Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":26063,"date":"2020-05-25T11:23:11","date_gmt":"2020-05-25T14:23:11","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=26063"},"modified":"2020-05-26T01:21:36","modified_gmt":"2020-05-26T04:21:36","slug":"os-seis-segredos-da-inteligencia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/os-seis-segredos-da-inteligencia\/","title":{"rendered":"Os seis segredos da intelig\u00eancia"},"content":{"rendered":"\n

Tudo o que explica (ou tenta explicar) o modo como a gente pensa, me interessa. Ent\u00e3o, mesmo com esse t\u00edtulo ca\u00e7a-cliques horr\u00edvel, resolvi levar o \u201cThe six secrets of intelligence: what your eduction failed to teach you<\/em>\u201d*, de Craig Adams, para casa. E, olha: n\u00e3o me arrependi.<\/p>\n\n\n\n

O livro \u00e9 dividido em 5 partes, come\u00e7ando com uma breve hist\u00f3ria do n\u00e3o pensamento; seguindo para os tais seis segredos, falando sobre “pensar sobre pensar\u201d, questionando o pensamento na educa\u00e7\u00e3o e, finalmente, apresentando uma escola de pensamento.<\/p>\n\n\n\n

O autor \u00e9 professor de lingu\u00edstica e l\u00ednguas modernas em Londres e, um pouco desiludido com o curr\u00edculo que precisava ensinar aos seus estudantes e que deixava de lado ideias muito importantes do seu ponto de vista, resolveu escrever esse livro, para a sorte de todos n\u00f3s.<\/p>\n\n\n\n

Ele come\u00e7a afirmando que a intelig\u00eancia n\u00e3o \u00e9 sobre cultura ou educa\u00e7\u00e3o, pois n\u00e3o \u00e9 sobre o que voc\u00ea sabe. Intelig\u00eancia \u00e9 sobre como voc\u00ea pensa<\/strong>. <\/p>\n\n\n\n\n\n\n\n

Ele conta que Arist\u00f3teles foi o primeiro ser humano a descrever os princ\u00edpios fundamentais sobre o modo como a gente pensa, argumenta, explica e prova o que acredita ser verdade.<\/p>\n\n\n\n

Ele conta que aprendemos ouvindo hist\u00f3rias e isso n\u00e3o tem nada a ver com aprender a pensar. E as hist\u00f3rias antigas refor\u00e7am que o \u00fanico jeito de ser inteligente (ou bravo, ou forte, etc) \u00e9 ter recebido esse dom dos deuses. No final, a escola nos ensina em que acreditar, n\u00e3o como pensar.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o vamos aos tais seis segredos que fundamentam e nos ajudam a realmente pensar de maneira estruturada: <\/p>\n\n\n\n

  1. a dedu\u00e7\u00e3o<\/li>
  2. a indu\u00e7\u00e3o<\/li>
  3. a analogia<\/li>
  4. a realidade<\/li>
  5. as evid\u00eancias<\/li>
  6. o significado<\/li><\/ol>\n\n\n\n

    1. Dedu\u00e7\u00e3o: como ver atrav\u00e9s dos argumentos<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

    Essa \u00e9 uma velha conhecida minha e de muita gente que teve alguma disciplina de metodologia cient\u00edfica. Mas, talvez por ser ministrada por bibliotec\u00e1rias e n\u00e3o por fil\u00f3sofas, a t\u00f4nica sempre \u00e9 mais a regra, o funcionamento e a l\u00f3gica, do que o pensamento cr\u00edtico sobre essa ferramenta. Assim, mesmo j\u00e1 conhecendo um pouco do princ\u00edpio da dedu\u00e7\u00e3o, esse cap\u00edtulo me apresentou o tema de um jeito um pouco diferente (e, a meu ver, mais produtivo).<\/p>\n\n\n\n

