Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":3348,"date":"2009-11-14T19:24:40","date_gmt":"2009-11-14T22:24:40","guid":{"rendered":"http:\/\/ligiafascioni.com.br\/blog\/?p=3348"},"modified":"2009-11-14T19:24:40","modified_gmt":"2009-11-14T22:24:40","slug":"dois-engenheiros-oito-milhoes","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/dois-engenheiros-oito-milhoes\/","title":{"rendered":"Dois engenheiros, oito milh\u00f5es"},"content":{"rendered":"

\"pastacaseira\"<\/a><\/p>\n

Tr\u00eas coisas me aborrecem muito: Um<\/strong>, quando se faz apologia do sucesso de quem n\u00e3o estuda menosprezando ou descrevendo como tolo aquele que estudou; Dois<\/strong>, quando uma hist\u00f3ria sem p\u00e9 nem cabe\u00e7a \u00e9 “vendida” como verdade absoluta s\u00f3 porque “deu na internet”; Tr\u00eas<\/strong>, quando engenheiros ou arquitetos s\u00e3o ridicularizados em p\u00fablico por algu\u00e9m que nunca sentou num banco de faculdade de Engenharia ou de Arquitetura e, portanto, n\u00e3o sabe do que est\u00e1 falando<\/em>“<\/p>\n

Essas palavras poderiam ter sa\u00eddo do meu teclado, pois concordo e assino embaixo de tudo o que est\u00e1 escrito. Mas quem as combinou foi o genial \u00canio Padilha<\/a> em um artigo esclarecedor sobre um v\u00eddeo<\/a> que rola h\u00e1 anos pela Internet com a palestra do Sr. Mario S\u00e9rgio Cortella, onde ele conta como oper\u00e1rios ridicularizaram engenheiros numa linha de produ\u00e7\u00e3o de pasta de dente. A hist\u00f3ria \u00e9 fake<\/em>, mal contada e rid\u00edcula, mas muita gente leva isso a s\u00e9rio como se fosse um ensinamento.<\/p>\n

Segue o artigo do \u00canio.<\/p>\n

Tr\u00eas coisas me aborrecem muito: Um, quando se faz apologia do sucesso de quem n\u00e3o estuda menosprezando ou descrevendo como tolo aquele que estudou; Dois, quando uma hist\u00f3ria sem p\u00e9 nem cabe\u00e7a \u00e9 “vendida” como verdade absoluta s\u00f3 porque “deu na internet”; Tr\u00eas, quando engenheiros ou arquitetos s\u00e3o ridicularizados em p\u00fablico por algu\u00e9m que nunca sentou num banco de faculdade de Engenharia ou de Arquitetura e, portanto, n\u00e3o sabe do que est\u00e1 falando.<\/p>\n

Assim, este artigo tornou-se inevit\u00e1vel, por ter sido provocado por esses tr\u00eas componentes ao mesmo tempo…<\/p>\n

\u00c9 o seguinte: em alguns v\u00eddeos dispon\u00edveis na internet um certo palestrante conta uma historinha para ilustrar e confirmar a sua linha de argumenta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O palestrante n\u00e3o \u00e9 nenhum Z\u00e9 Ningu\u00e9m. \u00c9 graduado em Filosofia, Mestre e Doutor em Educa\u00e7\u00e3o. Professor-titular de uma importante Universidade Brasileira, membro do Conselho T\u00e9cnico Cient\u00edfico de Educa\u00e7\u00e3o B\u00e1sica da CAPES\/MEC. Foi Secret\u00e1rio Municipal de Educa\u00e7\u00e3o de S\u00e3o Paulo e \u00e9 autor de diversos livros.<\/p>\n

Na hist\u00f3ria contada pelo palestrante, que, como ele faz quest\u00e3o de repetir, \u00e9 “cl\u00e1ssica e verdadeira” uma grande empresa multinacional (que fabricava, entre outras coisas, pasta de dentes) tinha, h\u00e1 15 anos, um grande problema para ser resolvido: na esteira final de embalamento algumas caixinhas vinham vazias, sem o tubo de creme dental. Isso era um problema pois poderia causar dificuldades comerciais para a empresa.<\/p>\n

