Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":4139,"date":"2010-02-01T13:44:39","date_gmt":"2010-02-01T16:44:39","guid":{"rendered":"http:\/\/ligiafascioni.com.br\/blog\/?p=4139"},"modified":"2020-11-22T08:15:55","modified_gmt":"2020-11-22T11:15:55","slug":"o-andar-do-bebado","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/o-andar-do-bebado\/","title":{"rendered":"O andar do b\u00eabado"},"content":{"rendered":"

J\u00e1 estava namorando do livro desde o ano passado, mas agora finalmente consegui dar conta de l\u00ea-lo. Estou falando de “O andar do b\u00eabado: como o acaso determina nossas vidas<\/em>“, do PhD em F\u00edsica Leonard Mlodinow. Apesar do estofo acad\u00eamico, Leonard contribuiu como roteirista nas s\u00e9ries MacGyver (eu adorava!) e Star Trek, al\u00e9m de ter escrito “Uma nova hist\u00f3ria do tempo<\/em>” tendo ningu\u00e9m menos que Stephen Hawking como co-autor.<\/p>\n

\n

\n

Mlodinow explica a teoria da aleatoriedade de uma maneira, que, como diria (e aprovaria) Einstein, at\u00e9 uma gar\u00e7onete entenderia.<\/p>\n

\n

\n

Ele come\u00e7a j\u00e1 destruindo nossos mais s\u00f3lidos paradigmas que costumam associar sucesso com compet\u00eancia. Segundo uma galera que se ocupa h\u00e1 anos (na verdade, h\u00e1 s\u00e9culos) em estudar as quest\u00f5es probabil\u00edsticas, o n\u00famero de vari\u00e1veis aleat\u00f3rias envolvidas em qualquer situa\u00e7\u00e3o da vida real \u00e9 t\u00e3o grande que nos seria imposs\u00edvel calcul\u00e1-las, mesmo que tiv\u00e9ssemos todas as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias. Sim, o que ele afirma categoricamente \u00e9 que n\u00e3o h\u00e1 uma associa\u00e7\u00e3o simples e direta de que a empresa X vai indo bem por causa do talento e brilhantismo seu principal executivo. Ele tem que ser capaz, mas tamb\u00e9m precisa muito que os eventos aleat\u00f3rios sobre os quais n\u00e3o possui nenhum controle lhe sejam favor\u00e1veis (chamamos isso vulgarmente de sorte). Depois ele mostra uma s\u00e9rie de exemplos muito convincentes e faz contas probabil\u00edsticas bem simples (que, infelizmente n\u00e3o cabem numa coluna) para corroborar a id\u00e9ia.<\/p>\n

\n

\n

\n

N\u00f3s tentamos ser desesperadamente determin\u00edsticos o tempo todo: se o filme fez sucesso, ent\u00e3o \u00e9 porque \u00e9 bom; se fulana se separou \u00e9 porque o marido a enganava; se beltrano n\u00e3o consegue se dar bem na vida \u00e9 porque \u00e9 um fracassado; r\u00e1pido, f\u00e1cil, simples e… errado (ou pelo menos, n\u00e3o \u00e9 bem assim).<\/p>\n

<\/p>\n

Leonard explica que nosso c\u00e9rebro lida muito mal com a aleatoriedade e, mesmo nos processos l\u00f3gicos e tomadas de decis\u00e3o mais simples, a gente erra feio porque vai pelo caminho determin\u00edstico, o mais f\u00e1cil, curto e aparentemente seguro. Quer um exemplo? Ele cita um caso famoso nos EUA, onde uma c\u00e9lebre f\u00edsica respondia a quest\u00f5es do dia-a-dia em uma coluna de jornal e recebeu a seguinte pergunta:<\/p>\n

\n

\n

“Num programa de audit\u00f3rio, o participante pode escolher entre tr\u00eas portas. Atr\u00e1s de uma h\u00e1 uma Ferrari; nas outras duas, apenas brindes simb\u00f3licos. O participante escolhe uma e o apresentador abre outra porta, mostrando que tem apenas um brinde. Depois, pergunta se a pessoa quer trocar de porta ou n\u00e3o. A pergunta \u00e9: h\u00e1 vantagem em trocar de porta ou \u00e9 melhor continuar com a mesma?<\/em> “<\/p>\n

\n

\n

A f\u00edsica respondeu que, trocando de porta, as chances de ganhar s\u00e3o bem maiores; foi virtualmente linchada. Ora, \u00e9 \u00f3bvio que as chances s\u00e3o de 50%, pois s\u00f3 h\u00e1 duas portas, ent\u00e3o tanto faz trocar ou n\u00e3o. Ser\u00e1? Um racioc\u00ednio simples demonstra que, o que parece correto \u00e0 primeira vista n\u00e3o resiste a dois ou tr\u00eas neur\u00f4nios trabalhadores (quem quiser a prova me escreva ou leia o livro) e que a resposta dela est\u00e1 certa (e de acordo com as estat\u00edsticas do programa), apesar de aparentemente absurda.<\/p>\n

