– Simple Ideas On Presentation Design And Delivery<\/em>, de Garr Reynolds), que tamb\u00e9m recomendo fortemente (al\u00e9m do que, o livro \u00e9 liiiindo!).<\/p>\n\n
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Mas vamos ao que interesssa: o que Steve Jobs faz de t\u00e3o excepcional que atrai todo mundo para as suas apresenta\u00e7\u00f5es? Vou compartilhar um pouco do que li, mas recomendo o livro todo.<\/p>\n
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Primeiramente, a arte de apresentar ideias \u00e9 estruturada em tr\u00eas partes (ou tr\u00eas atos): criar uma hist\u00f3ria, transmitir a experi\u00eancia (montar a apresenta\u00e7\u00e3o) e refinar (ensaiar exaustivamente).<\/p>\n
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Parte 1 – criar a hist\u00f3ria (planejar o roteiro).<\/strong><\/p>\nAs pessoas gostam e entendem melhor se voc\u00ea conseguir apresentar sua ideia na forma de uma hist\u00f3ria interessante, de prefer\u00eancia com vil\u00f5es e mocinhos. O vil\u00e3o pode ser o concorrente ou um problema qualquer, enfim, o que est\u00e1 causando algum tipo de “dor” nos clientes; o mocinho, \u00e9 claro, \u00e9 a sua ideia ou produto, que vai resolver tudo. O ser humano adora um bom drama e conv\u00e9m aproveitar bem esse recurso.<\/p>\n
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A hist\u00f3ria toda deve ser concebida de maneira a responder \u00e0 pergunta que martela a cabe\u00e7a de quem est\u00e1 ouvindo o tempo todo: “por que devo me interessar por isso?<\/em>“.<\/p>\n\n
Ah, e tudo deve ser feito, bolado, pensado e escrito no papel antes de sentar-se em frente ao Powerpoint, por favor (que ali\u00e1s, \u00e9 uma das \u00faltimas coisas a serem feitas numa apresenta\u00e7\u00e3o).<\/p>\n
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Olha aqui um resumo de dicas para estruturar um roteiro.<\/p>\n
1. apresentar uma hist\u00f3ria que desperte o interesse da plateia.<\/p>\n
2. propor um problema (o vil\u00e3o) ou uma pergunta<\/p>\n
3. sugerir uma solu\u00e7\u00e3o (o mocinho)<\/p>\n
4. descrever e enfatizar os benef\u00edcios dessa solu\u00e7\u00e3o (qualidades do mocinho)<\/p>\n
5. incitar a plateia a agir<\/p>\n
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Parte 2 – Transmitir a experi\u00eancia (montar a apresenta\u00e7\u00e3o)<\/strong><\/p>\nAgora sim, chegou a hora de montar a apresenta\u00e7\u00e3o propriamente dita.<\/p>\n
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Os slides devem conter muitas imagens e, de prefer\u00eancia, nenhum texto. Se houver texto, que seja na forma de apenas uma palavra ou slogan curto. \u00c9 como se voc\u00ea estivesse escrevendo para o twitter, s\u00f3 que com menos caracteres. Slogans grudam na cabe\u00e7a das pessoas e ajudam a fazer com que elas entendam a ideia. Durante a apresenta\u00e7\u00e3o, repita v\u00e1rias vezes a frase cuidadosamente cunhada e simplificada (um bom livro sobre o tema \u00e9 outro que estou lendo e adorando: “O mundo em uma frase: uma breve hist\u00f3ria do aforismo<\/em>“, de James Geary).<\/p>\n\n
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Outra recomenda\u00e7\u00e3o \u00e9 evitar ao m\u00e1ximo os bullets<\/em> (ou listas encadeadas). Se voc\u00ea tem v\u00e1rios itens, coloque um em cada slide, com imagens que reforcem a ideia. Ah, e se vai falar de caracter\u00edsticas do produto, escolha apenas as 3 mais importantes, que voc\u00ea quer que as pessoas se lembrem.<\/p>\n\n
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A simplicidade \u00e9 tudo numa apresenta\u00e7\u00e3o; portanto, evite excessos, seja zen. Use muita imagem de qualidade e quase nada de texto; elimine efeitos e tabelas complicadas, seja qual for o assunto.<\/p>\n