O que fez a multinacional? Contratou dois engenheiros para resolver o problema. Os dois engenheiros trabalharam por tr\u00eas meses, consumindo oito milh\u00f5es de reais e chegaram a uma solu\u00e7\u00e3o “estupenda”: um programa de computador, acoplado \u00e0 esteira de a\u00e7o com uma balan\u00e7a ultra sens\u00edvel. Quando passava uma caixinha vazia o sistema acusava a diferen\u00e7a de peso, parava a m\u00e1quina, travava tudo, um bra\u00e7o hidr\u00e1ulico vinha e tirava a caixa vazia.<\/p>\n

Depois de dois, tr\u00eas meses de funcionamento perfeito, foram olhar os relat\u00f3rios e descobriram que havia dois meses que o sistema estava desligado. Chamaram supervisor, gerente e chefe e ningu\u00e9m sabia de nada. Chamaram os oper\u00e1rios e algu\u00e9m falou: “a gente desligou isso, porque dava um trabalho danado. Travava o tempo todo”. Ent\u00e3o, como \u00e9 que est\u00e1 funcionando sem defeitos? “A gente resolveu do nosso jeito: fizemos uma vaquinha, juntamos oitenta reais e compramos um ventilador grande e colocamos na esteira. Quando passa uma caixinha vazia o vento carrega!”<\/p>\n

Gargalhadas incontidas na plat\u00e9ia. Palestrante feliz! Conseguiu demonstrar o seu ponto de vista: a melhor solu\u00e7\u00e3o est\u00e1 onde est\u00e1 o melhor estoque de conhecimento.
\nBravo, Doutor!<\/p>\n

E onde \u00e9 que entra a Engenharia nesse seu exemplo? Ah, sim. O senhor est\u00e1 demonstranto que engenheiros s\u00e3o obtusos, idiotas, sem no\u00e7\u00e3o de custos e incapazes de encontrar uma solu\u00e7\u00e3o minimamente razo\u00e1vel (Acho que \u00e9 isso). Portanto, se estamos falando de “estoque de conhecimento” in\u00fatil procurar no departamento de Engenharia. (\u00e9 isso?)<\/p>\n

\u00c9 claro que essa hist\u00f3ria tem toda cara de ter sido inventada para ilustrar palestras de autoajuda e motiva\u00e7\u00e3o, tipo de evento em que o objetivo \u00e9 muito mais divertir e distrair a plat\u00e9ia do que ensinar coisas realmente \u00fateis para a vida. Mas me incomodou o fato de que esse v\u00eddeo est\u00e1 reproduzido diversas vezes na internet, sempre seguida de coment\u00e1rios contra a obtusidade dos engenheiros envolvidos.<\/p>\n

Fiz uma pequena busca. Mandei um e-mail para o palestrante, outro para a \u00fanica empresa multinacional que se encaixa na descri\u00e7\u00e3o feita pelo palestrante e tamb\u00e9m para a Associa\u00e7\u00e3o de Engenheiros de Valinhos. Recebi algumas respostas e, voil\u00e1… descobri o \u00f3bvio: a hist\u00f3ria \u00e9 fake<\/em>. Foi inventada para ilustrar alguma conversa fiada e acabou, por falta de filtro cient\u00edfico, chegando \u00e0 palestra de um acad\u00eamico (que deveria, por dever de of\u00edcio, ter o cuidado com todo o conte\u00fado de suas apresenta\u00e7\u00f5es).<\/p>\n

Ser\u00e1 que esse palestrante coloca nos seus livros qualquer bobagem que ouve numa mesa de bar ou numa festa em casa de amigos? Imagino que n\u00e3o. Ent\u00e3o por que incluiu essa hist\u00f3ria na sua palestra? E por que deu a ela o cr\u00e9dito de “cl\u00e1ssica e verdadeira”?<\/p>\n

Resposta: porque ele sabe que, nesse tipo de plat\u00e9ia ningu\u00e9m desconfia do que \u00e9 dito<\/strong><\/em>. As pessoas est\u00e3o ali para se divertir, dar boas risadas e se sentirem melhor com a pr\u00f3pria mediocridade. Se eu n\u00e3o sou algu\u00e9m capaz de construir solu\u00e7\u00f5es elaboradas, cient\u00edficas e tecnologicamente corretas, tudo bem. Eu posso me sentir melhor ridicularizando pessoas que fazem isso. Nesse pa\u00eds de analfabetos sempre foi esporte nacional menosprezar e ridicularizar as pessoas que estudam e se preparam.<\/p>\n

