Ócio, demanda e comichão

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Feriadão, João Roberto está no canto da cozinha totalmente tomado pelo tédio, transpirando ócio até pela sola dos pés. Eis que entra Eneida porta adentro, esbaforida:

— Levanta, nêgo. Assaltaram a casa da vizinha!

— Não demanda, minha flor. Se assaltaram já a casa da vizinha, a nossa está fora de perigo. O ladrão não consegue dar conta assalto no atacado, ainda mais em feriado.

Ante a demonstração lógica que a moça não conseguiu refutar, só lhe restou meter as unhas no dedo anular para acalmar a comichão que sempre a acometia toda vez que ficava sem resposta.

O preocupante é que o dedo já estava tão esfolado que nem a aliança dava mais para usar.

***

Essa historinha é um exercício rápido de estilo e criatividade (calma, né, gente, é só a primeira…). Peguei a ideia do livro “O efeito Médici“. Lá diz que o grande Edgar Alan Poe fazia bem assim: abria aleatoriamente 3 vezes o dicionário e, com as primeiras palavras que encontrava, montava uma história. Eu achei essas três. Quer tentar outra história com elas?

2 Responses

  1. 24 novembro 2010 at 4:28 pm

    Ócio, demanda e comichão

    Em principio a meu ver, o ócio já demanda comichão pelo corpo todo. O que fazer, como fazer? É assim mesmo.
    Nada a fazer demanda uma comichão danada de fazer alguma coisa, mesmo que seja só uma comichão passageira.♥

  2. 1 novembro 2011 at 7:00 pm

    Olá Lígia,

    Para mim a palavra ócio é muito favorável, pois o turismo é a solução para ela. Para tirar o comichão de ficarem paradas as pessoas irão fazer alguma coisa bacana como a que você está fazendo aí na Alemanha. Sei que esta estudando e pelo visto muito, e com muita criatividade. A demanda para quebrar o ócio é cada vez maior por conhecer lugares interessantes como a Alemanha. Bjs.

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