![\"\"](\"http:\/\/ligiafascioni.files.wordpress.com\/2008\/08\/color.jpg\")
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Penso que tudo o que a gente fizer nesse mundo deve contar com o m\u00e1ximo do nosso talento para ficar lindo. Mas tamb\u00e9m tem que servir para aquilo que foi feito, sen\u00e3o, para que gastar tanta energia?<\/span><\/p>\n A quest\u00e3o \u00e9 que servir, nesse caso, pode ter um monte de significados. A fun\u00e7\u00e3o de um objeto pode ser principalmente provocar sensa\u00e7\u00f5es e sentimentos, como uma escultura ou um toy-art<\/em>, por exemplo. Mas cadeiras tamb\u00e9m devem ser lindas e precisam funcionar como suporte para quem quer sentar. E como n\u00e3o se perder nos encantos da est\u00e9tica deixando de lado a funcionalidade do objeto?<\/p>\n <\/span><\/p>\n Foi pensando nisso que Dustin M. Wax escreveu \u201cAs sete leis do design funcional\u201d<\/strong>. Elas servem para um website, uma embalagem, um edif\u00edcio de escrit\u00f3rios, um software, uma capa de livro, uma m\u00e1quina, um m\u00f3vel, uma ferramenta ou qualquer coisa que precise funcionar. At\u00e9 um bloquinho de nota fiscal. At\u00e9 um chaveiro de brinde. At\u00e9 um envelope de figurinhas para colecionar. At\u00e9 um formul\u00e1rio faleconosco<\/em>. At\u00e9 uma coluna semanal sobre amenidades com um vi\u00e9s para o design. <\/span><\/p>\n <\/span><\/p>\n Ent\u00e3o, o neg\u00f3cio \u00e9 o seguinte: se voc\u00ea quer criar uma coisa que realmente funcione, n\u00e3o deixe de se fazer essas perguntas antes de dar o trabalho por terminado.<\/span><\/p>\n <\/span><\/p>\n 1. Qual \u00e9 o objetivo do produto?<\/span><\/strong><\/p>\n Pense no site da Amazon<\/em>. Qual \u00e9 o objetivo daquele site (al\u00e9m de causar s\u00e9rio descontrole financeiro em book addicteds<\/em>)? Bom, as pessoas podem usar o site para fins diversos (a criatividade humana \u00e9 inesgot\u00e1vel). Mas, intencionalmente, os designers pensaram em algumas fun\u00e7\u00f5es como ler e escrever resenhas, comparar pre\u00e7os, colecionar imagens de capas de livros, folhear virtualmente alguns volumes e mais um mont\u00e3o de coisas. S\u00f3 que o objetivo principal, no duro, \u00e9 vender produtos. Todas as outras funcionalidades est\u00e3o l\u00e1 para colaborar com essa. Parece \u00f3bvio, mas, \u00e0s vezes, o designer se esquece que uma lumin\u00e1ria serve para iluminar mais do que qualquer outra coisa. Esses dias recebi um convite virtual para uma exposi\u00e7\u00e3o muito bem diagramado; a arte estava linda mesmo, tudo bem equilibrado. S\u00f3 n\u00e3o dizia o local.<\/span><\/p>\n <\/span><\/p>\n 2. Quem vai usar o produto?<\/span><\/strong><\/p>\n Talvez essa seja a considera\u00e7\u00e3o mais importante do projeto. O que funciona (e \u00e9 lindo) para uns, pode parecer indecifr\u00e1vel (e horr\u00edvel) para outros. Ent\u00e3o, melhor saber muito bem quem s\u00e3o uns e quem s\u00e3o outros. Para ter certeza, conv\u00e9m se perguntar: que tipo de conhecimento ou familiaridade com o produto as pessoas que v\u00e3o us\u00e1-lo possuem? Quanto tempo elas t\u00eam para aprender? Que ajuda elas precisam, e de que forma?<\/span><\/p>\n <\/span><\/p>\n 3. O que as pessoas pretendem fazer com o produto?