Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":27106,"date":"2022-05-16T14:51:47","date_gmt":"2022-05-16T17:51:47","guid":{"rendered":"http:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/?p=27106"},"modified":"2022-05-19T17:00:17","modified_gmt":"2022-05-19T20:00:17","slug":"a-vegetariana","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/a-vegetariana\/","title":{"rendered":"A vegetariana"},"content":{"rendered":"\n

Confesso que estou fazendo essa resenha sem ter ainda uma opini\u00e3o formada a respeito de \u201cDie Vegetarierin<\/em><\/strong>\u201d (Tradu\u00e7\u00e3o livre: \u201cA vegetariana\u201d), de Han Kang.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Encontrei o livro num sebo e lembrei das \u00f3timas cr\u00edticas; a coreana Han Kang tornou-se uma celebridade internacional por causa dessa obra.<\/p>\n\n\n\n\n\n\n\n

Talvez o meu erro tenha sido t\u00ea-lo lido em alem\u00e3o; com certeza perdi algumas sutilezas e min\u00facias da reda\u00e7\u00e3o. Mas, mesmo com minhas limita\u00e7\u00f5es, achei-o muito bem escrito, especialmente o come\u00e7o, que me conquistou.<\/p>\n\n\n\n

O narrador \u00e9 um homem sul-coreano (adoro hist\u00f3rias de lugares long\u00ednquos para mim, falando de culturas diferentes) totalmente mediano em todos os aspectos poss\u00edveis, mesmo nas aspira\u00e7\u00f5es e sonhos. <\/p>\n\n\n\n

Ele come\u00e7a narrando que escolheu sua esposa, Yong-Hyes, justamente porque ela n\u00e3o era bonita, brilhante ou mesmo interessante. Uma pessoa sem gra\u00e7a combinaria com seu perfil, pois teoricamente tamb\u00e9m n\u00e3o teria expectativas e n\u00e3o faria exig\u00eancias que ele n\u00e3o estava a fim de cumprir, afinal, na sua opini\u00e3o, mediocridade era sin\u00f4nimo de conforto e ele n\u00e3o estava disposto a mudar isso.<\/p>\n\n\n\n

Viviam uma vidinha besta, ele como funcion\u00e1rio de uma empresa numa fun\u00e7\u00e3o desimportante; ela trabalhando em casa para uma editora e cuidando dos afazeres dom\u00e9sticos. A mo\u00e7a parecia extremamente sem gra\u00e7a, mas gostava de ler. E isso com certeza alimentava sua complexidade interior, t\u00e3o bem disfar\u00e7ada numa apar\u00eancia sem sal.<\/p>\n\n\n\n

Um belo dia ele a flagra de madrugada, no frio, esvaziando a geladeira e jogando fora todo o estoque de carnes e peixes diversos. Parecia fora de si, totalmente ap\u00e1tica, e a justificativa que deu foi que teve um sonho. Desde ent\u00e3o, passa a n\u00e3o consumir mais nada de origem animal. <\/p>\n\n\n\n

Por coer\u00eancia, o nome do livro deveria ser \u201cA vegana\u201d. Mas penso que como a hist\u00f3ria n\u00e3o \u00e9 narrada por ela, mostra apenas como ela \u00e9 vista pela sociedade: uma p\u00e1ria, exc\u00eantrica, que n\u00e3o come carne. <\/p>\n\n\n\n

Nessa fase come\u00e7am a aparecer enxertos de narrativas de Yong-Hyes em primeira pessoa, descrevendo seus sonhos surreais e aterrorizantes envolvendo muito sangue sempre.<\/p>\n\n\n\n

A quest\u00e3o \u00e9 que aparentemente a carne \u00e9 algo de valor e muito enraizado na cultura sul coreana, pois as pessoas passam a olh\u00e1-la como uma extra-terrestre e a n\u00e3o ter nenhum respeito pela sua decis\u00e3o (decis\u00e3o ali\u00e1s que nada tem a ver com a motiva\u00e7\u00e3o da maioria dos veganos, uma vez que ela s\u00f3 faz isso por conta do tal sonho).<\/p>\n\n\n\n

Eu n\u00e3o sou vegana (nem sequer vegetariana), mas fiquei bastante incomodada com a associa\u00e7\u00e3o direta entre o veganismo e algum tipo de desequil\u00edbrio mental da personagem.<\/p>\n\n\n\n

Com a decis\u00e3o dela de n\u00e3o comer mais carne e nem nada de origem animal, sua apatia perante a vida, sua dificuldade em dormir (morre de medo de sonhar novamente) e seu emagrecimento acentuado, o casamento naufraga e ela se isola do mundo. <\/p>\n\n\n\n

Depois de uma cena tensa num almo\u00e7o de fam\u00edlia, onde o pai praticamente a obriga a comer um peda\u00e7o de carne (que ela cospe), uma tentativa de suic\u00eddio a leva a ser internada.<\/p>\n\n\n\n

A segunda parte \u00e9 narrada pelo cunhado artista, que tem um fetiche por ela. <\/p>\n\n\n\n

Voltando do hospital, Yong-Hyes passa a morar sozinha, at\u00e9 que o tal cunhado a convida para posar para um v\u00eddeo arte em que ele est\u00e1 trabalhando. O resultado \u00e9 que o tipinho (a mais perfeita defini\u00e7\u00e3o de boy lixo) acaba seduzindo-a. Al\u00e9m de acabar com seu casamento, ele \u00e9 o respons\u00e1vel pela nova interna\u00e7\u00e3o. <\/p>\n\n\n\n

A terceira parte, narrada pela irm\u00e3, come\u00e7a com uma visita ao sanat\u00f3rio. As rela\u00e7\u00f5es entre as duas \u00e9 de cumplicidade, apesar da irm\u00e3 n\u00e3o compreender o que se passa e a teimosia em n\u00e3o comer carne. O desequil\u00edbrio mental da protagonista \u00e9 cada vez mais intenso e sua rela\u00e7\u00e3o com os alimentos piora; h\u00e1 um ponto em que ela acha que \u00e9 uma planta \u2014 s\u00f3 precisa de \u00e1gua e sol.<\/p>\n\n\n\n

Yong-Hyes parece sempre alheia, inating\u00edvel e muito vulner\u00e1vel. A irm\u00e3, sempre cheia de responsabilidades, \u00e9 seu exato oposto. Duas mulheres tentando sobreviver nesse mundo dif\u00edcil, numa rela\u00e7\u00e3o de afeto, mas com uma comunica\u00e7\u00e3o quase imposs\u00edvel. E a irm\u00e3 ainda tem que dar conta do filho pequeno.<\/p>\n\n\n\n

Enfim, \u00e9 uma hist\u00f3ria sombria, pesada e intensa. Apesar de muito bem escrita e da poesia muito bem integrada \u00e0s cenas, \u00e9 bem angustiante. Preciso dizer que fiquei at\u00e9 um pouco aliviada ao terminar. <\/p>\n\n\n\n

\u00c9 bom, mas d\u00f3i. V\u00e1 por sua conta e risco. <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Resenha do livro “A vegetariana”, de Han Kang.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":27107,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[23,75,49,99,110],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/05\/Untitled.001.jpeg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/27106"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=27106"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/27106\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":27112,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/27106\/revisions\/27112"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/27107"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=27106"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=27106"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=27106"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}