    Arist\u00f3teles dizia que n\u00e3o basta ensinar por meio exemplos; \u00e9 preciso formalizar a linha de racioc\u00ednio. Sen\u00e3o, \u00e9 como colocar na sua frente uma pilha de sapatos e dizer que isso \u00e9 ensinar a fazer cal\u00e7ados. Assim, o primeiro passo para pensar quais argumentos funcionam e quais n\u00e3o funcionam para estruturar uma ideia e definir se \u00e9 falsa ou verdadeira, \u00e9 identificar os tr\u00eas princ\u00edpios da raz\u00e3o, sendo que o primeiro deles \u00e9 a dedu\u00e7\u00e3o (os outros s\u00e3o a indu\u00e7\u00e3o e a analogia).<\/p>\n\n\n\n

    Um exemplo bem conhecido para a dedu\u00e7\u00e3o \u00e9 o seguinte:<\/p>\n\n\n\n

    \n
    \n
    1. Todos os humanos s\u00e3o mortais<\/li>
    2. S\u00f3crates \u00e9 humano.<\/li><\/ol>\n<\/div><\/div>\n\n\n\n

      ent\u00e3o<\/p>\n\n\n\n

      3. S\u00f3crates \u00e9 mortal.<\/p>\n<\/div><\/div>\n\n\n\n

      Temos duas afirma\u00e7\u00f5es, que chamamos de premissas, que d\u00e3o origem a uma terceira nova, que nasce das duas anteriores. Mas\u2026<\/p>\n\n\n\n

      1. Todos os cachorros t\u00eam quatro pernas.<\/li>
      2. Minha mesa tem quatro pernas.<\/li><\/ol>\n\n\n\n

        ent\u00e3o<\/p>\n\n\n\n

        3. Minha mesa \u00e9 um cachorro!<\/p>\n\n\n\n

        Esse tipo do que chamamos de dedu\u00e7\u00e3o d\u00fabia era amplamente usada pelos chamados sofistas para enganar as pessoas. Mas onde est\u00e1 o problema? <\/p>\n\n\n\n

        Nas premissas.<\/p>\n\n\n\n

        Arist\u00f3teles diz que as premissas necessariamente precisam ser fortes. E diz mais: usar a l\u00f3gica n\u00e3o faz automaticamente algu\u00e9m estar certo. Por premissas fortes, entenda-se aquelas que s\u00e3o universais; elas t\u00eam que ser verdadeiras para um grupo de coisas. Ou a premissa aplica-se a todos os membros do grupo, ou a nenhum membro. <\/p>\n\n\n\n

        As premissas d\u00fabias podem funcionar a maior parte do tempo, mas n\u00e3o sempre. E elas precisam ser examinadas a fundo para se encontrar as \u201cpremissas escondidas\u201d. <\/p>\n\n\n\n

        No caso do cachorro, a premissa escondida \u00e9 aquela que determina que o que faz um cachorro ser um cachorro \u00e9 o fato dele ter quatro patas, quando sabemos que isso n\u00e3o \u00e9 verdade. Essa premissa n\u00e3o aparece, mas tem que estar impl\u00edcita para a dedu\u00e7\u00e3o funcionar. Ent\u00e3o, o truque para desmascarar sofistas \u00e9 encontrar essas premissas escondidas (geralmente falsas, fracas ou incompletas).<\/p>\n\n\n\n

        H\u00e1 outro problema muito mais s\u00e9rio nesse sofisma: as regras da dedu\u00e7\u00e3o s\u00f3 valem se a segunda premissa for um subconjunto da primeira. No caso, S\u00f3crates faz parte do conjunto de humanos. Mas mesa n\u00e3o faz parte do conjunto de cachorros, de maneira que a dedu\u00e7\u00e3o n\u00e3o vale. <\/p>\n\n\n\n

        Ele d\u00e1 v\u00e1rios exemplos, inclusive em debates pol\u00edticos. Se os jornalistas ou mesmo cidad\u00e3os comuns dominassem mais a arte da dedu\u00e7\u00e3o, poderiam ter uma ideia mais clara das armadilhas em que tentam nos prender.<\/p>\n\n\n\n

        Assim, para entender n\u00e3o somente como a gente pensa, mas como o outro est\u00e1 pensando, a gente deve se perguntar se todas as premissas est\u00e3o claras e postas (se n\u00e3o h\u00e1 nenhuma escondida). Quanto mais a gente consegue enxergar essa estrutura, mais o nosso entendimento melhora e melhor a gente consegue compreender nossas cren\u00e7as e se defender de truques de ret\u00f3rica.<\/p>\n\n\n\n

