Os dois morrem no final
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Um livro com spoiler no título?
Eu já tinha visto “They both die at the end” (Tradução livre: “Os dois morrem no final”), de Adam Silveira em várias livrarias, perfis de redes sociais, vitrines, enfim, e não é de hoje, pois a obra é de 2017. Não me senti imediatamente atraída porque está classificada como um romance adolescente (já passei dessa fase faz muuuito tempo) até que, há algumas semanas, encontrei o bonito num sebo. Eis que pensei: por que não, né?
Olha, não me arrependi. Que história mais linda e que sensibilidade para contá-la.
Continue reading “Os dois morrem no final”O público não é um alvo!
Faz muitos anos que milito para que essa expressão seja revista e atualizada. Eu não quero ser tratada como alvo; você quer?
Aqui um pocket texto que resume a ideia.
Gostou e quer distribuir por aí? É só baixar o PDF clicando aqui.
Lago de Garda: margem direita
Em julho de 2023 a gente passou três dias no Lago de Garda, na Itália, mas do lado esquerdo, quando a gente olha no mapa. Voltamos na semana passada para explorar o outro lado e também assistir à ópera Carmem, na Arena di Verona (um espetáculo inesquecível!), mas dessa vez ficamos uma semana inteira.
Olhando o mapa dá para entender melhor.
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Vamos começar com Lazise, uma cidadezinha medieval que ainda tem parte murada, onde não podem entrar carros, com exceção para carregar e descarregar carga (imagina a minha felicidade!). A gente se hospedou nela e a usou como base para todas as outras visitas.
Continue reading “Lago de Garda: margem direita”Castelos de contos de fadas existem!
Domingo fui visitar Schwerin pela segunda vez e me dei conta de que ainda não tinha compartilhado esse passeio lindo aqui no blog. A cidade é capital do estado Mecklenburg-Vorpommern, além de ser a cidade mais antiga da região (fundada em 1160 pelo rei “Henrique, o Leão”). O seu famoso castelo foi construído por volta de 1500, onde desde 1990 funciona como parlamento estadual e um museu.
Os jardins do palácio são belíssimos e ele fica numa ilha bem no meio do maior lago da cidade. De Berlim são apenas 2h30 de trem regional (R8) e vale demais o passeio bate-volta, especialmente se o dia estiver bonito!
Dá só uma olhada para ver que não estou mentindo!
AI 2041: dez visões do nosso futuro
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Já fazia tempo que eu queria ler “AI 2041: Ten visions for our future”, de Kai-Fu Lee e Chen Qiufan. Eu já tinha lido “AI Superpowers” dele (a resenha está aqui) e ficado muito impressionada com a visão desse homem.
Pois que Lee escreveu a obra em 2021 mas teve que revisá-la em 2023, por causa do lançamento do Chat GPT.
Esse livro é uma grata surpresa (e olha que minhas expectativas já eram altas). Lee fala que quando começou a estudar inteligência artificial (ele defendeu sua tese de doutorado há 40 anos sobre esse tema), quase não se falava no assunto. O chinês, que presta consultoria para gigantes como Apple, Microsoft e Google, é uma das maiores autoridades mundiais sobre o tema.
Nessa obra, ele imagina como serão os próximos 20 anos (lembrando que a versão original é de 2021), com base em seus estudos, experiência e muitas entrevistas que fez ao redor do mundo.
Continue reading “AI 2041: dez visões do nosso futuro”Pines
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Eis que eu ia passando por um sebo e achei “Pines”, do Blake Crouch. Como adoro esse autor (já resenhei Upgrade, Dark Matter e Recursion), achei que valia a pena levar. E valeu mesmo. Fico chocada como um ser humano consegue ser tão criativo e talentoso. De onde esse sujeito consegue tirar tantas ideias, minha gente?
Bom, mas vamos lá!
