Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fascioni/public_html/index.php:4) in /home/fascioni/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1794
{"id":4382,"date":"2010-02-15T19:02:23","date_gmt":"2010-02-15T22:02:23","guid":{"rendered":"http:\/\/ligiafascioni.com.br\/blog\/?p=4382"},"modified":"2020-01-08T10:51:00","modified_gmt":"2020-01-08T12:51:00","slug":"o-civilizado","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/o-civilizado\/","title":{"rendered":"O civilizado"},"content":{"rendered":"

\n

A coluna passada<\/a> deu o que falar no meu blog e caixa postal. Parece que muita gente n\u00e3o pegou bem a mensagem; como a responsabilidade sempre \u00e9 de quem comunica, provavelmente n\u00e3o devo ter sido muito clara. Parte do problema pode ter se dado pela escolha da palavra “espont\u00e2neo”, que talvez n\u00e3o seja a mais adequada para traduzir a id\u00e9ia (mas n\u00e3o achei outra melhor; aceito sugest\u00f5es).<\/p>\n

Vamos l\u00e1: quando falo espont\u00e2neo, quero dizer, segundo o Aulete, “Que ocorre ou se manifesta voluntariamente, sem constrangimento ou suscita\u00e7\u00e3o externa;<\/em> que se realiza sem premedita\u00e7\u00e3o, como que por instinto, como que por si mesmo<\/em>“. A chave da coisa est\u00e1 na premedita\u00e7\u00e3o (refletir sobre e decidir com anteced\u00eancia) e no instinto. Ou seja, o espont\u00e2neo \u00e9 aquele que n\u00e3o pensa antes de falar.<\/p>\n

Um termo que poderia caber seria selvagem, mas evitei us\u00e1-lo porque \u00e9 pejorativo demais e ningu\u00e9m iria se identificar; al\u00e9m do mais, faz associa\u00e7\u00f5es inadequadas com pessoas que vivem no mato, \u00e0s vezes muito mais civilizados que o pessoal da cidade.<\/p>\n

De qualquer maneira, em tese, o selvagem \u00e9 movido por instinto, o oposto do civilizado. No come\u00e7o dos tempos, todo mundo era selvagem puro, isto \u00e9, cada um pensava apenas em si e no seu bem estar (pense na imagem do homem-das-cavernas arrastando sua f\u00eamea pelo cabelo<\/em>). O homem evoluiu um pouco e viu que n\u00e3o dava para viver sozinho; passou a valorizar e proteger sua fam\u00edlia e compartilhar o espa\u00e7o e os recursos com os outros. Depois viu que era vantajoso para todos conviver com mais pessoas, e o grupo foi aumentando. Quanto mais aumentava o povo que tinha que conviver, mais as pessoas tinham que pensar menos em si e mais no grupo, no bem-estar coletivo (e tiveram que inventar as boas maneiras, sen\u00e3o a coisa iria complicar muito<\/em>).<\/p>\n

A civiliza\u00e7\u00e3o come\u00e7ou assim, e estamos num n\u00edvel evolutivo onde n\u00e3o apenas devemos ter considera\u00e7\u00e3o e respeito por toda a humanidade, mas tamb\u00e9m pelos outros seres que coabitam conosco o planeta, e at\u00e9 pelo planeta em si. Quanto mais elementos a gente leva em considera\u00e7\u00e3o, e, principalmente, quanto maior a densidade de pessoas, mais dif\u00edcil (e de certa forma, anti-natural) \u00e9 ser civilizado.<\/p>\n

\u00c9 claro que \u00e9 mais gostoso e confort\u00e1vel ser espont\u00e2neo, seguir apenas os instintos. \u00c9 assim que as crian\u00e7as, antes de serem educadas, agem. Se puderem, comem apenas sorvete, fazem suas necessidades fisiol\u00f3gicas sem nenhum controle e n\u00e3o t\u00eam preocupa\u00e7\u00e3o com ningu\u00e9m; o mundo se resume ao seu umbiguinho fofo. S\u00f3 que n\u00e3o d\u00e1 para crescer fazendo s\u00f3 o que gosta e o que quer, satisfazendo apenas suas vontades e desejos. Quer dizer, at\u00e9 d\u00e1, mas dificulta muito a conviv\u00eancia com os outros.<\/p>\n

