Eu não sou designer, mas eles são…

Puxa, recebi vários e-mails (a maioria prefere não postar publicamente sua opinião no campo de comentários) de gente dizendo que é um absurdo o artigo anterior que postei, onde defendo que os designers devem refletir sobre a real necessidade de uma marca gráfica para identificar seu trabalho.

Foram várias reclamações, algumas até bem malcriadas, mas o argumento mais frequentemente usado é o de sempre: que eu falo isso só porque não sou designer.

Pois então. Em uma pesquisa rápida de apenas 15 minutos achei alguns cartões de visita bacanas que não usam uma marca gráfica, mas exploram muito bem as imagens de apoio (que não caracterizam marca gráfica, pois não são perenes e variam com o suporte), mas ajudam a fixar na lembrança do cliente a identidade do profissional.

Tem umas ótimas de vários tipos de profissionais liberais, mas aqui vão apenas as de designers. E sim, há alguns desses profissionais que, aparentemente, concordam com meu ponto de vista (vão brigar com eles agora….eheheh).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

23 Responses

  1. 7 fevereiro 2012 at 3:43 pm

    Lígia, sinto não ter lido seu último artigo em defesa da não necessidade do uso de uma marca gráfica. Talvez eu fizesse parte do 1% dos designers que pensassem na contramão dos que você disse que te mandaram e-mails. Aliás, penso que em tempos atuais, pensar de uma só maneira é caminhar para trás. É não dar espaço para novas (?) manifestações, tendências e pontos de vista. A marca é apenas uma parte da identidade visual de um negócio. É possível, sim, deixá-la de lado sem prejuízo de uma identidade tão forte e vigorosa quando as que usam uma marca gráfica. Hoje o mundo é das sensações. Do não literal. Do sugerido. É possível comunicar e marcar território por meio das cores, das texturas, do cheiro e de tudo aquilo que é sutil. Como fazer isso? Bem, aí já vai da compet~encia dos designers em FAZER e dos clientes em ACEITAR. Mas isso já é assunto para outro cafézinho.
    Sentiu o cheiro? Dá pra saber a marca só pelo aroma…

    • ligiafascioni
      Responder
      7 fevereiro 2012 at 4:36 pm

      Hummm…. senti o cheiro sim! E obrigada por complementar tão bem minha argumentação.
      Abraços 🙂

  2. Karin Regina Kohler Formonte
    Responder
    7 fevereiro 2012 at 3:45 pm

    Oi, Lígia, td bem?
    Sobre este assunto, eu concordo totalmente com vc e com a grande
    maioria dos designers..não há necessidade nenhuma de ter uma logo e ou marca gráfica.
    Talvez no início do trabalho, quando precisamos marcar a nossa presençã no meio..mas no andar da carruagem…o q vale mesmo é o conjunto de td que fazemos e a forma como trabalhamos, criando a nossa identidade e estilo.
    bj
    Karin

  3. Karlis Smits
    Responder
    7 fevereiro 2012 at 3:53 pm

    A característica fundamental de um criativo é ter mente aberta, questionar fórmulas estabelecidas.
    O fato dessas pessoas criticarem seu ponto de vista, se apegando a dogmas consolidados, denota que estão fazendo na área errada…..

    • ligiafascioni
      Responder
      7 fevereiro 2012 at 4:36 pm

      Penso justamente isso, Karlis! Receita de bolo não é para designers…

    • ligiafascioni
      Responder
      7 fevereiro 2012 at 4:46 pm

      Oi, Karlis!
      Acho bom que as pessoas critiquem meu ponto de vista (é saudável), mas com argumentos de verdade, né?
      Abraços 🙂

  4. Pamela Machado
    Responder
    7 fevereiro 2012 at 4:13 pm

    Nossa como algumas pessoas tem uma visão tão unilateral das coisas.
    Acredito que é perfeitamente aceitável um designer gráfico não ter uma marca, um lettering bem trabalhado atenderia muito bem a situação. Acho muito legal neste caso se trabalhar não com marca em si, mas com um conceito. Temos incontáveis exemplos por aí para provar isso!
    Não ter uma marca gráfica não significa não ter uma identidade.
    Fico muito chateada de ver esse tipo de manifestação de colegas designer. Se é que podemos chamá-los assim.
    Faço um apelo: leiam mais! Leiam, pesquisem, leiam novamente, procurem abrir a cabeça.
    Usem o método TBC – Tirem a Bunda da Cadeira e vão em busca de novas linhas de raciocíneo!
    Lígia, o fato de você não ter um “canudo” dizendo: você é uma designer, não a desqualifica de manifestar sua opinião sobre o assunto, pois tens um embasamento muito forte que a apoia.
    E para os malcriados: Superego é muito Sec. XX. Deixem ele lá.

