O jardim de cimento

Ian McEwan é um dos meus autores preferidos, mas vivo com ele uma relação de amor e ódio. Há livros sensacionais, como Solar e Sábado e outros meio chatos, como “Der Zementgarten” (tradução livre: “o jardim de cimento”).

A história é a seguinte: quatro crianças, com idades variando entre 6 e 16 anos, moram numa casa e quase não têm amigos (seus pais são um pouco reclusos), até que um dia o pai morre. Meses depois, a mãe também morre. Por causa do irmão menor, de apenas 6 anos, os pequenos decidem não contar nada para ninguém e enterrar a mãe no porão. Eles acreditavam que, se o mundo viesse a saber que eles não tinham mais nenhum responsável, iriam ter que se separar do irmão menor, que provavelmente iria para um abrigo ou dado à adoção.

Ocorre que as crianças são apenas isso; crianças. O fardo é muito grande para carregar. Eles não têm noção de nada; nem de futuro, nem de responsabilidade, sequer cuidam direito do irmão. A história é contada pelo rapaz do meio, de 13 anos de idade, em plena crise da adolescência. A irmã mais velha arruma um namorado que desconfia que há algo errado (principalmente quando a casa toda começa a cheirar mal por conta de uma rachadura no cimento que encerra o corpo da mãe).

O livro não é ruim, mas talvez porque eu o tenha lido em alemão, perdi as nuances das entrelinhas. Penso que a história prometia mais; confesso que fiquei um pouco decepcionada. Não dá para dizer que é ruim, mas não foi dos melhores livros que li do McEwan.

Vá por sua conta e risco.

 

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