\n

\n

Quer um exemplo? Um estuprador, \u00e9, em potencial, um espont\u00e2neo nato. Ele n\u00e3o se importa com a vontade dos outros, s\u00f3 a dele. N\u00e3o pensa nas conseq\u00fc\u00eancias, s\u00f3 quer satisfazer seu desejo imediato. Quer outro exemplo? Quando a civilidade n\u00e3o \u00e9 mais obrigat\u00f3ria, quando as regras n\u00e3o valem mais, alguns voltam \u00e0 selvageria num piscar de olhos (cenas do filme Ensaio sobre a Cegueira<\/em><\/strong>: ego\u00edstas versus<\/em> civilizados – lembra?). J\u00e1 pensou em um escrit\u00f3rio cheio de espont\u00e2neos? N\u00e3o sei porque me lembrei do sensacional seriado “Os aspones<\/em>“. \u00c9 isso.<\/p>\n

O oposto do selvagem \u00e9 o mordomo ingl\u00eas; o \u00fanico objetivo da sua exist\u00eancia \u00e9 servir e, para isso, ele abre m\u00e3o at\u00e9 da pr\u00f3pria vida particular<\/span>. H\u00e1 personalidades hist\u00f3ricas, como Gandhi e a Madre Tereza de Calcut\u00e1 que tamb\u00e9m refletem isso: o supra-sumo da civilidade.<\/p>\n

Algu\u00e9m a\u00ed acha que essas pessoas a\u00ed em cima s\u00e3o falsas, fingidas, artificiais, s\u00f3 porque n\u00e3o s\u00e3o espont\u00e2neas? Claro que n\u00e3o. Ser civilizado n\u00e3o d\u00f3i tanto assim. Basta que a pessoa leve mais em considera\u00e7\u00e3o os sentimentos e necessidades alheias cada vez que for fazer ou se manifestar sobre algo. Se a gente n\u00e3o deve palitar os dentes em p\u00fablico \u00e9 justamente para n\u00e3o tornar a cena desagrad\u00e1vel para os outros, concorda? E ningu\u00e9m morre por seguir essa e outras regrinhas b\u00e1sicas. A express\u00e3o verbal \u00e9 s\u00f3 uma extens\u00e3o desse comportamento.<\/p>\n

N\u00e3o d\u00e1 para ser espont\u00e2neo todo o tempo, mas h\u00e1 que se considerar que nem todo mundo nasce com pendor para santo ou mordomo. Ent\u00e3o, a gente precisa achar um equil\u00edbrio.<\/p>\n

Mas cabe lembrar que a civilidade n\u00e3o tem nada a ver com fingimento \u2014 \u00e9 preciso obedecer regras para se viver em grupo, mas se a pessoa fica feliz em servir o outro, n\u00e3o chega a violentar a sua ess\u00eancia. Ningu\u00e9m deixa de ser aut\u00eantico ou sincero sendo civilizado.<\/p>\n

Civilizado n\u00e3o quer dizer s\u00e9rio, nem mal-humorado; a civiliza\u00e7\u00e3o \u00e9 capaz de contemplar todos os temperamentos e perfis. \u00c9 s\u00f3 se adaptar melhor ao contexto, observar o ambiente, prestar aten\u00e7\u00e3o fora do umbigo. E, inclusive, achar oportunidades onde ser espont\u00e2neo \u00e9 necess\u00e1rio e tem valor para os outros.<\/p>\n

O selvagem anda nu, independente das circunst\u00e2ncias. O civilizado anda vestido, e, mesmo assim, ainda \u00e9 ele mesmo, ainda pode ser aut\u00eantico.<\/p>\n

\n

\u00c9 s\u00f3 n\u00e3o carregar demais na maquiagem que fica tudo certo…<\/p>\n

Ligia Fascioni | www.ligiafascioni.com.br<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Qual \u00e9 o contr\u00e1rio do espont\u00e2neo? Eu diria que \u00e9 o civilizado. Concorda?<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":25893,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,95,46,23,50,24,35,60,79],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2010\/02\/IMG_5975.jpeg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4382"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=4382"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4382\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":25895,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4382\/revisions\/25895"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/25893"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=4382"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=4382"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=4382"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}