Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":26391,"date":"2020-12-29T09:33:06","date_gmt":"2020-12-29T12:33:06","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=26391"},"modified":"2021-04-25T11:37:06","modified_gmt":"2021-04-25T14:37:06","slug":"a-louca-das-bolinhas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/a-louca-das-bolinhas\/","title":{"rendered":"A louca das bolinhas"},"content":{"rendered":"\n

Quem me conhece, sabe: n\u00e3o resisto a uma capa linda!<\/p>\n\n\n\n

Pois visitando uma lojinha especializada em Comic Books<\/em> (Modern Graphics<\/a>, em Kreuzberg) encontrei essa maravilhosidade que \u00e9 a biografia ilustrada da artista japonesa Yayoi Kusama<\/strong>, da ilustradora italiana Elisa Macelllari. A obra se chama “Kusama, eine Graphic Novel<\/em>“.<\/p>\n\n\n\n

A autora conta que ficou fascinada pela artista quando viu uma retrospectiva do trabalho dela em Madrid, em 2011. Desde ent\u00e3o tem pesquisado a vida de Kusama, at\u00e9 que, em setembro desse ano, publicou o livro.<\/p>\n\n\n\n\n\n\n\n

A primeira vez que me lembro de ter visto uma obra dessa artista foi em Minas Gerais, no maravilhoso Museu Inhotim<\/a>. Na \u00e9poca ainda n\u00e3o conhecia a artista e n\u00e3o sabia que aquela instala\u00e7\u00e3o cheia de bolas espelhadas boiando num espelho d\u2019\u00e1gua eram a reprodu\u00e7\u00e3o de uma obra que ela fez para a 33o<\/sup> Bienal de Veneza. <\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/figure>\n\n\n\n

Fiquei sabendo pelo livro que a mo\u00e7a, que n\u00e3o tinha sido convidada, instalou 1.500 bolas espelhadas num dos parques da cidade. O t\u00edtulo, muito apropriado, era \u201cO jardim de Narciso<\/em>\u201d e os visitantes podiam comprar as bolinhas e lev\u00e1-las para casa, se quisessem. Por causa de tanta ousadia, a artista foi expulsa da Bienal.<\/p>\n\n\n\n

Mas vamos ao in\u00edcio; Yayoi Kusama nasceu em 1929, no Jap\u00e3o. Desde crian\u00e7a ela sofria de alucina\u00e7\u00f5es e gostava de desenhar. Mas sua m\u00e3e, aparentemente uma pessoa atormentada, repetia sempre que mulheres n\u00e3o podiam ser pintoras; isso era coisa de homem e s\u00f3 eles poderiam faz\u00ea-lo. <\/p>\n\n\n\n

Uma vez, durante uma briga entre seus pais, a m\u00e3e pediu para a menina seguir o pai, pois estava desconfiada de uma trai\u00e7\u00e3o. A menina foi atr\u00e1s e viu, atrav\u00e9s de uma fresta, o pai transando com outra mulher. Ela ficou t\u00e3o traumatizada que custou para contar para a m\u00e3e; esta, revoltada, rasgou e jogou fora todos os desenhos da menina.<\/p>\n\n\n\n

Mesmo assim, Kusama continuou a desenhar escondida e conseguiu at\u00e9 fazer a faculdade de artes enquanto se tratava dos dist\u00farbios mentais que continuavam a acompanh\u00e1-la. Seu psiquiatra, reconhecendo a sua genialidade, aconselhou-a a sair do Jap\u00e3o e procurar lugares onde teria mais liberdade para trabalhar. Se ela continuasse sendo constrangida e limitada nas suas cria\u00e7\u00f5es, poderia ter uma crise e n\u00e3o resistir.<\/p>\n\n\n\n

A mo\u00e7a come\u00e7ou a pesquisar lugares para onde poderia ir, at\u00e9 que achou um livro da ilustradora americana Georgia O\u2019Keefe<\/em> (outra maravilhosa!). Yayoi ficou encantada; como assim, existia uma mulher pintora que at\u00e9 publicava livros? Ent\u00e3o isso era realmente poss\u00edvel?<\/p>\n\n\n\n

A jovem conseguiu na Embaixada o endere\u00e7o da artista americana (que estava isolada no Novo M\u00e9xico desde sua viuvez) e lhe escreveu, enviando algumas amostras de trabalhos.<\/p>\n\n\n\n

Georgia gostou do que viu e enviou os trabalhos a alguns galeristas amigos. <\/p>\n\n\n\n

Contra a vontade de sua fam\u00edlia, que declarou que ela n\u00e3o precisava mais voltar se fosse embora, Kusama emigrou para New York com 60 kimonos e 200 pinturas na mala, para vender e sobreviver aos primeiros tempos.<\/p>\n\n\n\n

Depois de um in\u00edcio dific\u00edlimo (sem dinheiro, sem amigos e cheia de problemas mentais), a artista foi finalmente reconhecida. Nos anos 1960 e 1970 virou celebridade; promoveu performances pol\u00eamicas com pessoas nuas em bacanais pintadas com bolinhas ou com roupas ex\u00f3ticas (ela continuou a ter problemas com a sexualidade desde o evento com o pai) e at\u00e9 chegou a ser presa. Como seu estado mental piorou, foi aconselhada por seu psiquiatra a retornar ao Jap\u00e3o depois de quase 20 anos morando fora. <\/p>\n\n\n\n

Tudo tinha mudado e ela j\u00e1 n\u00e3o podia contar com os pais. Em 1977, cinco anos depois do retorno, ela finalmente decidiu se internar numa cl\u00ednica para tratamento, pois j\u00e1 n\u00e3o estava mais dando conta de sua vida. <\/p>\n\n\n\n

Uma d\u00e9cada depois, em 1987, um museu de arte japon\u00eas decidiu fazer uma retrospectiva de sua obra. Foi o maior sucesso e acabou funcionando como um renascimento. As retrospectivas come\u00e7aram a bombar em v\u00e1rios lugares do mundo, inclusive New York. Em 1993 Kusama foi finalmente convidada a participar da Bienal de Veneza.<\/p>\n\n\n\n

Esse ano, por coincid\u00eancia, visitei o Museu Louisiana<\/strong><\/em>, na Dinamarca, e havia uma obra dela l\u00e1 chamada Infinit Room<\/em> (veja as fotos a seguir).<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/figure>\n\n\n\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n

Essa artista sui generis<\/em>, que sempre questionou o sentido da vida e da morte, do amor, do medo e da mente, usando s\u00edmbolos gr\u00e1ficos simples, como bolinhas, finalmente ganhou seu pr\u00f3prio museu em Tokio, em 2017. <\/p>\n\n\n\n

Est\u00e1 na minha lista para um dia visit\u00e1-lo.<\/p>\n\n\n\n

Recomendo colocar na sua tamb\u00e9m!<\/p>\n\n\n\n

NOTA: Em abril de 2021, pouco ap\u00f3s de ter escrito essa resenha, foi inaugurada em Berlim uma exposi\u00e7\u00e3o retrospectiva da obra da artista. O que posso dizer? Embriagante, lis\u00e9rgica, psicod\u00e9lica. Demais! Seguem algumas fotos.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/figure>\n\n\n\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n
\"\"<\/figure>\n\n\n\n

<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Resenha da biografia ilustrada “Kusama: eine Graphic novel”, de Elisa Macellari.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":26395,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[29,41,75,49,110],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/12\/3052E67D-DBD8-47A7-975E-C294A8E65939.jpeg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26391"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=26391"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26391\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":26577,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/26391\/revisions\/26577"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/26395"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=26391"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=26391"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=26391"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}