\n

O autor tamb\u00e9m conta um pouco da hist\u00f3ria da matem\u00e1tica e da probabilidade, dos s\u00edmbolos matem\u00e1ticos e sobre como o conhecimento na \u00e1rea foi sendo desenvolvido lentamente com o tempo. Apesar da teoria da aleatoriedade ser inadequada para analisar vida particular de cada indiv\u00edduo, ela se ajusta perfeitamente em situa\u00e7\u00f5es onde as vari\u00e1veis s\u00e3o controladas (jogos) ou quando precisamos analisar fen\u00f4menos sociais. Com a ajuda de alguns c\u00e1lculos, pode-se prever comportamentos com razo\u00e1vel precis\u00e3o; \u00e9 a presen\u00e7a inexor\u00e1vel da curva normal (ou curva de Gauss).<\/p>\n

Ele mostra como o estudo nessa \u00e1rea \u00e9 importante n\u00e3o s\u00f3 para quem faz previs\u00e3o de tempo, mas tamb\u00e9m para juristas, m\u00e9dicos, policiais, administradores, corretores de seguros, jornalistas e qualquer pessoa que precise tomar decis\u00f5es baseadas em an\u00e1lise probabil\u00edstica (ou seja, todos n\u00f3s).<\/p>\n

\n

\n

Apesar dos estudos cada vez mais avan\u00e7ados para entender como a mente humana percebe e processa a aleatoriedade, as conclus\u00f5es at\u00e9 o momento indicam que as pessoas t\u00eam uma concep\u00e7\u00e3o muito fraca desse fen\u00f4meno; n\u00e3o o reconhecem quando o v\u00eaem e n\u00e3o conseguem produzi-lo ao tentarem. \u00c9 isso mesmo: desde tempos imemoriais o ser humano vem “for\u00e7ando a barra” para explicar eventos que s\u00e3o, na verdade, completamente aleat\u00f3rios. J\u00e1 apelou-se para deuses, explica\u00e7\u00f5es esdr\u00faxulas de todo o tipo, magia, mau-olhado, m\u00e9rito e at\u00e9 l\u00f3gicas capengas e sem nenhum fundamento. O fato \u00e9 que n\u00e3o conseguimos lidar com isso.<\/p>\n

\n

\n

\n

S\u00f3 para citar um caso real, a Apple teve que mudar o programa que embaralhava as m\u00fasicas no iPod porque, num processo rand\u00f4mico de verdade, h\u00e1 ocasi\u00f5es em que uma m\u00fasica se repete ou can\u00e7\u00f5es do mesmo artista s\u00e3o tocadas em sequ\u00eancia. Pois as pessoas achavam que isso era um defeito e a empresa teve que fazer com que “a fun\u00e7\u00e3o ficasse menos aleat\u00f3ria para parecer mais aleat\u00f3ria<\/em>“, nas palavras de Steve Jobs.<\/p>\n

\n

\n

\n

No final das contas, a conclus\u00e3o que Leonard tira de tudo \u00e9 que mundo que a gente vive, as influ\u00eancias aleat\u00f3rias s\u00e3o t\u00e3o importantes quanto nossas qualidades e a\u00e7\u00f5es (esse, na verdade, \u00e9 o enunciado da Teoria do Acidente Normal<\/em>).<\/p>\n

\n

\n

\n

\u00c9 que em sistemas complexos (como as nossas vidas), deve-se esperar que fatores menores, que geralmente ignoramos, causem grandes acidentes em fun\u00e7\u00e3o do acaso (acidentes n\u00e3o s\u00e3o necessariamente negativos; voc\u00ea pode conhecer o amor da sua vida porque esqueceu a chave de casa ou perder o emprego porque um executivo indiano pegou a mulher dele com outro; pode ficar famoso porque estava na mesma festa que a pessoa certa ou levar um tiro porque se abaixou para amarrar o t\u00eanis).<\/p>\n

\n

\n

\n

Parece bem assustador, mas, no final das contas, isso de forma nenhuma deve nos desanimar. A a\u00e7\u00e3o a tomar \u00e9 continuar tentando, seja l\u00e1 o que tivermos em mente, pois isso, inevit\u00e1vel e matematicamente aumenta as nossas chances de atingir o objetivo. Mesmo um dado viciado tem chances de cair em n\u00fameros pouco prov\u00e1veis; o que a ci\u00eancia da aleatoriedade recomenda \u00e9 jog\u00e1-lo repetidamente at\u00e9 consegui-lo.<\/p>\n

\n

\n

Al\u00e9m do mais, mesmo que n\u00e3o consigamos calcular as probabilidades do acaso por causa do excesso de vari\u00e1veis, sempre h\u00e1 a possibilidade de se levar em conta a famosa frase de Einstein: \u201cDeus n\u00e3o joga dados<\/em>\u201d.<\/p>\n

\n

Ent\u00e3o, s\u00f3 me resta desejar boa sorte!<\/p>\n

\n

L\u00edgia Fascioni | www.ligiafascioni.com.br<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Resenha do livro “O andar do b\u00eabado”, de Leonard Mlodinow.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":26332,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,24,55,49,110],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2010\/02\/94CA063A-60D2-4BFB-907C-A0719A20EEA8.jpeg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4139"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=4139"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4139\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":26333,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4139\/revisions\/26333"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/26332"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=4139"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=4139"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=4139"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}