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Ali\u00e1s, se estamos falando em simplificar, traduza a hist\u00f3ria de maneira a eliminar qualquer tipo de jarg\u00e3o e utilize met\u00e1foras para se fazer entender melhor.<\/p>\n
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Steve Jobs nunca disse que o primeiro iPod tinha 5 Gigabytes de capacidade de mem\u00f3ria; ningu\u00e9m quer saber isso. O que ele disse foi: cabem 1.000 m\u00fasicas e voc\u00ea pode carreg\u00e1-lo no bolso. E ele tirou um do pr\u00f3prio bolso mesmo. O foco era o benef\u00edcio para o cliente, n\u00e3o as caracter\u00edsticas t\u00e9cnicas do aparelho.<\/p>\n
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Infelizmente, o pessoal da \u00e1rea t\u00e9cnica e de neg\u00f3cios n\u00e3o \u00e9 muito dado a ler livros sobre apresenta\u00e7\u00f5es, mas ajudaria muito se fizessem isso. Pense bem: Jobs nunca falou em mudan\u00e7a de paradigmas<\/em>, sinergia<\/em>, centrado no princ\u00edpio<\/em>, solu\u00e7\u00f5es inteligentes<\/em>, novo conceito<\/em>, disponibilizando recursos, a n\u00edvel de Estados Unidos, alavancando oportunidades<\/em> e essas coisas horr\u00edveis e anti-est\u00e9ticas que o povo anda dizendo por a\u00ed…<\/p>\n\n
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O objetivo de tudo isso \u00e9 fazer com que as pessoas entendam a apresenta\u00e7\u00e3o como uma experi\u00eancia, onde ser\u00e3o desencadeadas uma s\u00e9rie de emo\u00e7\u00f5es, como em um espet\u00e1culo. E n\u00fameros abstratos acompanhados de linguagem obscura n\u00e3o conseguem proporcionar isso. N\u00e3o mesmo.<\/p>\n
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Como bem lembra o autor, Gregory Bens, em “O iconoclasta<\/em>” (este est\u00e1 na minha lista), o c\u00e9rebro nada mais \u00e9 do que um peda\u00e7o de carne pregui\u00e7oso, que procura preservar energia. Fa\u00e7a o c\u00e9rebro dos outros trabalhar muito e perder\u00e1 sua audi\u00eancia. Al\u00e9m do mais, ningu\u00e9m se interessa em ouvir coisas chatas. Ent\u00e3o, seja simples, did\u00e1tico, divertido.<\/p>\n\n
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As demonstra\u00e7\u00f5es s\u00e3o sempre bem-vindas e reconhecer o trabalho alheio tamb\u00e9m. Steve sempre agradece aos funcion\u00e1rios, amigos e parceiros por terem conseguido fazer coisas t\u00e3o sensacionais e, n\u00e3o raro, convida alguns deles para fazer parte da apresenta\u00e7\u00e3o: j\u00e1 teve de tudo, do vice-presidente de design da Apple, John Ives, at\u00e9 o presidente da Intel (Paul Otellini), passando por Madonna, pelo m\u00fasico John Mayer e, at\u00e9, vejam s\u00f3, pelo arqui-rival Bill Gates.<\/p>\n
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Parte 3 – Refinar (ensaiar, ensaiar, ensaiar)<\/strong><\/p>\nAgora chega a parte chata: ensaiar exaustivamente, at\u00e9 obter a perfei\u00e7\u00e3o ou algo pr\u00f3ximo disso. A maioria das pessoas pula essa etapa, o que prejudica muito o desempenho. Isso \u00e9 especialmente importante se voc\u00ea obteve ajuda de outra pessoa para fazer os slides; \u00e9 constrangedor ver algu\u00e9m que n\u00e3o sabe o que vem na pr\u00f3xima tela e se perde no tempo, no assunto, no foco.<\/p>\n
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Steve Jobs n\u00e3o nasceu falando em p\u00fablico – o sujeito \u00e9 obcecado pela excel\u00eancia e ensaia cada frase exaustivamente, at\u00e9 que ele se sinta completamente \u00e0 vontade e consiga fazer isso parecer extremamente f\u00e1cil. Tudo \u00e9 testado, calculado, ensaiado: luz, m\u00fasica, efeitos, frases, demonstra\u00e7\u00f5es. Por incr\u00edvel que pare\u00e7a, o resultado parece mais espont\u00e2neo justamente porque a pessoa est\u00e1 mais segura e n\u00e3o transparece nervosismo (gente nervosa deixa todo mundo aflito e constrangido, \u00e9 horr\u00edvel).<\/p>\n
