Pessoas que encontramos por aí

andycrow
Foto: Andy Crow

Hoje fui fazer um lanche na UNISUL, onde ministro algumas disciplinas para o curso de design, e fiquei conversando com o prof. Claudio (ele também dá aulas no SENAC). Como é que pode existir tanta gente extraordinária no mundo bem do nosso lado e às vezes a gente nem percebe? Olha só: entre um pão de queijo e outro, descobri que ele se formou em Filosofia na Unicamp, depois em Ciências da Computação e agora vai se formar em Design na Udesc. Até aí, dá para ver que ele é estudioso, mas nada de anormal.

Mas meu queixo caiu quando ele me contou, de um jeito muito casual e nada pretensioso, que no curso de filosofia os professores exigiam que os alunos estudassem os filósofos na língua original. Isso quer dizer que o Claudio lê e escreve fluentemente em grego, latim, francês, inglês, italiano e, não perguntei, mas acho que alemão também. Como é que essa pessoa estava sentada do meu lado e não tinha uma estrela na testa? E põe fluente nisso, pois estudar filosofia em português já é difícil pra caramba, imagina só em grego!!! E o Claudio é um sujeito muito tranquilo, na dele, a definição perfeita do termo low-profile.

É claro que não vou deixar isso passar assim, né? Ele já prometeu que vai me mandar duas referências de livros de filosofia (Galileu e Diderot), que uma pessoa normal seja capaz de entender (ah, é claro que traduzidos). Muito gentilmente também se dispôs a tirar as minhas dúvidas e disse podemos conversar a respeito na hora do lanche. Uauaauu!!! Ganhei um professor de filosofia nas horas vagas!

Dá para imaginar a sorte que é cruzar com alguém assim numa lanchonete? Agora vou aprender um monte de coisas (ele é muito gente boa). O prof. César também ficou interessado e talvez a gente forme um grupo de estudos, sei lá.

O fato é que tenho observado que, aos poucos, tem surgido gente bacana assim na minha vida (sem falar que sou casada com um gênio). Com meu parceiro de projeto, o Alberto Costa, já tenho aprendido muito (ele manda muito bem no português e tem profundos conhecimentos de teologia, entre outras coisas). Fora as outras pessoas maravilhosas que sempre têm experiências diferentes para compartilhar (conheci uma aluna que tinha morado no Líbano e aprendido árabe sozinha!). Quando me deparo com pessoas assim, fico me sentindo a pessoa mais rica do universo só de poder conhecê-las, é a melhor sensação do mundo!

No mais, recomendo prestar muito atenção em quem se senta do seu lado na lanchonete, na fila, no ponto de ônibus…

1 Response

  1. Clô♥
    Responder
    1 maio 2010 at 10:50 am

    Não seria por conta daquela propaganda de bonde de antigamente (do tempo do bonde) repetida a milênios,
    “Preste atenção passageiro,
    no cavalheiro a seu lado,
    quase morreu de bronquite,
    salvou-o o Rhun Creosotado”,
    incutido profundamente no inconsciente coletivo do brasileiro,
    que as pessoas não se aproximam de quem não conhece? Vai que ele está doente? hahahahah…
    Brincadeiras a parte é uma benção conhecer pessoas assim que só nos acrescenta, dividindo conosco as suas experiências e o seu conhecimento singelamente.

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