![\"\"](\"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-content\/uploads\/2010\/11\/karenchappell1-300x215.jpg\" "\\"karenchappell1\\"")
<\/a>Uma vez um amigo se surpreendeu com o fato das minhas aulas estarem dispon\u00edveis no meu site, com transpar\u00eancias, bibliografia e tudo mais, para quem quisesse. Um professor tamb\u00e9m me perguntou se eu iria colocar o texto completo da minha tese na Internet (alertou-me de que algu\u00e9m poderia copi\u00e1-lo). Resposta para as duas quest\u00f5es: o mundo inteiro est\u00e1 na Internet, n\u00e3o h\u00e1 informa\u00e7\u00e3o que possa se gabar de estar em seguran\u00e7a<\/em>. E isso n\u00e3o faz mesmo nenhum sentido. Para que esconder e guardar informa\u00e7\u00f5es? Principalmente, se o objetivo \u00e9 divulg\u00e1-as, compartilh\u00e1-las com o m\u00e1ximo de pessoas poss\u00edvel…<\/p>\n Houve um tempo em que as pessoas acreditavam que seu talento e valor residiam no que s\u00f3 elas sabiam, naquilo que guardavam trancado a chave na gaveta do escrit\u00f3rio. Tinham a ilus\u00e3o de que a se\u00e7\u00e3o, o departamento, a empresa, o mundo, tudo pararia se ela se recusasse a abrir a gaveta. A garantia do seu emprego estava l\u00e1 dentro, guardadinha.<\/p>\n Ainda bem que o mundo mudou (se bem que algumas poucas pessoas ainda n\u00e3o perceberam). Hoje as empresas n\u00e3o contratam mais quem n\u00e3o sabe trabalhar em equipe e tem o nefasto h\u00e1bito de trancar gavetas. Na \u00e9poca pr\u00e9-Internet, talvez at\u00e9 essa pudesse ser uma estrat\u00e9gia v\u00e1lida de sobreviv\u00eancia, inclusive muito popular.<\/p>\n Hoje n\u00e3o h\u00e1 mais gavetas trancadas em nenhum lugar do mundo. Pelo menos n\u00e3o para sempre. E as pessoas t\u00eam que pensar em outra maneira de se fazerem importantes no seu ambiente de trabalho em particular e na vida de uma maneira geral. Segredos n\u00e3o est\u00e3o mais seguros e podem ser devassados a qualquer momento. Ent\u00e3o, o que fazer?<\/p>\n <\/p>\n <\/strong><\/p>\n <\/strong><\/p>\n Primeiro<\/strong>: reconhecer que a gente n\u00e3o sabe quase nada do que h\u00e1 para saber<\/em>. Mesmo que eu publique aqui tudo o que sei, ainda assim \u00e9 muito pouco para me fazer de importante e garantir minha sobreviv\u00eancia profissional em algum lugar. Tudo o que est\u00e1 aqui tamb\u00e9m est\u00e1 ao mesmo tempo em muitos outros lugares, talvez com uma roupinha diferente. Sabe por qu\u00ea? Por que s\u00e3o s\u00f3 informa\u00e7\u00f5es e a gente vive mergulhado nelas, praticamente afogados. Conhecimento n\u00e3o \u00e9 mais diferencial de nada, est\u00e1 ao alcance de qualquer um que tenha oportunidade e persist\u00eancia para achar o que quer.<\/p>\n Segundo<\/strong>: reconhecer que sozinho n\u00e3o se vai a lugar nenhum. Se o que a gente sabe \u00e9 quase nada, ent\u00e3o como fazer alguma coisa com isso? Ora, o \u00f3bvio. Juntar com o pouquinho que mais algu\u00e9m sabe e voil\u00e1<\/em>: pode ser que se crie algo realmente \u00fatil e at\u00e9 importante. J\u00e1 que \u00e9 imposs\u00edvel para um s\u00f3 dar conta de saber tudo o que \u00e9 preciso para andar pra frente, s\u00f3 nos resta montar o quebra-cabe\u00e7as. Assim, quanto mais gente inteligente e disposta a compartilhar informa\u00e7\u00f5es a gente conhece, maior \u00e9 a probabilidade de realizar um trabalho legal que fa\u00e7a diferen\u00e7a.<\/em><\/p>\n Terceiro<\/strong>: o importante n\u00e3o \u00e9 tanto o saber fazer, mas saber o que fazer.<\/em> Ou seja, n\u00e3o adianta falar l\u00ednguas, ter diplomas, teses, cursos e outros enfeites curriculares, se voc\u00ea n\u00e3o souber o que quer fazer com tudo isso. Vejo gente que estudou um mont\u00e3o reclamando que n\u00e3o h\u00e1 emprego, que ganha mal, e que fulano de tal que tem apenas o segundo grau incompleto est\u00e1 ganhando rios de dinheiro. Ora, a intelig\u00eancia e a compet\u00eancia independem de quanto cada um estudou<\/em>. Tem mais a ver com a sua vis\u00e3o do mundo, com a capacidade de criar novas solu\u00e7\u00f5es para velhos problemas, gerar valor, identificar oportunidades, gostar de desafios, ir \u00e0 luta. Se a pessoa n\u00e3o sabe o que quer fazer com tudo o que aprendeu, isso acaba virando um fardo, um peso para carregar.<\/p>\n \n Assim, quanto mais se estuda e aprende, mais elementos se tem para criar e mudar, o que, sem d\u00favida, \u00e9 uma vantagem \u2014 mas vale lembrar que pode ser mais \u00fatil um simples canivete para quem sabe us\u00e1-lo do que m\u00edsseis supers\u00f4nicos para quem n\u00e3o tem id\u00e9ia do seu alvo.<\/p>\n ***<\/p>\n