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{"id":26342,"date":"2020-11-30T09:07:13","date_gmt":"2020-11-30T12:07:13","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=26342"},"modified":"2020-11-30T09:07:27","modified_gmt":"2020-11-30T12:07:27","slug":"o-pensamento-elastico","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/o-pensamento-elastico\/","title":{"rendered":"o pensamento el\u00e1stico"},"content":{"rendered":"\n

J\u00e1 sou f\u00e3 de Leonard Mlodinow h\u00e1 muito tempo. O primeiro livro que li dele, \u201cO andar do b\u00eabado<\/a>\u201d (resenha aqui<\/a>), abriu-me v\u00e1rias portas na mente. Depois teve \u201cA janela de Euclides<\/a>\u201d (resenha aqui<\/a>) com tantas coisas curiosas quanto interessantes. Por isso, n\u00e3o me contive quando a Amazon me sugeriu \u201cElastic: unlocking your brain\u2019s ability to embrace change<\/em>\u201d, sua mais recente obra.<\/p>\n\n\n\n

Pois esse sujeito \u00e9 t\u00e3o brilhante que a cada vez se supera; com um texto fluido e f\u00e1cil, ele explica coisas surpreendentes.<\/p>\n\n\n\n

O QUE \u00c9 <\/h3>\n\n\n\n

Mlodinow explica que o pensamento el\u00e1stico compreende uma s\u00e9rie de talentos que revelam diferentes aspectos de um certo estilo cognitivo que nos ajuda muito. Ele cita alguns desses talentos (anota a\u00ed!): <\/p>\n\n\n\n

  • a capacidade de desapegar de ideias confort\u00e1veis; <\/li>
  • acostumar-se \u00e0 ambiguidade e \u00e0 contradi\u00e7\u00e3o; <\/li>
  • a capacidade de levar ideias acima do senso comum e reformular quest\u00f5es; <\/li>
  • a habilidade de abandonar pressupostos arraigados e abrir a mente para novos modelos; <\/li>
  • a propens\u00e3o em confiar na imagina\u00e7\u00e3o tanto quanto na l\u00f3gica para gerar e integrar uma grande variedade de ideias; <\/li>
  • a boa-vontade em experimentar e ser tolerante aos erros.<\/li><\/ul>\n\n\n\n\n\n\n\n

    Em resumo, o pensamento el\u00e1stico nos prov\u00ea a habilidade de resolver problemas e superar as barreiras neuronais e psicol\u00f3gicas que nos impedem de ver al\u00e9m da ordem existente.<\/p>\n\n\n\n

    MUITO AL\u00c9M DO SCRIPT<\/h3>\n\n\n\n

    Leonard explica que a maioria das rea\u00e7\u00f5es dos animais segue um script pr\u00e9-determinado para economizar processamento do c\u00e9rebro. No caso dos humanos, tamb\u00e9m funciona assim. Sabe quando voc\u00ea n\u00e3o tem certeza se fechou ou n\u00e3o a porta? \u00c9 porque aquela a\u00e7\u00e3o foi autom\u00e1tica, seguiu um script, ou seja, n\u00e3o usou o processamento do c\u00e9rebro \u2014 apenas executou uma fun\u00e7\u00e3o corriqueira pr\u00e9-determinada e condicionada. <\/p>\n\n\n\n

    Mas se a gente ficasse somente no script<\/em><\/strong>, ficar\u00edamos como a maior parte dos animais e n\u00e3o ter\u00edamos conseguido criar coisas e resolver problemas novos. Ent\u00e3o, o processo evolutivo nos armou com mais duas maneiras de interagir com o ambiente e suas quest\u00f5es: o pensamento l\u00f3gico-racional<\/strong> e o pensamento el\u00e1stico<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n

    O pensamento l\u00f3gico-racional, tamb\u00e9m conhecido como pensamento anal\u00edtico<\/strong> \u00e9 baseado em fatos e na raz\u00e3o. \u00c9 a forma de pensamento mais f\u00e1cil de ser treinada e reproduzida; talvez por isso seja a ensinada nas escolas e valorizada nas empresas (at\u00e9 ent\u00e3o, pois isso est\u00e1 mudando). <\/p>\n\n\n\n