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O ensaio tamb\u00e9m serve para contornar imprevistos. Por mais que o apresentador se prepare, sempre \u00e9 poss\u00edvel algo dar errado (isso j\u00e1 aconteceu v\u00e1rias vezes com Steve e ele nunca perde a calma em p\u00fablico – usa o humor para distrair a plateia e funciona sempre).<\/p>\n
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Sobre a roupa, muito cuidado. Jobs pode se vestir como quiser, porque ele \u00e9 ningu\u00e9m menos que Steve Jobs, o mito. Quando ele foi pedir um empr\u00e9stimo para a nova empresa que estava fundando quando saiu da Apple, trajava, elegantemente, um terno car\u00edssimo e bem cortado. Se voc\u00ea n\u00e3o \u00e9 Steve Jobs (ou Mark Zuckerberg, ou Sergey Brin, ou Larry Page), n\u00e3o se arrisque a fazer uma apresenta\u00e7\u00e3o para investidores ou poss\u00edveis clientes de jeans, camiseta e t\u00eanis.<\/p>\n
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Outra coisa importante que o autor observou foi a paix\u00e3o na voz de Jobs. D\u00e1 para perceber que ele est\u00e1 encantado e impressionado com o produto que est\u00e1 apresentando e se diverte muito fazendo isso. Ele realmente \u00e9 apaixonado pelo que faz e, como se sabe, paix\u00e3o \u00e9 contagiante. Se voc\u00ea n\u00e3o est\u00e1 sinceramente fascinado, apaixonado, caidinho pelo assunto que vai apresentar, desista, pois n\u00e3o vai convencer ningu\u00e9m. Esse \u00e9 um dos motivos pelos quais a gente deve trabalhar no que gosta. N\u00e3o sei h\u00e1 sucesso sem paix\u00e3o, mas apresenta\u00e7\u00f5es memor\u00e1veis, com certeza, n\u00e3o h\u00e1.<\/p>\n
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E n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 isso…<\/strong><\/p>\nO \u00faltimo truque para manter a plateia atenta \u00e9 deixar uma surpresa para o final. Pode ser uma not\u00edcia, alguma caracter\u00edstica que n\u00e3o foi dita, um projeto. Enfim, qualquer coisa que fa\u00e7a o povo dizer ohhh… e sair correndo para comprar seu produto. No caso do Steve, sempre d\u00e1 certo. Ent\u00e3o, vou deixar para o final uma frase desse cara que, para mim, resume tudo:<\/p>\n
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“Mantenha-se \u00e1vido, mas n\u00e3o se leve t\u00e3o a s\u00e9rio<\/strong>“<\/p>\n\n
L\u00edgia Fascioni | www.ligiafascioni.com.br<\/a><\/p>\n\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Em busca de um jeito melhor de apresentar e organizar minhas ideias, comprei “Fa\u00e7a como Steve Jobs e realize apresenta\u00e7\u00f5es incr\u00edveis em qualquer situa\u00e7\u00e3o“, de Carmine Gallo. Nossa, se todo mundo lesse isso, quanta diferen\u00e7a em produtividade ter\u00edamos. O autor \u00e9 especialista no assunto e estudou ponto por ponto o que faz as apresenta\u00e7\u00f5es de […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":6393,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,26,35,49,28,64,52],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6391"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=6391"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6391\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=6391"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=6391"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=6391"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
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