A cabeça do santo

A Cabeça do Santo”, de Socorro Acioli, foi o livro do mês de novembro do Clube do Livro de Münster, e, olha, achei muito bem escolhido.

Ainda não conhecia a autora, talvez porque as obras anteriores tenham sido biografias e livros infantis; esse é o primeiro romance dela (começou muito bem).

A história é simples, bem escrita e a gente lê em poucas horas. 

Começa com Samuel, o personagem principal, deixando a cidadezinha em que morou a vida inteira com a mãe, logo depois do enterro dela. Mariinha, sua genitora, morreu deixando uma lista de desejos para ele realizar. Basicamente, procurar seu pai e avó numa cidade próxima e acender uma vela aos pés das estátuas de cada um dos seus três santos de devoção. Um na sua própria cidade, um em uma cidade vizinha e outro na cidade onde seu pai e sua avó moravam.

O começo é bem dramático, pois Samuel faz o caminho todo a pé, sem nenhum recurso ou dinheiro. Não sabe ler, mas leva no bolso um papelzinho com o endereço da avó (escrito pela própria, na única vez em que visitou a mãe).

O pai trabalhava com obras e conheceu Mariinha numa cidade próxima. Ela engravidou e ele teve que partir para um trabalho em outro lugar, prometendo sempre que voltaria para buscá-la e ao filho. Pois ele nunca mais retornou.

Mariinha foi acolhida por um empreendedora que fazia artesanato para vender para os fieis que visitavam a cidade e trabalhou até a sua morte, sempre aguardando o companheiro que nunca chegou.

Pois Samuel consegue chegar em Candeia, a tal cidade dos seus ancestrais. O lugar está praticamente abandonado, como se quase todos os seus moradores tivessem ido embora. 

Ele bate em uma casa, e uma senhora que ele acredita ser sua avó lhe diz para ir até um abrigo próximo porque vai chover. Eis que o tal abrigo é uma cabeça enorme e oca…

É a tal cabeça do santo do título. Ele olha o morro logo acima e repara que lá tem uma estátua enorme (tipo um Cristo Redentor), só que sem cabeça. Justamente o par da estrutura que ele está usando como abrigo.

Aí a história vai se desenvolvendo com vários personagens, mistérios e algo de mágico. Samuel começa a ouvir, através das paredes da tal cabeça, vozes femininas orando para Santo Antonio, o padroeiro local (e o tal santo da estátua).

O seu insólito abrigo (ele passa a morar lá, uma vez que não tem para onde ir) muda o seu destino. Mas, o que ele não sabe, é que isso já aconteceu antes. E mais não posso falar, para não dar spoiler.

Consigo até imaginar o Selton Melo fazendo o papel de Samuel nessa história; é praticamente um filme pronto.

Se você quer algo leve, simples e bem escrito, gaste algumas horas e leia esse livro. Gostei bastante e recomendo. 

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