    De fato, o pensamento anal\u00edtico \u00e9 poderoso e funciona em boa parte dos casos. Regido pelo nosso consciente, organiza as ideias em sequ\u00eancia e define as regras mais eficientes para ir de A a C, passando por B. Seu \u00fanico problema \u00e9 que ele frequentemente falha ao encontrar desafios inesperados e surpreendentes.<\/p>\n\n\n\n

    J\u00e1 o pensamento el\u00e1stico \u00e9 n\u00e3o linear e processa m\u00faltiplas linhas de pensamento ao mesmo tempo. Ele \u00e9 desenhado para integrar diversas informa\u00e7\u00f5es, resolver enigmas e encontrar novas abordagens para os problemas. Ele tamb\u00e9m leva em considera\u00e7\u00e3o ideias normalmente consideradas bizarras ou esquisitas. <\/p>\n\n\n\n

    Mas n\u00e3o se engane: a criatividade tamb\u00e9m precisa do pensamento anal\u00edtico para entender e explorar os desdobramentos das ideias<\/em><\/strong>.<\/p>\n\n\n\n

    De qualquer forma, foi o pensamento el\u00e1stico que nos salvou da extin\u00e7\u00e3o e nos deu a habilidade de vencer desafios, inovar e trabalhar em coopera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

    O PRAZER DA MUDAN\u00c7A<\/h3>\n\n\n\n

    Para mim, essa \u00e9 uma das partes mais bacanas do livro, pois derruba um mito que sempre ouvi, repeti e, principalmente, acreditei: que o ser humano \u00e9 naturalmente avesso a mudan\u00e7as. Pois isso \u00e9 mentira<\/strong>. S\u00e9rio.<\/p>\n\n\n\n

    Leonard d\u00e1 um exemplo que sempre aparecem nos artigos das revistas de neg\u00f3cios: quando muda a gest\u00e3o, sempre tem uma parte de sacrif\u00edcio que os colaboradores precisam fazer. A\u00ed algu\u00e9m prop\u00f5e ao indiv\u00edduo trabalhar 10% a mais ganhando o mesmo. Ele vai gostar? Claro que n\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

    A\u00ed as manchetes das revistas estampam: \u201cPor que a mudan\u00e7a \u00e9 t\u00e3o dif\u00edcil?<\/em><\/strong>\u201d. Mas isso n\u00e3o \u00e9 avers\u00e3o \u00e0 mudan\u00e7a. \u00c9 avers\u00e3o \u00e0 perda. Quer ver? Experimenta propor ele trabalhar 10% menos ganhando o mesmo sal\u00e1rio? Tecnicamente, o n\u00edvel de mudan\u00e7a \u00e9 igual, mas todo mundo ama! As manchetes teriam que ser trocadas para: \u201cPor que a mudan\u00e7a e t\u00e3o f\u00e1cil?<\/em><\/strong>\u201d. \u00c9 ou n\u00e3o \u00e9?<\/p>\n\n\n\n

    Ent\u00e3o a quest\u00e3o n\u00e3o \u00e9 a mudan\u00e7a em si. Se n\u00e3o houver amea\u00e7as claras e nem consequ\u00eancias negativas, o instinto natural do ser humano \u00e9 justamente o oposto: ser atra\u00eddo irremediavelmente por novidades e mudan\u00e7as. Tem at\u00e9 um nome bacana para isso: neofilia<\/em><\/strong>.<\/p>\n\n\n\n

    EST\u00c1 NOS GENES!<\/h3>\n\n\n\n

    Segundo Mlodinow, nossa esp\u00e9cie tem, inclusive, um marcador gen\u00e9tico para o descontentamento com o status quo<\/em> e a busca pelo novo e desconhecido.  Os cientistas acharam esse gene em 1996; ele se chama DRD4 e \u00e9 um tipo de receptor de dopamina (o neurotransmissor ligado \u00e0 recompensa). O DRD4 tem algumas variantes; a DRD4-7 \u00e9 encontrada nas pessoas que t\u00eam uma tend\u00eancia particularmente alta \u00e0 explora\u00e7\u00e3o do novo.<\/p>\n\n\n\n

    Isso acontece porque essa variante tem uma resposta mais fraca \u00e0 dopamina; por isso, ela requer mais dopamina que as outras variantes para fornecer a mesma sensa\u00e7\u00e3o de recompensa.  Como fazer isso? Estimulando mais ainda a mudan\u00e7a e a busca pelo novo.<\/p>\n\n\n\n

