Como não ser engolido pelo dragão
Recentemente fiz uma apresentação para uma empresa da área de confecções; o pessoal está muito preocupado, e com motivos. A concorrência com produtos chineses (cuja qualidade vem aumentando e o preço caindo) é assustadora. As empresas mais espertas já se deram conta de que bater de frente não vai adiantar, é preciso encontrar uma solução lateral.
Para os mais atentos, há um movimento claro no mercado no sentido de mudar a referência do produto para o serviço. É que o valor de um objeto não está mais nele mesmo; mas nos seus serviços associados. Pense num celular; de que serve o aparelhinho mais modernoso sem uma operadora para fazê-lo funcionar? Imagine o carro mais bacanudo e baratinho, mas sem rede de assistência técnica no país. Visualize um computador sem software que rode nele. Essas coisas tecnológicas todas são apenas lixo sem serviços que as suportem.
Com roupas a coisa é um pouco mais complicada. É preciso apelar para os sentidos das pessoas e suas experiências. Martin Lindstrom, no seu excelente “Brand Sense: sensory secrets behind the stuff we buy” nos conta que o único sentido realmente explorado em quase todo o seu potencial na área de vendas é o visual. Os demais, são todos claramente sub-utilizados, ignorando informações que podem decidir a vida ou morte de uma marca. Por exemplo: vocês sabia que os bebês chegam a ter os sentidos 300% mais apurados que suas mães? Não é à toa que os nenéns todos têm um “cheirinho”, geralmente um paninho que não largam. Com o crescimento, a parte visual toma conta e a gente perde o faro afinado.
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