Nas novelas da tv os personagens principais nunca estudam. Algu\u00e9m a\u00ed se lembra de algum personagem que tenha vencido na vida ou progredido, por ter estudado, durante uma novela? Nem em “Malha\u00e7\u00e3o” (cujo cen\u00e1rio \u00e9 uma escola) os personagens estudam ou t\u00eam suas vidas transformadas em fun\u00e7\u00e3o da dedica\u00e7\u00e3o aos livros e cadernos.<\/p>\n

Nas novelas \u00e9 muito comum o progresso (muitas vezes vertiginoso) por outras raz\u00f5es como beleza, simpatia, jeitinhos ou contatos com as pessoas certas. Isso alimenta nas pessoas (nos telespectadores) a cren\u00e7a de que o sucesso est\u00e1 ao alcance de qualquer um: estar melhor preparado para as oportunidades n\u00e3o faz diferen\u00e7a. \u00c9 tudo uma quest\u00e3o de “for\u00e7a de vontade”.<\/p>\n

No futebol (nos esportes, em geral) essa l\u00f3gica tamb\u00e9m \u00e9 forte. Em outros pa\u00edses, um atleta que se preparou muito e por alguma raz\u00e3o perde a competi\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 desprezado pela torcida. Ao contr\u00e1rio, recebe os aplausos e o reconhecimento pelo empenho e preparo. A torcida sabe que aquele atleta tem maior chance de construir uma carreira de bons resultados.<\/p>\n

No Brasil n\u00e3o. O brasileiro supervaloriza as conquistas casuais, as vit\u00f3rias inesperadas, o campe\u00e3o que surpreendeu a todos, o atleta que vence uma grande competi\u00e7\u00e3o quando ningu\u00e9m esperava nada dele.<\/p>\n

Torcemos sempre pelo time mais fraco e pelo competidor mais despreparado. S\u00e3o os atletas e equipes que, no imagin\u00e1rio coletivo, chegam \u00e0s conquistas por acaso, sem querer, sem ter planejado isto.<\/p>\n

Pais e m\u00e3es se orgulham de contar para os amigos que “meu filho passou no vestibular. E olha que ele nunca estudava para a prova<\/em>“.<\/p>\n

Uma pessoa conquista um bom emprego e conta pra todo mundo, cheio de orgulho: “nem me preparei para a entrevista!<\/em>“<\/p>\n

O brasileiro vive procurando provas de que \u00e9 poss\u00edvel vencer na vida sem preparo, sem investimentos e, principalmente, sem passar pelo caminho completo.<\/p>\n

N\u00f3s, brasileiros, n\u00e3o acreditamos no treinamento. N\u00e3o acreditamos no estudo. N\u00e3o acreditamos que o desempenho \u00e9 o resultado de uma estrutura (f\u00edsica, intelectual ou psicol\u00f3gica) planejada.<\/p>\n

Torcemos contra o atleta favorito (aquele que treinou mais e por mais tempo). Torcemos contra os mais fortes (que s\u00e3o mais preparados e estruturados). Torcemos sempre para que haja uma queima inesperada de etapas com a surpreendente vit\u00f3ria do novato, daquele que n\u00e3o estudou ou que n\u00e3o se preparou direito.<\/p>\n

E a vida segue.<\/p>\n

\u00caNIO PADILHA | www.eniopadilha.com.br<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

“Tr\u00eas coisas me aborrecem muito: Um, quando se faz apologia do sucesso de quem n\u00e3o estuda menosprezando ou descrevendo como tolo aquele que estudou; Dois, quando uma hist\u00f3ria sem p\u00e9 nem cabe\u00e7a \u00e9 “vendida” como verdade absoluta s\u00f3 porque “deu na internet”; Tr\u00eas, quando engenheiros ou arquitetos s\u00e3o ridicularizados em p\u00fablico por algu\u00e9m que nunca […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":3349,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[35,28,64],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3348"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3348"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3348\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3348"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3348"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3348"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}