    Tanto isso \u00e9 verdade que um artigo publicado em 2011 mostra evid\u00eancias de que os ancestrais humanos africanos que emigraram para a Europa e outras partes do planeta tinham uma alta preval\u00eancia desse gene na popula\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

    \u00c9 claro que a presen\u00e7a do DRD4-7 \u00e9 apenas um dos muitos fatores que influenciam na busca pelo novo; a hist\u00f3ria de vida da pessoa, as circunst\u00e2ncias e at\u00e9 mesmo outros fatores gen\u00e9ticos possuem papel decisivo. Mas n\u00e3o se pode descartar a import\u00e2ncia desse ator no nosso comportamento social, inclusive porque a gente vai ficando mais cauteloso com o passar do tempo e diminuindo a busca pelo novo. <\/p>\n\n\n\n

    O livro apresenta at\u00e9 um teste para a gente descobrir o \u00edndice de neofilia<\/strong> (que eu achei bem simpl\u00f3rio); o meu deu 26; acima da m\u00e9dia para adultos (24), mas abaixo dos adolescentes (30). <\/p>\n\n\n\n

    O QUE SIGNIFICA PENSAR?<\/h3>\n\n\n\n

    Qualquer animal que tenha c\u00e9rebro pensa? O que exatamente significa pensar?<\/p>\n\n\n\n

    Aqui Leonard utiliza a defini\u00e7\u00e3o do dicion\u00e1rio: \u201cempregar a mente racionalmente e objetivamente para avaliar ou lidar com uma dada situa\u00e7\u00e3o a fim de considerar uma poss\u00edvel a\u00e7\u00e3o, escolha, etc. Inventar ou conceber algo<\/em>.\u201d<\/p>\n\n\n\n

    Ent\u00e3o, quando um animal (ou mesmo um ser humano) reage automaticamente por instinto, sem avaliar ou pensar na situa\u00e7\u00e3o, ou mesmo sem gerar nenhuma ideia, n\u00e3o h\u00e1 pensamento envolvido.<\/p>\n\n\n\n

    Assim, o primeiro passo para alimentar o pensamento el\u00e1stico \u00e9 alimentar o PENSAMENTO; estar mais consciente das a\u00e7\u00f5es e agir menos de acordo com o script que est\u00e1 nas nossas c\u00e9lulas. <\/p>\n\n\n\n

    Mlodinow recomenda o que se convencionou chamar de mindfullness<\/em><\/strong> para exercitar a presen\u00e7a e a aten\u00e7\u00e3o, fundamentais para o pensamento el\u00e1stico.<\/p>\n\n\n\n

    Um computador jamais conseguir\u00e1 pensar de maneira el\u00e1stica, que envolve emo\u00e7\u00e3o, presen\u00e7a, empatia e sentimento de recompensa. Ele s\u00f3 consegue reproduzir o modo anal\u00edtico. Por isso somente os humanos conseguem gerar ideias e encontrar solu\u00e7\u00f5es para problemas que n\u00e3o est\u00e3o claramente definidos.  <\/p>\n\n\n\n

    Veja aqui um exemplo bem did\u00e1tico que mostra a diferen\u00e7a entre o pensamento anal\u00edtico e o el\u00e1stico: se voc\u00ea perguntar a um humano ou a um computador onde fica Paris, as respostas ser\u00e3o parecidas (\u00e9 uma pergunta objetiva, que exige pensamento anal\u00edtico).<\/p>\n\n\n\n

    Mas se voc\u00ea perguntar \u201conde voc\u00ea gostaria de tirar f\u00e9rias?<\/em>\u201d, a resposta exigiria que a pessoa formulasse e inventasse crit\u00e9rios que justificassem a sua escolha. Isso \u00e9 pensar elasticamente; um computador n\u00e3o consegue.<\/p>\n\n\n\n

    POR QUE N\u00d3S PENSAMOS<\/h3>\n\n\n\n

    Basicamente porque n\u00f3s nos sentimos recompensados quando temos uma ideia. A dopamina invade nosso c\u00e9rebro e esse estimulante intelectual (que \u00e9 diferente para cada pessoa) faz com que a gente queira sempre mais. <\/p>\n\n\n\n

    O interessante \u00e9 que se a gente perde a capacidade de se emocionar, tamb\u00e9m perde a sensa\u00e7\u00e3o de recompensa. O livro mostra um caso cl\u00ednico em que isso acontece e a pessoa fica incapaz de tomar decis\u00f5es como ir a um restaurante, por exemplo, pois ela nunca consegue parar de comparar os pr\u00f3s e contras analiticamente. Isso acontece porque essa decis\u00e3o n\u00e3o \u00e9 anal\u00edtica, mas el\u00e1stica.<\/p>\n\n\n\n

