Apresentações nota 10!

Hoje em dia todo mundo precisa fazer apresentações e, mais ainda, assistir a um montão delas. Não sou uma especialista no assunto e as minhas estão longe de ser referências, mas sempre que posso leio alguma coisa a respeito para maltratar menos quem está condenado a me ouvir.
Pena que nem todo mundo pensa assim. Pôxa, se isso é parte do seu trabalho, custa aprender direito como se faz? Nas últimas semanas assisti a várias apresentações que me deram dor de cabeça, irritação e até mau-humor. É uma falta de respeito tão grande com quem está assistindo que fico pensando sobre o que passava na cabeça da pessoa quando montou o espetáculo.
Há um tipo de apresentação que considero o pior: aquele onde o orador despeja páginas e páginas de texto de um roteiro que só servem para demonstrar quão pouco ele se preparou para o evento.
Algumas pessoas simplesmente se esquecem de que as apresentações no Powerpoint devem ser concebidas para ajudar a comunicar uma idéia, para reforçar conceitos-chave de maneira mais didática, enfim, para informar aos mais distraídos sobre o assunto que está sendo tratado na hora. Mas não para servir de muleta para apresentadores despreparados.
Se você está nervoso e não sabe o que vai falar, não puna as pobres pessoas que vão lhe assistir com textos de 20 linhas, elas não têm culpa. Há apresentações que mais parecem aqueles exames oftalmológicos com testes para ver se você enxerga bem. As letras são minúsculas e o apresentador tem a cara de pau de se desculpar dizendo que tinha muito texto ou a tabela era muito grande. E a platéia com isso? Se a pessoa não tem capacidade de síntese, devia pedir ajuda ou se preparar mais.
Não por coincidência, imagino, esses são os shows mais recheados de erros de português e de digitação. Se o palestrante não teve nem o cuidado de resumir os principais pontos, por que exigir dele uma banal revisão?
O cúmulo dos cúmulos, na minha opinião, é quando o apresentador desembesta a ler tudo o que ele escreveu lenta e pausadamente, como se todos os ouvintes fossem analfabetos. Alguns, mais sensíveis, quando percebem o mal-estar geral e o desinteresse generalizado, passam a ignorar a montanha de texto e saem falando sobre outro assunto, provocando a síndrome do filme com legenda: você tenta ler o que está escrito e prestar atenção no que a pessoa está falando ao mesmo tempo, mas é impossível. Algumas vítimas optam por prestar atenção no apresentador, ignorando solenemente o recurso visual, o que caracteriza um desperdício (projetores e laptops custam caro). Outras, mais ortodoxas, preferem apenas tentar ler e passam a achar que a voz do apresentador perturba a sua concentração. E ficam com muita raiva quando se passa para o próximo quadro sem que se tenha acabado de ler o anterior.
Então, para que esse sofrimento todo? Se o apresentador está inseguro sobre o que vai falar ou tem medo de se esquecer de algo importante, pode escrever fichas para se orientar. Pode distribuir material impresso para preencher as lacunas sobre as informações que não foram detalhadas. Pode combinar perguntas com colegas. Pode ainda se preparar mais, ensaiando em casa. Enfim, há muitas maneiras de tornar uma apresentação interessante sem fazer a platéia sofrer. Só que dá um trabalhão! Quanto mais legal e aparentemente simples é uma apresentação, mais horas de preparação ela consumiu, pode ter certeza!
O ideal é que os slides tenham figuras que reforcem a idéia tratada e apenas algumas palavras-chave. Mas figuras são difíceis de se achar e se leva horas para encontrar uma que se encaixe direitinho no conceito. As tabelas devem ser consolidadas, apenas com as informações que possam ser entendidas e visualizadas naquele momento. É só lembrar da regrinha básica: o que não pode ser lido, não deve ser mostrado! Assim, mais trabalho: nada de pegar o que já está pronto no relatório e simplesmente colar.
Filmes? São muito bem-vindos, desde que testados antes, exaustivamente, incluindo o som. Então, nem pensar em chegar com apenas 5 minutos de antecedência. Apresentações com filmes exigem mais de meia hora de ajustes para evitar fiascos. É constrangedor testemunhar a luta entre o palestrante e o equipamento em tempo real.
Ah, e será que letras esvoaçantes e efeitos especiais contribuem mesmo para o conteúdo que está sendo tratado ou são só mais um moderno mecanismo de tortura chinesa para fazer a platéia suar sem sentir calor?
Outra questão é o tempo. Planejar bem antes evita que o começo seja lento e o final desande em desabalada carreira. Ou então, que os ouvintes olhem mais para seus relógios do que para a tela.
Uma boa apresentação dá trabalho, mas também prazer. E nós, da platéia, agradecemos em coro a consideração.
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2) Olha só que apresentação legal: “Morto pelo Powerpoint”.
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