Menina com potencial

Acompanho vários blogs por aí e muito raramente posto um texto que não é meu. Quando alguém pede para publicar algo aqui, eu sempre me limito a oferecer o link, mas confesso que é porque tenho um ciúme danado dessa minha casinha virtual. Mas esse texto traduz exatamente o que penso e sou fã dessa menina. Guarde esse nome: Juliana Cunha.

Fiquei sabendo porque ela colabora com o delicioso e utilíssimo Oficina de Estilo; lá tinha um link para o irresistível Já matei por menos e virei freguesa.

Olha só o que a Juliana publicou hoje. Queria muito ter escrito isso, então, a única maneira de aplacar a inveja é postando o texto aqui (pelo menos uma parte).

***

Professor César (por Juliana Cunha)

Eu estava vendo esse filme, Blue Valentine, que tem um diálogo entre um pintor de parede e sua mulher. A mulher queria ser médica, virou enfermeira e agora fala sobre todo o potencial que o marido tem e desperdiça. Sobre como ele poderia ser um desenhista ou um músico ouqualquer coisa, mas apenas desperdiça o potencial. O personagem do pintor é bem maletinha, mas eu gamei na resposta dele. Ele perguntou que diabos significa “potencial”, potencial para quê? Por que você tem que reverter seu potencial em dinheiro? etc. Ele pinta paredes. As pessoas ficam satisfeitas. Ele vai pra casa fazer o que quiser.

Ser de classe média deixou de significar ganhar entre tanto e tanto por mês e passou a ser uma questão cósmica. É preciso parecer de classe média, ter uma profissão e um salário de classe média. Ousaria dizer que os dois primeiros itens são até mais importantes.

Dentro desse pensamento, é claro que um pintor de paredes não pode ser de classe média. E é claro que se ele tiver uma pinta de classe média está desperdiçando esse potencial. Esse potencial de ser de classe média.

Quer ler o resto? Vai lá no Já matei por menos

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