    QUANDO TUDO FAZ SENTIDO<\/h3>\n\n\n\n

    Mlodinow tamb\u00e9m explica que o c\u00e9rebro tem regi\u00f5es chamadas c\u00f3rtex de associa\u00e7\u00f5es, uma para cada um dos nossos sentidos. Por exemplo, h\u00e1 uma regi\u00e3o do c\u00e9rebro respons\u00e1vel pela vis\u00e3o (c\u00f3rtex prim\u00e1rio visual) que captura todas as informa\u00e7\u00f5es de localiza\u00e7\u00e3o, cores, luz e sombra, formatos, volumes, dist\u00e2ncias, etc. Mas isso s\u00e3o apenas dados; o que eles significam? \u00c9 a\u00ed que entra o c\u00f3rtex de associa\u00e7\u00e3o, que identifica e conecta os dados com seu significado (que pessoa \u00e9 essa que estou vendo? O que ela tem a ver comigo?).<\/p>\n\n\n\n

    Esses c\u00f3rtex de associa\u00e7\u00f5es permitem que a gente tenha ideias, e n\u00e3o apenas reaja aos fatos. S\u00e3o eles as fontes das nossas atitudes, que diferenciam cada um de n\u00f3s dos outros. S\u00e3o tamb\u00e9m os respons\u00e1veis pela nossa inventividade. Esses c\u00f3rtex est\u00e3o sempre em atividade, tentando fazer associa\u00e7\u00f5es e conex\u00f5es. E justamente quando a gente faz as coisas de modo autom\u00e1tico, sem pensar muito, \u00e9 que eles ficam livres para brincar e dan\u00e7ar. \u00c9 por isso que justamente quando a gente est\u00e1 lavando a lou\u00e7a que a se tem \u00f3timas ideias; j\u00e1 reparou?<\/p>\n\n\n\n

    A ORIGEM DOS INSIGHTS<\/h3>\n\n\n\n

    Apesar da nossa experi\u00eancia consciente nos indicar que um insight \u00e9 um neg\u00f3cio que aparece na nossa mente como um raio, assim, de repente, ele \u00e9 constru\u00eddo lentamente nos bastidores, at\u00e9 dar o ar de sua gra\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

    Quando a gente \u00e9 apresentado a um problema, o c\u00e9rebro come\u00e7a a pensar em poss\u00edveis solu\u00e7\u00f5es. O lado esquerdo busca as respostas \u00f3bvias e o direito, as mais obscuras. S\u00e3o como dois sistemas cognitivos independentes .<\/p>\n\n\n\n

    O c\u00e9rebro executivo \u00e9 bem focado, e vai ignorar as coisas absurdas, direcionando a consci\u00eancia para tentar uma resposta l\u00f3gica, verdadeira e mais \u00f3bvia poss\u00edvel. O que faz sentido, pois as respostas mais esperadas e comuns, geralmente s\u00e3o as mais adequadas para a maioria dos problemas.<\/p>\n\n\n\n

    Se as ideias iniciais n\u00e3o est\u00e3o levando a uma solu\u00e7\u00e3o adequada, a parte do c\u00e9rebro que administra a participa\u00e7\u00e3o dos dois lados, chamado Anterior Cingulado C\u00f3rtex, ou ACC, manda o lado direito simplesmente parar de processar a informa\u00e7\u00e3o visual que chega (olha que louco!). \u00c9 como se a gente fechasse os olhos para se concentrar melhor. Essa supress\u00e3o de processamento de imagens faz o lado direito fazer mais conex\u00f5es e gerar mais ideias inesperadas. <\/p>\n\n\n\n

    Ent\u00e3o, a chave para se ter ideias originais \u00e9 tentar relaxar a mente e n\u00e3o abordar o problema de forma anal\u00edtica. Uma das ferramentas mais poderosas \u00e9 a medita\u00e7\u00e3o, pois ela aumenta a nossa capacidade de ampliar o foco, de maneira que as ideias podem \u201cpular” de uma para outra com rapidez.<\/p>\n\n\n\n