        2. Indu\u00e7\u00e3o: como construir ou quebrar uma teoria<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

        Indu\u00e7\u00e3o \u00e9 uma ferramenta poderosa, por\u00e9m limitada. Praticamente toda a ci\u00eancia se baseia nela. Ao contr\u00e1rio da dedu\u00e7\u00e3o, que \u00e9 sempre precisa e pode ser provada, a indu\u00e7\u00e3o n\u00e3o traz certezas, pois baseia-se apenas em evid\u00eancias de alcance limitado. N\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel esgotar todos os casos para que se garanta o que se chamaria de prova.<\/p>\n\n\n\n

        Se no processo de dedu\u00e7\u00e3o eu parto do geral para o particular, na indu\u00e7\u00e3o fazemos o contr\u00e1rio. Testamos uma ideia em um grupo e, de acordo com os resultados, estendemos as mesmas conclus\u00f5es para um grupo maior. Resumindo: na indu\u00e7\u00e3o, eu crio um universo de regras a partir de sinais de um caso particular.<\/p>\n\n\n\n

        Por exemplo: eu testo uma nova vacina num grupo de volunt\u00e1rios e funciona. Ent\u00e3o a regra \u00e9 vacinar todos. Por\u00e9m, mesmo com todos os protocolos de seguran\u00e7a seguidos rigorosamente \u00e0 risca, \u00e9 imposs\u00edvel garantir o mesmo efeito em cada um dos cidad\u00e3os. <\/p>\n\n\n\n

        Bertrand Russell tem um exemplo bem interessante: todo dia, num determinado hor\u00e1rio, um peru recebe comida gostosa do fazendeiro. Ele reconhece o sinal de que o fazendeiro est\u00e1 vindo e j\u00e1 fica feliz, pois identificou um padr\u00e3o. E os sinais se repetem e se confirmam por 364 dias, at\u00e9 que, no 365o<\/sup> dia, o fazendeiro vem com uma faca e mata o peru (para com\u00ea-lo, pois \u00e9 natal!). Mas funcionou 364 vezes, como n\u00e3o transformar isso numa lei geral de comportamento?<\/p>\n\n\n\n

        A chave \u00e9 separar o que a gente v\u00ea do que a gente acredita e, principalmente, determinar o que \u00e9 correla\u00e7\u00e3o e o que \u00e9 indu\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

        Correla\u00e7\u00e3o \u00e9 quando coincid\u00eancias ocorrem, mas nada t\u00eam a ver com o resultado. Por exemplo: eu reparo que toda vez que meu time ganha o jogo, estou vestindo uma camiseta azul. A\u00ed come\u00e7o a achar que ele ganha os jogos por causa da minha camiseta.<\/p>\n\n\n\n

        A indu\u00e7\u00e3o \u00e9 a base do preconceito e tamb\u00e9m da supersti\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m das descobertas cient\u00edficas que salvam vidas. <\/p>\n\n\n\n

        Ent\u00e3o, para evitar, ou pelo menos minimizar os erros, o processo indutivo passa por v\u00e1rios testes, incluindo definir o que \u00e9 causa e o que \u00e9 efeito, a diferen\u00e7a entre sinais fal\u00edveis e infal\u00edveis, o que s\u00e3o eventos e o que s\u00e3o propriedades dos objetos. <\/p>\n\n\n\n

        Por isso tamb\u00e9m o m\u00e9todo cient\u00edfico n\u00e3o \u00e9 simples e nem r\u00e1pido. \u00c9 preciso testar e se certificar de muita coisa antes de emitir uma conclus\u00e3o como regra geral.<\/p>\n\n\n\n

        3. Analogia: o sinal do g\u00eanio<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

        A habilidade que a nossa mente tem de ver similaridades entre duas coisas pode salvar vidas (por exemplo, saber que um cogumelo \u00e9 venenoso pelo formato); \u00e9 o que Arist\u00f3teles chamava de \u201csinal do g\u00eanio\u201d. <\/p>\n\n\n\n