    Pronto. Falei.

    • ligiafascioni
      Responder
      7 fevereiro 2012 at 4:38 pm

      Nossa, com uma defensora dessas, quem precisa de advogado? Eehehehe….
      Pamela, fico muito contente em discutir com as pessoas que pensam diferente quando elas apresentam argumentos para que possamos debater. Mas o principal argumento que usam é o meu currículo (fogem do assunto) e não mostram a cara – mandam e-mails com pseudônimos. Nem sei se são designers mesmo…
      Beijocas e sucesso 🙂

  5. Rodrigo Sabatini
    Responder
    7 fevereiro 2012 at 4:40 pm

    Marca? sempre pensei que o cartão deva transmitir o core do seu negócio e impactar….IMPACTAR é importante, pois voce esta se apresentando neste momento. O cartão tem que transmitir o seu negócio, sua filosofia, …. , depois em tempo de internet, ninguém guarda cartão….guarda sim endereço de e-mail…procura no google….o impacto é o fundamental…..se você acha que a sua marca vai cumprir este objetivo…..ok…..mas não tente vender inovação com cartão de advogado….

    • ligiafascioni
      Responder
      7 fevereiro 2012 at 6:05 pm

      Rodrigo, fica quieto, você também não é designer….ahahahahaha

      Sério, também acho que o cartão precisa impactar, mas tem que ser coerente com a identidade do profissional. Concordo plenamente com você!

      Abraços 🙂

  6. Ivandro
    Responder
    7 fevereiro 2012 at 11:49 pm

    Iiih, pelo visto o pessoal do facebook que é minoria, viu?
    hahaahahha

    • ligiafascioni
      Responder
      8 fevereiro 2012 at 4:35 pm

      O povo do mau-humor não posta e nem comenta no Face (tem alguns poucos que discordam, normal, mas são educadíssimos). Esses a quem me refiro preferem se esconder atrás de um endereço de e-mail fake. Super-machos, não acha? Eehehehe….

  7. 8 fevereiro 2012 at 11:12 pm

    Oi Lígia,
    sinceramente, na minha opinião ter uma visão tão microscópica da coisa é muito incrível, no mal sentido, evidente.

    A marca gráfica, não é o fator mais importante da identidade, hoje em dia, para um designer priorizar, ou ser obrigado a fazer. Além da qualidade, a identidade dele e de seu trabalho, ou seu estilo, são os fatores mais importantes. Talvez não seja para todos os demais negócios, ou seja…

    Estamos sempre bombardeados com tantas informações que muitas vezes marcas novas surgem e não recordamos. Mas musiquinhas ficam na cabeça, o cheirinho de café reconhecemos de longe, a maciez de uma roupa lavada com tal produto, e por aí vai.

    Os apelos visuais sugeridos por uma marca gráfica são tão grandes, e acabamos esquecendo que temos CINCO sentidos e estamos priorizando apenas UM! Por que não explorar o tato, com cartões de visita texturizados de forma a remeter ao ramo da empresa, ou a identidade ou estilo do designer (no caso)? Por que não explorar o paladar? A audição? O olfato?

    Daqui a alguns anos, quando isso for comum, e talvez estivermos saturados de tanta informação, voltamos a conversar. Aliás, serão muuuuitos anos, já que demoramos tanto usando apenas o sentido visual…

    Ah, e se só designer pudesse sugerir algo sobre design e designers, e isso valesse também para as outras profissões, estaríamos em um mundo que não gostaria nem de pensar…

    • ligiafascioni
      Responder
      9 fevereiro 2012 at 3:36 pm

      Bem lembrado, Daniel! Designers gráficos têm que tirar o gráfico do nome e explorar os outros sentidos mesmo. Demorou…ehehehe
      Abraços e sucesso 🙂

  8. Kallew
    Responder
    9 fevereiro 2012 at 10:41 am

    Oi Lígia,
    Achei super engraçado esse seu último artigo e vou te dizer o porque:
    Sou estudante de design e já faz um bom tempo venho tentando desenvolver um portfólio.
    Já criei diversas soluções que me pareceram satisfatórias, mas após algumas semanas se tornaram péssimas. Eu já estava ficando preocupado, mas percebi pelo comentário geral da nação designer que portfólio pessoal é mesmo difícil e o primeiro então nem se fala. Então depois de tanto pensar e de tanto errar, a conclusão a que cheguei foi exatamente a sua. Profissionais liberais não precisam necessariamente de marca gráfica, e o engraçado é que isso foi há algumas semanas. Ou seja se seu artigo tivesse vindo um pouquinho antes ele teria sido meu salvador! Mas de qualquer modo ele serviu pra consolidar a minha conclusão!
    Então muito obrigado!