    Outra coisa interessant\u00edssima: sentar-se num quarto escuro ou fechar os olhos pode alargar a perspectiva. Por outro ado, corredores estreitos, salas sem janelas e at\u00e9 as malfadadas baias de escrit\u00f3rio t\u00eam o efeito contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n

    Mas tem tamb\u00e9m um ponto interessante a se considerar: salas bem iluminadas podem tornar dif\u00edcil a tarefa de ignorar os objetos em volta que estimula pensamentos mundanos e banais, que podem ser \u00f3timos para o lado direito se divertir.<\/p>\n\n\n\n

    PENSAMENTO CONGELADO<\/h3>\n\n\n\n

    Mlodinow ainda usa a express\u00e3o \u201cpensamento congelado\u201d, cunhado pela fil\u00f3sofa Hannah Arendt.  Isso acontece quando a gente tem uma orienta\u00e7\u00e3o fixa que determina a maneira como a gente aborda um problema. Ele reutiliza experi\u00eancias passadas e ignora uma an\u00e1lise mais cuidadosa, fazendo com que a gente cometa erros sem perceber.<\/p>\n\n\n\n

    Isso \u00e9 bem comum com m\u00e9dicos experientes, por exemplo. Eles tendem a formar uma opini\u00e3o rapidamente, baseada em casos anteriores e, \u00e0s vezes, ignorando vari\u00e1veis importantes que n\u00e3o se encaixam no modelo pr\u00e9-concebido. Um artigo no Jornal de uma associa\u00e7\u00e3o de m\u00e9dicos nos EUA mostrou que, quando os professores doutores viajavam, o \u00edndica de mortalidade diminu\u00eda em 30%. Isso porque os residentes ficavam inseguros com os diagn\u00f3sticos e os discutiam com colegas, al\u00e9m de pesquisarem mais. Esses especialistas s\u00e3o muito mais eficientes para tratar de casos convencionais; mas quando a coisa fica um pouco diferentes, eles tentam encaixar no que j\u00e1 conhecem e muitas vezes erram.<\/p>\n\n\n\n

    Em resumo: o que n\u00f3s sabemos coloca limites naquilo que podemos imaginar. A tend\u00eancia de processar a informa\u00e7\u00e3o de maneira a refor\u00e7ar nossas opini\u00f5es individuais pr\u00e9-existentes \u00e9 chamada pelos psic\u00f3logos de \u201ccogni\u00e7\u00e3o dogm\u00e1tica\u201d.<\/p>\n\n\n\n

    O Zen budismo ensina que, para fugir dessas pr\u00e9-concep\u00e7\u00f5es, devemos sempre olhar o mundo com a mente de um iniciante. A maioria de n\u00f3s tem um estilo cognitivo intermedi\u00e1rio entre o dogm\u00e1tico e o iniciante, mas seria bom se a gente conseguisse se aproximar mais do iniciante.<\/p>\n\n\n\n

    E sabe como fazer isso? Os estudiosos ensinam que basta inserir uma ideia discordante nas intera\u00e7\u00f5es intelectuais; ou seja: expor-se a opini\u00f5es contr\u00e1rias. Mesmo que conscientemente a gente rejeite a ideia, ela fica no nosso subconsciente como uma pulguinha atr\u00e1s da orelha e faz a gente repensar o que tinha como certeza. <\/p>\n\n\n\n

    As pessoas que conseguem redesenhar a abordagem para se adaptar a cada situa\u00e7\u00e3o s\u00e3o as que melhor respondem a mudan\u00e7as.<\/p>\n\n\n\n

    Resumindo: a gente adora estar certo, mas \u00e0s vezes \u00e9 melhor algu\u00e9m nos dizer que estamos errados.<\/p>\n\n\n\n

    CONCLUS\u00d5ES<\/h3>\n\n\n\n

    Ainda tem algumas discuss\u00f5es sobre bloqueios mentais, filtros de ideias e at\u00e9 admite que um pouco de loucura traz benef\u00edcios \u00e0 mente el\u00e1stica.<\/p>\n\n\n\n

    Olha, ta\u00ed um livro que faz um alongamento bom na mente da gente, viu? Recomendo com estrelinhas!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

    Resenha do fant\u00e1stico livro Elastic, de Leonard Mlodinow.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":26343,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,57,49,108,110],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/11\/bolhas.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26342"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=26342"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26342\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":26344,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26342\/revisions\/26344"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/26343"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=26342"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=26342"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=26342"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}