uma torneira ou uma chave. Aqui ele analisa arqu\u00e9tipos e vers\u00f5es de objetos t\u00e3o diversos como armas, lumin\u00e1rias, c\u00e9dulas de dinheiro, cadeiras e carros, entre outros.<\/p>\n\n\n\n

No cap\u00edtulo Luxo<\/strong>, o autor diz que o luxo era a tr\u00e9gua que a humanidade encontrava para si da luta di\u00e1ria pela sobreviv\u00eancia, tanto que a escassez pode transformar as coisas mais simples em luxo. S\u00f3 que \u00e9 mais dif\u00edcil de entender o luxo numa \u00e9poca de fartura como a que vivemos; talvez por isso, sua busca \u00e9 mais onipresente agora do que em qualquer outra \u00e9poca da hist\u00f3ria. Na aus\u00eancia da escassez, o luxo adquiriu um papel al\u00e9m do signo do privil\u00e9gio.<\/p>\n\n\n\n

Para que o luxo sobreviva, ressalta Deyan, as tradi\u00e7\u00f5es das quais que ele depende precisam ser continuamente reinventadas. Basta lembrar que quase ningu\u00e9m mais se interessa por comprar canetas-tinteiro, que j\u00e1 foram consideradas \u00edcones entre os endinheirados. Atualmente, o luxo est\u00e1 cada vez mais nos detalhes que fazem os consumidores gastarem mais dinheiro.<\/p>\n\n\n\n

No cap\u00edtulo Moda<\/strong>, Sudjic explica como surgiu o fen\u00f4meno do desfile de moda como espet\u00e1culo, deixando de ser um meio para ser um fim em si, onde mais importante que exibir as roupas, \u00e9 exibir a plateia de celebridades na primeira fila  para consolidar a marca.<\/p>\n\n\n\n

Ele conta tamb\u00e9m que a moda, apesar de ter se transformado num colosso industrial dominado por poucos conglomerados, depende da arte, da fotografia e do cinema como refer\u00eancias visuais. Mas alerta: moda n\u00e3o \u00e9 arte. Mas nunca antes a moda se esfor\u00e7ou tanto para parecer ser. E ela tamb\u00e9m se alimenta avidamente da arquitetura e do design.<\/p>\n\n\n\n

Ele passa o cap\u00edtulo tentando responder n\u00e3o \u00e0 quest\u00e3o se a moda \u00e9 mesmo design, mas o que a moda fez com o design. E mais: o que fez com a arte, a fotografia e a arquitetura.<\/p>\n\n\n\n

Ao final, conclui:<\/p>\n\n\n\n

\u201co processo de fazer carros, eletrodom\u00e9sticos e computadores tem muitas carcater\u00edsticas do processo de fazer moda \u2014 um processo que n\u00e3o d\u00e1 sinaisde desacelera\u00e7\u00e3o. A moda \u00e9 uma forma mais desenvolvida de obsolesc\u00eancia embutida, for\u00e7a motriz da mudan\u00e7a cultural”.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Por \u00faltimo, no cap\u00edtulo Arte<\/strong>, Deyan reflete que a separa\u00e7\u00e3o entre a arte e o design talvez n\u00e3o seja t\u00e3o acentuada como \u00e0s vezes se sugere, pois o design sempre tratou de algo mais que a utilidade imediata.<\/p>\n\n\n\n

Ele discorre longamente sobre o simbolismo do arqu\u00e9tipo da cadeira e como ela perspassa o simb\u00f3lico e o funcional.<\/p>\n\n\n\n

No final, Sudjic conclui que vivemos numa \u00e9poca em que nossa rela\u00e7\u00e3o com aquilo que possu\u00edmos est\u00e1 passando por uma transforma\u00e7\u00e3o radical, pois, desde que surgiu como profiss\u00e3o independente, o design \u00e9 usado para manipular o desejo.<\/p>\n\n\n\n

Em tempos de Coronav\u00edrus, penso que muita coisa ainda est\u00e1 por se transformar, principalmente para o trabalho do designer e seu papel nas rela\u00e7\u00f5es de consumo. <\/p>\n\n\n\n

Mas como e exatamente de que forma, s\u00f3 tempo dir\u00e1.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Resenha do livro “A linguagem das coisas”, de Deyan Sudjic.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":26037,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[23,27,26,49,39,99,110],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/IMG_1333.jpeg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26035"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=26035"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26035\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":26039,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26035\/revisions\/26039"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/26037"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=26035"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=26035"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=26035"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}