    Ps.: Sou seu fã! Muito Sucesso pra você!

    • ligiafascioni
      Responder
      9 fevereiro 2012 at 3:33 pm

      Aahahah… e eu achei engraçado o seu comentário. Depois dizem que coincidências não existem…rsrsrssr
      Adorei essa!

      Abraços e sucesso 🙂

  9. 9 fevereiro 2012 at 3:24 pm

    tirando o exemplo da actual size [que tem um logotipo, que se presta ao papel de marca uma vez que é “o único” meio de se reconhecer que o site e o cartão propoem a mesma mensagem], todos pertinentes.

    Quanto ao assunto central [o post anterior em complemento deste] acredito que a principal elemento da identidade de um designer é o próprio designer, seguido pelo seu trabalho. Quem baixou o sarrafo ou partiu para o pobre argumento de “voce não é designer para falar sobre isso” acaba denotando o principal defeito das “marcas semi consagradas” do mercado: o ego. Estas mesmas pessoas que, pela postura, acabam prejudicando a consequente imagem que poderia ser feita do trabalho que realizam.

    Acredito também que o mercado não tem maturidade suficiente para aceitar mais sistemas de identidade multissensoriais ante a triade padrão [marca, uma aplicação, kit tipográfico]. Vamos desde “o vizinho fez assim e deu certo, pra mim deve dar certo também” até a dificuldade dos ‘profissionais’ em fazê-lo para explicar isto. O velho problema cultural quanto a diferenciação competitiva…

    • ligiafascioni
      Responder
      9 fevereiro 2012 at 3:31 pm

      Pois é, Tony! E esse povo ainda diz que é inovador. Juro que meus ouvidos (e olhos) doem cada vez que ouço isso….rsrsrsrs

      Abraços 🙂

  10. Carlos Navarro
    Responder
    20 fevereiro 2012 at 10:17 pm

    oi, Lígia! Acompanho com certa frequência o que vc escreve e me espantei em ler agora que houve quem divergisse (até de forma grosseira) sobre repensar qto à necessidade de um designer fazer um logo para si mesmo. Recebo os posts da Before&After e já tinha visto o que o John McWade questionou. Com profissional, também concordo com vcs. Inclusive, o JM pergunta em outros artigos, da necessidade de se fazer (ou não) um “logo”. Parece que temos de ligar o ‘automático’ e fazer o que o cliente pede, e não pensar sobre o real problema levantado e a melhor abordagem de comunicação para solucionar a questão – que seria parte de nossa função. Estranho então os + agressivos! É só pensar: se somos acostumados a questionar regras estabelecidas para acharmos caminhos novos e criativos, então se TODOS temos de fazer uma marca gráfica para NOS identificar, portanto esta ‘verdade’ se torna uma regra… questionável. Gosto muito do que vc escreve e compartilho de sua opinião. Abs

    • ligiafascioni
      Responder
      21 fevereiro 2012 at 5:12 pm

      Oi, Carlos!

      Puxa, fico bem feliz que ainda há muitos designers que conseguem “sair fora da caixinha” e pensar realmente a solução para um problema desde o princípio, sem paritr de ideias pré-concebidas. Bom para os clientes 🙂
      Obrigada pela visita e volte sempre!

  11. 3 setembro 2012 at 3:28 pm

    Olá a todos,

    Acho que o ponto principal de discussão ao qual devemos chegar é se a própria ausência de uma marca gráfica tradicional não sirva de marca para o designer… Tudo em nosso mundo é adaptável, moldável e deve ser constantemente desafiado à reinvenção. Vi os cartões que você postou Lígia e percebi que a ausência das marcas tradicionais (logomarcas) acaba se tornando uma marca que passa (nos casos acima) o arrojo do profissional que aceita abrir mão de dogmas a fim de explorar novas possibilidades e novos caminhos… É lógico que é uma ideia óbvia o designer ter uma marca (e tem que ser A MARCA), mas quem sabe a inventividade inata a cada profissional de nossa área não seja melhor realçada através do trilhar os caminhos que se distanciam do óbvio… Gostei muito do seu ponto de vista, e ele está me causando arrepios cerebrais até agora…

    • ligiafascioni
      Responder
      4 setembro 2012 at 1:33 pm

      Que bom, Alisson!
      A ideia era essa mesma. Como é que alguém pode vender criatividade e inovação se não consegue sair da receitinha de bolo “marca-com-aplicação-na-papelaria”? Aí essas frases todas que os designers ficam espalhando por aí, de pensar fora da caixinha, perdem o sentido….
      Abraços e bons devaneios 🙂

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