Entendi, Manuel! Também não tenho nada contra as casas Bahia; chamei atenção apenas para a associação automática a um determinado tipo de produto sem a gente conhecer a pessoa. Não vi a matéria da Casa Vogue nem o projeto, então não posso opinar a respeito desse tema. Mas, do pouco que sei sobre arquitetura, o arquiteto deve fazer entrevistas com quem vai morar no lugar para conhecer seus gostos e suas necessidades. Por isso, acho difícil que alguém faça um projeto tão elogiado desconsiderando totalmente o perfil da pessoa que vai morar. Mas você é arquiteto, deve saber melhor do que eu. Talvez isso não aconteça sempre…
]]>Sim, todo projeto de morar tem um objetivo (nem sempre compreendido por quem o visita). Tem um livro do Alain de Botton que fala sobre isso (aqui a resenha): http://www.ligiafascioni.com.br/objetos-intrigantes/
A questão é que a arquitetura traduz as pessoas. Como o Jean disse, ele prefere ser funcional e as pessoas que o procuram também têm esse objetivo, pois se identificam com os projetos dele. E isso é o que o faz ser tão respeitado e admirado na sua área; a sintonia com os clientes.
De minha parte, fico encantada com a ousadia e a diversão. Acho que isso é a graça do mundo. E não só na arquitetura, mas na arte, na literatura, na moda, em tudo. Isso está bem traduzido na minha casa, que, por dentro, não é nada convencional.
Também acho uó fazer projeto para ganhar prêmio, mas não sou tão simplista. Não penso que muitos dos projetos ousados tenham sido feitos com esse objetivo. O legal do mundo é justamente que as pessoas pensem tão diferente (e façam projetos, casas, tudo, completamente diferente um dos outros).
Sobre a faxineira, talvez seja um pouco preconceituoso achar que só por causa de sua profissão ela seja fã das casas Bahia. Pode ser que ela ame Phillip Starck e nunca tenha podido ter uma peça dele. E odeie pinguins de geladeira. Não sabemos (pelo menos, eu não sei, pois não a conheço). Talvez o arquiteto tenha pesquisado (faz parte do trabalho dele) né?
]]>A questão é que a arquitetura traduz as pessoas. Como você mesmo disse, prefere ser funcional e as pessoas que o procuram também têm esse objetivo, pois se identificam com os seus projetos. E isso é o que o faz ser tão respeitado e admirado na sua área; a sintonia com os clientes.
De minha parte, fico encantada com a ousadia e a diversão. Acho que isso é a graça do mundo. E não só na arquitetura, mas na arte, na literatura, na moda, em tudo. Isso está bem traduzido na minha casa, que, por dentro, não é nada convencional.
Também acho uó fazer projeto para ganhar prêmio, mas não sou tão simplista. Não penso que todos os projetos ousados tenham sido feitos com esse objetivo. O legal do mundo é justamente que as pessoas pensem tão diferente (e façam projetos, casas, tudo, completamente diferente um dos outros).
Ainda bem que há arquitetos para todos, né? Abraços e obrigada!
]]>Não vou me declarar minimalista, mas como arquiteto me enquadro mais na racionalização das formas que refletem a funcionalidade das obras. Nos meus projetos, procuro oferecer descanso para a vista das pessoas, inundadas de formas complexas e informações desconexas que pululam nas telas dos smartphones.
Reconheço que minhas casas chegam a ser discretas, perto das construções vizinhas que mesclam guarda-corpos de aço escovado com platibandas adornadas por cornijas de uma ordem perdida entre a toscana e a jônica. Mas felizmente tenho contratantes que se identificam comigo e que não gostam de bancar ostentações na sua morada.
A gente não precisa conceber um manifesto pós-modernista a cada projeto assinado. As pessoas não passam 10, 15 ou 20 anos economizando dinheiro para entregar tudo nas mãos de um arquiteto que deseja se promover impactando os outros. Elas economizam para morar na casa própria. Isso não rende gibi na Taschen, mas traz satisfação para muitos. Palavra de escoteiro.
Cordiali saluti!
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