O resgate de Otávio

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Otávio chegando do resgate

Nossa, ainda estou em estado de choque, enojada com a capacidade do ser humano de ser cruel e encantada com a capacidade dos bichos de superar tudo. Quando contei um pedaço da história do Otávio, ele ainda não tinha esse nome (eu achei chique e charmoso, vocês não?). Publiquei um post pedindo para alguém dar abrigo a um gatinho que estava morando num barraco cheio de material de construção e ninguém telefonou para o número da veterinária que deixei aqui.

Pois não consegui tirar a história do gatinho da cabeça e o Conrado e eu decidimos adotá-lo. Hoje, quando fui buscá-lo com a veterinária, caí em prantos quando vi o coitadinho. É o seguinte: o primeiro dono do Otávio batia toda vez que ele fazia xixi (comportamento normal de gatos não castrados). Aí doou para um casal que o queria como reprodutor (o Otávio deve ser um persa puro, pois até cara achatada tem). Eles estavam há um ano com ele e já tinham conseguido uma cria, só que depois do parto a gatinha começou a bater nele (imaginem como o pobre deve ser ruim de cama). Como a criança da casa era alérgica, a solução que eles encontraram foi trancá-lo em um rancho onde são guardados os materiais de construção da casa que está em reforma. O lugar é úmido, tem goteiras, é abafado e escuro. Além disso, o Otávio dormia em cima de sacos de cimento.

Hoje, quando chegamos, ele chorava de dar dó e a aparência era assustadora. O cimento comeu a pele dele e algumas partes estão em carne viva. A carinha dele está cheia de cascas de cimento grudado (não dá para tirar tudo de uma vez porque a pele está muito sensível).

Ele já ganhou um banho calmante e a Dra. Ioná já o medicou (ele tem fungos e está todo estropiado). Tivemos que levar o Haroldo para a casa do Conrado até que o Otávio se recupere e possa se juntar à família.

Ele ainda é um monstrenguinho, mas logo vai ficar fofo e feliz...
Ele ainda é um monstrenguinho, mas logo vai ficar fofo e feliz…

Estou sozinha com ele em casa e o moço não parou de comer desde que chegou (ele já é um gato adulto de 2 anos e pesa apenas 2 kg; o Haroldo, o mais magrinho dos três, pesa 4,5 kg). Está curioso dando voltas pela casa (parece que ele adorou a sacada com solzinho) e agora não parece mais deprimido.

A gente não tinha planos de aumentar a família agora, mas o Otávio não podia passar nem um dia mais lá naquele pardieiro.

Enquando não proibirem a venda de animais e as pessoas não pararem de comprar, essas fabriquetas de gatinhos e cachorrinhos vão continuar existindo às custas dessas pobres criaturas. Quer um gatinho? Adote!

O Otávio agradece…

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Para saber o final dessa história clique aqui.

19 Responses

  1. 21 outubro 2009 at 3:09 pm

    Gente, é chocante!!!! O pior é que nós enxergamos o bichinho fofo e carinhoso por baixo das doenças, mas tem gente que vira a cara porque é feio, quando tudo o que um animal nessas condições precisa é de cuidados, e principalmente carinho e amor.

    Eu sou contra a compra de animais de estimação, a não ser quando o valor se refere unicamente aos gastos com vacinas e outros cuidados.

  2. Luna
    Responder
    21 outubro 2009 at 3:15 pm

    Ah nem….me deu uma vontade de abraçar o Otávio e dizer que vai ficar tudo bem …hahahahaha
    Sorte pra ele! e muita força pra você! è uma pena que sou alérgica a gatos, mas os amo (ou qualquer animal!) !
    Torço pra que dê tudo certo e que iniciativas como esta a sua sempre sejam bem vindas!
    Abraços,
    : )

  3. 21 outubro 2009 at 4:37 pm

    Oi Lígia,

    Fiquei chocada!
    Puxa vida, que história triste!

    Eu amo gatos e é impossível acreditar que os humanos possam ser tão cruéis.
    Tenho certeza que o nosso sobrevivente Otávio, com a sua doce ajuda, vai conseguir superar mais essa.

    Deus abençoe você Lígia pelo coração tão lindo que você tem!
    O Otávio encontrou um anjo em sua vida.

    Beijocas

    Mônica

  4. 21 outubro 2009 at 4:42 pm

    Ah! A Nina, minha gatinha foi adotada!
    Eu concordo, ninguém deveria comprar animais.
    Tá cheio de bichinhos precisando de um lar.

  5. 21 outubro 2009 at 6:33 pm

    Lígia!
    Fico feliz de saber que existem pessoas como vc pra cuidar desse querido! Queremos ver fotinhos da recuperação dele!
    Se morasse mais pertinho, me ofereceria pra ajudar rs…
    Essa semana, adotei uma gatinha linda que apareceu aqui em casa… Os seguranças do residencial que estou morando, contaram que as famílias se mudam e abandonam os pobres os bichinhos sem água e sem comida…
    Depois posto no meu blog algumas fotos dela…
    Beijokas!

    Mariana

  6. 21 outubro 2009 at 7:12 pm

    Realmente é repugnante! Pior que essas pessoas não podem nem ser chamadas de animais, não seria justo com o pobrezinho do Otávio

  7. Renata
    Responder
    21 outubro 2009 at 9:24 pm

    Lígia, acompanho seu blog já faz tempo, mas esta é a primeira vez comento.
    Não me entra na cabeça alguém ser capaz de maltratar um gato dessa forma. Como esse gatinho teve a sorte de lhe encontrar. Você tem mesmo um coração de ouro!!

    Lígia Fascioni: Eu é que tive a sorte de encontrar o Otávio, Renata. Ele é um docinho… está se comportando melhor do que eu esperava!

  8. 21 outubro 2009 at 10:09 pm

    Nossa senhora, ainda bem que vocês se encontraram. Já pegamos uns coitadinhos também, mas desse jeito não lembro de ter visto. Mas é impressionante como os bichos se recuperam bem. Nada como bastante comida e carinho. Muita felicidade com o novo membro da família! Bj!

  9. 21 outubro 2009 at 10:21 pm

    Nossa q his´toria trsite. Parabéns por ter adotado ele. Eu tenho 9 gatos e eles maravilhosos.. mas às vezes os machos fazem xixi mesmo

  10. 8 novembro 2009 at 1:11 pm

    Achei a sua atitude linda!
    é um pecado fazer isso com o pobrezinho!
    E u particularmente não gosto muito de animais, mas nem por isso teria um apenas por ter, ou pior ainda para ter um reprodutor, e ainda assim maltratá-lo, cruendade isso!

    Ainda dizem que o homem que é o ser racional!
    =(

    JuhCiniano

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