        A gente passa praticamente o dia inteiro tentando encontrar padr\u00f5es (similaridades), pois \u00e9 dessa maneira que o nosso c\u00e9rebro funciona. \u00c9 por isso que temos tamb\u00e9m uma outra habilidade, \u00fanica nos seres humanos, que \u00e9 fazer analogias. Por exemplo: a gente chama uma pessoa de porca, mesmo sabendo que ela \u00e9 um ser humano, e n\u00e3o um animal. Estamos comparando comportamentos, nesse caso.<\/p>\n\n\n\n

        Na maior parte do tempo, as compara\u00e7\u00f5es s\u00e3o relativamente simples e cada cultura tem um grande repert\u00f3rio de atributos que s\u00e3o subentendidos e usados para descrever pessoas ou coisas.<\/p>\n\n\n\n

        Usando a analogia para argumentar racionalmente, estamos querendo dizer que duas coisas s\u00e3o similares em um aspecto porque elas s\u00e3o similares tamb\u00e9m em algum outro. Por exemplo, se voc\u00ea sabe que o lim\u00e3o pode funcionar como anti-s\u00e9ptico em alguns casos, em situa\u00e7\u00f5es em que voc\u00ea tem somente laranjas, pode usar como argumento que as duas coisas t\u00eam similaridades suficientes para que a propriedade desinfetante seja similar tamb\u00e9m. Voc\u00ea n\u00e3o pode afirmar somente com base na analogia, mas pode perfeitamente us\u00e1-la como argumento l\u00f3gico.<\/p>\n\n\n\n

        Por exemplo: em vez de dizer que tal pol\u00edtico \u00e9 um tipo de Hitler, voc\u00ea aponta uma lista de similaridades que fundamentam seu argumento. Voc\u00ea n\u00e3o pode afirmar, mas pode apresentar evid\u00eancias e similaridades que corroborem esse ponto de vista (eu juro que tirei esse exemplo do livro!).<\/p>\n\n\n\n

        Assim como a indu\u00e7\u00e3o, o argumento por analogia infere regras em vez de come\u00e7ar com elas, o que torna as coisas um pouco mais complicadas. A indu\u00e7\u00e3o usa uma s\u00e9rie de exemplos para construir uma regra; a analogia usa apenas um caso, constr\u00f3i a regra e depois aplica em outro exemplo.<\/p>\n\n\n\n

        O que diferencia uma analogia boa de uma ruim n\u00e3o \u00e9 a quantidade de similaridades, mas a signific\u00e2ncia delas. Duas coisas podem ter muitas propriedades em comum, mas nem toda similaridade \u00e9 significativa. Quando algu\u00e9m compara duas coisas, a primeira pergunta que se deve fazer \u00e9: \u201cde que maneiras elas s\u00e3o iguais?<\/em>\u201d e \u201cde que maneiras elas s\u00e3o diferentes?<\/em>\u201d.<\/p>\n\n\n\n

        E mais, as met\u00e1foras que escolhemos, assim como as compara\u00e7\u00f5es que fazemos de forma autom\u00e1tica, sem o menor esfor\u00e7o, revelam muito sobre como vemos o mundo.<\/p>\n\n\n\n

        4. Realidade: ideias n\u00e3o s\u00e3o coisas<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

        Aqui tem uma passagem muito interessante, onde o autor cita a aula inaugural do professor J. A. Smith, em que ele diz que a raz\u00e3o pela qual devemos aprender como os fil\u00f3sofos pensam \u00e9 que isso vai nos ensinar a reconhecer quando algu\u00e9m fala uma bobagem. Filosofia \u00e9 a arte de detectar quando algu\u00e9m est\u00e1 falando besteira<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n

        E uma das coisas em que a filosofia nos ajuda \u00e9 nos lembrar de sempre perguntar: Isso \u00e9 real? O que isso significa? Isso conta como evid\u00eancia?<\/em><\/p>\n\n\n\n

        Essas perguntas parecem simples, mas elas nos ajudam a identificar a pseudoci\u00eancia. \u00c9 que a pseudoci\u00eancia nunca explica como o mundo f\u00edsico funciona descrevendo como as for\u00e7as e os objetos f\u00edsicos interagem para provocar determinados efeitos. <\/p>\n\n\n\n