Continue reading “Pines”Humanidade
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Nas últimas semanas temos acompanhado angustiados o desenrolar do desastre climático do Rio Grande do Sul; o coração fica apertado e a emoção toma conta ao ver tantos vídeos de gente ajudando. Mas também dá revolta em ver gente criando e disseminando fake news, assim como pessoas distorcendo os acontecimentos por questões políticas. O fato é que nenhum governo até agora levou realmente a sério a questão climática, mas alguns foram piores que outros. Enfim, mas não é o tema aqui. Toquei nesse assunto porque nessas horas dá um certo pessimismo para onde caminha a humanidade.
Esse livro já estava na minha pilha há muito tempo esperando a vez dele, coitado. Decidi por ele agora porque estou realmente precisando de esperança. E a julgar pelo outro livro do mesmo autor que já resenhei aqui (Utopia para realistas), “Humankind: a hopeful history“, de Rutger Bregman, achei que ia acalmar um pouco o coração. Acertei.
É uma pena que o jogo de palavras human (humano) + kind (nesse caso usado como tipo, espécie, mas também tem o significado de gentil, amigável, generoso) se perca na tradução literal (humanidade), porque é essa a ideia central do livro: os seres humanos são majoritariamente bons e generosos.
Pelo que a gente lê por aí, custa a acreditar, né?
Mas no capítulo 1, sobre o novo realismo, a gente começa a entender a linha de argumentação.
Continue reading “Humanidade”O céu no meio da cara
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Há alguns meses rolou um evento na Embaixada do Brasil aqui em Berlim para promover a arte brasileira. Teve performance, música da boa e pintura — tudo muito belo e inspirador. O trabalho, capitaneado pelo grupo Cena Berlim, faz a gente realmente ter orgulho da terrinha.
Pois na abertura, a performance da atriz Júlia Portes e do sound designer Frederico Santiago me impressionou muito; pelo talento, pela força, pelo realismo. E eis que a Júlia estava lançando também seu primeiro romance, “O céu no meio da cara”. É claro que lá fui eu para a fila dos autógrafos.
Continue reading “O céu no meio da cara”Cottbus e sua biblioteca maravilhosa
Não tinha ouvido falar muito de Cottbus, uma cidade de 100 mil habitantes que fica a 1h30 de trem de Berlim.
Fui lá porque tinha lido algo sobre a biblioteca da universidade técnica de Brandemburgo que fica no campus de Senftenberg e, como boa caçadora de bibliotecas que sou, lá fui atrás do tesouro. E que tesouro, minha gente! Inaugurada em 2004, foi executada pelo escritório Herzog e de Meuron após vencer um concurso.
Depois disso já ganhou vários (e merecidos) prêmios e eu juro que moraria lá dentro de bom grado no meio do mais de 1 milhão de livros e mais um tanto de material multimídia. A grande estrela é a escada caracol. Essa obra de arte da arquitetura é um acontecimento! Todo o mobiliário, as cores, os materiais, as 600 mesas de leitura com tomada e iluminação próprias, os 7 andares de deleite visual. Eu moraria aqui dentro fácil. E você?
E olha que eu nem estava esperando nada da cidade (fui só para ver a biblioteca mesmo). Mas que gracinha!! A arquitetura, com muitos prédios em estilo art-deco e art-nouveau, homenageando o Jungedstill, tem, no seu teatro nacional uma construção muito próxima da Sessesion que vi em Viena; quero voltar lá para fazer uma visita guiada. Os prédios todos estão muito bem conservados e a cidade é uma teteia!E isso porque não fui no parque mais famoso da cidade (Branitz). Então, pelo jeito, vou ter que voltar…
A única mulher na sala
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Bom, preciso dizer que esse foi um dos livros mais impactantes que li esse ano, não só pelo conteúdo, mas por tudo o que ele representa.
Mas vou começar contando como “Die einzige Frau im raum” (tradução livre: “A única mulher na sala”), de Marie Benedict, veio parar nas minhas mãos.
Eu estava a caminho de um encontro de mulheres de tecnologia aqui em Berlim, quando passei por uma livraria.
Continue reading “A única mulher na sala”
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