<\/span><\/strong><\/p>\n Se os projetistas parassem de tratar as pessoas como usu\u00e1rios e passassem a cham\u00e1-las de pessoas, talvez se dessem conta de qu\u00e3o in\u00fatil e complicada era a fun\u00e7\u00e3o programar grava\u00e7\u00e3o nos antigos videocassetes (esse \u00e9 um dos grandes enigmas da humanidade que foram extintos sem serem resolvidos). E os programadores? Ser\u00e1 que eles acham de verdade que algu\u00e9m est\u00e1 interessado em configurar os protocolos de comunica\u00e7\u00e3o do SMS de seu celular? Para eles deve parecer absurdo que as pessoas se limitem apenas a enviar e receber mensagens quando h\u00e1 tantas outras possibilidades.<\/span><\/p>\n <\/span><\/p>\n 4. \u00c9 claro o modo como o produto deve ser usado?<\/span><\/strong><\/p>\n Um dos dogmas do bom design \u00e9 que o produto tem que conversar com as pessoas e atender aos seus desejos sem que para isso elas precisem ter doutorado em matem\u00e1tica computacional ou gasto cerca de dois meses estudando o manual do usu\u00e1rio (usu\u00e1rio \u2013 aquele que consome drogas \u2013 emblem\u00e1tico, n\u00e3o?). Voc\u00ea conhece algu\u00e9m que j\u00e1 leu o manual de instru\u00e7\u00f5es de um iPhone? Pois \u00e9, n\u00e3o precisa mesmo.<\/span><\/p>\n <\/span><\/p>\n 5. \u00c9 poss\u00edvel reconhecer quando o produto est\u00e1 funcionando?<\/span><\/strong><\/p>\n Essa pergunta pode parecer absurda, mas \u00e0s vezes a gente faz uma compra virtual ou manda uma mensagem em um formul\u00e1rio e n\u00e3o consegue descobrir com certeza se aquilo realmente funcionou ou n\u00e3o (ainda mais quando a empresa nunca responde ao faleconosco<\/em>). Eu tenho um aparelho de som da Philips cujo controle remoto nunca consigo usar. \u00c9 que antes de aumentar o volume, tenho que selecionar se estou falando do r\u00e1dio, CD ou mp3. Como os bot\u00f5es s\u00e3o todos do mesmo tamanho e a opera\u00e7\u00e3o tem que ser praticamente simult\u00e2nea, nunca sei qual dos bot\u00f5es n\u00e3o foi apertado direito. Uma j\u00f3ia de usabilidade.<\/span><\/p>\n <\/span><\/p>\n 6. As pessoas realmente conseguem interagir com o produto?<\/span><\/strong><\/p>\n Estamos falando agora da conex\u00e3o, do encantamento, do prazer sensorial, do uso agrad\u00e1vel, da sedu\u00e7\u00e3o, da rela\u00e7\u00e3o duradoura e apaixonada. A primeira vez que trouxe meu MacBook para casa, me deu vontade de coloc\u00e1-lo ao lado da cama para olhar para ele toda vez que acordasse. Seu produto faz isso?<\/span><\/p>\n <\/span><\/p>\n 7. Como o produto trata os erros de opera\u00e7\u00e3o?<\/span><\/strong><\/p>\n Mesmo que voc\u00ea nunca, never<\/em>, de jeito nenhum, imagina s\u00f3, nem pensar, t\u00e1 louco, cometa erros, por incr\u00edvel que possa parecer, isso pode acontecer com as pessoas que usam os seus produtos. Ent\u00e3o fa\u00e7a um esfor\u00e7o para imaginar no que elas poderiam errar e em como voc\u00ea poderia evitar ou mitigar essas bobagens que seres humanos inferiores costumam fazer.<\/span><\/p>\n <\/span><\/p>\n Olhando assim, acho que o Dustin conseguiu cobrir tudo. Dei uma geral, mas acho que essa coluna n\u00e3o conseguiu. Ningu\u00e9m falou que era f\u00e1cil, o jeito \u00e9 continuar tentando…<\/span><\/p>\n