Upgrade

Eu já tinha lido outros dois livros incríveis desse autor, então não podia deixar esse de lado. “Upgrade”, de Blake Crouch é ainda melhor que os outros. Como uma pessoa consegue ser tão criativa e executar sua ideia com tanta competência?

O estilo é o mesmo dos anteriores “Dark Matter” e “Recursion”; como um thriller, cheio de ação e reviravoltas, escrito de um jeito que a gente não consegue parar de ler. 

Bom, dessa vez a história começa com Logan Ramsay, um investigador de uma agência americana chamada GPA (Gene Protection Agency), com status semelhante ao FBI (apesar de bem menor). Estamos num futuro próximo onde a edição de genes é totalmente proibida e o trabalho da agência é descobrir laboratórios clandestinos e destrui-los. 

Isso porque, alguns anos antes, uma cientista genial inventou uma maneira prática de editar genes. A mulher era completamente excepcional e reuniu os melhores cérebros da época, inclusive construindo um banco de dados absurdamente completo. 

Só que no trabalho frenético em várias frentes, ela e sua equipe alteraram o DNA de um tipo de arroz para aumentar a produção na China e o resultado foi uma catástrofe: por causa de um erro, 200 milhões de pessoas morreram de fome, e a produção de comida no mundo todo foi afetada. Na época do escândalo, a cientista se suicidou.

Depois do ocorrido, editar DNA passou a ser crime internacional e os cientistas da área proibidos de continuar suas pesquisas.  Alguns deles foram cooptados a trabalhar na própria GPA investigando suspeitas.

Eis que a gente descobre que Logan é um deles, e mais: ele é ninguém menos que o filho da cientista que causou toda a tragédia. Por ser assistente de laboratório na época (estava terminando seu doutorado), ficou anos preso, e depois aceito na equipe de investigação.

Tem uma relação tensa mãe-filho, pois o irmão gêmeo de Logan morreu na adolescência e só sobraram ele e uma irmã que foi para as forças armadas. Logan sabe que nunca terá o brilhantismo da mãe e ela não conseguia disfarçar a decepção com as limitações do rapaz (uma pessoa inteligente absolutamente normal, mas não extraordinário). 

Pois na história, Logan vai investigar um laboratório e cai numa armadilha. Numa explosão no porão de uma casa ele quase morre e descobre que foi infectado por um vírus. 

A esposa (que ele conheceu na prisão; ela era criminologista) e a filha adolescente vão visitá-lo; ele as ama muito e confessa que detesta esse trabalho; para ele, é quase uma autopunição. 

Eis que do nada, Logan vai tendo sintomas estranhos — ele desenvolve a capacidade de prestar plena atenção em duas coisas muito complexas ao mesmo tempo; começa a ter supermemória e visão no escuro; os músculos começam a se desenvolver mesmo sem exercício; ele começa a fica sensível a ruídos e reações emocionais das pessoas. Enfim, ele vai ser tornando um super-homem. 

Chega uma hora em que ele é preso pela sua própria agência em que trabalha em uma gaiola de vidro para observação; com certeza, os sintomas são resultado da armadilha em que ele caiu. 

Preso e sem contato com a família (ele fica sabendo que a agência forjou a sua morte), seu chefe lhe conta que sua mãe ainda está viva e mandou um vídeo chantageando o governo caso ele não libere novamente as pesquisas. 

E não é que a mulher encontrou uma maneira de fazer um upgrade no filho, com milhares de modificações genéticas para fazê-lo ter praticamente superpoderes?

Chocado, ele não sabe o que fazer até que é resgatado de sua prisão por uma pessoa que ele não reconhece de início (não, não é a mãe).

E mais não posso contar, senão é spoiler. Tem tanta reviravolta, tanta ação, mas ao mesmo tempo tanta coisa para a gente pensar. Olha, eu amei os outros livros dele, mas nesse aqui ele se superou.

Prontinho para virar filme (tomara que não estraguem a história como fizeram com “Inferno” de Dan Brown). Recomendo demais!

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