<\/a><\/p>\nParece que o n\u00famero 3 \u00e9 m\u00e1gico na semi\u00f3tica, pois tudo se desdobra em tr\u00eas partes e vai ficando cada vez mais complicado: tr\u00eas elementos formais que regem os fen\u00f4menos, tr\u00eas teorias Peircianas do signo, tr\u00eas tipos de rela\u00e7\u00e3o que o signo pode ter com objeto que ele representa, tr\u00eas tipos de propriedades dos signos, sem falar na l\u00f3gica tri\u00e1drica do signo. Ent\u00e3o, para n\u00e3o me alongar muito, s\u00f3 vou descrever os tr\u00eas tipos de signos:<\/p>\n
a) \u00cdcones<\/strong>: s\u00e3o signos que mant\u00e9m uma rela\u00e7\u00e3o de analogia com o objeto representado. Ex: desenhos figurativos, fotos, filmes, imita\u00e7\u00f5es, caricaturas, etc<\/p>\nb)\u00cdndices<\/strong>: s\u00e3o signos que mant\u00e9m rela\u00e7\u00f5es causais com os objetos ou id\u00e9ias que eles representam. Ex: fuma\u00e7a para indicar fogo, talheres para indicar restaurante, sorrisos para indicar alegria, l\u00e1grimas para indicar tristeza, etc<\/p>\nc) S\u00edmbolos<\/strong>: s\u00e3o signos cujos significados s\u00e3o derivados de conven\u00e7\u00f5es. Ex: foi convencionado que um tri\u00e2ngulo na pista significa carro com problemas; que uma pomba representa a paz; que a bandeira representa um pa\u00eds, que s\u00edmbolos gr\u00e1ficos representam sons em uma palavra. Esses signos s\u00f3 s\u00e3o entendidos por quem conhece as conven\u00e7\u00f5es.<\/p>\nEst\u00e1 vendo como tem gente chutando por a\u00ed e usando s\u00edmbolo, \u00edcone e signo como sin\u00f4nimos? A semi\u00f3tica \u00e9 extensa e complexa, e fico preocupada com a forma displicente com que os jovens estudantes de design a tratam. Com que crit\u00e9rio se vai escolher entre um \u00edcone, um \u00edndice ou um s\u00edmbolo para representar uma id\u00e9ia? O impacto da escolha do tipo de signo tem implica\u00e7\u00f5es diretas na forma como ele ser\u00e1 interpretado e as rela\u00e7\u00f5es que ter\u00e1 com seus receptores.<\/p>\n
A teoria da comunica\u00e7\u00e3o nos diz que as pessoas interpretam os signos de acordo com o repert\u00f3rio delas. O repert\u00f3rio \u00e9 o conjunto de informa\u00e7\u00f5es que essas pessoas j\u00e1 conhecem e inclui a hist\u00f3ria, a cultura, as cren\u00e7as e as viv\u00eancias de cada um. Se o designer escolhe signos que est\u00e3o fora do repert\u00f3rio do seu p\u00fablico, \u00e9 prov\u00e1vel que essas pessoas n\u00e3o o compreendam ou se sintam desconfort\u00e1veis com ele. Se o designer usa apenas signos comuns ao repert\u00f3rio de todos, cai na mesmisse e no lugar-comum. Uma verdadeira sinuca; \u00e9 a\u00ed que os brilhantes aparecem e se destacam.<\/p>\n
A semi\u00f3tica \u00e9 uma \u00e1rea de estudo essencial para ajudar o designer a usar as ferramentas mais adequadas a cada situa\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que faz o seu trabalho ser mais conseq\u00fcente, planejado, eficaz.<\/p>\n
Olha, n\u00e3o sei para voc\u00eas, mas para mim, um designer que n\u00e3o entende de semi\u00f3tica n\u00e3o passa de um semidesigner.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Um dos aspectos mais importantes do trabalho do designer \u00e9 o seu conhecimento em semi\u00f3tica. Ok, mas quantos deles sabem bem o que essa palavrinha capciosa significa?<\/p>\n
Uma das mais conceituadas pesquisadoras na \u00e1rea, L\u00facia Santaella, autora de dezenas de livros sobre o assunto, j\u00e1 se deparou com quest\u00f5es curiosas; j\u00e1 lhe perguntaram se seria o estudo dos s\u00edmios ou uma especialidade da oftalmologia.<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":10030,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"footnotes":"","two_page_speed":[],"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false},"categories":[45,46,23,50,24,25,26,35,49],"tags":[],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7436"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=7436"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7436\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=7436"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=7436"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.ligiafascioni.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=7436"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}