        Em vez disso, ela usa ideias para explicar o mundo f\u00edsico, como, por exemplo, que terremotos s\u00e3o causados por deuses mal-humorados ou que a \u00e1gua tem mem\u00f3ria. <\/p>\n\n\n\n

        5. Evid\u00eancia \u00e9 a resposta<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

        Na busca pela resposta para saber se uma coisa \u00e9 ou n\u00e3o real, a gente se pergunta: o que pode provar que algo \u00e9 verdadeiro<\/em>? A resposta \u00e9 sempre: as evid\u00eancias<\/em>. <\/p>\n\n\n\n

        Mas o que conta como evid\u00eancia? Bom, se estamos falando de algo f\u00edsico, \u00e9 f\u00e1cil. Basta olhar as caracter\u00edsticas e comportamentos. Mas e quando se trata de algo n\u00e3o f\u00edsico, que n\u00e3o pode ser fisicamente investigado, pesquisado, explicado e entendido? <\/p>\n\n\n\n

        Arist\u00f3teles afirma que cada forma de pensar inventa suas pr\u00f3prias regras. Se consideramos evid\u00eancias como provas f\u00edsicas da realidade, n\u00e3o h\u00e1 como argumentar com um m\u00edstico, que baseia seus argumentos em outro tipo de regras e premissas.<\/p>\n\n\n\n

        As regras s\u00e3o incompat\u00edveis, ent\u00e3o \u00e9 melhor cada um ficar na sua, com suas pr\u00f3prias cren\u00e7as e regras.<\/p>\n\n\n\n

        6. Significado: as bonecas russas<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

        Adams diz que o significado das coisas, compara\u00e7\u00f5es, evid\u00eancias e conceitos s\u00e3o sempre intrincados. Mesmo as palavras mais simples trazem significados dentro de significados, como uma matrioska<\/em>. <\/p>\n\n\n\n

        E tentar desenlear essa trama de significados \u00e9 o caminho para descobrir a verdade. A ideia \u00e9 \u201cdesenpacotar” os v\u00e1rios significados, premissas, argumentos para entender o que exatamente \u00e9 real e verdadeiro.<\/p>\n\n\n\n

        ***<\/p>\n\n\n\n

        O autor fala ainda sobre a nossa dificuldade em lidar com ideias abstratas e cita Daniel Kahneman, que diz que nas discuss\u00f5es do dia-a-dia estamos sempre fazendo julgamentos sobre o mundo, e baseando os nossos atos nesses julgamentos.<\/p>\n\n\n\n

        Kahneman acredita que \u00e9 poss\u00edvel melhorar a habilidade de identificar e entender erros de julgamentos e escolhas nossos e de outras pessoas quando conseguimos usar palavras e termos mais exatos e precisos para falar deles.<\/p>\n\n\n\n

        Adams faz uma s\u00e9rie de reflex\u00f5es interessantes e termina dizendo que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel se construir uma sociedade de livres pensadores sem uma base muito forte de filosofia, sem uma escola que leve em considera\u00e7\u00e3o os modos estruturados de pensar e argumentar.<\/p>\n\n\n\n

        Ele lista uma s\u00e9rie de princ\u00edpios e seus correspondentes obst\u00e1culos para uma educa\u00e7\u00e3o mais cr\u00edtica e inteligente. Vale a pena ler. <\/p>\n\n\n\n

        Recomendo fortemente.<\/p>\n\n\n\n

        ___________________<\/p>\n\n\n\n

        * Tradu\u00e7\u00e3o livre: “Os seis segredos da intelig\u00eancia: o que sua educa\u00e7\u00e3o falhou em ensinar para voc\u00ea”.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

        Resenha do livro “The six secrets of intelligence: what your education failed to teach you”, de Craig Adams.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":26067,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,55,49],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/05\/5DFAAA1D-5FD3-4497-A915-EAB78ADCABA3.jpeg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26063"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=26063"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26063\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":26073,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26063\/revisions\/26073"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/26067"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=26063"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=26063"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=26063"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}